Câncer de Vagina: Sintomas, Causas e Tratamento

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 09/09/24

O câncer de vagina é um tipo raro de câncer que se desenvolve no tecido vaginal das mulheres. Cerca de 2.000 mulheres são afetadas todos os anos pelo câncer vaginal só nos Estados Unidos.

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Existem dois tipos principais: o carcinoma de células escamosas e o adenocarcinoma.

O carcinoma de células escamosas vaginais surge das células escamosas que cobrem a superfície da vagina.

É o tipo mais comum de câncer de vagina, e é encontrado com maior frequência em mulheres com 60 anos ou mais.

O adenocarcinoma vaginal tem origem nas células glandulares presentes no revestimento da vagina, que produzem alguns dos fluidos vaginais. Um exemplo é a glândula de Bartholin.

O adenocarcinoma é mais propenso a espalhar-se do que o câncer de células escamosas.

Câncer De Vagina

Fatos rápidos acerca do câncer na vagina

O câncer de vagina não é uma forma comum de câncer e afeta cerca de 2.000 americanas todos os anos.

De acordo com os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), 75% dos cânceres vaginais estão associados à infecção por HPV (vírus do papiloma humano).

As mulheres hispânico-americanas e afro-americanas têm câncer de vagina relacionado com a infecção por HPV com maior frequência do que mulheres de outras raças e etnias.

Um dos primeiros sintomas visíveis do câncer vaginal é a hemorragia após o sexo.

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Sintomas do câncer de vagina

Corrimento Vaginal Anormal

Cânceres em fases iniciais e lesões pré-cancerígenas muitas vezes não causam sintomas, mas são encontrados durante exames de rotina.

Cânceres vaginais de estágios mais avançados são mais propensos a estar associados a sintomas.

Um dos sintomas mais comuns é a hemorragia vaginal anormal após as relações sexuais; muitas vezes é um dos primeiros sintomas a ser notado.

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O sangramento vaginal em mulheres após a menopausa é anormal e deve ser sempre avaliado.

Outros sintomas podem incluir:

  • Corrimento vaginal anormal
  • Massa vaginal
  • Dificuldade ou dor ao urinar
  • Prisão de ventre
  • Dor durante o ato sexual
  • Dor pélvica
  • Dor na parte de trás das pernas ou inchaço das pernas

Se a mulher tiver algum destes sintomas, deve ir a uma consulta com seu médico imediatamente.

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Causas do câncer de vagina

Infelizmente, os investigadores ainda não conhecem as causas exatas do câncer vaginal.

Contudo, foram identificados vários fatores de risco para o desenvolvimento deste tipo de câncer. Estes fatores de risco incluem:

Idade – as mulheres com mais de 60 anos têm maior risco.

Infecção por HPV – contrair o vírus do papiloma humano aumenta o risco.

Histerectomia – as mulheres que foram histerectomizadas têm estatisticamente maior risco para desenvolver câncer vaginal.

História de câncer cervical (do colo do útero) – o diagnóstico de câncer cervical é um fator de risco para o câncer de vagina.

Saiba Tudo Sobre » Vírus do Papiloma Humano (HPV) e Câncer Cervical

Tratamento anterior com radiação – pode resultar numa maior probabilidade de desenvolvimento de câncer vaginal.

Uso de pessário vaginal – o uso destes em caso de prolapso de órgão pélvico está associado a um aumento do risco.

Neoplasia intra-epitelial vaginal (VaIN) – a presença de células diferentes das células normais, mas que não são diferentes o suficiente para serem classificadas como células cancerígenas.

Por vezes estas células podem evoluir para cancro.

Muitos tipos de câncer causados ​​pelo HPV, incluindo o câncer na vagina e cervical, estão associados a lesões pré-cancerígenas.

Estas desenvolvem-se antes do câncer e podem ser detetadas num teste de Papanicolau.

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A exposição à hormona sintética dietilestilbestrol (DES) durante a vida intrauterina pode aumentar o risco.

Este fármaco foi tomado pelas mães das décadas de 1940 até 1971; sendo assim, o número de casos atribuídos ao Dietilstilbestrol está em declínio, pois os filhos nascidos dessas gravidezes têm agora 40 anos ou mais.

