15 Possíveis Causas da Salivação em Excesso

Revisão Clínica: Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653). Atualizado: 09/09/24

A acumulação de excesso de saliva na boca pode ser desconfortável e até mesmo angustiante. Existem uma série de condições que podem estar na causa do problema.

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Conheça 15 Causas Que Podem Estar Na Origem Da Hipersalivação, Salivação ExcessivaA mononucleose, a faringite estreptocócica, a amigdalite (tonsilite), o abscesso peritonsilar (abscesso periamigdalino), e a doença de refluxo gastroesofágico são alguns exemplos.

A salivação excessiva também é comum se você tiver náuseas, se estiver grávida, ou a tomar alguns medicamentos.

As glândulas adenóides inchadas, a exposição a toxinas, e alguns distúrbios do sistema nervoso também podem estar na origem do problema.

A saliva é um trabalhador silencioso presente no nosso corpo que nem damos por ele – até que algo dá errado!

Normalmente, produzimos cerca de 0,75 a 1,5 litros de saliva por dia. Quando esse volume excede para lá do normal, acumula-se na nossa boca, podendo em alguns casos causas grandes desconfortos.

A saliva desempenha diversas funções importantes no nosso organismo. Protege a nossa boca e dentes de infecções, ajuda a digerir melhor os alimentos, e auxilia-nos durante um discurso, através da lubrificação da língua e boca.

No entanto, existem alguns fatores que podem levar à produção de excesso de saliva.

Alguns problemas de deglutição também podem estar na causa do excesso de saliva acumulada na boca, o que pode levar a pessoa a babar-se, resultando em infecções bacterianas e mau hálito.

Para além disso, o problema também pode aumentar o risco de inalação de líquidos ou alimentos pelos pulmões. (1) (2)

Identificar o porquê dessa salivação excessiva é o primeiro passo para classificar o problema.

De seguida reunimos algumas condições que podem estar na origem deste evento.

15 possíveis causas da produção excessiva de saliva

Inchaço das Adenoides

A inflamação (hipertrofia) das adenoides pode levar ao excesso de saliva na boca. As glândulas adenoides, os tecidos localizados atrás do nosso nariz e acima do céu da boca, são uma parte do nosso sistema imunológico.

As infecções podem levar a que a glândula adenoide se torne inchada/inflamada – uma condição que afeta geralmente crianças.

Esta condição pode tornar o ato de engolir difícil e, como resultado, causar excesso de saliva.

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As Pessoas com as adenoides inflamadas também tendem a respirar pela boca porque o seu nariz está bloqueado, podendo ainda apresentar sintomas como mau hálito, lábios rachados, corrimento nasal, e boca seca.

Outros sinais das glândulas adenoides inchadas incluem problemas em dormir e infecções frequentes no ouvido.

O que fazer: A hipertrofia das adenoides não necessita de tratamento se não origina sintomas perturbadores.

A glândula tende a diminuir naturalmente à medida que a criança cresce.

Quando existe infecção, o médico pode prescrever sprays ou antibióticos nasais esteróides. Em casos mais graves, pode ser recomendada a cirurgia para remover as glândulas adenoides. (3)

Medicamentos

Exitem alguns tranquilizantes como os, inibidores da acetilcolinesterase (agentes anticolinesterásicos), e os anticonvulsivantes que podem causar o excesso de saliva.

O que fazer: Verificar com o médico e descobrir se alguma das medicações prescritas tem esse efeito colateral.

Exposição a substâncias tóxicas

A exposição a substâncias tóxicas, tais como pesticidas, mercúrio, veneno de cobra ou insectos, pode causar excesso de saliva.

Os sintomas de envenenamento dependerá da substância tóxica a que foi exposto e pode variar desde a produção excessiva de saliva e calafrios a visão desfocada e dificuldades respiratórias.

Alguns sintomas comuns que indiquem envenenamento incluem, dores de estômago, vômito, confusão, desmaios e sonolência.

O que fazer: procurar atendimento médico de emergência no caso de ter sido exposto a algums substância tóxica ou suspeite que pode ter sido envenenado.

Mononucleose

A mononucleose (doença do beijo), uma infecção viral principalmente transmitida pelo contato próximo e saliva, pode levar a salivação excessiva.

Outros sintomas desta doença incluem febre, erupção cutânea, dor de garganta, fadiga, dor muscular, sonolência, e glândulas inchadas no pescoço e sob os braços.

O que fazer: O médico pode prescrever medicação esteróide se a condição for grave. Enquanto isso, beber muitos líquidos e descansar o suficiente pode ajudar o corpo a curar-se.

Além disso, um gargarejo com água salgada pode ajudar a aliviar a dor de garganta.

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A febre associada a esta condição geralmente resolve-se em cerca de 10 dias e as glândulas inchadas curam-se em cerca de um mês. (4)

Faringite estreptocócica

A faringite estreptocócica é outra infecção que pode causar excesso de saliva na boca.

As bactérias conhecidas como Streptococcus do grupo A são as responsáveis ​​por esta condição. A condição é transmitida através da saliva ou fluidos nasais contaminados, de alguém que já está infectado.

