Entenda os sintomas e como tratar um Abscesso no Fígado (Abscesso Hepático)

Revisão Clínica: Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653). Atualizado: 08/09/24

abscesso no fígado (abscesso hepático) é uma bolsa com pús localizada no interior do fígado.

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O fígado situa-se no lado direito do abdómen, sob as costelas e tem importantes funções na transformação dos alimentos digeridos, na formação da bílis e na síntese de substâncias de que o organismo precisa.

Também contribui para destoxificar algumas substâncias estranhas, tais como drogas, álcool e outros químicos.

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tipos de abscesso no fígado

Tipos

Existem três formas principais de abscesso no fígado, classificados pela sua etiologia:

  • Abscesso hepático piogênico (na maioria dos casos polimicrobiano)
  • Abscesso hepático amebiano (Entamoeba histolytica é responsável por 10% dos casos)
  • Abscesso fúngico (devido a infecção por Aspergillus ou espécies de Cândida, principalmente).

Causas de abscesso no fígado

Um abscesso no fígado pode formar-se em consequência de:

Infecção por bactérias, em particular se a infecção se situa na vizinhança do fígado ou nas vias biliares (colangite aguda).

Pode no entanto também surgir um abscesso hepático se há uma infecção à distância. Pode também ocorrer um abcesso hepático após uma cirurgia abdominal.

A infecção pode ser facilitada se existirem zonas do fígado com alterações (cavidades resultantes de quistos, tumores no fígado) ou se as defesas do doente estiverem reduzidas (diabetes, imunodeficiência)

Amibíase, infecção do intestino provocada por um parasita designado por amiba. Esta infecção intestinal, frequente em zonas troicais, pode localizar-se também no fígado.

As principais causas bacterianas incluem:

  • Espécies Streptococcus (incluindo Enterococcus)
  • Espécies Escherichia
  • Espécies Staphylococcus
  • Espécies Klebsiella (com taxas mais elevadas no Extremo Oriente)
  • Espécies Bacteroides (um género de bactérias Gram-negativas)
  • Espécies Pseudomonas
  • Espécies Proteus

No entanto, como referido acima, muitos casos são polimicrobianos.

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Sinais e sintomas de abscesso no figado

  • Dores abdominais no lado direito do abdómen e no ombro direito.
  • Náuseas (enjoos), vómitos e perda de peso.
  • Febre e sudação.

Como se Diagnostica

Exames: Poderá ter de efectuar os seguintes exames, isoladamente ou em conjunto, para que o médico possa seleccionar o melhor tratamento para o seu caso.

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Análises ao sangue: Poderá necessitar de tirar sangue a partir de uma veia da mão ou do braço. O sangue colhido será analisado para avaliar o funcionamento do fígado. Poderá ter de tirar sangue mais do que uma vez.

Radiografia torácica: É uma imagem dos seus pulmões e do seu coração. O médico utiliza-a para ver se o abcesso no fígado está a afectar os seus pulmões e o coração. O médico também pode utilizar a radiografia para procurar sinais de infecções como, por exemplo, uma pneumonia.

Tomografia computorizada: Também designada por TAC. Uma máquina especial de raios X permite, através de um computador, obter imagens com a forma e a estrutura do fígado.

Antes da obtenção das imagens, poderão administrar-lhe uma substância de contraste através de uma veia. A substância de contraste ajuda a visualizar melhor o fígado nas imagens.

As pessoas alérgicas ao marisco (lagosta, caranguejo ou camarão) poderão ser alérgicas a esta substância de contraste. Informe o seu médico se tiver tido episódios de alergia no passado.

Cintigrafia hepatobiliar: Este exame, também designado por HIDA scan, permite analisar o funcionamento do fígado e da vesícula biliar.

Uma pequena e inofensiva quantidade de contraste radioactivo é administrado por uma veia, após o que são obtidas imagens desses órgãos. O médico analisa as imagens obtidas para se certificar do bom funcionamento do fígado e da vesícula biliar.

Ecografia abdominal: É um exame indolor que recorre ao uso de ondas sonoras para analisar o fígado. As imagens do fígado e do abcesso surgem num ecrã semelhante ao de um televisor.

