O que é: O abscesso dentário é uma infecção que surge em torno da raiz de um dente. O destino da infecção depende da virulência das bactérias, dos fatores de resistência do hospedeiro e da anatomia regional. A infecção, que também se pode estender às gengivas ou ao osso do maxilar, origina a formação de pus e, consequentemente, de um nódulo.
“Nestes casos, as bactérias presentes nos dentes podem se estender até as gengivas, bochecha, garganta, tecidos embaixo da língua, mandíbula ou ossos faciais (maxilar)”.
O abscesso dentário pode tornar-se extremamente doloroso quando os tecidos ficam inflamados ou quando existe pressão dentro do abscesso.
O abscesso gengival é o resultado de uma infecção ou trauma na superfície do tecido gengival.
Os abscessos periodontais são o resultado de uma infecção que penetrou mais profundamente nas áreas da gengiva (nas superfícies externas do dente).
O abscesso periapical refere-se a um dente com uma infecção da polpa dental (começando dentro de um dente).
Geralmente existe a acumulação de pus no local da infecção, pois é a forma do sistema imunológico tentar evitar que a infecção se espalhe para outras áreas.
A dor nem sempre está presente. Evolui progressivamente, tornando-se mais dolorosa até o abcesso se romper e drene por conta própria ou seja drenado cirurgicamente.
Causas de abscesso dentário
Os abscessos dentários são causados pelo crescimento de bactérias dentro dos espaços pulpares do dente (endodôntico), nas superfícies radiculares profundas do dente (periodontal), nos tecidos moles de suporte, ou nos ossos da face e pescoço.
A infecção pode ser causada por uma cárie dentária extensa que atinge o “nervo” do dente.
Pode depois estender-se para as gengivas ou para o osso do maxilar. A cárie pode começar quando os dentes não são frequentemente escovados ou limpos com fio dental.
Tem mais probabilidades de apanhar uma infecção se for diabético ou tomar medicamentos esteróides.
A causa original pode ser uma cárie profunda, doença periodontal (gengivite), um dente rachado, trauma ou, até mesmo devido a procedimentos odontológicos recentes, como extrações e implantes dentários.
Pessoas com condições médicas subjacentes, tais como distúrbios autoimunes (síndrome de Sjögren e outras doenças semelhantes) ou condições que enfraquecem o sistema imunológico (diabetes, pós-radiação / quimioterapia para o tratamento do câncer, ou pessoas que realizam terapia imunossupressora) podem ser mais susceptíveis ao desenvolvimento de um abscesso dentário.
Quanto Tempo dura?
Até que seja tratado corretamente claro! Isso pode significar a necessidade de terapia endodôntica (canal radicular), ou a extração do dente. Se a infecção é de natureza periodontal, existem tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos que podem ser efetivos dependendo das circunstâncias individuais.
Se está apenas perguntando “quanto tempo tenho que aguentar até que ele desapareça sozinho?” então corre um grave risco de saúde!
O abcesso pode passar de um estágio agudamente doloroso para um estágio crônico, mas a infecção, o dano ao corpo e o potencial para ele explodir e piorar estarão sempre presentes. Basta tratá-lo!
Sinais e sintomas de abscesso dentário
É possível que tenha febre ou as gengivas e/ou as bochechas vermelhas e inchadas. Se tiver um nódulo senti-lo-á, provavelmente, quente.
Poderá sentir dores no dente ou na boca. Poderá ter um dente móvel ou a sua boca poderá não abrir totalmente. Se o abscesso se propagar, o rosto ou pescoço poderão ficar inchados. Abaixo listamos a lista completa.
Os sintomas de abscesso dentário normalmente incluem:
- dor ,
- inchaço,
- vermelhidão da boca e rosto.
Por vezes, um ou mais dentes ficam extremamente sensíveis à pressão. Com o avançar da infecção podem-se experimentar outras complicações, tais como:
- náusea,
- vômito
- febre,
- calafrios e
- dificuldade em engolir, abrir a boca ou respirar.
Se não tratada, a infecção pode se propagar para o osso e danificar os dentes adjacentes, o que exigiria tratamento adicional.
Outros sintomas muitas vezes presentes em conjunto com o abscesso dentário podem incluir, mas não estão limitados a:
- cáries dentárias profundas,
- inflamação da gengiva
- inchaço oral ou facial,
- sensibilidade ao toque,
- drenagem de pus e
- por vezes, capacidade limitada para abrir a boca (dificuldade ou dor ao abrir a boca muito ou ao engolir).
Quando o abscesso dentário se estende para uma área superficial, normalmente existe sensibilidade à palpação (toque) na área infectada.
