A ameixa é um fruto de caroço, redondo ou alongado e de cor amarela, verde, vermelha ou lilás. De um modo geral a ameixa é muito nutritiva e rica em vitaminas, sobretudo em vitamina C. Dependendo do seu teor em água, é mais ou menos sumarenta.
As ameixas secas ou desidratadas conservam-se mais tempo e são muito doces. À venda no mercado podem-se encontrar outros produtos elaborados com ameixa como marmeladas, sumos e licores. As ameixas podem-se consumir frescas, como sobremesa, ou podem-se utilizar para elaborar pasteis recheados, marmelada, gelatina, sumo, licores, etc.
Algumas espécies podem-se desidratar sem fermentar, obtendo-se as ameixas secas. A ameixa seca conserva-se durante mais tempo que a ameixa fresca.
É um alimento muito energético, pois fornece entre 36 e 52kcal/100g e cem gramas de ameixa possuem cerca de 5mg de vitamina C. A ameixa, tal como o pêssego, a pêra e a amêndoa, pertence à família das Rosáceas, mas ao género Prunus.
Este género inclui algumas árvores e arbustos que são apenas ornamentais. A estrutura de todos os frutos pertencentes ao género Prunus é similar aos frutos individuais das amoras ou framboesas. O fruto, ou drupa, possui um caroço no seu interior que é a parte mais dura do ovário, e a parte carnuda é a camada mais externa do ovário. A semente está dentro do caroço.
Os botânicos referem-se a tais frutos como ‘frutos de caroço’. Apenas a semente ou amêndoa da amendoeira doce se pode comer normalmente; nos outros frutos do género Prunus a amêndoa é muito amarga e por isso é rejeitada.
Existem diversas variedades de ameixa. Estas podem ser redondas ou alongadas, ter diferentes sabores e cores, como amarelo, verde, vermelho ou lilás e podem variar em tamanho e textura. O teor em água também pode variar, assim como as diferentes utilizações de cada uma das variedades.
A época de colheita vai desde meados de Junho até Agosto, embora a colheita possa ser mais temporã em determinados lugares e para algumas variedades mais precoces. As ameixas podem-se conservar em câmaras frigoríficas durante um tempo após pré-refrigeração, uma prática útil, mas pouco difundida.
Tipos e Variedades de ameixa
Distinguem-se dois tipos de variedades: as europeias que contêm menos água e mais sólidos solúveis, sendo aptas para secar, e as japonesas, mais sumarentas e para consumo em fresco. Crê-se que algumas variedades europeias derivam de Prunus domestica, uma ameixeira silvestre que cresce na zona do Mar Cáspio.
Outro antepassado silvestre das variedades europeias e sul-africanas pode ter sido P. saliciana, na China e no Japão. Além disso, os americanos utilizaram a ameixa silvestre P. subcordinata, originária da América, e cruzaram-na com variedades de ameixa europeia ou de origem asiática.
Segundo informação do Departamento de Cultivos Leñosos da Escuela Universitaria de Ingeniería Técnica Agrícola (EUITA), Valência, ( http://www.euita.upv.es ), em Espanha a ameixeira é cultivada sobretudo em Murcia, Comunidade Valenciana, Andaluzia, Aragão, Catalunha e La Rioja. As variedades que mais se exportam são a Rainha Cláudia, Santa Rosa e Golden Japan. Outras variedades cultivadas são a Red Beauty, Formosa e Burbank.
Dentro da ameixeira deve-se distinguir entre a ameixeira europeia e a japonesa:
Ameixeira europeia (Prunus domestica)
Pode ter os frutos de cor verde claro (‘Claudias’) ou arroxeados (‘Abrunhos’). A este tipo pertencem as ameixas para secar, já que o seu teor em sólidos solúveis é elevado e contêm pouca água, o que facilita a desidratação. As variedades mais utilizadas para a indústria são as do grupo de Ente, como a Agen de Ente GF 707.
