Colestase da Gravidez: Sintomas, Causas e Tratamentos

Revisão Clínica: Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692). Atualizado: 08/09/24

Saiba mais sobre esta condição do fígado, que faz com que as mãos e os pés da mulher grávida sofram de coceira intensa. 

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Embora seja mais comum durante a gravidez, é uma situação bastante rara e facilmente tratável, quando diagnosticada no início.

Para as mulheres gestantes, a colestase é uma condição médica comum, potencialmente perigosa, que requer atenção médica e que pode até mesmo induzir o parto prematuro.

Devido à natureza delicada do corpo durante a gravidez e no momento do parto, a colestase é um problema que não pode ser ignorado.

Colestase Da Gravidez, Causas, Sintomas, Diagnóstico, Fatores De Risco E Tratamentos

O que é a colestase da gravidez?

A colestase é uma condição médica que afeta o fluxo da bile do fígado. A bile é um suco digestivo crítico, mas também pode causar problemas no corpo quando se acumula ou é impossibilitado de se mover livremente entre os sistemas do organismo.

Basicamente, como o suco biliar é incapaz de alcançar a vesícula biliar, ela acaba sendo liberada na corrente sanguínea, resultando na manifestação de diversos sintomas. Essa quantidade de bile no sangue pode ser perigosa tanto para a mãe, quanto para a criança.

Embora a colestase seja diagnosticada quase que exclusivamente durante a gravidez, pode haver outras causas, como um bloqueio físico no duto através do qual a bile é transportada. Os sintomas dessa condição médica são bastante óbvios.

Como o diagnóstico precoce é simples, isso pode ser útil no desenvolvimento de uma estratégia para um tratamento adequado.

Causas da colestase

Como mencionado, a causa da colestase é a obstrução da bile após a sua produção pelo fígado. No entanto, pode haver outras causas desse bloqueio, incluindo o extremo aumento dos hormônios no corpo durante a gravidez, ou seja, de estrogênio e progesterona.

Quando esses hormônios se acumulam no organismo, eles podem causar estragos nos sistemas e processos metabólicos, incluindo aqueles que permitem o fluxo de diferentes compostos e sucos gástricos. Em alguns casos raros, pode haver um bloqueio mecânico da bile em uma paciente grávida, mas esse raramente é o caso.

Fatores de risco da colestase

Colestase Gravídica

Existem alguns fatores de risco para a colestase obstétrica, incluindo o atraso na gravidez, problemas hepáticos anteriores, histórico familiar da doença e a gravidez múltipla.

Problemas no fígado – se você já tiver problemas no fígado ou na vesícula biliar, o risco de colestase será muito maior, já que o fígado provavelmente não estará produzindo a bile corretamente.

História familiar – esta condição particular do fígado parece acometer as pessoas de uma mesma família devido a uma conexão genética. Então, se sua família tem o problema, consulte o médico no início da gravidez.

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Gravidez múltipla – uma gravidez múltipla faz com que os níveis de hormônios sejam ainda mais elevados e desequilibrados. Se você estiver programada para ter gêmeos, trigêmeos ou mais filhos, suas chances de desenvolver a colestase serão bem mais significativas.

Atraso na gravidez – a colestase geralmente afeta as mulheres que estão com a gestação atrasada durante o terceiro trimestre, embora o problema possa aparecer no decorrer do segundo trimestre.

Sintomas da colestase

Alguns dos sintomas mais comuns da colestase incluem coceira nas mãos e pés, náuseas, pele amarelada e perda de apetite.

Coceira – o sintoma mais comum e reconhecível é a coceira nas mãos e nos pés, embora ela possa ocorrer em qualquer parte do corpo. Essa coceira também pode ser acompanhada de uma erupção, que pode ser tratada de várias maneiras.

Náusea – um sintoma mais incomum é uma sensação de desconforto gastrointestinal, o que acontece quando os níveis de sais biliares no sangue ultrapassam um determinado nível.

Pele amarelada – a icterícia pode acontecer em muitos casos caracterizados pelo acúmulo de sais biliares no sangue, o que torna esse um outro sintoma facilmente reconhecível.

Apetite – algumas mulheres podem sentir perda de apetite devido à colestase obstétrica, embora a ligação química causadora do sintoma ainda seja desconhecida.

Acolia – (fezes claras)

Colúria – urina escura

Diagnóstico da colestase

A colestase pode ser diagnosticada de diversas maneiras, incluindo um exame físico e uma entrevista sobre os sintomas, juntamente com um exame de sangue para medir os níveis de bile no sangue.

