O que é Clamídia, como identificar e Tratar

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 09/09/24

Assim como a tricomoníase, a clamídia também é uma doença transmitida durante o ato sexual desprotegido. No entanto, trata-se de uma DST bacteriana, enquanto a primeira é provocada por um parasita. Em algumas pessoas, a doença tende a não provocar sintomas. Quando eles surgem, pode haver corrimento vaginal com cheiro, textura ou coloração estranhas. Além disso, tanto homens como mulheres podem sentir uma sensação de ardência durante a liberação da urina.

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O local de infecção pode variar de acordo com o gênero do indivíduo. Nos homens a ação da bactéria Chlamydia trachomatis incide sobre:

  • o reto;
  • a garganta;
  • a uretra.

Além do reto e da garganta, outra região sujeita à infecção é o colo do útero (no caso das mulheres).

No consultório, o médico levará em consideração o relato dos sintomas. Porém, os resultados obtidos por meio de exames são cruciais para diagnosticar a clamídia. Todo esse procedimento de confirmação da doença pode ser conduzido por um infectologista, clínico geral, urologista ou ginecologista. Mais abaixo serão descritos alguns detalhes acerca do tratamento.

O Que é Clamídia, Como Identificar E Tratar

Como se pega clamídia

Como já mencionado anteriormente, o risco de se contrair clamídia é por meio de relações sexuais desprotegidas. Vale destacar que todas as modalidades de prática sexual estão inclusas, como:

  • sexo oral;
  • penetração anal;
  • penetração vaginal.

As pessoas com uma vida sexual extremamente ativa e com múltiplos parceiros são mais vulneráveis ao contágio da clamídia. Afinal, o aumento do número de parceiros é proporcional às chances de contaminação.

Outra forma de contágio ocorre da mãe para o feto. Isso acontece quando a gestante não trata a doença e realiza parto normal. Durante a passagem pela área vaginal contaminada, o bebê fica exposto às bactérias causadoras da clamídia.

Riscos da clamídia na gravidez

No decorrer da gestação, a doença pode complicar o desenvolvimento normal do feto. Nesses casos, o bebê recém-nascido fica sujeito a:

  • nascer com peso abaixo do normal;
  • nascer de forma prematura;
  • desenvolver conjuntivite — pode receber tratamento via adoção de antibióticos;
  • sofrer pneumonia — pode ser tratada, assim como a conjuntivite;
  • falecer.

Além disso, a gestante ainda pode sofrer endometrite, uma das infecções que acometem o endométrio — camada interna do útero.

Perante todos esses problemas, que incluem o risco de morte do feto, as mulheres grávidas precisam de um acompanhamento no período pré-natal, já que é a melhor forma de identificar possíveis complicações com a máxima antecedência e, assim, evitar que o pior aconteça.

Como saber se estou com clamídia

Um dos maiores problemas associados ao diagnóstico da clamídia é o tempo que por vezes ela demora a manifestar os primeiros sinais. Além disso, existem muitos casos em que a doença é totalmente assintomática, não provocando qualquer sintoma.

A ausência de sinais induz o indivíduo a acreditar que está tudo bem com o seu organismo, levando a doença a ser transmitida para outras pessoas através da relação sem camisinha. Além das manifestações comentadas anteriormente, é preciso estar atento aos seguintes sintomas:

  • sensação de ardência durante a saída da urina;
  • dores durante a penetração peniana;
  • coceira intensa em toda a área do órgão genital.

Os sintomas exclusivos da mulher, incluem:

  • corrimento vaginal com consistência pastosa;
  • dores na região da pélvis;
  • sangramentos nos intervalos de cada menstruação;
  • presença de sangue depois do ato sexual.

Enquanto isso, o homem pode exibir o seguinte quadro sintomático:

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  • dores e intumescimento da bolsa escrotal;
  • presença de secreção na glande;
  • processo inflamatório na uretra.

