O azeite de oliva apresenta uma enorme diversidade de benefícios para o cérebro, bem como para a saúde geral do nosso corpo.
É importante, no entanto, aprender a escolher azeite de oliva de boa qualidade, bem como a evitar imitações baratas.
Só assim conseguirá usufruir de todas as propriedades benéficas presentes neste magnífico produto.
O azeite de oliva é considerado um dos produtos alimentares mais saudáveis do mundo.
Isto é evidenciado pela saúde invejável e longevidade das populações do mediterrâneo, região da qual o azeite é originário. (1) (2)
Entre a sua vasta lista de benefícios, vale a pena destacar a sua capacidade de aumentar a densidade óssea, prevenir problemas cardíacos e reduzir consideravelmente o risco de diabetes. (3, 4, 5, 6)
O nosso cérebro também poderá beneficiar ativamente do consumo regular de azeite de oliva (azeitona).
Vejamos de que forma este produto poderá contribuir para a manutenção de uma mente verdadeiramente sã:
1. O azeite de oliva é rico em antioxidantes protetores
O cérebro requer grandes quantidades de oxigénio para funcionar eficientemente, usando até 20% do total de oxigénio disponível no corpo.
Isto torna-o particularmente susceptível à oxidação causada pelos radicais livres.
Sendo que o azeite de azeitona é rico em antioxidantes naturais conhecidos por polifenóis e contém também mais de 30 compostos fenólicos dotados de elevado potencial antioxidante, apresenta a capacidade de auxiliar o cérebro na prevenção dos efeitos nocivos causados por radicais livres. (7, 8, 9)
2. O azeite de oliva é rico em vitaminas essenciais para o bom funcionamento do cérebro
O azeite constitui uma excelente fonte de vitamina E e vitamina K. (10)
A vitamina E ajuda a prevenir o declínio mental associado ao envelhecimento. (11)
Esta vitamina revela-se particularmente eficaz na presença de vitamina C, podendo ajudar na manutenção de uma boa memória e na redução das probabilidades de desenvolvimento de doença de Alzheimer e demência. (12)
Adicionalmente, a vitamina E revela-se também eficaz na redução dos danos causados por um AVC.
Sendo um antioxidante muito eficiente, esta vitamina também consegue eficazmente combater os radiais livres, prevenindo assim muitos dos problemas de saúde a eles associados.
A vitamina K, por seu lado, é eficaz na manutenção da boa capacidade de processamento do cérebro ao longo dos anos.
Poderá, também, ajudá-lo a preservar a sua memória, que tende a ser afectada à medida que os anos passam.
Tal como a vitamina E, a vitamina K ajuda a reduzir significativamente as probabilidades de vir a sofrer de Alzheimer. (13, 14) (15, 16) (17) (18)
3. O azeite de oliva reduz o risco de depressão
Foram realizados estudos em que os participantes viram o óleo vegetal removido das suas dietas e substituído pelo azeite.
Isto resultou numa redução de 50% do risco de desenvolvimento de problemas de depressão. (19)
O estudo concluiu também que, quanto maior for o consumo de gorduras trans, maior será também o risco de depressão.
4- O azeite aumenta os níveis de substâncias químicas benéficas para o cérebro
O óleo de oliva ajuda a fomentar os níveis de dois importantes químicos cerebrais: fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) e fator de crescimento nervoso (NGF). (20, 21)
O BDNF constitui uma proteína que estimula a formação de novas células cerebrais. (22)
Esta proteína pode, também combater os efeitos negativos do estresse no cérebro, bem como combater problemas de depressão, directamente associada a baixos níveis de BDNF. (23)
O fator de crescimento nervoso, por seu lado, fomenta o crescimento, o reparo e a sinalização das células nervosas sensoriais, que são responsáveis pela transmissão de informações como a visão e o som. (24)
As gorduras monoinsaturadas presentes no azeite aumentam os níveis do neurotransmissor acetilcolina, uma substância química essencial para uma boa memória e capacidade de aprendizagem.
5. O azeite de oliva protege o cérebro contra doenças degenerativas
Um consumo elevado de gorduras monoinsaturadas exerce um efeito bastante positivo na memória e no desempenho de diversas outras funções cognitivas em idosos. (25)
Uma dieta rica no consumo de azeite também pode reduzir até 40% as probabilidades de desenvolvimento de doença de Alzheimer. (26) (27)
Se ao consumir azeite de oliva já notou uma ligeira sensação de irritação na garganta, fique a saber que essa sensação é causada por um anti-inflamatório conhecido por oleocantal. (28)
Este agente ajuda a eliminar as proteínas beta-amilóides associadas à doença de Alzheimer. (29) (30)
Encontrar o melhor azeite
Proveniente do fruto da oliveira (azeitona em Portugal ou oliva no Brasil), o azeite tem sido um elemento extremamente importante da cozinha mediterrânea durante os últimos 5.000 anos.