Os abcessos dentários podem variar de casos leves a graves, sem ou com sintomas graves.
Dependendo de vários fatores, o abscesso pode variar de crônico, agudo e estável (não se altera) ou alastrar-se rapidamente.
A infecção pode em alguns casos, ir além dos dentes e ossos, através da corrente sanguínea, para outras áreas do corpo onde pode danificar órgãos e até mesmo ser fatal, causando a morte do indivíduo.
Quando consultar o médico?
Se a infecção se tornar tão dolorosa que não possa ser tratada com medicamentos sem receita médica, procure um médico ou dentista imediatamente. Pode ser necessária drenagem do abscesso.
Em casos de febre, calafrios, náusea ou vômito como resultado de um abcesso dentário, deve consultar sempre médico.
Se desenvolver uma dor intolerável, dificuldade em respirar ou engolir, qualquer um dos sintomas de abscesso dentário, e não consegue consultar o dentista fora do horário de atendimento, dirija-se ao departamento de emergência do hospital mais próximo para avaliação e tratamento.
Diagnóstico – Como se Diagnostica
Geralmente o abscesso apresenta-se com dores difusas ou localizadas no dente em causa, “inchaço” da gengiva correspondente ao dente afectado, podendo-se estender à face e ao pescoço. Poderá, eventualmente, ter febre.
O médico ou dentista pode determiná-lo, através de exame físico, se for for detectado um abscesso drenável, ou através de exames de raios-X da boca (necessários para mostrar abcessos de dimensões mais pequenas, localizados na parte mais profunda do dente).
Cuidados a ter com um abscesso dentário
Deverá recorrer imediatamente ao seu médico e completar o tratamento indicado mesmo que entretanto o dente deixe de doer e o “inchaço” desapareça. Se não o fizer, a situação voltará a repetir-se.
Riscos e Complicações
O abscesso deve ser convenientemente tratado de modo a evitar que se estenda para a face e/ou pescoço originando um fleimão.
Esta situação obriga por vezes a drenagem externa (incisão na face ou gengiva) para o pus sair e ao internamento hospitalar nas situações mais graves.
Em casos extremos, o abscesso dentário pode resultar em morte se se disseminar para o cérebro, causar trombose do seio cavernoso, abscesso cerebral, choque, causar septicemia (infecção da corrente sanguínea), ou o inchaço obstruir as vias aéreas e comprometer a respiração. Para além disso podem tornar a pessoa doente, com náuseas, vômitos, febres, calafrios e suores.
Tratamentos
Tratamento de primeira linha
As pessoas que têm cáries ou dores de dente podem tomar anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs), como o ibuprofeno (Advil) ou o naproxeno (Aleve), conforme necessário, para alívio da dor e da inflamação.
Como alternativa, ou adicionalmente aos medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides, pode ser administrado o acetaminofeno (Tylenol – paracetamol).
Qualquer um destes medicamentos ajuda a reduzir a dor, mas não trata a infecção. Sendo sempre indicado acompanhamento com um profissional de saúde.
Se o abscesso dentário se romper por si só, as lavagens com água quente ajudarão a limpar a boca e estimular a drenagem. Sendo sempre importante uma visita de acompanhamento a um dentista.
Aplicação de Gelo
O inchaço infeccioso que acompanha o abscesso dentário é diferente do inchaço inflamatório, não sendo nestes casos recomendada a aplicação de gelo ou compressas frias na área.
Tratamento de casos mais avançados
Em casos de abscesso dentário agudo, que causam dor extrema ou inchaço substancial, o médico pode necessitar incisar e drenar o abscesso e / ou tentar a terapia com antibióticos como a amoxicilina (Ex: Augmentin, Amoxil, Clamoxyl, Novocilin, Ocylin).
Os casos em que existe risco de vida para o indivíduo podem exigir internação hospitalar.
A medicação para a dor é normalmente prescrita até que os sintomas possam ser controlados.
Estas medidas iniciais são muitas vezes necessárias para aliviar temporariamente os sinais e sintomas de um abscesso agudo; sendo necessário tratamento adicional direcionado à eliminação da fonte primária da infecção, para prevenir a recorrência do mesmo.
A localização dessa fonte primária determina as opções de tratamento “definitivas”, que podem incluir o tratamento do canal radicular, tratamento periodontal ou extração do dente.
Incisão Cirúrgica e Drenagem do Abscesso
A incisão cirúrgica e a drenagem referem-se ao procedimento realizado para tratar a condição, cortando uma pequena porção da gengiva (incisão) para drenar o pus localizado dentro do abscesso.
