Dentre os tratamentos capilares mais em alta, o cuidado com os cabelos sempre teve um certo destaque. Diretamente influenciadas pelas tendências de momento, que também revalorizaram o cabelo afro, muitas pessoas passaram a dar preferência ao cabelo liso.
Como nem todo mundo possui este tipo de cabelo, a solução, invariavelmente, é solicitar um alisamento artificial, método que se tornou rotina em terras brasileiras.
A grande questão que coloca em pauta é a segurança dos compostos contidos nos produtos adotados pelos salões de beleza, em particular a adoção do formol.
Embora proibido no país, ainda existem versões da chamada escova progressiva – responsável por transformar cabelos cacheados em lisos – altamente concentradas em formol, agente ativo que acelera o alisamento, proporcionando um efeito intenso e mais duradouro.
Infelizmente, a busca pela beleza supostamente ideal pode proporcionar reações adversas fatais, conforme será exposto a seguir.
Os males do formol para a saúde
Diversos estudos científicos recentes apontam para o perigo de se usar o formol voltado para a obtenção de efeitos estéticos. A razão para que muitos usuários e profissionais do segmento estético continuem utilizando formol em doses acima da recomendada é a ineficácia do alisamento sem o formol.
Enquanto isso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) esclarece que, a quantidade máxima de formol permitida para os produtos destinados a tratamentos de beleza, 0,2%, tem a única função de atuar como conservante das propriedades dos respectivos produtos.
Isso significa que, dentre outras particularidades, esse nível de formol jamais atuará como elemento pró-alisamento. Mesmo que o cabeleireiro insista em afirmar que a quantidade usada é mínima, os dermatologistas contra-argumentam, afirmando que o alisamento conquistado é prova de que os fios foram tratados com taxas de formol acima do recomendado pela Anvisa.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o uso de formol por períodos prolongados pode culminar no desenvolvimento de câncer. De acordo com o órgão internacional, a substância está diretamente correlacionada ao surgimento de tumores específicos, como o da traqueia, nariz, laringe, boca, vias aéreas, e faringe.
Os dermatologistas explicam que o formol atua como um poderoso reagente químico. A intensidade da reação que ele provoca nas células assume o caráter mutagênico, alterando o DNA das células, razão pela qual o composto aparece constantemente vinculado ao desenvolvimento de vários tipos de câncer.
Os mesmos profissionais enfatizam que a probabilidade de câncer aumenta conforme o nível de contato do indivíduo com a substância. Logo, o número de vezes pelas quais o indivíduo é submetido à substância amplifica as chances de desequilíbrio celular e, consequentemente, do aparecimento dos tumores mencionados.
Além do câncer, o formol também pode ser a origem de algumas reações alérgicas, e provocar doenças dermatológicas, como a dermatite.
Portanto, qualquer modificação estranha no coro cabeludo deve ser seguida da busca por atendimento médico adequado. O indivíduo deve desconfiar de fórmulas caseiras “milagrosas” para tratar o problema, já que isso pode agravá-lo ainda mais.
Risco de câncer para quem aplica e para quem recebe
A pessoa que senta na cadeira de um salão de beleza para alisar o cabelo com formol sentirá o composto agir diretamente sobre o couro cabeludo e os fios. Porém, os efeitos nocivos da substância não se limitam a ele, uma vez que ambos, cabeleireiro e cliente, inalam o composto.
Segundo os dermatologistas, o profissional do salão chega a inalar doses bem acima do volume que é absorvido pelo próprio cliente. Lembrando que o cabeleireiro pode realizar duas, às vezes três escovas progressivas como essa em um único dia, o total de formol inalado será infinitamente superior ao aspirado pelos clientes, que passam uma única vez pelo processo de tempos em tempos.
Além do risco de câncer, a longo prazo os resultados dessa inalação contínua de formol podem desencadear crises de bronquite ou asma.
Correlação entre o volume de formol usado e os sintomas provocados
Para ilustrar e elucidar os efeitos visíveis gerados pelo formol, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) publicou algumas dosagens do elemento, correlacionando-as aos sintomas acarretados. Essas informações também servem de parâmetro para que o consumidor saiba qual é exatamente a dosagem que o profissional, de fato, utiliza para realizar uma escova progressiva.
Desse modo, o cheiro característico exalado pelo composto jé pode ser notado com a adoção de 0,8 ppm (partes por milhão) da substância. Ampliando a dosagem para 2 ppm, o formol já consegue provocar irritação nos olhos, garganta, e nariz, sendo que a intensidade desses sintomas pode variar de indivíduo para indivíduo.
Com concentrações entre 3 ppm e 5 ppm, o odor emitido pelo formol se torna intolerável para algumas pessoas, provocando lacrimação. Já entre 10 e 20 ppm o nível da lacrimação se eleva e o indivíduo passa a apresentar dificuldade de respiração.
Quando alcança volumes entre 25 e 50 ppm, o formol começa a ser perigoso à vida, podendo causar pneumonia e edema nos pulmões. Por fim, concentrações variantes entre 50 e 100 ppm do composto podem levar o indivíduo à morte.
Dermatologista - CRM: 46.608 / RQE: 32.368
O Dr. Daniel Seixas Dourado é Graduado em Medicina pela Universidade Severino Sombra – RJ – 2007. Para além disso possui:
- Especialização em Dermatologia: Hospital Eduardo de Meneses (FHEMIG) – 2009.
- Pós-Graduação Lato-Sensu em Medicina e Cirurgia Aplicada a Estética: CEMEPE – Belo Horizonte – 2010.
- Título de especialista em Dermatologia: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e pela associação médica brasileira – AMB.
- Especialização em cirurgia da restauração capilar: Facultè de médecine Pierre et Marie de Curie de Paris / France – 2014.
- É membro titular da sociedade brasileira de dermatologia – SBD.
- Membro titular da sociedade brasileira de cirurgia Dermatológica (SBCD).
- Membro da associação brasileira de cirurgia e restauração capilar- ABCRC.
Endereço: Rua Bernardo Guimarães, 2717, sala 903 - Santo Agostinho, Belo Horizonte – MG
Email: atendimento@drdanieldourado.com.br
Telefone: (31) 9 9446 2446
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