Homer, o famoso poeta Grego, chamava-o de “ouro liquido“. (31)
Na Grécia Antiga, o azeite era tão valorizado que cortar uma Oliveira era um crime punido com pena de morte.
Hoje em dia, as Oliveiras são cultivadas em milhares de regiões por todo o mundo, sendo particularmente comuns em países de clima favorável à produção das mesmas, como é o caso da Austrália, China, América do Sul e Estados Unidos.
No entanto, 98% de todas as Oliveiras continuam a ser cultivadas na região do mediterrâneo. (32)
Da árvore para a garrafa: Como o azeite de oliva é produzido?
Tradicionalmente, as azeitonas eram esmagadas e convertidas numa pasta. A partir dessa pasta extraía-se o óleo.
Após milhares de anos, os métodos continuam semelhantes.
Hoje em dia a extracção é realizada através de uma centrifugadora, mas em vez de utensílios de pedra, utiliza-se aço inoxidável.
Existem quatro níveis de azeite virgem:
O grau mais baixo não é próprio para consumo humano, sendo utilizado para outras finalidades, entre elas a produção de sabão.
O azeite de oliva de topo é conhecido como azeite extra virgem.
Este tipo de azeite é prensado a frio, de modo a que as temperaturas não excedam os 30 graus celsius durante o processo de produção. (33)
Este azeite caracteriza-se também por um nível menos acentuado de acidez, bem como por um sabor mais agradável.
Para retirar do azeite o maior número possível de benefícios, o ideal é optar pelo azeite extra virgem.
O Azeite Extra Virgem Pode Não Ser Genuíno
O jornalista investigativo Tom Mueller expôs a indústria do azeite falso no seu livro “Extra Virgin: The Sublime and Scandalous World of Olive Oil”.
Por toda a europa, a indústria do azeite falso move milhões.
Numa única operação em Itália, as autoridades desmantelaram um Gang criminoso na posse de mais de 8 milhões de euros em azeite falso.
Estes fabricantes ilícitos “espetam” uma bandeira italiana e o nome de um produtor imaginário numa etiqueta e vendem o seu produto a mercados considerados como menos sofisticados, como é o caso da China, Austrália e Estados Unidos.
O azeite de oliva falso pode ser produzido através de uma mistura de azeite diluído com óleos de baixa qualidade.
No entanto, muitas vezes “não existe” sequer o mínimo vestígio de azeite nestas falsificações.
Outro processo muito comum é a utilização de óleos baratos e pouco saudáveis de soja ou canoa, coloridos com clorofila industrial e aromatizados com aromas artificiais, de modo a simular o sabor e aparência do azeite.
Na Universidade da California Davis Olive Center, estudos reportaram que 69% do azeite extra virgem importado e 10% do azeite californiano não eram genuínos.
Noutro estudo, foram analisados os azeites extra virgem importados mais vendidos nos Estados Unidos: Bertolli, Colavita, Filippo Berio, Pompeian e Star.
73% dos exemplares analisados falharam os padrões de qualidade impostos pelo Conselho Oleícola Internacional.
Algumas das razões que levaram os exemplares analisados a falhar os testes:
– Oxidação por exposição a temperaturas elevadas, luz e/ou envelhecimento
– Adulteração com azeite refinado mais barato
– Azeite de baixa qualidade produzido a partir de azeitonas danificadas, falhas de processamento e/ou armazenamento inadequado do azeite
Em 2014, os distribuidores Filippo Berio e Bertoli foram processados por fraude.
Estas empresas representam uma percentagem bastante significativa do total de azeite importado de Itália para os Estados Unidos.
Recentemente, o programa televisivo “60 Minutes” revelou que a máfia italiana lucra mais de 16 biliões de euros anualmente com a venda de produtos alimentares falsos, incluindo azeite de oliva. (34)
Fontes fiáveis de azeite
Provavelmente estará a questionar-se sobre em quem poderá confiar no meio disto tudo.
Para ajudá-lo a fazer uma escolha acertada, de seguida listaremos algumas das opções verdadeiramente genuínas.
Para além do extra virgem: Ultra Premium
Existe uma categoria de azeite acima do extra virgem, conhecida por Ultra Premium. Este é atualmente considerado o azeite de mais alta qualidade no mundo.
Poderá encontrar uma lista de produtores qualificados de azeite Ultra Premium, juntamente com as rigorosas qualificações de produção requeridas para que o azeite seja classificado como Ultra Premium em UPOliveOil.com.
Azeites premiados em 2016
Todas as primaveras, os melhores azeites do mundo competem na New York International Olive Oil Competition.
