Cisto no fígado: entenda o que é, e quando é perigoso

O cisto no fígado é uma bolha preenchida por fluidos que se forma no fígado. Costuma ser assintomático, e muitas vezes acaba sendo descoberto por acaso em exames de rotina, como o ultrassom ou tomografia da região abdominal. Geralmente não é grave, pois possui caráter benigno, não estando relacionado com o câncer, e não necessita de tratamento. No entanto, não é uma situação normal. Se for detectado crescimento significativo do cisto, bem como sintomas incômodos (dor abdominal, febre, inchaço), o hepatologista poderá indicar a cirurgia de remoção.

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Cisto No Fígado

Principais Tipos de Cisto

Existem diferentes tipos de cistos hepáticos. A realização de exames de imagem, como a tomografia, ultrassom e ressonância magnética, é de extrema importância, para perceber ou não a necessidade de tratamento ou cirurgia. Em casos de suspeita de câncer, deve ser realizada uma biópsia. Veja as suas características e como são classificados:

Cisto Simples ou Hemangioma: geralmente apresenta tamanho pequeno (menos de 5 cm), dificilmente causa sintomas e não é sinal de câncer. Na maioria das vezes não precisa de tratamento, já que podem desaparecer sozinhos com o tempo.

Cisto hidático: característico da hidatiose, doença causada pelos parasitas do gênero Echinococcus, dos quais os cães são considerados hospedeiros definitivos – enquanto os ovinos, bovinos e suínos são hospedeiros intermediários e os humanos são hospedeiros intermediários acidentais. A transmissão do equinococo costuma ocorrer por ingestão de água e alimentos contaminados por ovos do parasita ou então por ingestão de carne do hospedeiro intermediário. Medidas preventivas como vermifugação dos animais, tratamento da água, cozimento da carne e higiene adequada ajudam a evitar a transmissão.

O cisto hidático pode provocar sintomas como aumento do volume abdominal e dores provocadas pela pressão que os cistos originam.

Cisto neoplásico: 

– Cistoadenoma: quando há crescimento anormal (neoplasia) de cistos e estes são maiores em número e tamanho. Apesar disso, quando classificados como cistoadenomas ainda são considerados tumores benignos. Os cistoadenomas são raros, mas causam dor, cansaço, aumento da circunferência abdominal e febre.

– Cistoadenocarcinoma: também raro, ocorre quando os cistoadenomas evoluem para um tumor maligno.

Pode virar câncer? O perigo de um cisto no fígado se transformar em câncer é reduzido, já que grande parte dos cistos hepáticos tem por hábito ser benigno e não desencadear transformações cancerosas. No entanto, algumas classes como o cistoadenoma, podem progredir para câncer em algumas situações.

Quais São Os Sintomas De Cisto No Fígado

Quais são os sintomas

Conforme mencionado anteriormente, na maioria dos casos o cisto no fígado não causa desconfortos, e normalmente é detectado incidentalmente em exames. Porém, é importante ficar atento e consultar um hepatologista caso se observem os seguintes sintomas:

  • Icterícia (pele e olhos amarelados)
  • Falta de apetite e perda de peso sem intenção
  • Náuseas e enjoos
  • Dores na região abdominal, principalmente do lado direito
  • aumento do perímetro abdominal
  • sensação de fadiga
  • febre, com temperatura corporal acima dos 38ºC
  • insuficiência cardíaca

Causas e como prevenir

Os cistos no fígado simples não têm uma etiologia definida, mas podem ocorrer por uma má formação congênita ou ser consequência de uma outra doença do fígado, como por exemplo, doença de Caroli (inflamação dos dutos biliares), fibrose hepática congênita e doença hepática policística (distúrbio hereditário). Nestes casos, não há como prevenir, mas é importante realizar exames de rotina e check-ups, pois quanto antes o diagnóstico for feito, mais rápido o paciente poderá se tratar e ter melhor qualidade de vida.

Os cistos hidáticos têm causa parasitária, podendo ser prevenidos com medidas de higiene (evitar contato com fezes de animais, lavar muito bem as mãos, limpeza dos utensílios usados na alimentação), vermifugação dos animais domésticos, utilizar somente água tratada, cozinhar bem a carne e evitar que os cães consumam carne crua.

Conforme artigo publicado na Science Direct, os cistodenomas hepáticos ocorrem muito mais em mulheres que em homens, podendo ser associados a causas hormonais.

Foi identificado também que mulheres acima dos 40 anos, mulheres que tomam anticoncepcionais hormonais há mais de 5 anos e homens que fazem uso de esteroides anabolizantes têm maior probabilidade de desenvolver cistoadenoma no fígado. É importante consultar um médico para monitorar quaisquer desequilíbrios hormonais e prevenir ou controlar os cistoadenomas e outras doenças.

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Como é feito o tratamento

Cisto simples: geralmente não necessita de tratamento, pois não é uma ameaça à saúde geral do pacietne. O tratamento do cisto no fígado é indicado caso o tumor tenha um tamanho grande e venha a causar dores, ou outros sintomas hepáticos (icterícia, febre, problemas de apetite, inchaço abdominal). Nessas situações recomenda-se a cirurgia para eliminar o cisto, a qual é minimamente invasiva e tem uma boa taxa de recuperação. A aspiração do fluido cístico, não é recomendada, pois após um curto período de tempo o cisto volta a ser preenchido novamente, não sendo um tratamento definitivo.

Cisto hidático: o tratamento preferencial para um humano diagnosticado com cistos hidáticos é a cirurgia para remoção.

Cistoadenoma: deve-se realizar procedimento cirúrgico para removê-los. Durante a cirurgia deve ser realizada uma biópsia para verificar se não há mesmo sinais de câncer, pois os cistoadenomas têm potencial para se transformarem em tumores cancerígenos.

Cistoadenocarcinoma: o tratamento indicado é a hepatectomia (remoção de parte ou de todo o fígado), podendo ser necessário transplante hepático. Também deve ser feito acompanhamento e tratamento a fim de evitar a evolução do câncer (radioterapia, quimioterapia).

Embora o tratamento recomendado para os vários tipos de cistos seja a cirurgia, esta tem uma boa taxa de recuperação e é fundamental para melhorar a qualidade de vida do paciente, resolvendo problemas como dores e prevenindo pioras de quadro, como compressão e sangramento de órgãos adjacentes ao fígado.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Dr. Antonio Hirt (Gastroenterologista / Cirurgião Ap. Digestivo - CRM/PR: 11031)

Dr. Antonio Hirt - CRM/PR: 11031

Cirurgia do aparelho digestivo - RQE Nº: 11137

Consultar > Currículo Lattes.

Cirurgia Videolaparoscópica - RQE Nº: 779

Gastroenterologia - RQE Nº: 21161

Formado pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná (FEMPAR) em 1987. Mestre em princípios de cirurgia pelo Instituto de Pesquisas Médicas e Doutorando em Marcadores Tumorais em câncer gástrico pela mesma instituição.

Especialista em Cirurgia do Aparelho Digestivo e em Gastroenterologia e Endoscopia Digestiva.

Membro do “Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva” e da “Federação Brasileira de Gastroenterologista”.

Membro da comissão científica da FBG-Pr.

Contatos: Consultório na Rua Amintas de Barros, 519 conj. 103 - Tel. (41) 3264-2003 ou (41) 99244-3202 (whats) centro - Curitiba - Pr.

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    Última atualização da página em 08/09/24