Entenda o que podem ser essas bolhas que aparecem na vagina e o que pode fazer para aliviar os sintomas. Normalmente não é caso para alarme. No entanto, a presença de caroços ou bolhas brancas e vermelhas soltando pus na região íntima, causando ardor, coceira nos lábios vaginais, ou próximo ao ânus, pode ser sinal de herpes genital!
A herpes genital é uma DST altamente transmissível entre homens e mulheres.
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Estima-se que, no Brasil, aproximadamente 10 a 12 milhões de pessoas estejam infectadas com o vírus da herpes genital –Herpes simplex tipo 2.
O que é a herpes?
Oportunistas, os vírus da herpes são capazes de se esconder das células que defendem o sistema imunológico. Infelizmente, ao menor enfraquecimento da imunidade do indivíduo eles atacam.
Existem dois tipos de vírus:
Vírus herpes simplex tipo 1: normalmente transmitido por via oral, ele é responsável pela ocorrência de lesões nas mucosas do rosto – sobretudo na região da boca, assim como nos genitais.
O contato com pessoas que estejam em plena crise, seja através do beijo ou por meio de sexo oral sem preservativo, é a porta de entrada necessária para o vírus ser transmitido para o outro organismo.
As pessoas acometidas por herpes tipo 1 estão sujeitas a crises mais leves e menos frequentes.
Vírus herpes simplex tipo 2: diferente do vírus tipo 1, este tem preferência pelos genitais – em especial a vagina. Por ser altamente virulento, a sua propagação é mais fácil e veloz. A disseminação do vírus não se dá apenas pelo contato direto com as lesões. Apesar de mais virulento, o tempo que ele sobrevive fora do cormo humano é mínimo.
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Como ocorre a contaminação?
Os dois vírus podem causar a herpes genital – ainda que o vírus do tipo 1 prefira atacar a região do rosto. Antes de se atentar aos sintomas, é importante descobrir as formas de contágio:
Vírus herpes simplex tipo 1: durante o sexo oral, ele é transmitido da boca aos genitais.
Vírus herpes simplex tipo 2: por meio de relações sexuais, é comum que haja contato direto com a pele lesionada do(a) parceiro(a). É também importante lembrar que há contaminação mesmo em fase assintomática (quando não existem sintomas), através de fluidos e secreções corporais.
Após o indivíduo ser contagiado com o vírus, o período de incubação normalmente varia entre 10 a 15 dias.
Sintomas
São poucas as pessoas que sabem que estão contaminadas. E isso não é por acaso: aproximadamente 80% dos infectados não apresenta qualquer sintoma, principalmente os portadores de herpes tipo 2. No entanto, durante as crises, o indivíduo apresenta alguns sinais característicos que incluem:
- Aparecimento de pequenas agrupações de manchas avermelhadas e ulcerações dias após ter sido infectado;
- Coceira intensa e dores que ocorrem entre 2 a 10 dias após o contágio;
- Aparecimento de ulcerações na região dos genitais, causando por vezes sangramento e ardor ao urinar;
- Dores ao defecar, caso existam erupções ao redor do ânus;
- Surgimento de ínguas (inchaço) na região da virilha;
- Formação de crostas provocadas pelo processo de cicatrização das úlceras.
Os sintomas característicos da herpes não são simples de identificar. É muito comum nos dias após o contágio, o indivíduo, devido aos sintomas, pensar que se trata de uma gripe. Falta de apetite, dores musculares, febre e mal-estar podem ser um sinal de que algo não está bem.
Em homens, normalmente ocorrem ulcerações no pênis, no saco escrotal e uretra. Já nas mulheres – o caso mais recorrente, a herpes ataca não só a região externa da vagina, como também a vulva e o colo do útero. Mesmo não sendo uma regra, em ambos os casos as feridas podem evoluir para as coxas, nádegas e boca.
Com duração de 2 a 3 semanas, a primeira crise é a mais severa. Por não apresentar memória imunológica, o sistema imune fica à mercê do vírus, que se aproveita das condições favoráveis em que se encontra. Com o passar dos meses, as crises já não se manifestam como inicialmente — elas se tornam diminutas e leves.
Como se pega? O que favorece a manifestação do vírus?