Por exemplo, em Alicante e Castellón as variedades mais cultivadas são a Stanley, as Claudias, a Ana Spath, a President e a Giant. Normalmente este grupo adapta-se bem a regiões com o clima mais continental, devido à sua floração, às suas maiores exigências em horas-frio e maior rusticidade.
Ameixeira japonesa (Prunus salicina)
Tem épocas de maturação mais temporãs e, em geral, tem a epiderme avermelhada e negra, embora algumas possam ser de cor amarelo claro, como a ‘Golden Japan’.. O teor em água das ameixas é alto, pelo que são muito sumarentas. Por exemplo na Ribera Alta da Comunidade Valenciana (Espanha), cultivam-se as variedades Red Beauty, Methley, Golden Japan, Formosa, Santa Rosa e Burbank.
São cultivadas em zonas mais quentes porque florescem mais cedo, embora em algumas zonas frias se tenha enxertado sobre amendoeiras a variedade Red Beauty, importante pela sua cor rosa-escuro e por ser muito precoce. Os principais países produtores de ameixa são a China, os Estados Unidos, a Roménia e a Alemanha.
Nos Estados Unidos as variedades mais cultivadas , por ordem alfabética, são a Beauty (disponível de finais de Maio a princípios de Julho), Burbank, Gaviota (Junho a Agosto), Golden Japan (Janeiro a Maio e Junho a Agosto), June Blood (finais de Junho a princípios de Julho), Kelsey e Ontario (Julho a Setembro).
Na Roménia a variedade Switzen ou Quetsh, originária da Ásia e que também se cultiva na Alemanha, França e Holanda, está disponível em Setembro e Outubro.
Na Alemanha, as variedades de maior difusão são a Czar (Agosto), Ontario (Julho a Setembro), Opal (Agosto) e Switzen (Setembro a Outubro).
Algumas variedades de ameixas:
Sungold
É uma variedade japonesa cujo fruto é grande e aromático, cuja epiderme é vermelha quando amadurece. A polpa é de cor amarela-laranja e muito sumarenta. Variedade sul-africana que pode estar no mercado em Fevereiro e Abril.
Red Beauty
É uma variedade de ameixeira japonesa, com frutos de forma arredondada e de calibre médio-grande, tendo em conta que é uma variedade muito precoce. A cor da epiderme varia de vermelho a vermelho escuro dependendo do estado de maturação. A polpa é amarela, de textura dura e bom sabor. Aguenta a manipulação e o transporte. A árvore é muito vigorosa e é auto-estéril..
A época de maturação vai desde finais de Maio a inícios de Junho. Como excepção ao facto das ameixeiras japonesas serem cultivadas em zonas mais quentes, pode-se referir que na Ribera Alta (Comunidade Valenciana, Espanha), predominam variedades japonesas mais precoces, orientadas para exportação, como é a ‘Red Beauty’ que está a substituir progressivamente as variedades Methley, Golden Japan e Formosa.
Golden Japan
Fruto grande, amarelo claro, epiderme brilhante, grossa e resistente, polpa muito sumarenta e agradável que pertence ao grupo da ameixeira japonesa. Fruto resistente ao transporte. Árvore vigorosa e de grande fertilidade.
Cultiva-se nos Estados Unidos da América, França, Itália e África do Sul, estando disponível desde Janeiro a Maio e de Junho a Agosto. Em Espanha a colheita efectua-se a meio de Junho.
Black Amber
Variedade japonesa, fruto de cor negra, de grande tamanho, arredondado e um pouco achatado. Polpa de cor âmbar, firme, não aderente ao caroço e de bom sabor. Resistente à manipulação. Árvore vigorosa e de porte muito erecto, produtiva e auto-estéril. Procede dos Estados Unidos da América e a época de maturação em zonas quentes é durante a última semana de Junho.
Santa Rosa
Ameixeira japonesa cujo fruto é de grande tamanho, arredondado e em forma de coração. Epiderme de cor vermelho intenso. Polpa amarelo-âmbar e carmim claro, mole, muito sumarenta, doce e perfumada, com sabor que lembra o do morango. Árvore de porte erecto, de médio desenvolvimento e muito fértil. Parcialmente auto-fértil.