Exame e entrevista – um exame físico e uma entrevista detalhada a respeito de todos os sintomas costumam fornecer pistas ao médico sobre o que está acontecendo com o corpo da paciente, mesmo que ainda não seja feito um exame formal ou quantitativo.

Exame de sangue – um exame de sangue pode confirmar o diagnóstico da colestase, pois ele mede a quantidade de sais biliares no sangue, o que mostra que a bile não foi devidamente desviada para a vesícula biliar.

Efeitos da colestase

Para as gestantes, a colestase é raramente perigosa e costuma desaparecer dentro de alguns dias após o parto. Os sintomas do problema podem ser incômodos, principalmente a coceira. Mas além de pomadas tópicas para tratar o trantorno, há mais algumas opções de tratamento.

No entanto, as complicações que recaem sobre o bebê podem ser muito mais perigosas, incluindo o sofrimento fetal, um baixo volume de líquido amniótico, parto prematuro ou o aborto. A má formação congênita, além de um crescimento e desenvolvimento inadequados também podem ser consequência de um nível inadequado de sais biliares no sangue.

Para evitar esses efeitos colaterais negativos nos bebês, os testes regulares e o controle são necessários durante toda a gravidez para garantir que o líquido amniótico esteja em uma concentração apropriada, medir a frequência cardíaca e outros elementos do perfil biofísico, garantindo que o crescimento e o movimento muscular estejam normais.

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Em alguns casos, pode ser necessário programar um nascimento prematuro controlado para proteger o feto — desde que os pulmões do bebê estejam totalmente desenvolvidos. Em casos raros, um esteroide será administrado para acelerar o desenvolvimento dos pulmões do bebê.

Tratamentos para a colestase

Como mencionado, o tratamento para os sintomas da colestase consiste no uso de uma pomada anti-inflamatória básica para a mãe e na realização de exames regulares no bebê.

Porém, também existem medicamentos para regular os níveis de bile no organismo, suplementos de vitamina K, banhos de água fria e remédios fitoterápicos.

Medicamentos para regular a bile

Há certos medicamentos que podem reduzir a produção de bile no fígado, o que impede o deslocamento do excedente para a corrente sanguínea e, consequentemente, o desenvolvimento dos sintomas atrelados a essa condição médica.

Vitamina K

As mulheres que sofrem essa condição médica são frequentemente deficientes em vitamina K, sem a qual é impossível estabelecer uma conexão com a bile presente no estômago. Logo, a suplementação é frequentemente recomendada.

Banhos de água fria

O fluxo de sangue pode ficar atrasado devido à baixa temperatura, diminuindo a deposição de sais biliares na corrente sanguínea.

Ingestão de lecitina

Esse tipo específico de substância gordurosa tem sido associada diretamente a diminuição da incidência da colestase. Para isso, você  pode obter tanto a lecitina de origem animal como a de origem vegetal.

Restrições alimentares

Se você estiver sofrendo de colestase obstétrica, há uma série de alimentos que você deve evitar, como aqueles que contenham alto teor de sódio, álcool e açúcar.

Sódio em excesso

Evite alimentos como elevado teor de sódio, pois eles podem causar inflamação no fígado, que ainda funciona corretamente quando você está sofrendo de colestase.

Álcool

O consumo de álcool deve ser evitado se você tiver colestase, já que a substância causa o mau funcionamento do fígado e provoca danos a longo prazo que podem afetar a produção e o fluxo da bile.

Sinónimos: Colestase obstétrica, gravídica, colestase benigna da gravidez, ou colestase intra-hepática da gravidez.

Referências

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Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692)

Enfermeiro - Coren nº 491692

O Reinaldo Rodrigues formou-se em agosto de 2016, pela Universidade Padre Anchieta, em Jundiai. Fez curso de especialização em APH (Atendimento Pré-Hospitalar), pela escola 22Brasil Treinamentos, em Barueri, curso de 200 horas práticas, com foco em acidentes de trânsito.

Trabalha como Cuidador de Idosos há 5 anos, e possui experiência em aspiração de vias aéreas, banho de aspersão, curativos, tratamento e prevenção de Lesão por Pressão, gerenciamento de Equipe de cuidadores com elaboração de escalas. Treinamento e acompanhamento de cuidadores nas casas dos pacientes.

Também pode encontrar o Reinaldo no Linkedin.

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    Última atualização da página em 08/09/24