Depois do parto, devido a malformações ou por uma questão estética e de rejuvenescimento vaginal, muitas mulheres recorrem a estas intervenções. Saiba tudo sobre um tema muito íntimo.
“Cirurgia da Intimidade”, de “Rejuvenescimento Vaginal ou “Cirurgia Estética Genital Feminina” são alguns dos termos concedidos às intervenções realizadas nos órgãos genitais da mulher.
A técnica foi introduzida em Portugal há perto de 20 anos, mas nos últimos dois a três a procura terá, segundo o cirurgião plástico Ângelo Rebelo, mais que triplicado.
Por um lado, “a cirurgia estética tem sido muito mais divulgada pelos meios de comunicação”. Por outro, “porque as mulheres têm vindo a ficar mais abertas à descoberta da sua anatomia”.
Na cirurgia estética genital feminina estão incluídas cirurgias de índole correctivo, no sentido em que intervêm com a própria funcionalidade dos órgãos genitais, embora também possam ser praticadas com objectivos estéticos.
No caso das malformações à nascença, da correcção das sequelas do parto ou de qualquer outro traumatismo, a cirurgia genital feminina é, simultaneamente, correctiva e estética.
A anatomia genital da mulher inclui os grandes e os pequenos lábios. As malformações à nascença normalmente estão relacionadas com os pequenos lábios – os que se situam de dentro para fora da vagina.
Artigo simplificado sobre » Anatomia da Vagina: Tudo o que precisa saber sobre a Vagina
A malformação mais comum é a sua grande dimensão, que poderá ser inestética, mas também interferir na actividade sexual ou com a higiene íntima e, por isso, com a saúde genital.
“Se os pequenos lábios são muito grandes, funcionam como uma espécie de “tampão” do canal vaginal, que impede a normal saída dos corrimentos, ser fonte de odores pouco agradáveis ou, no extremo, ser causador de algumas infecções”, aponta Ângelo Rebelo.
Além disso, algumas mulheres queixam-se do incómodo que sentem pelo volume anormal dos lábios ser visível quando usam biquini ou roupas apertadas.
Ou quando um dos lábios possui uma dimensão muito superior ao outro.
Em qualquer dos casos referidos, pode ser efectuada uma labioplastia de redução dos pequenos lábios, “a mais praticada no campo da cirurgia dos órgãos genitais femininos em Portugal”, segundo o médico, embora não existam dados estatísticos oficiais na Sociedade Portuguesa de Cirurgia Plástica, Reconstrutiva e Estética.
O cirurgião refere ainda que são as mulheres na faixa etária dos 20 e dos 30 anos que mais as procuram.
A lipoescultura de aumento dos grandes lábios é uma intervenção em que se procede ao enchimento dos mesmos através de injecções de gordura (lipofilling), com materiais absorvíveis – como o ácido hialurónico – ou ainda com fillers de longa duração, substâncias igualmente usadas na medicina estética facial.
O pós-parto pode levar a uma cirurgia vaginal no caso de algumas mulheres que tiveram de ser rasgadas. “Muitas correcções são feitas de imediato, mas com o passar dos anos surgem por vezes sequelas.
Uma é exactamente o alargamento do canal vaginal, como consequência dos músculos que foram cortados”, explica o cirurgião.
Neste caso, pode ser efectuada uma perineoplastia ou uma vaginoplastia, de acordo com a zona onde é necessária ser efectuada a intervenção. O objectivo é reduzir a abertura da vagina e, ao mesmo tempo, reforçar a musculatura local.
A perineoplastia é feita na parte de fora da vagina, no períneo, porque a rasgadura ocorre entre a vagina e o ânus, e este é atingido em diferentes graus de rasgadura.
Mas por vezes é necessário entrar dentro da vagina, que sofre um certo relaxamento – devido ao avançar da idade ou às sequelas do parto – através de uma vaginoplastia, diminuindo a flacidez muscular através da cozedura de músculos internos.
