O câncer de testículo é uma doença rara que, quando identificada precocemente, pode ser curada sem maiores problemas, não apresentando elevada taxa de mortalidade. Os sintomas típicos incluem inchaço indolor, presença de um caroço em um dos testículos, ou qualquer alteração na forma ou textura do órgão. A maior preocupação sobre este tipo de câncer é a sua incidência em homens entre os 20 e os 40 anos, fase em que a atividade sexual e, consequentemente, reprodutiva, é maior.
Outra característica da doença – que pode causar complicações ao homem, é o fato dela ser facilmente confundida com outras patologias que atingem o testículo, como a orquite (inflamação do testículo) e epididimite (inflamação do epidídimo, ducto encarregue por recolher e armazenar os espermatozóides).
São três os diferentes grupos em que o câncer de testículo pode se enquadrar. O primeiro deles é o tumor germinativo não seminomatoso, que tem como principal característica a agressividade e o crescimento rápido, necessitando também de tratamento mais severo e rigoroso.
Já o tumor germinativo seminomatoso apresenta um desenvolvimento mais lento.
Por último, existe um tipo de câncer testicular raro causado por linfomas (doença dos linfócitos, tipo de glóbulo branco presente no sangue), sarcomas (com origem nos tecidos moles) e pelo tumor de Sertoli e Leydig.
Este guia educativo tem o objetivo de ajudar o homem a identificar os sinais mais comuns de câncer no testículo, que médico procurar, e o que fazer caso seja confirmado o diagnóstico.
Sintomas de câncer de testículo
O sinal mais comum do desenvolvimento deste tumor é a manifestação de uma inflamação, inchaço (massa escrotal) ou um nódulo (caroço) duro no testículo, normalmente sem provocar dor, principalmente no lado direito.
Além disso, é importante o homem prestar também atenção a outras manifestações da doença, como alterações no tamanho dos testículos (diminuindo ou aumentando), dor nas costas (geralmente na zona lombar) e na região inferior do abdômen, aparecimento de sangue na urina, sensação de peso na bolsa testicular, aumento de sensibilidade nos mamilos e ausência de apetite.
Sintomas como dor de cabeça e confusão mental podem indicar que, além de estar em estado avançado, a doença pode ter chegado ao cérebro.
A maioria dos caroços ou inchaços presentes no escroto não estão no testículo e não são um sinal de câncer, mas nunca devem ser ignorados.
Causas e fatores de risco
Não existe uma causa específica para o desenvolvimento de câncer testicular. Porém, existem alguns fatores de risco que merecem ser destacados. De uma forma geral, o tumor está relacionado ao histórico familiar do indivíduo, sendo mais provável que ele ocorra mais de uma vez na mesma família. A infertilidade também é outro fator de risco, já que a diminuição na produção de espermatozóides pode gerar o câncer.
Outro fator que deve ser levado em consideração é a má formação do feto, pois sabe-se que os casos de criptorquidia (condição médica em que o testículo, formado no abdômen na vida intrauterina, não desce para o escroto) estão diretamente relacionados ao aparecimento do tumor.
Exames para identificar o câncer
Caso exista suspeita de câncer de testículo após a identificação de alguns sinais, é necessário procurar urgentemente um médico urologista.
Quando descoberto em seu estágio inicial o tumor tem alto índice de cura. Para confirmar o diagnóstico, o médico deverá solicitar uma ultrassonografia da região. Este exame é capaz de identificar o desenvolvimento da doença ainda que a massa palpável, característica do tumor, não se tenha desenvolvido. Exames de sangue, tomografia pélvica e abdominal, assim como raios X, são outros procedimento que podem ajudar a confirmar ou não a disseminação da doença.
Detecção precoce
Um dos exames mais importantes para a detecção precoce do câncer testicular é o toque na região genital. Isso porque o procedimento pode ser feito pelo próprio paciente quando houver suspeita da doença. Saiba mais sobre a importância do autoexame no combate ao câncer de testículo:
Autoexame dos testículos
O autoexame deve ser realizado mensalmente, de preferência no decorrer ou após um banho quente. O calor dilata as veias sanguíneas de região genital e, consequentemente, relaxa o escroto – favorecendo a visualização de sinais característicos da doença, como mudanças extremas no tamanho do testículo e sensibilidade da área aumentada.
Que alterações devo procurar nos testículos? Ao realizar o autoexame testicular devem ser observados alguns sinais. Procure por mudança no tamanho dos testículos, assim como sensação de peso na bolsa escrotal. Além disso, repare se o toque no órgão causa dor ou desconforto no escroto. A presença de líquido na bolsa testicular, o que caracteriza derrame escrotal, também deve ser verificada. Por último, é importante procurar por alterações na cor e textura da pele do testículo.