É de origem americana, mas cultiva-se principalmente em França, Itália, Espanha e África do Sul. Está disponível de Dezembro a Fevereiro (África do Sul) e de Junho a Novembro (em outros países produtores). Em Espanha a colheita efectua-se em meados de Julho.
Rainha Claudia Verde
Ameixeira europeia, com frutos de tamanho médio, arredondados, de cor verde, polpa fina e sumarenta e de aroma e sabor característicos. O caroço desprende-se facilmente da polpa. É parcialmente auto-fértil. Excelente para consumo em fresco, para compotas, conservas e marmeladas. Cultiva na Bélgica, França, Inglaterra e Espanha. Disponível em Agosto e Setembro. Nas zonas quentes de Espanha a colheita é em Julho-Agosto.
Rainha Claudia de Oullins
É uma ameixeira europeia. Variedade francesa. Árvore vigorosa e produtiva. Fruto grande, de cor verde claro e dourado. Polpa pálida, muito sumarenta e de sabor pouco açucarado. O caroço não se desprende da polpa com muita facilidade. É uma das variedades mais difundidas.
Variedade polinizadora: Rainha Claudia Verde. Maturação durante a segunda quinzena de Julho (em Zaragoza) e disponível no mercado até Agosto.
Angelino
É uma variedade japonesa com frutos de tamanho grande e vermelho escuros, sobretudo quando amadurecem. O seu sabor é doce e a polpa é amarela. Pouco produtiva mas de muito boa conservação do fruto. Maturação desde meados a finais de Setembro.
A Árvore da Ameixa
A ameixeira é uma fruteira caducifólia que pode alcançar até 10m de altura. As suas flores são brancas e com cinco pétalas. Quando estão em plena floração são de grande beleza. A ameixeira pertence à família das Rosáceas e em algumas espécies alcança entre 6 e 10 metros de altura, embora uma árvore de tamanho médio alcance uma altura máxima de 5-6m.
O tronco tem uma casca pardo-azulada, brilhante, lisa ou fendilhada longitudinalmente. Produz ramos alternos, pequenos, delgados, umas vezes lisos, glabros e outras pubescentes e pilosos.
O sistema radical consta de umas raízes longas, fortes, flexíveis, tortuosas, pouco ramificadas e pouco profundas, que emitem com frequência rebentos. É uma árvore caducifólia de folhas oblongas, serrilhadas, de cor verde, lisas na página superior e pubescentes na página inferior.
As flores aparecem em ramos curtos com um ano de idade. São brancas, solitárias, com pedúnculos mais curtos que os das flores de cerejeira, pubescentes, achatados e com pequenas escamas ásperas. Têm um tálamo na coroa, em cuja bordadura se inserem as sépalas, as pétalas e os estames, enquanto no fundo se insere o ovário.
As sépalas são 5 e alternam com as pétalas que também são 5, estão livres, estreitadas na base e apresentam a bordadura ondulada. Os estames são numerosos e apresentam anteras bilobuladas. O ovário é oval e encerra numa só cavidade os óvulos.
O fruto é uma drupa redonda ou oval, coberta por uma cera esbranquiçada (pruina), é de cor amarela, vermelha ou violácea, tem um pedúnculo médio, piloso, e tem um caroço oblongo, comprimido, um pouco áspero e que num dos lados apresenta uma só costura. Dentro do caroço encontram-se duas sementes ou mais frequentemente uma, porque a outra abortou. As sementes perdem a faculdade germinativa um mês após a colheita.
Origem e Produção
A ameixa europeia teve origem no Cáucaso e a japonesa na China. Em todo o mundo produzem-se cerca de sete milhões de toneladas e o principal país produtor é a China. Em Espanha produzem-se 150.000t. A ameixeira europeia comum é, provavelmente, originária da região à volta do Cáucaso e do Mar Cáspio, difundindo-se depois para a Europa e Ásia.