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Tratamento do câncer de vagina

O tratamento do câncer pode envolver um dos vários tratamentos.

  • Radioterapia
  • Quimioterapia

Embora estes sejam métodos padrão de tratamento em muitos tipos de câncer, antes de qualquer regime de tratamento, o paciente deve entender o que esperar, possíveis efeitos colaterais e os riscos e benefícios do tratamento.

Quanto mais informação o paciente tiver acerca do tratamento do câncer, melhor será a comunicação com a equipa médica e a participação nas decisões de tratamento e cuidados gerais.

A cirurgia é por vezes utilizada para remover o câncer, mas a maioria dos pacientes é tratada com radiação.

Se o tumor for câncer do colo de útero que se espalhou para a vagina, ou se está em estágio avançado, a radiação e a quimioterapia são frequentemente administradas.

Diagnóstico do câncer vaginal

Foto De Câncer De Vagina

A primeira consulta com o médico incluirá uma história e exame físico. O paciente será inquirido sobre quaisquer sintomas ou preocupações que possa ter, incluindo:

  • Medicação
  • Práticas sexuais e história familiar também serão discutidas

O exame incluirá:

  1. Exame pélvico – o médico vai olhar e tentar encontrar anormalidades.
  2. Papanicolau – um teste para diagnóstico de câncer do colo de útero.
  3. Colposcopia (exame do colo do útero) – pode ser realizada se o exame de Papanicolau for anormal ou se o médico encontrar algo incomum ou suspeito durante o exame pélvico.

Para fazer um diagnóstico definitivo é necessária uma biópsia.

Durante a biópsia, pequenas amostras de tecido são colhidas e examinadas por um patologista.

As biópsias são na maior parte das vezes realizadas durante a colposcopia.

Um anestésico local é usado para aliviar o desconforto e a dor.

Se for confirmado câncer de vagina, vários testes serão realizados para determinar o estágio do câncer e para ajudar a planear o tratamento.

“Descobrir que se tem câncer é muitas vezes muito angustiante.”

Lidar com um novo diagnóstico pode ser difícil, mas obter apoio no início pode ajudar o paciente a lidar com a doença durante o tratamento.

Prevenção do câncer na vagina

A melhor forma de uma mulher reduzir o risco de desenvolver câncer de vagina é tentar evitar a infecção pelo HPV, um vírus transmitido muito comumente pela via sexual.

Na verdade, cerca de 80% dos homens e mulheres sexualmente ativos estarão infetados com HPV em algum momento de sua vida.

O HPV pode causar muitos tipos de câncer, incluindo o câncer do colo de útero. Os investigadores acreditam que pode haver uma ligação entre câncer vaginal e o HPV.

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Outros fatores que podem ajudar a prevenir câncer na vagina incluem:

  • Não ter relações sexuais até à fase tardia da adolescência ou até ser mais velho.
  • Evitar ter relações sexuais com múltiplos parceiros.
  • Evitar ter relações sexuais com qualquer pessoa que tenha tido múltiplos parceiros.
  • Praticar sexo seguro (embora os preservativos não possam proteger completamente contra o HPV).
  • Realizar regulares exames de Papanicolau para detetar e tratar condições pré-cancerígenas.
  • Parar de fumar, ou nem começar.

Estão ainda a ser investigadas as causas do câncer da vagina e formas de o prevenir.

Não há como prevenir completamente a doença, mas, seguindo os conselhos citados acima, os riscos podem ser minimizados.

Continua » Feridas no Colo do Útero Podem Causar Câncer?

Referências

1 – https://www.cancer.gov/
2 – https://www.cancer.org/
3 – https://www.cancer.gov/
4 – https://www.uptodate.com/
5 – http://www.cdc.gov/cancer/cervical/statistics/
6 – http://www.cancer.gov/
7 – https://www.fda.gov/
8 – http://www.cancer.gov/
9 – http://www.nature.com/
10 – http://www.mayoclinic.com/
11 – http://www.cancer.gov/

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram

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    Última atualização da página em 09/09/24