Adenoma tireotrófico: o que é, sintomas e como tratar

Adenomas tireotróficos são tumores glandulares benignos da glândula pituitária que produzem hormônios estimulantes da secreção tireoidiana (TSH). São tumores muito raros que compõem menos de 1% dos adenomas hipofisários e o seu diagnóstico deve ser estabelecido quando houver quadro clínico de hipertireoidismo. A RM ou TC e a análise hormonal da tireoide confirmam o diagnóstico clínico.

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O que são: Adenomas tireotróficos são tumores raros localizados na glândula pituitária. São massas de natureza benigna, não cancerosas, que geralmente têm uma evolução lenta, mas podem se tornar volumosas. Esses adenomas produzem hipertireoidismo como consequência da secreção anormal de TSH, um hormônio que estimula a secreção dos hormônios tireoidianos.

O adenoma se desenvolve, sem ainda se saber porquê, na glândula pituitária (uma pequena glândula localizada na base do cérebro), dentro de uma cavidade do osso pequeno (selar ou esfenoide), com um peso inferior a um grama e, geralmente, medido entre 7 e 8 milímetros de diâmetro.

A glândula pituitária controla muitas funções do corpo através das secreções hormonais, por envio de sinais para outras glândulas endócrinas, tais como a tiroide (que permite modificar a produção de hormonas da tiroide), ou alguns órgãos (mama, ovários, ossos …). O adenoma tireotrófico representa menos de 1% dos adenomas hipofisários e geralmente é na maioria dos casos um macroadenoma (1 centímetro ou mais) que pode secretar muitos hormônios ou precursores hormonais.

Adenoma Tireotrófico

A imagem mostra uma ressonância magnética de um macroadenoma hipofisário (linha laranja) que cresceu para cima, originando a compressão do quiasma óptico.

Sintomas e consequências para a saúde

O adenoma tireotrófico apresenta os mesmos sintomas que o restante das causas do hipertireoidismo (secreção excessiva dos hormônios tireoidianos):

  • taquicardia;
  • perda de peso;
  • hiperidrose e termofobia;
  • diarreia;
  • nervosismo;
  • fadiga
  • bócio de volume moderado na maioria dos casos.

A presença física deste macroadenoma hipofisário pode causar a compressão dos órgãos próximos e especialmente dos nervos ópticos circundantes, o que provoca dores de cabeça e redução do campo visual.

Fatores de risco

Os adenomas tireotróficos, não podem ser prevenidos e geralmente ocorrem isoladamente. Em casos raros, o adenoma hipofisário pode ser integrado em múltiplas neoplasias endócrinas tipo 1 (MEN1), uma doença genética.

Incidência

Os adenomas tireotróficos são tumores muito raros, constituindo menos de 1% dos tumores na hipófise. Estes últimos representam cerca de 10% de todos os tumores cerebrais. A sua incidência é de cerca de 0,2 casos por ano por milhão de habitantes.

Como identificar

Biologicamente, as concentrações plasmáticas de TSH e hormônios tireoidianos (T4 livre e T3 livre) são altas. Para entender melhor o que é o TSH consulte o artigo: Entenda o que significa TSH Alto e Baixo.

O diagnóstico do adenoma tireotrófico pode ser estabelecido pelos seguintes testes:

  • Teste de ressonância magnética da hipófise (RM): a ressonância magnética demonstra ser a melhor técnica para detectar microadenomas (com um limite de sensibilidade de cerca de 2 milímetros) e para macroadenomas;
  • Também pode ser usado um TAC.
  • O adenoma tireotrófico cresce lentamente, portanto o seu diagnóstico geralmente é tardio. O diagnóstico precoce na fase microadenoma permite melhorar os resultados do tratamento.

O diagnóstico é confirmado pelo exame da massa removida após a cirurgia.

Como tratar

Os tratamentos terapêuticos dependem do tipo e tamanho do adenoma:

Cirurgia: é a opção mais comum e envolve a remoção do adenoma hipofisário. A cirurgia é realizada por via nasal quando o adenoma é pequeno o suficiente. Adenomas de maior volume são removidos abrindo a cavidade craniana.

O procedimento permite que a secreção normal de TSH seja restaurada em 80% e 90% das pessoas com adenomas pequenos, e em 50% a 60% em pessoas com adenomas com diâmetro maior que 10 milímetros.

Devido à possibilidade de uma recorrência tardia e prolongada do tumor para outras estruturas, após a cirurgia, o paciente deve ser submetido a um acompanhamento a longo prazo.

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Radioterapia: é geralmente utilizada de forma complementar ao tratamento cirúrgico para que os resíduos do tumor desapareçam completamente. No entanto, a radioterapia é um tratamento lento e geralmente apresenta várias complicações hormonais.

Análogos de somatostatina: A somatostatina é um peptídeo secretado pelo hipotálamo e outras partes do corpo, especialmente no sistema digestivo (pâncreas), que inibe a secreção do hormônio do crescimento. Este peptídeo permite reduzir ou bloquear a hipersecreção de TSH em adenomas tireotrópicos.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Dr. Marcelo Amarante (Médico de família e comunidade - CRM-RS: 42408 - RQE Nº 29881)

Identificação profissional: CRM-RS: 42408

- Médico do trabalho - RQE Nº: 29800

- Médico do tráfego - RQE Nº: 29858

- Médico de família e comunidade - RQE Nº: 29881

Consultar > Currículo Lattes.

O Dr. Marcelo Henrique Oliveira Amarante é um Médico graduado pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS (FCMMG), uma instituição da FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO (FELUMA).

Especializando em Psiquiatria pelo Centro de Estudos Cyro Martins (CCYM), especialização acreditada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina do Trabalho, aplicada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Tráfego, aplicada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade, aplicada pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Possui especialização em Higiene Ocupacional pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS. Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Especialização Master of Business Administration (MBA) em Auditoria em Saúde. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica, Auditoria/Regulação em Saúde, Perícias Médicas, Higiene Ocupacional, Ergonomia, Medicina do Trabalho e Medicina de Tráfego.

Atuação Profissional:

- Médico da LATAM Airlines;

- Médico da GOL Linhas Aéreas Inteligentes;

- Médico da Proforte, uma empresa do Grupo Protege;

- Superintendente Regulador/Auditor do SUS.

Também pode encontrar o Dr. Marcelo no Linkedin.


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    Última atualização da página em 08/09/24