De acordo com o médico, este tipo de cirurgias são sobretudo realizadas em mulheres pós-menopausa ou perto da menopausa. — O Ponto G foi descrito por um ginecologista alemão como uma zona dentro da vagina que tem um aumento de terminações nervosas sensoriais relacionadas com o prazer sexual da mulher.
Não é o clítoris e situa-se algures entre a parede anterior da vagina – por trás, no caminho da uretra –, um local que possui rugosidades.
Com a cirurgia do Ponto G procede-se ao aumento da zona através da introdução de certos produtos de enchimento, mais ou menos absorvíveis.
Entre eles incluem-se o ácido hialurónico, gordura (lipofillling) ou outros de longa duração, que não são absorvidos – por exemplo, policriamidas, que duram, segundo o cirurgião, “quase toda a vida” –, com o intuito de aumentar a excitabilidade da mulher nesse local e, assim, o seu prazer sexual.
O clítoris é das zonas de maior sensibilidade na mulher, das mais erógenas, e está coberta por uma pele que se chama o prepúcio. “Há mulheres que procuram maior excitabilidade e o que fazemos é, se tiverem pele a mais, expor mais o clítoris, tornando-o mais sensível”, revela Ângelo Rebelo.
“É uma cirurgia que requer muito cuidado porque o clítoris é muito enervado, pelo que a mu-lher que quer efectuar este tipo de cirurgia tem de se conhecer muito bem e saber o que quer.
Pode ficar em permanente excitação – por exemplo, ao toque da lingerie –, o que, em vez de ser agradável, pode ter o efeito inverso e ser extremamente desagradável.”
Por outro lado, e apesar de as mulheres terem clítoris de tamanhos diferentes, existem mulheres que têm um clítoris muito grande (“às vezes, parece quase um pénis”) e que podem efectuar uma redução do mesmo.
É uma cirurgia raramente procurada e que tem um pós–operatório doloroso, devido à extrema sensibilidade da zona.
“Por vezes, quando se efectua a redução dos pequenos lábios, e existindo pele a mais à volta do clítoris, é possível expô-lo um pouco mais durante a mesma intervenção, mas nunca totalmente”, explica o cirurgião.
A himenoplastia ou a reconstituição do hímen – película que existe na anatomia genital feminina –, rompido com a perda da virgindade, é uma cirurgia que levanta algumas questões do ponto de vista cultural e religioso.
Ângelo Rebelo admite “que pode ser criticável”, mas justifica a legitimidade da sua execução “dependendo da importância que poderá representar para o casal ou para a mulher que a solicita”.
Riscos Cirúrgicos e Pós-operatório
Todas as cirurgias envolvem riscos. A cirurgia estética genital feminina não é excepção.
l Existem riscos gerais – como hematomas e infecções – e riscos específicos, associados a cada uma das intervenções
l Ginecologistas, cirurgiões gerais e da área plástica, reconstrutiva e estética estão habilitados a realizá-las. Mas deverão ser profissionais experientes na cirurgia em questão e apresentar garantias de um acompanhamento próximo das pacientes logo após a intervenção
l Podem demorar entre meia hora a hora e meia, são feitas sob anestesia local, sem internamento e com o retomar da actividade normal no dia seguinte
l São dificilmente realizadas em hospitais públicos, devido às longas listas de espera de casos de cirurgia reconstrutiva, por queimadura ou outros motivos considerados prioritários.
Exercícios Kegel
Da mesma forma que os músculos corporais e faciais são exercitados para que não fiquem flácidos, também os músculos da vagina e do períneo podem e devem ser estimulados
Os exercícios do ginecologista alemão Kegel baseiam-se na contracção muscular – uma simulação semelhante à de parar de urinar ou para travar o músculo do ânus –, feitos várias vezes ao dia, com 10, 15 ou 20 contracções de cada vez
O objectivo é promover a tonicidade desses músculos, de forma a melhorar quer o sistema urinário quer o sexual. E não são só as mulheres que os podem efectuar. Também os homens – por exemplo, nos casos de ejaculação precoce.
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