Punção hepática, feita com anestesia local, utilizando uma agulha que penetra no fígado através da pele. Esta agulha é orientada por Ecografia ou por TAC e permite colher pùs ou outro material do abcesso, para ser analisado.

Leia também sobre: Abscesso Hepático Piogênico

Cuidados a ter:

Qualquer infecção deve ser tratada com prontidão, especialmente no caso de infecções abdominais e de infecções em doentes que tenham as suas defesas reduzidas (diabéticos, imunodeficientes).

Informe o seu médico se esteve em zonas tropicais onde possa ter contraído uma infecção por amibas. Após o tratamento, deve vigiar a sua temperatura: se reaparecer febre ou dôr abdominal, volte a contactar o seu médico.

Riscos e Complicações

O abscesso hepático pode ser de extrema gravidade se não for tratado a tempo, e pode ser fatal em pessoas de idade avançada ou muito debilitadas.

A evolução clínica do abscesso hepático é muitas vezes condicionada pelas doenças associadas e pela causa que deu origem ao abcesso.

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Tratamento

O seu abcesso no fígado pode ser tratado com medicamentos. O médico também poderá, contudo, ter de drenar o abcesso. Tal poderá ser feito através de uma agulha ou por intermédio de uma cirurgia.

Leia também: Abscesso Hepático Amebiano

Drenagem do abscesso

É-lhe administrado um anestésico para que não sinta dores durante o procedimento. Poderá ficar acordado(a) ou adormecer profundamente. Cabe-lhe a si e ao seu médico decidir qual o tipo de anestesia mais adequado para o seu caso. Fale com o seu médico se desejar obter mais informações.

O médico limpar-lhe-á o abdómen com água e sabão, procedendo depois à desinfecção. Colocar-lhe-ão lençóis sobre o corpo a fim de manter a zona da cirurgia limpa.

O abscesso pode ser drenado através da introdução de uma agulha no abcesso através do fígado. Alternativamente, pode fazer-se uma incisão (corte) no abdómen , o que permite que o médico veja o fígado e elimine quaisquer sinais de pus existentes na cavidade abdominal.

A incisão é encerrada com fio de sutura ou agrafos. A cirurgia pode durar 1 a 2 horas.

Após a cirurgia: Será levado(a) para uma sala onde poderá repousar até acordar ou até recuperar a sensibilidade na zona anestesiada.

Depois será novamente levado(a) para o seu quarto. Não saia da cama até o seu médico lho permitir. Um penso é utilizado para cobrir os pontos, com vista a manter a área limpa e seca, a fim de evitar infecções.

É provável que um médico lhe retire o penso pouco tempo após a cirurgia a fim de verificar os pontos.

Antibióticos: Estes medicamentos são usados para ajudar a combater infecções causadas por bactérias. Os antibióticos podem ser administrados por via injectável ou oral.

Antiparasitários: No caso de se tratar de um abcesso de origem amibiana

Medicamentos para o enjoo: Estes medicamentos podem ser receitados para acalmar o estômago e para controlar vómitos. Os analgésicos podem originar distúrbios no estômago e dar-lhe vontade de vomitar. É devido a este facto que, muitas vezes, se receitam analgésicos e medicamentos para o enjoo em simultâneo.

Analgésicos: O médico poderá receitar-lhe medicamentos para eliminar ou diminuir as dores. Estes medicamentos podem ser de administração injectável ou oral. Informe o médico se a dor persistir ou voltar.

Imagem de abcesso hepático perihilar

Imagem de tomografia axial computorizada abdominal. Observa-se um volumoso abcesso hepático perihilar com cerca de 7 cm de diâmetro.

» Obtenha mais informações sobre Abscesso

Referências

http://www.fmt.am.gov.br/manual/abscesso.htm

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653)

Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653

A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).

Formação Acadêmica

- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.

Também pode encontrar a Drª Raquel no Linkedin, Facebook e Youtube

Marcação de consultas 85-99992-2120

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    Última atualização da página em 08/09/24