A ameixeira japonesa teve origem na China, embora tenha sido difundida a partir do Japão. De acordo com os primeiros escritos em que se menciona a ameixa, a espécie tem uma antiguidade de pelo menos 2000 anos. O principal país produtor é a China, seguida dos Estados Unidos da América, Roménia, a antiga Jugoslávia, a Alemanha e todos os países com clima temperado e subtropical.
A produção mundial é a seguinte:
Continente | Milhares de toneladas | % |
África | 191 | 3 |
Ásia | 3.618 | 49 |
Europa | 2.456 | 34 |
América do Norte | 745 | 10 |
Oceânia | 29 | – |
América do Sul | 304 | 4 |
Total | 7.343 | 100 |
Fonte: Fresh Produz Desk Book
Os principais países produtores em cada continente são:
País | Milhares de toneladas |
China | 2.717 |
EUA | 850 |
Jugoslávia | 480 |
Alemanha | 416 |
França | 210F(*) |
Espanha | 150 |
Chile | 150 |
Marrocos | 41 |
Portugal | 18F |
Inglaterra | 16F |
Fonte: FAO Production Yearbook / (*) F: Valor estimado pela FAO.
Em todo o mundo produzem-se mais de 7.000.000 toneladas de ameixas e a Espanha é um dos maiores produtores na União Europeia. No quadro em baixo indica-se a superfície e a produção em várias regiões de Espanha:
Área | Hectares | Toneladas |
Região de Múrcia | 3.798 | 49.891 |
Comunidade Valenciana | 8.178 | 36.241 |
Andaluzia | 2.023 | 20.057 |
Aragão | 1.552 | 7.783 |
Catalunha | 826 | 7.327 |
Castilla-La Mancha | 1.622 | 6.800 |
Extremadura | 772 | 4.732 |
La Rioja | 805 | 3.907 |
Total | 19.576 | 136.738 |
Fonte: La Horticultura Espanhola
Em Espanha, as importações relevantes de ameixa provêm da África do Sul e do Chile. Nos últimos anos, as exportações aumentaram, oscilando entre os 45 e os 70 milhões de quilos, o que supõe aproximadamente 30% da produção espanhola.
Os principais países de destino são o Reino Unido e a Alemanha, seguidos da Itália, França e Países Baixos. Outros países importadores de ameixa espanhola são a Bélgica, Portugal e o Brasil.
A União Europeia exporta cerca de 100.000 toneladas e os principais países exportadores são a Espanha (43%), a Itália (25%), a França (16%) e os Países Baixos (9%). A quantidade importada pela União Europeia é de 135.000 toneladas e os principais países importadores são a Alemanha (33%), o Reino Unido (22%), os Países Baixos (14%), a França (10%), a Bélgica (10%) e a Itália (5%). (Ctif. Le Mémeto des Fruits et Légumes).
Disponibilidade nos Mercados
Nos mercados podem-se encontrar ameixas praticamente todo o ano, graças ao grande número de variedades existentes e à sua proveniência de diferentes países produtores. É um fruto de Verão e em Espanha podem-se comprar ameixas frescas desde Maio até Setembro.
As ameixas estão disponíveis nos mercados praticamente durante todo o ano, alterando-se as variedades e a origem. Se tomarmos como exemplo o Reino Unido, um dos mercados mais selectos, podemos ver quais são os países e que variedades abastecem o mercado. Para cada país indica-se o peso das embalagens de transporte.