Em caso de abscesso dentário agudo com inchaço e dor aguda, o dentista pode prosseguir com a incisão cirúrgica e drenar o abscesso. No entanto, nos casos graves, que colocam em risco a vida do indivíduo, pode ser necessária internação hospitalar.
Geralmente a maioria dos pacientes não quer ser submetida à incisão cirúrgica e drenagem devido à dor associada a ela, mas nem sempre é o caso.
O importante a perceber é que, depois de realizada a incisão e drenado o pus, o alívio será imediato; pois o líquido deixa de pressionar o nervo circundante do dente, que é a causa da dor. De seguida a gengiva e o dente começarão a curar, uma vez que o pus “causador da infecção bacteriana” foi removido do local.
Não se preocupe com as dores! O dentista inicialmente injeta uma solução anestésica local na área do tecido afetada. De seguida é realizada a incisão, geralmente recorrendo a um bisturi. Uma vez que a área é aberta (entalhada), o pus será libertado, ficando a incisão aberta até a drenagem estar completa.
Resistência a Antibióticos
Os antimicrobianos nunca devem ser usados como substitutos da drenagem e / ou desbridamento cirúrgico apropriado. A manutenção de uma drenagem das vias aéreas e do abscesso é uma condição sine qua non. No entanto, a terapia antimicrobiana iniciada logo após o diagnóstico e antes da cirurgia pode encurtar o período de infecção e minimizar os riscos associados, como a bacteremia.
Os antimicrobianos devem ser reservados para pacientes com evidência de celulite infecciosa e sinais de sepse.
Por quanto tempo um abscesso dentário pode aguardar tratamento?
“Depende do tempo que estiver disposto a lidar com a dor e a bolha de pus a crescer dentro do corpo, constantemente se expandindo, erodindo o osso e causando danos no coração e vasos sanguíneos, com constantes enxames de bactérias a entrar no corpo”.
Sejamos práticos! Se estiver ciente do problema, é a hora de tratá-lo! Mesmo se não tiver dor, porque a qualquer momento pode se tornar um problema agudo bem mais sério, causando dor insuportável e disfunção.
Para além disso, a infecção bacteriana pode se espalhar para espaços fasciais causando infecção grave que pode exigir tratamento com antibiótico IV e por vezes hospitalização.
Dependendo de para onde a infecção se propaga nos espaços fasciais, pode tornar-se uma ameaça à vida, pois pode interferir na sua capacidade de respirar (Angina de Ludwig).
Os abscessos localizados também podem se espalhar sistemicamente, causando sérias consequências e até a morte.
Não é algo para se brincar!
A maioria das pessoas “com bom senso” toma conta de si rapidamente e não adia o tratamento. Os demais adiam o tratamento, mas sofrem pela preguiça ou falta de cuidado, tornando o eventual tratamento mais caro e os danos mais destrutivos.
Como Prevenir um abscesso dentário?
A prevenção desempenha um papel importante na manutenção de uma boa saúde dentária. A escovação diária e o uso do fio dental, juntamente com exames dentários regulares, podem prevenir a cárie dentária e o abscesso dentário.
Qualquer pessoa que desenvolva abscessos dentários frequentes precisa ser avaliada por um profissional de saúde para determinar se existe a presença de alguma condição médica subjacente responsável pelo evento.
Lembre-se de que não existem Tratamentos caseiros 100% eficazes para estes casos, sendo a prevenção “o melhor remédio”.
– Lembre-se de escovar e usar fio dental após cada refeição e antes de dormir.
– Se a cárie dentária for descoberta e tratada precocemente previne-se a evolução para abscesso.
– Evitar o uso de tabaco (mastigar e fumar) também pode ajudar.
Consulte também o artigo Bolinha na Gengiva: O Que É? e Fístula Dental: O Que É?
Dentista, Cirurgiã Dentista - CRO MG nº 45914
A Drª Raquel Borges Camelo Surette é formada em odontologia pelo centro universitário Newton Paiva em 2015. Finalizando a especialização em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial pela universidade federal de Minas Gerais em dez 2018 hospital metropolitano Odilon Berehns.
Frequentou o estágio não remunerado no hospital da baleia com equipe dr belini freire Maia de 2014 a 2016 em cirurgia Ortognatica.
Frequentou o Estágio não remunerado no hospital de pronto socorro João XXIII de 2014 a 2016 em cirurgia e traumatologia bucomaxilofacial equipe dr Bernardo greco.
Efetiva no Institute for Advanced dental Studies clínica dr. Marcelo camelo desde 2015.
Possuí o registro no conselho Federal de Odontologia nº CRO/MG/45914
Contatos: Tel. 31 33359300 - 31 995059300
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