Como é feito o diagnóstico

De acordo com as informações fornecidas pelo paciente, o médico já possui elementos suficientes para suspeitar de clamídia. Contudo, é necessário confirmar a presença da bactéria Chlamydia trachomatis através de alguns exames. Para isso, pode ser necessário coletar a urina do paciente ou uma amostra de tecido (biópsia) da região genital para posterior análise laboratorial.

Tendo em vista que a doença pode ser assintomática, os indivíduos que praticam sexo com frequência precisam consultar o ginecologista (no caso das mulheres) ou o urologista (no caso dos homens) com regularidade.

É importante que esta medida preventiva seja seguida tanto por homens como mulheres, principalmente em pessoas com idade acima dos 25 anos. Além disso, o cuidado também deve se estender às gestantes. Entenda que o risco de clamídia na gravidez pode gerar uma série de complicações para o feto.

A Clamídia tem cura?

Desde que seja diagnosticada com alguma antecedência, a doença pode ser prontamente eliminada após o tratamento antibiótico diário, com duração de 1 semana. Enquanto estiver em tratamento, o paciente não deve manter contato sexual com ninguém. Caso contrário, o processo de cura ficará seriamente comprometido.

É importante salientar que os indivíduos contaminados pelo vírus da AIDS, o HIV, também podem realizar o mesmo tratamento, não havendo necessidade de internamento durante a fase de cura.

Como é feito o tratamento

Normalmente, o médico receita dois antibióticos:

  • doxiciclina— o tratamento com este medicamento deve ser realizado por 7 dias consecutivos. Porém, podem haver exceções;
  • azitromicina (dose única) — neste caso, toda a dosagem prevista para o tratamento é ingerida de uma vez, com um único comprimido.

Outros medicamentos utilizados no tratamento de clamídia incluem:

  • Amoxilina
  • Amoxil BD
  • Astro
  • Ciprofloxacino
  • Clordox

A preferência pelo tratamento semanal ou de dosagem única ficará a cargo da avaliação médica. O ponto mais relevante a ter em mente é que a clamídia é uma doença curável. O paciente só deve estar atento aos sinais típicos provocados pela Chlamydia trachomatis e consultar o médico sempre que julgar necessário.

Apenas o especialista pode determinar qual o remédio mais apropriado para o seu caso, doseamento correto e a extensão do tratamento. Obedeça sempre as indicações do seu médico e NUNCA, em momento algum se automedique. Não descontinue a toma do medicamento sem indicação do médico.

Tratamento caseiro

Os antibióticos são a melhor forma de eliminar a bactéria. No entanto, existem alguns remédios caseiros que podem ajudar a complementar o tratamento farmacológico. Os mais comuns são:

  • Alho: Comer 1 ou 2 dentes de alho diariamente pode acelerar a cura da clamídia.
  • Feijão e cereais: Os efeitos benéficos da fibra no corpo aceleram a recuperação e eliminação da bactéria.
  • Sálvia: Prepare um chá com as folhas da sálvia moídas. Beba a mistura 2 ou 3 vezes por dia durante uma semana.
  • Unha-de-Gato: Consuma até 500 mg 4 vezes por dia.

Complicações

Quando ignorada a doença pode desencadear uma série de complicações, que incluem:

  • O desenvolvimento de outras doenças sexualmente transmissíveis;
  • Doença inflamatória pélvica;
  • Epididimite (inflamação ou infecção do epidídimo);
  • Inflamação da próstata (prostatite);
  • Transmissão da bactéria para o recém-nascido;
  • Infertilidade (dificuldade em atingir ou manter uma gravidez);
  • Artrite reativa (artrite que aparece após uma infecção intestinal ou genito-urinária).

Reforçamos a importância – as pessoas ativas sexualmente precisam realizar exames regulares, a fim de preservar o seu estado de saúde. Desta forma não só é possível tratar e curar a clamídia em pouco tempo, como identificar precocemente muitas outras patologias.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

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Bibliografia
  • Ministério da Saúde
  • Manual Merck
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    Última atualização da página em 09/09/24