Origem e variedade | Disponibilidade nos mercados do Reino Unido | Peso das embalagens |
Argentina | ||
Beauty | Finais de Novembro-meados de Dezembro | 10 kg |
D’Agen | Finais de Janeiro-Fevereiro | 10Kg |
Linda Rosa | Finais de Dezembro-meados de Janeiro | 10Kg |
Santa Rosa | Meio de Dezembro-finais de Dezembro | 10Kg |
Austrália | ||
Amber Jewel | Fevereiro | 10 kg |
Bélgica | ||
Monach | Agosto-Outubro | 6 kg |
Stanley | Agosto-Outubro | 6Kg |
Sultan | Agosto-Outubro | 6Kg |
Canadá | ||
Blueberry | Finais de Julho-Outubro | 11.3 kg |
Burbank | Finais de Julho-Outubro | 10/14 – 1,5Kg |
Dansan | Finais de Julho-Outubro | 10/14 – 1,5Kg |
Golden Shiro | Finais de Julho-Outubro | 10/14 – 1,5Kg |
Stanley | Finais de Julho-Outubro | 10/14 – 1,5Kg |
Vamer | Finais de Julho-Outubro | 10/14 – 1,5Kg |
Fonte: Fresh Produz Desk Book
No mercado espanhol podem-se encontrar ameixas durante os seguintes meses:
Área | Meses |
Região de Murcia | Maio, Junho, Julho e Agosto |
Comunidade Valenciana | Maio, Junho, Julho e Agosto |
Andaluzia | Maio, Junho, Julho e Agosto |
Aragão | Junho, Julho, Agosto e Setembro |
Catalunha | Junho, Julho, Agosto e Setembro |
Castilla-La Mancha | Junho, Julho, Agosto e Setembro |
Extremadura | Junho, Julho e Agosto |
La Rioja | Junho, Julho, Agosto e Setembro |
Embalamento
As ameixas comercializam-se a granel, pesadas ou embaladas em tabuleiros e em cestas de plástico dentro de um saco de rede.
A embalagem mais comum para as ameixas é a caixa de cartão ondulado. São preferíveis as embalagens abertas, com uma cobertura folgada, que permitem tirar com maior facilidade o seu conteúdo.
São também usuais as abas que entrelaçadas e inseridas formam uma tampa, que se arranca ao expor a fruta. A utilização de separadores alveolados é muito habitual. Também se podem ver as ameixas no mercado numa cesta de plástico dentro de um saco de rede.
Regulamentos de Qualidade
A norma de qualidade para a comercialização de ameixa na União Europeia, classifica as ameixas em três categorias, dependendo se são ou não de qualidade superior. Para cada uma das categorias são admitidas tolerâncias de qualidade e de calibragem.
A norma de qualidade para a comercialização de ameixas na União Europeia indica que estas devem estar inteiras, sãs, limpas, praticamente isentas de pragas, sem um grau anormal de humidade exterior e sem cheiros e sabores estranhos. Além disso, devem ter sido colhidas com cuidado, devendo apresentar um estado de maturação e desenvolvimento que permita a sua conservação, o seu transporte e manipulação, e a sua chegada em condições satisfatórias ao local de destino.
Na classificação, definem-se 3 categorias:
1- Categoria Extra – devem ser ameixas de qualidade superior. Não podem apresentar defeitos, salvo alterações superficiais muito leves que não afectem o aspecto geral do produto nem a sua qualidade, conservação e apresentação na embalagem.
2- Categoria I – devem ser frutos de boa qualidade. Podem apresentar pequenos defeitos como uma ligeira malformação, ligeiro defeito de desenvolvimento ou de coloração, defeitos na epiderme de forma alongada desde que o comprimento não ultrapasse 1/3 do diâmetro máximo do fruto, e outros defeitos da epiderme cuja superfície total não seja superior a 1/16 da superfície do fruto.
3- Categoria II – Incluem-se nesta categoria as ameixas que não podem ser classificadas nas categorias anteriores. São permitidas algumas malformações, defeitos de desenvolvimento e de coloração, além de outros defeitos da epiderme, desde que não ultrapassem ¼ da superfície do fruto.
A norma define os calibres mínimos. O calibre das ameixas é determinado pelo diâmetro máximo da secção equatorial, ou seja pelo diâmetro da ameixa cortada pela metade. No caso da categoria Extra, a diferença de diâmetro entre o maior e o menor fruto, de uma mesma embalagem, não poderá exceder os 10 milímetros.
