Cisto na Vagina: o que pode ser e Como tratar

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 23/06/21

O cisto vaginal consiste numa pequena bolinha que possui uma membrana a envolver um interior de secreções líquidas ou purulentas. Os cistos podem se apresentar após eventuais traumas locais, pelo acúmulo de líquido no interior de uma glândula ou, em casos mais graves, ser um sintoma de um tumor.

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O cisto de Bartholin, por exemplo, é um dos mais recorrentes na região vaginal. Esse cisto aparece quando a glândula de Bartholin, que produz a secreção que lubrifica a vagina, é obstruída, fazendo com que a secreção se acumule. O cisto de Bartholin é percebido como uma pequena bolinha ou caroço arredondado na entrada da vagina.

Os cistos na vagina, de forma geral, não apresentam sintomas graves ou queixas por parte da paciente, exceto quando o seu tamanho aumenta. Nos casos de cistos grandes, há casos de queixas de desconforto durante as relações sexuais. Caso os sintomas surjam, é fundamental consultar um especialista para ser realizado o diagnóstico.

Por ser uma região sensível, é importante não optar por remédios caseiros ou soluções desconhecidas para aliviar os sintomas ou tentar reduzir o cisto. Essas medidas, além de serem ineficazes em relação ao problema, podem piorá-lo e proporcionar inflamações.

Cisto Na Vagina, O Que Pode Ser E Como Tratar

Principais sintomas

Em boa parte das recorrências, o cisto vaginal é assintomático e não levanta queixas. Algumas pacientes, no entanto, podem sofrer com alguns sintomas desconfortáveis. As principais queixas relatam uma bolha redonda nas paredes da vagina, desconforto durante as relações sexuais ou durante a utilização de absorventes íntimos.

Os sintomas descritos acima não são exclusivos dos cistos vaginais e também podem indicar outros problemas ginecológicos. Portanto, apenas o ginecologista poderá avaliar a situação e perceber a gravidade do problema. É fundamental ter um diagnóstico correto a fim de evitar o uso de medicações indevidas que não funcionem para a lesão que a paciente possui.

Como é feito o diagnóstico

Somente um ginecologista poderá confirmar o diagnóstico de um cisto vaginal ou de qualquer problema no aparelho reprodutor feminino (Ver Imagem de exemplo). Algumas DSTs, como o HPV, gonorreia ou clamídia, por exemplo, possuem sintomas muito semelhantes aos relatados pelas pacientes que possuem cistos. Portanto, é imprescindível o acompanhamento médico.

A consulta geralmente é iniciada com o exame pélvico, através da palpação da parede vaginal. Será analisado o histórico médico e serão feitas algumas perguntas à paciente sobre os sintomas presentes. Em caso de dúvidas e para descartar outras patologias, o médico pode sugerir a realização de alguns testes, que podem incluir:

  • uma biópsia de uma amostra de tecido do cisto para descartar a possibilidade de câncer vaginal;
  • análise laboratorial das secreções vaginais ou do colo do útero para verificar a presença de uma possível infecção sexualmente transmissível;
  • uma ressonância magnética, tomografia computadorizada ou ultra-som para ver o cisto detalhadamente.

Que tipos de cisto vaginal existem?

O tipo ou a classificação do cisto vaginal depende da área em que as lesões se apresentam. Os 4 principais tipos incluem:

Cisto de inclusão vaginal: este é o cisto vaginal mais comum. Pode aparecer devido a um trauma local. É comum que mulheres que tenham passado por trabalhos de parto recentemente desenvolvam este cisto, a depender do impacto que tiveram na altura. Também é possível o surgimento dele após cirurgias que envolvam a vagina ou exames íntimos invasivos que tenham proporcionado alguma lesão.

Cisto de Bartholin: esse é o tipo de cisto que surge na entrada da vagina. Ocorre quando a glândula de Bartholin fica inflamada devido a uma obstrução que impossibilita a secreção que lá é produzida de percorrer os canais vaginais.

Cisto de Gartner: este é um cisto congênito e surge na parede vaginal devido à aglomeração de uma secreção líquida dentro de um canal vaginal. Normalmente desaparece após o nascimento. Confira os principais sintomas do Cisto de Gartner e como tratar.

Cisto de Müller: Igualmente ao cisto de Gartner, o cisto de Müller também se apresenta de forma congênita e tende a desaparecer após o nascimento. Em raros os casos, acompanham as mulheres até a idade adulta.

Há, ainda, cistos menos frequentes que podem se desenvolver no interior da vagina e que também exigem cuidados médicos. Somente um especialista conseguirá avaliar o tipo de lesão existente para conseguir identificar a melhor solução para cada paciente.

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Como é feito o tratamento

Em alguns casos, o cisto na vagina não necessita de intervenção médica e desaparece sozinho em poucos dias. No entanto, se persistirem por mais de quatro dias, é fundamental consultar o ginecologista. Da mesma forma, os tumores benignos que proporcionam desconforto à paciente devem ser avaliados por um especialista que poderá optar por eliminá-los através de uma pequena cirurgia (drenagem cirúrgica ou marsupialização).

Em casos menos recorrentes, os cistos podem originar processos infecciosos, inflamatórios ou o desenvolvimento de abscessos. Nestas situações podem ser prescritos remédios antibióticos para amenizar a situação antes de uma possível cirurgia.

Para aliviar o desconforto, a mulher pode usar um simples tratamento caseiro, sentando-se em uma banheira com alguns alguns centímetros de água morna (banho de assento ) várias vezes ao dia, durante três ou quatro dias. O banho de assento pode ajudar pequenos cistos a romper e drenar por contra própria, sem a necessidade de intervenção cirúrgica.

Vale lembrar que, nos casos de cistos com secreções purulentas, o toque local na tentativa de esvaziar a lesão pode complica-la ainda mais. Do mesmo modo, medicamentos para acne jamais poderão ser utilizados na região vaginal a fim de tratar estas lesões. Saiba mais sobre a acne vaginal e como é feito o tratamento.

Possíveis complicações

Se forem bem tratados, as complicações que decorrem devido ao cisto vaginal são praticamente nulas. É fundamental, no entanto, observar o aspecto do cisto e os possíveis sintomas apresentados por ele. A região vaginal é extremamente sensível e suscetível a alergias, por isso a automedicação nestes casos pode proporcionar complicações às pacientes para um problema que seria facilmente resolvido com a prescrição adequada.

Como prevenir?

O crescimento destes nódulos é difícil de prevenir, mas pode ser conseguido mantendo a vagina sempre bem limpa. A prática de relações seguras também pode ajudar a evitar a ocorrência de infecções por doenças sexualmente transmissíveis.

Consultas de rotina

A saúde íntima da mulher é de suma importância para o equilíbrio corporal. Tendo isso em vista, é fundamental manter um acompanhamento médico anual, para as mulheres jovens, e semestral para as mulheres a partir dos 45 anos. A chance de conseguir identificar a tempo uma lesão maligna ou um câncer aumenta exponencialmente com os exames de rotina, por isso é fundamental estar sempre em dia com as consultas, independentemente do surgimento ou não dos cistos.

Além disso, a observação das secreções ou corrimentos vaginais e do aspecto que as mucosas possuem, é essencial para detectar alguma possível alteração. Durante o banho, as mulheres devem, além de realizar a higiene, observar possíveis anomalias que tenham surgido. Dessa forma conseguirão distinguir as mudanças e relatá-las ao médico responsável durante as consultas de rotina.

Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

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    Última atualização da página em 23/06/21