Blefarite: Tratamento Natural, Causas, Sintomas, Cura e Diagnóstico

Revisão Clínica: Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692). Atualizado: 08/09/24

A blefarite é uma infecção comum das pálpebras. As pálpebras, as pestanas, as glândulas sebáceas ou o branco dos olhos podem ficar afectados com esta infecção. A blefarite pode ser uma infecção a longo prazo e de difícil tratamento. Se for tratada, apresenta melhorias passados oito a 12 meses. A infecção pode surgir novamente após o tratamento, mas não é contagiosa.

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Blefarite anterior na borda pálpebral superior (esquerda) e inferior (direita)

A pálpebra é uma estrutura composta por múltiplos elementos que incluem o epitélio, músculo, folículos, vasos e glândulas secretoras. Quando estas glândulas se obstruem pela secreção excessiva de gordura, sebo (meibomite), produz-se um aumento das bactérias que causam complicações na superfície ocular, que pode afetar os dois olhos.

A blefarite é uma inflamação das pálpebras

Causas da blefarite

A blefarite é habitualmente provocada por um germe designado como bactéria. Outra das causas da blefarite pode ser uma reacção alérgica a algo.

Sinais e sintomas de blefarite

a blefarite causa inchaço nas pálpebras

  • Poderá sentir qualquer um dos sinais ou sintomas seguintes:
  • Ardor, prurido e dor nas pálpebras.
  • Vermelhidão, lacrimejamento, irritação, coceira ou pálpebras inchadas.
  • Secreção clara, de cor amarela ou verde a sair das pálpebras. Esta secreção pode formar crostas e fazer com que as pálpebras fiquem unidas, especialmente de manhã.
  • Escamas em redor das pestanas.
  • Pestanas soltas.
  • Incapacidade dos olhos de suportar luz forte.

Estes sintomas agravam-se em caso de se produzir uma complicação como a Ceratite ou queratite, Calázio (cisto da pálpebra), conjuntivite, etc.

Calázio no olho esquerdo de uma paciente com blefarite (á esquerda) e queratite filamentosa de um paciente com olho seco e blefarite (á direita).

As blefarites podem classificar-se em anteriores, as quais afetam a zona que rodeia a base das pestanas, ou posteriores, as quais se referem à disfunção da Glândula acinotarsal, também conhecida como glândula de Ciaccio, Meibom ou meibomiana.

Os sinais que se podem observar através da Lâmpada de fenda ou biomicroscópio ocular nestes casos incluem a presença de crostas, escamas, vermelhidão e inchaço nas bordas, cílios colados, triquíase, ceratose, ceratite marginal, dilatação cística das glândulas acinotarsais e filme lagrimal oleoso.

Imagem, Paciente com blefarite anterior e posterior em ambos os olhos

Diagnóstico – Como se Diagnostica

Pela observação oftalmológica, com recurso à biomicroscopia.

Cuidados a ter e prevenção

  • As seguintes indicações poderão ajudá-lo a tratar e evitar a inflamação:
  • Lave as mãos com sabão e limpe-as em toalhas limpas. Mantenha as mãos afastadas dos olhos.
  • Não utilize maquilhagem para os olhos até que a infecção desapareça totalmente.
  • Não utilize lentes de contacto até receber permissão para isso por parte do seu médico.
  • Mantenha-se afastado de locais que contenham pó ou outras substâncias que possam incomodar os olhos.

Riscos e Complicações da blefarite

A blefarite pode causar uma inflamação crônica podendo afectar todas as estruturas anteriores do olho. Com frequência, a esta perturbação associa-se o olho seco e o chalazio.

Tratamento

O tratamento para a blefarite incluí inúmeras opções como a limpeza das pálpebras com sabonetes de pH neutro ou toalhitas, o uso de colírios antibióticos e anti-inflamatórios e geralmente são recomendados colírios lubrificantes para melhorar a hidratação das estruturas superficiais.

Cada vez mais se desenvolvem novos tratamentos como o LipiFlow® (um sistema de pulsação termal para as pálpebras) o Estila Meibopatch® (uma máscara térmica), que prometem bons resultados quando os tratamentos convencionais falham. Por outro lado, em casos graves poderá ser necessário tratamento com antibióticos por via oral ou incluir suplementos alimentares de ómega-3 na sua dieta.

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Apesar de existirem várias opções de tratamento disponíveis, existe um número de pacientes em que patologia se torna crônica. O reaparecimento dos sintomas é muito comum nestes pacientes, dando por vezes origem ao desenvolvimento de olho seco (secura ocular), intolerância às lentes de contato e outras complicações.

Tratamento natural da blefarite

Poderá necessitar de fazer tratamento às pálpebras pelo menos uma vez por dia durante um período alargado de tempo. Evitará, dessa forma, a repetição da blefarite. Siga as instruções seguintes para tratar as pálpebras:

Coloque compressas limpas e tépidas em ambos os olhos durante 10 a 15 minutos, duas vezes por dia. Volte a aquecer as compressas quando arrefecerem. A água tépida amolece as crostas em redor das pestanas. A lavagem derrete ainda o fluído produzido pelas glândulas das pestanas.

Lave as pálpebras após as lavagens com água tépida. Coloque champô para bebé num pano limpo e quente. Adicione água tépida ao champô. Com os olhos fechados, lave gentilmente as pestanas. Enxagúe o champô com água tépida.

O seu médico poderá receitar-lhe uma pomada de antibiótico. Aplique-a nos olhos diariamente. Siga cuidadosamente todas as instruções do seu médico. Passe gentilmente a pomada pelas pálpebras e pestanas com um dedo limpo. A pomada poderá enevoar a visão durante um curto período de tempo.

Poderá também ser-lhe fornecido um antibiótico sob a forma de gotas para os olhos. Siga as instruções do seu médico relativas à utilização das gotas para os olhos.

CONTACTE O MÉDICO SE:

  • Tiver dores nos olhos.
  • Sentir alterações de visão.
  • Registar novos sintomas. Os medicamentos utilizados para tratar a blefarite podem provocar efeitos secundários.
  • Tiver sintomas que durem mais de duas semanas.

Remédios Caseiros

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Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692)

Enfermeiro - Coren nº 491692

O Reinaldo Rodrigues formou-se em agosto de 2016, pela Universidade Padre Anchieta, em Jundiai. Fez curso de especialização em APH (Atendimento Pré-Hospitalar), pela escola 22Brasil Treinamentos, em Barueri, curso de 200 horas práticas, com foco em acidentes de trânsito.

Trabalha como Cuidador de Idosos há 5 anos, e possui experiência em aspiração de vias aéreas, banho de aspersão, curativos, tratamento e prevenção de Lesão por Pressão, gerenciamento de Equipe de cuidadores com elaboração de escalas. Treinamento e acompanhamento de cuidadores nas casas dos pacientes.

Também pode encontrar o Reinaldo no Linkedin.

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    Última atualização da página em 08/09/24