Existem tolerâncias de qualidade que admitem, dentro de uns certos limites e para cada embalagem, a presença de produtos que não cumprem os requisitos de qualidade e calibre da categoria indicada. Para a Categoria Extra, a tolerância é de 5% em número ou em peso de ameixas que não correspondem às características da categoria e para a Categoria I é de 10% e, dentro desta tolerância, o total de frutos esmagados e/ou bichados não poderá exceder os 2%.
Para a Categoria II, aceita-se que 10% das ameixas possam não corresponder às características da categoria nem às características mínimas (excepto se apresentarem podridão, contusões profundas ou outras alterações que as tornem impróprias para o consumo). Dentro desta tolerância, o total de frutos esmagados e/ou bichados não pode ultrapassar 4%.
Em relação ao calibre, a tolerância para todas as categorias é de 10% em número ou em peso de ameixas que não cumpram, por uma diferença máxima de 3 milímetros a mais ou a menos, o calibre mínimo requerido ou o calibre indicado na embalagem.
Nas disposições relativas à apresentação da fruta, faz-se referência à homogeneidade (exige-se a mesma origem, variedade, qualidade e calibre e para a Categoria Extra a mesma coloração), acondicionamento (embalagem protectora, materiais novos, limpos e que não causem alterações ao produto) e apresentação (embalagens pequenas, uma ou várias camadas ou em embalagens a granel, excepto para a categoria Extra).
Em cada embalagem deve vir indicado o nome do embalador e/ou expedidor, a natureza do produto (‘ameixas’, se o conteúdo não for visível do exterior e a variedade), a origem (país ou zona de produção), assim como as características comerciais (categoria e calibre). A norma inclui ainda uma lista não limitativa de variedades de frutos grandes.
Para obter mais informação sobre as disposições regulamentares para a ameixa, é conveniente consultar a fonte original. As normas de qualidade para as ameixas encontram-se no Regulamento (CE) n.º 1168/99 da Comissão de 3 de Junho de 1999, pelo qual se estabeleceram as normas de comercialização das ameixas (DOCE L/141/99, de 4 de Junho).
O Regulamento (CE) n.º 848/2000 da Comissão, de 27 de Abril de 2000, modifica o regulamento resumido anteriormente. A Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa estabelece uma lista não limitativa de variedades de frutos grandes que distingue as variedades de Prunus domestica, e que modifica a lista incluída no anexo do Regulamento (CE) n.º 1168/1999. Estes textos podem-se consultar na Internet, em (http://europa.eu.int/eur-lex/es/lif/dat/1999/es_399R1168.html).
Critérios de Qualidade
Gestão Atmosférica Pós Colheita
As ameixas devem ser arrefecidas rapidamente após a colheita, conservadas a baixas temperaturas e, para se conseguir a maturação completa, ser expostas a temperaturas até 18ºC. É necessário controlar também os níveis de humidade relativa, oxigénio e anidrido carbónico na atmosfera.
A ameixa é um fruto climatérico, pelo que continua o processo de maturação após a colheita. No entanto, tem de se eleger bem as datas de colheita para que o fruto possa alcançar um teor em açúcares desejável, pois quanto maior o teor em açúcar, melhor será a conservação do fruto.
Em cultivares de maturação lenta as aplicações de etileno (100 ppm por 1-3 dias a 20ºC) são necessárias para uma maturação uniforme. Dentro deste tipo de cultivares, está a Angelo, a Black Beaut, a Casselman, a Late Santa Rosa, a Kelsey, a Nubiana, a Queen Ann, a Red Rosa e a Roysum.
As ameixas podem ser conservadas por curtos períodos no frigorífico, dependendo o tempo de conservação da utilização do produto (mercado interno, exportação ou transformação industrial), da tendência a amadurecer regularmente após a saída das câmaras frigoríficas, da resistência do fruto à decomposição interna, da duração do período de maturação após a colheita e, por último, das condições edafoclimáticas.
