O diagnóstico do HIV é feito através de um exame de sangue que identifica alguns dos componentes do vírus (principalmente o seu RNA) ou os anticorpos formados contra qualquer um desses componentes. Essas análises são simples de executar e permitem estabelecer com certeza se há ou não uma infecção pelo vírus HIV.
Na presença de dúvidas, são realizados testes complementares para confirmar o diagnóstico, como o Western blot por exemplo. Os especialistas que podem ajudar a identificar o vírus são, o clínico geral e o infectologista.
A determinação quantitativa do RNA, denominada “carga viral” está incorporada como uma análise de rotina. É muito útil do ponto de vista prognóstico e para avaliar a eficácia do tratamento, permitindo um diagnóstico mais rápido que a detecção de anticorpos.
Para determinar o estágio a doença, podem ser usados os seguintes testes:
- Contagem de CD4: A contagem de células CD4 em um indivíduo sem HIV pode oscilar entre 500 a mais de 1.000. Mesmo quando o indivíduo não tem sintomas, quando a infecção evolui para aids a contagem de CD4 desce para menos de 200.
- Carga viral: A carga viral é um teste que mede a quantidade de vírus presente no sangue e, geralmente, quanto mais elevada a carga viral, pior a saúde do indivíduo.
Tratamento
O objetivo dos tratamentos atuais com novos fármacos é suprimir a replicação do HIV, apesar de ainda não existirem medicamentos que o consigam totalmente. No entanto, é verdade que esses novos medicamentos, combinados entre si, melhoraram muito a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes e reduzem notavelmente a ocorrência de complicações infecciosas. Alguns dos antirretrovirais mais conhecidos incluem a Lamivudina, Tenofovir, Efavirenz e Abacavir.
Atualmente, o objetivo terapêutico do HIV é conseguir reduzir a carga viral para níveis indetectáveis pelos métodos analíticos (20-50 cópias por mililitro de plasma) e mantê-la nesses níveis o maior tempo possível. O tratamento, e também a prevenção de complicações infecciosas é feito de forma especifica para cada uma delas, com bons resultados. Os tumores, no entanto, continuam sendo um problema sem solução, dada a enorme agressividade que apresentam nesses pacientes.
Entenda como é usado cada medicamento:
Inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa: Esta categoria de fármacos age sobre a enzima transcriptase reversa, tornando a conversão do RNA em uma cadeia de DNA viral defeituosa, impossibilitando a integração desta no DNA das células que protegem o organismo hospedeiro. Essa atuação impossibilita que o vírus se replique. Exemplos desses medicamentos são: Abacavir, Lamivudina, Tenofovir e Zidovudina.
Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa: Tal como a classe anterior, estes remédios também agem sobre a enzima transcriptase reversa, impedindo de forma direta a sua ação, impossibilitando a multiplicação do vírus. Alguns exemplos de medicamentos incluem: Efavrienz, Nevirapina e Etravirina.
Inibidores de protease: São fármacos que intervêm na enzima protease, impedindo sua ação e impossibilitando a criação de novas cópias do vírus HIV. Alguns exemplos de medicamentos incluem: Atazanavir, Darunavir, Lopinavir e Ritonavir.
Inibidores de fusão: São fármacos que bloqueiam a passagem do vírus do HIV para as células de defesa do organismo hospedeiro através da proteína CD4, impossibilitando o ciclo de reprodução do vírus, como o Enfuvirtida (T20).
Inibidores da integrase: São uma categoria de fármacos que impedem a ação da enzima integrase, motivadora da entrada do DNA do vírus HIV no DNA humano. Esta ação ajuda a evitar a reprodução do vírus e sua habilidade de infeccionar novas células. Alguns exemplos incluem: Dolutegravir, Raltegravir.
Saiba mais sobre a infecção pelo vírus HIV
Trata-se de um vírus que destrói seletivamente alguns dos mecanismos celulares, através dos quais o corpo humano se defende em caso de infecções e tumores, prejudicando assim determinados elementos importantes do sistema imunitário. Por essa razão, recebeu o nome de Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), a doença que provoca a síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA).
Até o momento, foram identificados dois tipos: HIV-1 e HIV-2. O primeiro é o mais frequente.
Como é transmitido
A infecção pelo HIV pode ser adquirida através dos seguintes mecanismos:
a) Transmissão vertical, de mãe para filho: Da gestante para o feto (materno-fetal); Durante o parto ou amamentação (perinatal).
b) Por transfusão de sangue (ou administração de derivados do sangue) contaminado pelo HIV. Esta via de transmissão tem perdido importância desde 1985.
c) Por transmissão sexual, ao fazer sexo com uma pessoa infectada pelo HIV.
d) Por inoculação de sangue infectado: Ao compartilhar seringas ou agulhas usadas por indivíduos infectados pelo HIV; Por punção acidental com uma agulha de um paciente infectado.
Quais são os sintomas em cada fase
Os sintomas gerais incluem:
- Febre
- Mal-estar
- Manchas vermelhas espalhadas pelo corpo
- Aumento dos linfonodos, ou ínguas
- Dores de cabeça
- Dor nos músculos
- Erupção cutânea
- Calafrios
- Dor de garganta
- Úlceras orais ou úlceras genitais
- Dor nas articulações
- Sudorese noturna
- Diarreia
- Tosse
A infecção inicial, que muitas vezes ocorre sem sintomas, pode apresentar sinais semelhantes a uma mononucleose infecciosa, e incluem febre, glândulas do pescoço inchadas, mal-estar e quadro clínico erupção.