Independentemente da forma pela qual foram transmitidos, os vírus passam grande parte da sua vida em latência. Como bom oportunista que é, ele está sempre á espera da melhor oportunidade para se aproveitar do infectado.
Os sintomas e a intensidade deles vão depender da frequência com que as crises eclodem. No entanto existem alguns gatilhos que podem estar na origem da reativação da doença. São eles:
- Estresse;
- Fadiga;
- Menstruação;
- Exposição ao sol;
- Ingestão de álcool;
- Patologias recentes;
- Esgotamento físico e emocional;
- Uso de medicamentos imunossupressores;
- Traumatismo no local da lesão – devido a fricções excessivas.
Depois de inoculado, o vírus se instala num gânglio nervoso, próximo à coluna vertebral. Uma vez no organismo, basta um dos gatilhos indicados acima para desencadear uma resposta. De seguida, multiplica e migra, através dos nervos, para os locais do seu interesse.
As pessoas imunocomprometidas, ou seja, aquelas que apresentam uma deficiência no sistema imunológico, tendem a ser mais suscetíveis a reincidências da infecção.
Quais os exames usados para identificar
Para obter um diagnóstico preciso, é necessário a mulher consultar o ginecologista, ou, no caso dos homens, o urologista.
Normalmente as pessoas apenas recorrem ao profissional quando se encontram em períodos de crise, já que na fase assintomática da doença a ausência de lesões dificulta qualquer auto diagnóstico.
Geralmente o médico solicita alguns exames padronizados que incluem:
- Exames de sangue: apesar de ser um exame que não é capaz de identificar a infecção, ele possibilita descobrir se há a presença de anticorpos contra a atividade viral no sangue do paciente.
- Cultura viral: para a realização deste exame é necessário o profissional fazer a coleta de uma amostra do local lesionado e enviar para análise laboratorial.
- PCR: a reação em cadeia da polimerase é capaz de amplificar o DNA do paciente através de uma amostra retirada da lesão. Através da análise do DNA, é mas fácil descobrir se há ou não interferência do vírus no organismo.
Em caso de dúvida, serão solicitados outros exames, além das sorologias, já que elas, por si só, são incapazes de fornecer todas a informações necessárias.
Têm cura? Como tratar?
Infelizmente, ainda não existe cura para a herpes. No entanto, já existem tratamentos eficazes no combate ao vírus simplex 1 e 2 que ajudam a reduzir as crises. Os tratamentos mais comuns são a administração de antivirais, que buscam diminuir o incômodo e a dor causada pelas erupções.
Esses medicamentos, além de trazerem mais conforto ao paciente, também são capazes de combater a multiplicação destas bolhinhas, e consequentemente, a chance de transmissão a outras pessoas. Os medicamentos geralmente prescritos pelo médico são:
- Zovirax
- Valaciclovir
- Famciclovir
- Aciclovir (indicado para gestantes)
- Enzopen (encontrado na forma de creme)
- Penvir (encontrado na forma de creme e comprimido)
- Ezopen (indicado para pacientes imunocomprometidos)
As pessoas que estão apresentando os sintomas pela primeira vez devem fazer uso dos medicamentos por 7 a 10 dias. Caso o quadro não melhore, é necessário prolongar o tratamento por mais 1 semana.
As pessoas que apresentam crises recorrentes, é aconselhável ter um medicamento sempre à mão. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, melhores e mais rápidos serão os resultados.
Para os indivíduos portadores do vírus que raramente manifestam crises ou sintomas, o problema pode ser resolvido naturalmente, sem o uso de fármacos. Entenda como pode tratar a herpes em casa com estes 3 Remédios caseiros.
Agravamento da doença
Prevenir é remediar, já dizia o ditado! Negligenciar a herpes pode favorecer problemas de saúde bem mais sérios, como:
- AIDS
- Retite
- Meningite
- Problemas urinários
- Danos cerebrais e cegueira em recém-nascidos
O controle via medicamentos e tratamentos naturais é importante para dificultar a transmissão e o agravamento da condição.
Para quem não é portador do vírus, medidas simples como praticar sexo seguro e adquirir o hábito de realizar exames periódicos podem ajudar a prevenir muitos malefícios que de outra forma iriam afetar o organismo.
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Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
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