Pode-se utilizar a técnica da pré-refrigeração, colocando rapidamente as ameixas em condições térmicas de conservação, utilizando água (hidro-refrigeração) ou ar forçado para manter a qualidade do fruto.
O período de conservação em frio é, geralmente, de 15-30 dias, e posteriormente os frutos são expostos a temperatura elevada constante (18ºC) até se conseguir uma maturação plena e uma parcial recuperação das qualidades organolépticas.
É necessário manter a humidade relativa elevada durante a conservação da fruta, para evitar a sua desidratação. As ameixas para secar são submetidas a um fluxo constante de calor (85ºC), com ar forçado, até reduzir a humidade para 22% e antes da sua comercialização são re-hidratadas até possuírem 35% de humidade.
As ameixas adaptam-se melhor aos sistemas de conservação em Atmosfera Normal (AN), embora existam excepções; assim, as variedades Nuviana e El Dorado adaptam-se bem às Atmosferas Controladas (AC), com níveis de 11% de O2, 7% de CO2 e temperatura de 0-1ºC, podendo permanecer nestas condições aproximadamente 80 dias.
Os efeitos positivos das atmosferas controladas, durante o armazenamento e embalagem, consistem na manutenção da firmeza e da cor de fundo dos frutos, ou seja, as AC mantêm a qualidade dos frutos, reduzem as alterações pós-colheita e as perdas de sólidos solúveis (os frutos com altos teores em sólidos solúveis são os preferidos pelo consumidor).
A vida útil varia entre cultivares e é afectada significativamente pela temperatura. Consegue-se a vida útil máxima quando a fruta é armazenada a aproximadamente 0ºC e esta pode variar entre 1 e 8 semanas.
Na direcção da Internet da secção de pós-colheita da Universidade de Davis, http://postharvest.ucdavis.edu/Produce/ProduceFacts/Espanol/Ciruela.html encontram-se os índices de colheita e qualidade, a maturação máxima, a temperatura e a humidade relativa óptimas, a taxa de respiração, de produção de etileno e os seus efeitos, assim como os efeitos das AC e do genótipo e práticas culturais na vida pós-colheita. Também podemos encontrar as fisiopatias e as doenças que podem afectar as ameixas e qual o método de as combater.
Problemas Pós Colheita
As alterações fisiológicas e doenças que mais afectam a ameixa após a colheita são a degradação interna ou alteração devida às baixas temperaturas, podridão parda, podridão cinzenta, podridão por Rhizopus e bolor verde-azul.
As ameixas podem apresentar diferentes alterações fisiológicas (amolecimento e decomposição da polpa, gelificação, escurecimento ou enegrecimento, etc.), dependendo das técnicas de cultivo, da variedade, da época de colheita e do regime térmico de conservação, e/ou doenças (podridões provocadas por microorganismos patogénicos).
1- Degradação interna ou alteração devida às baixas temperaturas: este problema fisiológico afecta a polpa e caracteriza-se pelo aspecto vítreo da mesma, acastanhamento interno, textura farinhenta, aparecimento de tons vermelhos, incapacidade de maturação e perda de sabor.
Estes sintomas desenvolvem-se durante a maturação das ameixas frescas ou para secar, depois de um período de armazenamento a baixas temperaturas. Por isso é o consumidor quem normalmente encontra estes sintomas. Os frutos armazenados a temperaturas entre 2°C a 6°C são mais susceptíveis a este problema.
2- Podridão parda: causada por Monilia fructicola, é a doença de pós-colheita mais importante. A infecção dá-se durante a floração e a podridão do fruto pode ocorre antes da colheita, mas muitas vezes só se produz após a colheita. Manifesta-se através de manchas circulares de cor parda.
Entre as estratégias de controlo está a limpeza do pomar para minimizar as fontes de infecção, a aplicação de fungicida antes da colheita e o arrefecimento imediato dos frutos após a colheita. Também se pode aplicar fungicida depois da colheita.
3- Podridão cinzenta: causado pelo fungo Botrytis cinerea. Produz a podridão do fruto e depois desenvolve-se um bolor cinzento-prateado em forma de círculo sobre zonas murchas.