Na fase crônica ou de latência, a maioria dos pacientes não apresenta sintomas. Alguns, especialmente os viciados em drogas, podem apresentar uma baixa contagem de plaquetas. Um pequeno número de pacientes pode apresentar alterações do sistema nervoso central ou periférico.
A fase final é caracterizada por uma deterioração progressiva do estado geral do indivíduo, manifestando-se com perda de apetite, perda de peso, febre e diarreia. Podem ocorrer também infecções oportunistas (pneumonia por Pneumocystis carinii, tuberculose, infecções fúngicas e virais), tumores malignos (sarcoma de Kaposi, mais frequente em homossexuais, ou linfomas de Hodgkin e não Hodgkin, câncer do colo do útero e da região anorretal); e distúrbios neurológicos.
Qual é o prognóstico
Na evolução da infecção pelo HIV, distinguem-se 3 fases:
1. Uma fase inicial ou aguda, com duração de várias semanas.
2. Uma fase de latência clínica na qual o paciente infectado pode não apresentar nenhum sintoma. Nesta fase, o vírus persiste ativo dentro das células, embora com uma intensidade muito variável de um paciente para outro. Esta fase pode ter uma duração muito variável, embora na maioria dos pacientes geralmente dure entre 8 a 10 anos.
3. Uma fase final ou de crise, que clinicamente corresponde ao que chamamos de AIDS. Os novos tratamentos aumentaram significativamente a expectativa e a qualidade de vida dos pacientes com AIDS.
Como posso prevenir o HIV
Não existe tratamento que cure a doença causada pelo HIV. As medidas preventivas são o único meio de lidar eficazmente com a infecção. Existem vários procedimentos, que ajudam a “evitar” contrair a infecção.
Dado que estamos perante uma doença com uma taxa de mortalidade muito alta, são necessárias medidas preventivas (ver abaixo) para evitar a sua transmissão. Não existem vacinas disponíveis que tornem o indivíduo imune ao vírus.
Medidas preventivas aplicadas em diferentes circunstâncias:
1. Infecção por transfusão de sangue ou administração de derivados do sangue. Nos países desenvolvidos, praticamente não existe risco de infecção.
2. Transmissão materno-fetal. O tratamento anti-retroviral da mãe durante a gravidez reduz o risco de transmissão da doença para a criança para menos de 5%.
3. Toxicodependência. A prevenção mais eficaz é abandonar as drogas por via intravenosa. É essencial não compartilhar seringas com infectados.
4. Acidental. Através de punções ou cortes, realizados por médicos ou enfermeiros que tratam pacientes infectados. As medidas para prevenir o desenvolvimento da infecção (tratamento anti-retroviral) são conhecidas pelos prestadores de saúde.
5. Transplante de órgãos. O risco nestes casos é zero, já que a lei exige que o doador não esteja infectado.
6. Transmissão sexual. Esta é, juntamente com a toxicodependência, o mecanismo mais frequente da transmissão do HIV.
Os métodos de prevenção para este mecanismo de transmissão tentam estabelecer uma barreira impenetrável para o vírus e evitar o contágio. O mais utilizado e recomendado é o preservativo, porque, teoricamente, cumpriria esse objetivo. Mas a realidade mostra que o preservativo apresenta falhas que dependem do tipo de prática sexual, material utilizado, uso ou não de lubrificantes, coexistência de outras doenças sexualmente transmissíveis, etc.
O uso de preservativos diminui, mas não elimina, o risco de infecção através de uma relação sexual. É por isso que permanece válido que: “A abstinência (privar-se) e as relações sexuais de um casal mutuamente fiel e não infectado, são as únicas estratégias preventivas, totalmente eficazes. O uso do preservativo, em cada relação sexual, pode reduzir, mas não elimina o risco de contrair a AIDS “(MMWR – Morbidity Mortality Weekly Report. Centers for Disease Control and Prevention. Atlanta. Georgia-1988; 37/ nº 7,9).
Identificação profissional: CRM-RS: 42408
- Médico do trabalho - RQE Nº: 29800
- Médico do tráfego - RQE Nº: 29858
- Médico de família e comunidade - RQE Nº: 29881
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O Dr. Marcelo Henrique Oliveira Amarante é um Médico graduado pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS (FCMMG), uma instituição da FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO (FELUMA).
Especializando em Psiquiatria pelo Centro de Estudos Cyro Martins (CCYM), especialização acreditada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina do Trabalho, aplicada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).
Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Tráfego, aplicada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).
Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade, aplicada pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).
Possui especialização em Higiene Ocupacional pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS. Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Especialização Master of Business Administration (MBA) em Auditoria em Saúde. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica, Auditoria/Regulação em Saúde, Perícias Médicas, Higiene Ocupacional, Ergonomia, Medicina do Trabalho e Medicina de Tráfego.
Atuação Profissional:
- Médico da LATAM Airlines;
- Médico da GOL Linhas Aéreas Inteligentes;
- Médico da Proforte, uma empresa do Grupo Protege;
- Superintendente Regulador/Auditor do SUS.
Também pode encontrar o Dr. Marcelo no Linkedin.
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