Durante o ato sexual, muitas mulheres sentem fortes dores conforme o nível de excitação aumenta e elas se aproximam do orgasmo. Obviamente, esse desconforto as impede de prosseguir, frustrando tanto elas mesmas quanto os parceiros. Logo, é necessário curar a dor durante o contato íntimo, uma condição chamada de dispareunia.
Apesar do problema também ser manifestado por homens, a dispareunia é um transtorno predominantemente feminino. Prova disso é o fato de que a cada 10 mulheres, 1 delas se queixa de dispareunia.
As dores são sentidas na região pélvica ou na vagina. Além disso, não existe uma faixa etária específica para que a dispareunia aconteça. Logo, ela atinge tanto os casais em início de relacionamento amoroso quanto os mais maduros. Em qualquer um dos casos, lidar com o problema é algo complicado e profundamente delicado.
A dispareunia é um fenômeno intimamente ligado ao vaginismo, condição médica na qual a mulher contrai os músculos vaginais intensamente. Essa contração dificulta muito a penetração e é acompanhada de dores. O vaginismo está vinculado à utilização de remédios antidepressivos. Em algumas mulheres, ele acontece durante a perda da virgindade, marcada pela ruptura do hímen.
A conquista de um contato íntimo pleno e profundo depende do tratamento adequado da dispareunia. Para isso, é necessária a realização de um diagnóstico acertado. A terapia costuma ser conduzido por um sexólogo. Os demais especialistas, como os ginecologistas (para as mulheres) e os urologistas (para os homens) também podem providenciar o tratamento.
Como saber se é dispareunia
Para determinar se as dores sentidas se devem realmente à dispareunia, é necessário a mulher se submeter a exames clínicos. O diagnóstico é efetuado por um urologista ou ginecologista. O profissional cruza as informações relatadas pela paciente com os resultados de determinados exames. Basicamente, a mulher será submetida a uma ultrassonografia na região pélvica, além do tradicional papanicolau.
Principais causas
A dor durante o contato íntimo pode estar vinculada a aspectos psicológicos, emocionais e sociais. De um modo mais amplo, a dispareunia também pode ter sua origem relacionada à/a:
- insuficiência de lubrificação da vagina antes da penetração sexual;
- má inserção do diafragma (preservativo sexual feminino);
- processos inflamatórios ou infecciosos nas glândulas presentes na área da vagina;
- camisinha mal inserida no pênis;
- efeitos colaterais perante a utilização de produtos adicionais voltados à contracepção sexual;
- endometriose;
- lesões nas tubas ou no colo do útero;
- formação de tumor na região pélvica ou de cicatrizes decorrentes da cirurgia cesariana;
- dor pélvica crônica — provocada principalmente pela SCVP (síndrome de congestão venosa pélvica);
- existência de um septo vaginal, decorrente de uma malformação congênita;
- existência de um hímen complacente — mais resistente ao rompimento devido ao elevado grau de elasticidade. Em alguns casos, o parto normal é decisivo para que haja a ruptura desse tipo de hímen;
- vulvodínia — dores crônicas associadas a uma sensação de ardência da área da vagina;
- doença de Peyronie — fibrose na camada que reveste os corpos cavernosos penianos.
Essa dor durante o contato íntimo também pode se desenvolver concomitantemente à realização de uma terapia oncológica. Essa variedade de tratamento é carregada de uma intensa carga emocional, intrinsecamente ligada à dispareunia.
Por conta disso, a mulher se torna muito mais sensível a qualquer penetração peniana. A mesma situação pode ser observada durante a menopausa, fase da vida igualmente marcada por uma constante emocional profunda.
Como curar a dispareunia para melhorar o contato íntimo
O tratamento apropriado da dispareunia depende da precisão do diagnóstico. As origens desse tipo de incômodo podem ser físicas, por exemplo. Nestes casos, a associação de medicamentos analgésicos com medicações anti-inflamatórias pode surtir bons resultados.
Em outros quadros clínicos, é preciso aderir ao tratamento à base de antibióticos. Já em situações mais graves, a intervenção cirúrgica não está descartada.
Em qualquer das situações, é recomendável uma terapia em casal com um sexólogo. O profissional realizará sessões de psicoterapia com o intuito de resgatar a intimidade do casal. Essa proximidade pode ser muito deteriorada devido às constantes frustrações sexuais de ambos os envolvidos. O trabalho do psicólogo ajuda a aparar arestas para que o casal volte a se entender em todos os aspectos da vida.
No decorrer do tratamento da dispareunia, pode ser necessário adotar algumas medidas, como:
- redescobrir o próprio corpo e como ele reage ao corpo do companheiro;
- tentar identificar o conjunto de emoções presentes durante um ato sexual;
- passar mais tempo com a parceira, prestando o máximo de atenção possível ao que ela diz e faz;
- cumprir todas as orientações psicoterápicas e médicas;
- adquirir o hábito de utilizar lubrificante vaginal antes de qualquer penetração peniana;
- manter-se conectada ao parceiro durante a realização das preliminares, concentrando-se no prazer do momento;
- combinar um sinal com o parceiro para que ele interrompa a penetração, em caso de dor forte;
- procurar estar bem física e mentalmente antes de praticar a relação sexual.
Mesmo com o auxílio de medicamentos, sessões com o psicólogo e as recomendações listadas acima, a conclusão do tratamento pode ser lenta. Isso porque o restabelecimento da intimidade do casal é um processo gradativo. Ao longo de todo o período, que pode levar meses ou anos, o parceiro precisa agir com maturidade e carinho. Essas duas características são essenciais para a total eliminação da dor durante o ato sexual.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
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