Odiada por muitas mulheres, a menstruação nunca está só. Com ela, surgem cólicas, dores de cabeça, dores nas costas e o mau humor que – infelizmente – muitas conhecem bem.
No entanto, seus sintomas estão com os dias contados! Apesar de parecer simples de resolver, eles tendem a se tornar mais incisivos em algumas mulheres, comprometendo sua qualidade de vida e o bem estar delas consigo mesmas.
Nesse artigo, citaremos os métodos mais seguros — sugeridos por especialistas — para interromper a menstruação e esclareceremos as principais dúvidas em torno desse tema.
Um tour pelo corpo: o que é menstruação?
Quando pensamos em menstruação, automaticamente a associamos a cólicas e a sangue. Porém, a menstruação não se restringe apenas a isso. Existe um motivo por trás desse processo e desconhecê-lo impossibilita o entendimento por completo do corpo feminino.
A partir da primeira menarca, o corpo passará a se preparar todos os meses – embora isso não seja uma regra – para a fecundação. Conforme as fases do ciclo reprodutivo se sucedem, novos óvulos são formados, enquanto outros são descartados.
Caso não ocorra a fecundação, o endométrio – que estava pronto para acomodar o embrião – se desprende do útero e seus resquícios são liberados através do fluxo sanguíneo.
É muito importante ter em mente que essas ações só são concretizadas pela interferência desses hormônios:
Hormônio liberador de gonadotropina (GnRh)
Produzido no hipotálamo, esse hormônio atua sobre a hipófise e, a partir dela, é capaz de ativar a produção de outros hormônios (folículo-estimulante e luteinizante).
Hormônio folículo-estimulante (FSH)
Após ser produzido pela hipófise, o FSH consegue chegar aos ovários pelos vasos sanguíneos. Nos ovários, além de ajudar na maturação dos óvulos, ele também impulsiona a sintetização de estrogênio.
Estrogênio
Liberado na primeira fase do ciclo menstrual, o estrogênio controla a ovulação – assim como o próprio FSH – , encorpa o endométrio e estimula a produção de muco vaginal. Como se não bastasse, ele é o grande responsável pelas características femininas.
Hormônio luteinizante
O hormônio luteinizante não participa o tempo todo de forma ativa no organismo. Nas mulheres, ele atua na maturação de óvulos e folículos, bem como regula os níveis de progesterona e monitora o desenvolvimento do corpo lúteo.
Progesterona
Por último, mas não menos importante, a progesterona está presente nas células do corpo lúteo do ovário. Entre suas possíveis funções, as duas mais importantes envolvem a preparação das mucosas do útero para receber o óvulo e das mamas para a produção de leite.
Por que as mulheres escolhem inibir a menstruação?
Se você é mulher, certamente sabe de cor os sintomas que a menstruação traz consigo e aqueles que a antecedem.
Com os baixos níveis de progesterona e estrogênio no organismo, a mulher pode apresentar dor de cabeça, seios sensíveis e doloridos, dor nas costas, inchaço na região abdominal, cólicas – que, normalmente, estendem-se ao longo do período menstrual – e espinhas.
Ansiedade, irritabilidade, insônia, crise de choro e cansaço físico e psicológico não são sintomas obrigatórios. Porém, esses sinais se manifestam em uma grande parcela das mulheres. Além disso, a menstruação agrava os quadros de endometriose e anemia.
Por esse viés, não é difícil entender a razão pela qual muitas mulheres optam por inibir a menstruação. Seja por conveniência, escolha pessoal ou em prol da saúde, essa é uma decisão que demanda prudência e não pode, seja por qual motivo for, ser tomada sem orientação médica.
Como fazer a menstruação ir embora de forma segura?
Em primeiro lugar, faz-se necessário reforçar que nenhuma decisão deve ser tomada sem a orientação de um profissional qualificado.
Cabe ao ginecologista analisar o histórico da paciente, explicar-lhe os benefícios e malefícios da menstruação e solicitar exames. Só então, ele terá a confiança da paciente e será bem sucedido ao recomendar o método mais eficaz para interromper a menstruação.
As receitas caseiras encontradas na internet que prometem parar a menstruação imediatamente estão longe de ser consideradas seguras e efetivas. De fato, algumas a interrompem, mas apenas temporariamente.
Para que a interrupção seja eficiente, segura e duradoura, ela deve ser feita por meio da adoção de anticoncepcional oral, DIU (medicado) e/ou injeções subcutâneas. Todos esses métodos contêm hormônios sintéticos como agentes principais.
Os hormônios sintéticos “pregam uma peça” no cérebro. Eles se passam por progesterona e estrogênio. Com isso, o cérebro entende que não é preciso sintetizar o hormônio folículo-estimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH). Por conseguinte, os ovários são ‘’inativados’’ temporariamente, o que suspende o fluxo menstrual.
Todas as mulheres podem fazer uso desses métodos anticoncepcionais?
Não. Por serem medicamentos, eles têm efeitos colaterais como qualquer outro e não podem ser ministrados sem supervisão médica.
De modo geral, grande parte das mulheres não apresentam problemas durante seu uso. No entanto, existem grupos de risco que devem evitar esses métodos, como:
- Mulheres com problemas cardiovasculares;
- Mulheres com doenças autoimunes – principalmente as que são portadoras de lúpus;
- Mulheres fumantes;
- Mulheres pré-obesas e obesas;
- Mulheres com problemas gástricos.
As meninas em fase de puberdade devem ficar isentas dos medicamentos aqui citados. Nesse etapa da vida, é de extrema importância ficar atenta aos sintomas que acompanham a menstruação.
Eles são capazes de sinalizar possíveis disfunções nos aparelhos reprodutores e, ao mascará-los, as chances de descobertas são mínimas.
Outra ressalva deve ser feita com relação aos efeitos colaterais que o uso desses medicamentos acarreta. Nos primeiros meses, a possibilidade de haver sangramento – ainda que insignificante – é grande.
Por isso, caso isso ocorra não se assuste! Se o sangramento persistir, o ideal é retornar ao ginecologista para que ele possa analisar o caso novamente.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
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