Outros sintomas comuns desta doença infecciosa incluem dor e garganta avermelhada que pode ter manchas brancas, febre repentina, calafrios, dor ao engolir e inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço.

É uma infecção bastante comum entre as crianças.

O que fazer: O médico irá prescrever antibióticos para tratamento da condição.

Tenha em mente que, se uma faringite estreptocócica for deixada sem tratamento, pode causar complicações como doença renal ou febre reumática.

Com o tratamento adequado, o indivíduo deve ficar melhor em cerca de uma semana.

Tente alguns remédios caseiros, como o chá quente com limão ou mel para aliviar a dor de garganta. Beber líquidos frios ou comer gelado também pode ser útil.

Além disso, tente usar um umidificador se sentir a garganta seca. (5)

Abscesso peritonsilar

Também conhecido como abscesso periamigdaliano, trata-se de uma condição onde pus infectado se acumula entre a parede da garganta e as amígdalas.

Esta é uma complicação rara da amigdalite que geralmente é causada por uma bactéria conhecida como Streptococcus beta hemolítico do grupo A.

O indivíduo pode experimentar sintomas como febre, calafrios, dor de ouvido, dor intensa na garganta, geralmente em apenas um lado, dor ao abrir a boca, dificuldade em engolir, salivação excessiva, inchaço no rosto ou no pescoço, dor de cabeça e glândulas doloridas na garganta e no maxilar.

O que fazer: Nos casos em que a condição é detectada a tempo, o médico geralmente prescreve antibióticos. No entanto, na existência de um abscesso, o médico necessita drená-lo com uma agulha ou outros procedimento cirúrgico.

Nos casos mais graves, as amígdalas podem necessitar ser removidas.

Tenha em mente que os tecidos, por vezes inchados devido a esta condição, podem bloquear as vias respiratórias e causar problemas respiratórios. Quando esta situação acontecer, é necessária atenção médica de emergência. (6)

Infecção dos sinus (Sinusite)

As Infecções causadas por bactérias, vírus ou fungos, podem fazer com que o tecido que reveste os seios paranasais fique inflamado.

Além de saliva excessiva, a infecção pode muitas vezes causar sintomas como mau hálito, tosse, perda do olfato, fadiga, febre, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dor de dentes, nariz entupido e dor de garganta.

O que fazer: O médico pode prescrever antibióticos. A cirurgia para drenar os seios paranasais ou alargar a abertura destes também pode ser aconselhada, em alguns casos.

Remédios caseiros como uma lavagem nasal com água, sal e bicarbonato, a inalação de Vapor com Óleo Essencial de Eucalipto, e o uso de um umidificador, pode ajudar a lidar com o nariz entupido.

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Além disso, certifique-se de ingerir muitos líquidos para soltar o muco.

Evitar as temperaturas extremas, voar, e curvar-se quando os seios estão congestionados pode ser útil, pois alivia a pressão e a dor. (7)

Doenças do sistema nervoso

Algumas condições que afetam o sistema nervoso pode dificultar o ato de engolir e causar a produção excessiva de saliva.

Os distúrbios nervosos que podem fazer o indivíduo babar-se incluem a esclerose lateral amiotrófica, paralisia cerebral, autismo, síndrome de Down, doença de Parkinson, esclerose múltipla, e acidente vascular cerebral.

São vários os factores que pode danificar o sistema nervoso como, infecções, traumatismos, degeneração, defeitos estruturais, distúrbios auto-imunes e a interrupção do fluxo sanguíneo.

Alguns sinais comuns de distúrbios do sistema nervoso incluem formigamento, perda de sensibilidade, dor de cabeça constante, dor de cabeça que vem de repente, perda repentina de visão, visão dupla, perda de memória, falta de coordenação, fraqueza muscular, fala arrastada, rigidez muscular, tremores, convulsões e dores nas costas que irradiam para outras partes do corpo.

O que fazer: Será necessária a consulta com um médico especialista em doenças neurológicas e eventualmente, a realização de alguns testes para diagnosticar a condição.

O tratamento prescrito de acordo com o diagnóstico pode incluir medicação, reabilitação física, ou cirurgia. (8)

Alergias

A alergia desenvolve-se quando o sistema imunológico, que defende o organismo contra substâncias nocivas, como germes, reage erradamente contra uma substância inofensiva.

Tanto o ambiente, como o nosso material genético, podem desempenhar um papel no desenvolvimento de uma alergia.

As substâncias que geralmente provocam reacções alérgicas incluem os ácaros da poeira, pólen, pêlos, alguns alimentos, mofo, medicamentos, picadas de insectos, etc.

Além da salivação excessiva, o indivíduo também pode experimentar sintomas como, corrimento nasal, coceira, espirros, e erupções cutâneas quando se tem uma reação alérgica.

O que fazer: Evitar as substâncias que podem desencadear uma reacção alérgica são uma forma eficaz de prevenir as alergias.

O médico também pode prescrever anti-histamínicos, decongestionantes, ou medicamentos esteróides para lidar com a condição.