Aqui fica uma lista dos produtores que venceram medalhas de ouro ou de prata em 2016:
- Apollo Olive Oil
- Berkeley Olive Grove 1913
- Chacewater Olive Mill
- Dry Creek Olive Company
- Enzo Olive Oil Company
- Frantoio Grove
- Global Gardens
- Grumpy Goats Farm
- Hillstone Olive Oil
- Il Fiorello Olive Oil Company
- Jovia Groves Olive Oil
- Laconia-Crete Olive Oil Company
- Lucero Olive Oil
- McEvoy Ranch
- Moonshadow Grove
- Napa Valley Extra Virgin
- Ojai Olive Oil
- Oregon Olive Mill
- Organic Roots
- Pacific Sun
- Pasolivo
- Rosenthal Olive Ranch
- Saltonstall Estate
- Sanders & Co
- Sanger Olive Oil Company
- Silverwood Ranch
- Solana Farms
- Spanish Oaks Ranch
- Split Rock Springs Ranch
- The Olive Press
- Winter Creek Olive Oil
Quem estiver interessado em consultar as listas de vencedores fora dos Estados Unidos poderá consultar o seguinte site: BestOliveOils.com
Compre localmente
Se tiver a sorte de viver numa região propícia ao cultivo de Oliveiras, então o ideal será aproveitar e comprar o azeite local, uma vez que esta é a melhor forma de garantir um azeite fresco e de elevada qualidade.
Mais dicas para comprar o azeite mais saudável
– Compre sempre o azeite virgem mais fresco que conseguir encontrar
– A luz pode causar oxidação, por isso é importante escolher um azeite que venha em garrafas de vidro escuras
– Rótulos que digam “leve”, “extra leve” ou “puro” constituem um indicador de que o azeite não é extra virgem genuíno. Neste caso “leve” refere-se ao sabor do azeite.
– Quanto mais velho for o azeite, menos polifenóis conterá devido à oxidação (35)
– Hoje em dia algumas garrafas apresentam prazo de validade para que tenha uma ideia mais clara de até quando deverá consumi-lo
– Algumas variedades de azeitonas contêm naturalmente mais polifenóis do que outras (36)
Dicas de armazenamento
Uma garrafa fechada mantida num local fresco e escuro deverá manter-se em boa condição entre 1 a 2 anos.
Após a abertura de uma garrafa mantenha-a longe do calor e da luz e utilize-a o mais rapidamente possível.
Não confie no “teste do frigorífico”
O teste do frigorífico consiste em testar a legitimidade do mesmo colocando-o no frigorífico para confirmar se o mesmo endurece ou não.
Segundo a teoria, se endurecer, então é porque é genuíno.
No entanto, a Universidade da Califórnia Davis Olive Center testou azeite extra virgem, óleo de canoa, óleo de cártamo e diversas misturas de azeite com outros óleos, e nenhum dos produtos endureceu, após 60 horas no frigorífico, independentemente de ser de alta ou baixa qualidade.
Saiba porque é seguro cozinhar com azeite
É provável que já tenha ouvido que não é seguro cozinhar com azeite, uma vez que pode tornar-se instável quando aquecido.
No entanto, estudos demonstram que isto não é totalmente verdade.
Algumas das razões pelas quais cozinhar com azeite é seguro:
– O azeite contém maioritariamente gorduras monoinsaturadas, que se revelam bastante estáveis quando expostas ao calor, fazendo assim com que o azeite represente uma melhor alternativa para cozinhar do que outros óleos vegetais, como é o caso dos óleos de girassol e de soja. (37)
– O azeite contém vitamina E e polifenóis, antioxidantes que previnem a oxidação. (38)
– Cozinhar o azeite, mesmo por longos períodos de tempo, não degrada o seu valor nutricional.
Estudos comprovaram que após 36 horas de exposição ao calor intenso o azeite preservou todas as suas propriedades. (39)
– A temperatura através da qual o azeite poderá experienciar degradação é acima de 210 graus celsius, o que representa um valor acima da temperatura média de fritura dos alimentos. (40)
Conclusão
O azeite constitui um dos alimentos mais saudáveis à face da terra, podendo nutrir o cérebro e protegê-lo contra diversos tipos de doenças degenerativas.
A sua elevada concentração de antioxidantes tornam-no num excelente aliado à manutenção de uma boa saúde geral.
Para usufruir dos melhores benefícios do azeite, aposte no azeite extra virgem e compre localmente, ou a distribuidores de renome e qualidade comprovada.
» Conheça 7 Alternativas Para Substituir o Azeite
Nutricionista Clínica e Estética - CRN-3 nº 37006
A Drª Caroline Vallinhos é graduada em ciências da nutrição pela Universidade de Guarulhos/SP. Possui 7 anos de experiência em Nutrição clínica e estética. Forte atuação em coaching de emagrecimento e qualidade de vida para pessoas em busca de melhoria alimentar e enfermos com necessidade de melhoria de quadro clínico.
Vasta experiência com consultoria para empresas do ramo alimentício, tais como grandes indústrias de alimentos, cozinhas experimentais e mercado de food service.
Com registro no Conselho Regional de Nutricionistas CRN-3 (Brasil) nº 37006
Também pode encontrar a Drª Caroline Vallinhos no Linkedin, Facebook: e Instagram.
Telefone: (11) 97670-1909 Atendimento em Guarulhos - SP (Região Jardim Maia)
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