Esta doença pode ocorrer durante o armazenamento se os frutos foram contaminados na colheita ou se foram feridos durante a manipulação. As medidas efectivas de controlo consistem em evitar danos mecânicos e num bom controlo de temperaturas.
4- Podridão por Rhizopus: causada pelo fungo Rhizopus stolonifer, pode ocorrer em frutos maduros ou quase maduros mantidos a 20-25°C. Manifesta-se por meio de manchas circulares de cor castanha cobertas de micélio. Para combater este fungo, devem-se arrefecer os frutos e mantê-los abaixo de 5°C.
5- Bolor verde-azul: causado por Penicilium sp. Os frutos contaminados apresentam, no início, zonas circulares, deprimidas e moles; posteriormente desenvolve-se um bolor esbranquiçado que evolui para verde-azulado.
Com ambiente seco, os conídios dispersam-se com facilidade e podem contaminar os frutos no campo, armazéns e até nas câmaras frigoríficas. As vias de contaminação são as feridas e as lenticelas. Como métodos de defesa deve-se evitar danos nos frutos, eliminar os infectados e refrigerar os frutos imediatamente após a colheita.
Propriedades e Benefícios da Ameixa Para nossa Saúde
A ameixa é uma boa fonte de vitamina C, carotenóides provitamina A, fibra e flavonóides. Uma porção de 130g de ameixas fornece 20% da dose diária recomendada de vitamina C. As propriedades antioxidantes da vitamina C ajudam a proteger contra vários tipos de cancro ao mesmo tempo que intensificam as funções imunológicas.
A vitamina A é benéfica para os olhos, músculos, crescimento, desenvolvimento dos ossos, dentes, manutenção dos tecidos corporais, reprodução e desenvolvimento das funções hormonais e das co-enzimas. Os flavonóides são compostos cuja actividade antioxidante ajuda a proteger contra as doenças do coração e o cancro.
As ameixas também são ricas em vitamina E que protege contra o dano oxidativo e que actua ao mesmo tempo que outros nutrientes essenciais, como os ácidos gordos e a vitamina A. As ameixas secas possuem uma percentagem de fibra mais alta do que as ameixas frescas. A fibra ajuda a proteger contra uma série de transtornos do tubo digestivo (laxante suave e eficaz), incluindo o cancro do intestino.
As ameixas fornecem ainda alguns minerais como o potássio, o fósforo, o magnésio, o cálcio e o ferro, também importantes para a saúde.
Tradições Populares
Símbolo de fecundidade em várias culturas, a ameixa é um fruto muito saudável e com interessantes propriedades medicinais. A ameixa tem-se utilizado desde a Antiguidade para desintoxicar o organismo e combater a obstipação. As ameixas secas são um dos laxantes naturais mais conhecidos e eficazes, devido à quantidade de fibra insolúvel que fornecem, e o seu teor em fibra solúvel torna-as adequadas para regular os níveis de colesterol no sangue.
As ameixas são recomendáveis em caso de stresse, reumatismo, problemas hepáticos, hemorróidas e anemia. As crianças podem consumi-las como guloseima, pois favorecem o crescimento e o rendimento intelectual, embora não se recomende a crianças com menos de três anos porque podem ser irritantes para o intestino.
A ameixa é um alimento muito energético (36-52,20kcal/100g) e por isso boa para os desportistas. No entanto, as ameixas secas não são aconselháveis para os diabéticos e para dietas de emagrecimento dado o seu alto teor em açúcar. As ameixas são uma boa fonte de potássio, cálcio, ferro e magnésio. Entre as vitaminas destaca-se o teor em vitamina A, B1, B2, B3, e B6, possuindo vitaminas C e B5 em menor quantidade.
Ditados Populares
– “Quem se queixa, larga a ameixa”
Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653
A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).
Formação Acadêmica
- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.
Também pode encontrar a Drª Raquel no Linkedin, Facebook e Youtube
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