Raiva

A raiva é uma infecção causada por um vírus que afeta os nervos e o cérebro. É geralmente transmitida por um arranhão ou mordida de um animal infectado.

A doença também pode ser transmitida se a saliva do animal infectado entrar numa ferida aberta, olhos ou boca.

Todos os mamíferos podem transmitir o vírus, mas é mais comum em cães, gatos, morcegos, guaxinins, raposas, chacais e mangustos.

Se não for realizado tratamento, os sintomas da raiva pode aparecer em torno de 3 a 12 semanas após a infecção.

Inicialmente, pode experimentar-se febre alta (38 graus ou mais), dor de cabeça, ansiedade e desconforto no local afetado/mordido.

Dias mais tarde, surgirão outros sintomas como salivação excessiva, a formação de espuma na boca, comportamento agressivo, alucinações, espasmos musculares, dificuldade em engolir e respirar, podendo até desenvolver-se paralisia.

O que fazer: Geralmente quando os sintomas da raiva aparecem, eles são quase sempre fatais.

É muito importante tomar as medidas certas de protecção, quando somos exposto ao vírus da raiva (mordido ou arranhado por um animal infectado).

As medidas descritas de seguida são quase sempre eficazes, quando aplicadas antes dos sintomas surgirem. Aqui está o que precisa fazer:

Se tiver sido arranhado ou mordido por um animal, limpe a área imediatamente com sabão e água corrente durante alguns minutos e de seguida desinfecte com iodo ou desinfetante à base de álcool.

Consulte o médico o mais rápido possível. O médico pode recomendar a administração de uma vacina anti-rábica e um medicamento conhecido como imunoglobulina humana anti-rábica.

Doença do Refluxo Gastroesofágico

A doença do refluxo gastroesofágico é uma condição em que o conteúdo do estômago move-se para trás, a partir do estômago para o esôfago, causando irritação no local.

O problema ocorre quando o anel muscular localizado na parte inferior do tubo alimentar, conhecido como esfíncter esofágico inferior, fica enfraquecido.

Esta ocorrência impede que os músculos fechem corretamente, fazendo com que o conteúdo do estômago volte para o esôfago.

Fatores como o consumo de álcool, obesidade, tabagismo e gravidez, podem aumentar o risco da condição, dando origem ao desenvolvimento de problemas de saúde, como a esclerodermia (crescimento anormal de tecido conjuntivo), e hérnia hiatal, quando uma seção do estômago se move para a parte inferior do tórax.

Alguns medicamentos utilizados no tratamento da insónia, asma, e hipertensão arterial também pode causar doença do refluxo gastroesofágico.

Outros sintomas de doença do refluxo gastroesofágico incluem azia, dificuldade em engolir, sensação de que o alimento fica preso atrás das costelas, chiado no peito, náuseas depois de comer, tosse, rouquidão e dor de garganta.

Os sintomas normalmente pioram depois de comer, à noite, ou quando nos deitamos.

O que fazer: Realizar pequenas refeições, evitar alimentos que desencadeiam os sintomas, e gerir o peso, podem ser algumas práticas úteis.

Existem também alguns medicamentos de prescrição, bem como antiácidos para aliviar os sintomas. Em alguns casos, o médico pode aconselhar a cirurgia.

Náusea

A Náusea é uma sensação bastante desagradável de nos faz sentir como se fossemos vomitar. As pessoas geralmente produzem excesso de saliva pouco antes de vomitar.

São muitos os fatores, incluindo infecções, enxaquecas, doença de manhã, enjoo, intoxicação alimentar, e quimioterapia, que podem causar náuseas.

O que fazer: Evitar alimentos sólidos cerca de 6 horas depois de vomitar pode ser útil.

Além disso, é importante certificar-se de tomar bastantes líquidos para evitar a desidratação. Normalmente, as náuseas não são motivo de preocupação, mas quando se experimentam sintomas como, vômito com sangue, dor abdominal intensa, dor de cabeça e rigidez no pescoço, ou vómitos por mais de um período de 24 horas, aconselha-se visitar o médico.

Gravidez

A mulher por vezes produz salivação excessiva (sialorreia) quando está grávida. Esta ocorrência pode ser causada por náuseas ou reflexos, comumente experimentados durante a gravidez.

O que fazer: Não é um motivo de preocupação e deve resolver-se por conta própria.

Dentição em bebês

A Dentição Em Bebês Causa Produção Excessiva De Saliva Na BocaOs bebês podem produzir excesso de saliva quando a dentição está em evolução, causando a tão característica queda de baba nesta fase.

A dentição também pode fazer com que o bebé morda ou roa e desenvolva sintomas como irritabilidade e erupções cutâneas, bem como episódios de febre baixa.

O que fazer: Dar-lhe alguma coisa fria como um gelado de fruta pode ser útil. Além disso, massagear as gengivas delicadamente com o dedo (limpo) pode ajudar a acalmá-los.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653)

Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653

A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).

Formação Acadêmica

- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.

Também pode encontrar a Drª Raquel no Linkedin, Facebook e Youtube

Marcação de consultas 85-99992-2120

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    Última atualização da página em 09/09/24