Como fazer o autoexame?
Para realizar o autoexame do testículo de forma correta é fundamental permanecer em pé, de frente ao espelho. Cada testículo deve ser observado com ambas as mãos, colocando-o entre os dedos polegar, indicador e médio. Ao envolver o testículo com estes três dedos o homem não deve sentir dor.
É importante lembrar que pequenas mudanças de tamanho entre os testículos são normais, e não devem ser motivo de preocupação. É essencial também encontrar o epidídimo (ducto incubido pela coleta e armazenamento do espermatozóide) para não o confundir com algum tipo de massa ou nódulo. Esta estrutura pode ser encontrada atrás do testículo. De forma geral, os tumores malignos normalmente são encontrados com maaior regularidade na lateral dos testículos, podendo também estar localizados na parte baixa do órgão.
Entenda que a presença de um processo inflamatório ou caroço no testiculo não é uma situação normal. Em caso de dúvida consulte sempre o urologista.
Tratamento para câncer de testículo
Após confirmado o diagnóstico, será realizada uma intervenção cirúrgica para a retirada do testículo afetado. O procedimento tem o nome de orquiectomia radical e, caso o outro testículo não tenha sido afetado, a potência sexual do paciente, assim como a fertilidade, não serão prejudicadas. Dependendo do caso, também pode ser colocada uma prótese testicular.
A quimioterapia (podendo ser acompanhada de radioterapia) é necessária quando existem sinais de metástase, processo em que o câncer se espalha para outros lugares do corpo.
É aconselhável a todos os pacientes que tenham passado por tratamentos deste tipo, a colheita de esperma, para que, em caso de reincidência e perda total da fertilidade, ainda seja possível ter filhos.
Câncer de testículo secundário
Existe a possibilidade do testículo ser afetado por um câncer que tenha iniciado em outro local do corpo. Este tipo de tumor maligno recebe a denominação de “câncer de testículo secundário”. O tratamento é feito com foco no lugar onde o câncer surgiu inicialmente. O linfoma é o tipo de câncer com maior probabilidade de atingir o testículo posteriormente.
Também são conhecidos casos de leucemia aguda que atingiram o órgão sexual e levaram ao câncer. Outras condições que se podem disseminar para o órgão incluem: câncer de próstata, pulmão, melanoma, e rim.
É possível prevenir?
Não existe forma de evitar o câncer de testículo. O que pode ser feito é o autoexame regularmente para, assim, o homem identificar a doença em seu estágio inicial, tornando o tratamento mais rápido e eficaz. Nos bebês, é importante verificar se os testículos se desenvolveram corretamente e desceram para a bolsa testicular, já que a criptorquidia, como citado anteriormente, está relacionada ao desenvolvimento deste tipo de tumor. Por último, é essencial ficar atento ao histórico familiar.
Urologista - CRM-BA 22237
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O Dr. Nilo Jorge é Graduado em Medicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Publica- 2010. Além disso possui:
- Especialização em Urologia e Cirurgia Geral na Universidade de São Paulo – 2013/2015.
- Título de especialista em Especialização em Fellowship em UroOncologia, Laparoscopia e Cirurgia Robótica.
Fundação Antônio Prudente- AC Camargo Câncer Center, AC CAMARGO, Brasil.
Título: Cirurgias Laparoscópicas e Robótica em Urologia. - Orientador: Dr. Gustavo Cardoso Guimarães – 2017.
- Coordenador do Núcleo de Uro-Oncologia do Hospital Santo Antônio- Obras Sociais Irmã Dulce. Preceptor do núcleo de Urologia do Hospital São Rafael. Uro-oncologista do Grupo OncoClinicas do Brasil e sócio do grupo Uroclinica da Bahia.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, cirurgião geral e urologista pela Universidade de São Paulo (USP- RP). Fellowship em Uro oncologia, laparoscopia e cirurgia robótica no AC Camargo Câncer Center.
Cirurgião robótico certificado pela Intuitive/Strattner. "International Member" da European Association of Urology (EAU) e da "American Urological Association" (AUA). Possui trabalhos publicados em congressos, periódicos e livros em Urologia.
Endereço: Rua Anita Garibaldi, 1815 CME Federação, Salvador/BA - Telefone: (70) 3235-0867 / 2626-3030
Também pode encontrar o Dr. Nilo Jorge na sua página www.nilojorge-leaobarretto.com, ou no Linkedin e Instagram.
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