A água é essencial para a manutenção da vida no planeta Terra. Dentre todas as funções que ela desempenha na biosfera, uma das mais importantes é o controle da atividade metabólica dos seres vivos.
Quanto mais água no organismo, mais as células sintetizam proteínas – outro componente essencial à vida. Por isso, nós abordaremos a desidratação — a falta de água e sais minerais no corpo.
Além das causas e sintomas do problema, você saberá quais cuidados pode tomar para evitar a desidratação.
O que é desidratação?
Pouco se ouve falar sobre essa condição grave que, na maioria dos casos, acomete crianças e idosos. A desidratação se caracteriza não só pela baixa quantidade de água no corpo, como também pela baixa concentração de sais minerais e outros líquidos orgânicos vitais para a atividade celular.
Com a deficiência desses componentes, o nosso corpo entra em colapso.
Mesmo sendo um problema que pode ser facilmente resolvido e evitado, muitas pessoas o negligenciam. Se não tratada rapidamente, a desidratação é capaz de acarretar diversas complicações ao indivíduo – podendo leva-lo à morte, em seu grau máximo.
A desidratação pode ser classificada de acordo com a proporção perdida de água, sais minerais e outros compostos orgânicos. Confira os diferentes tipos de desidratação.
Tipos de desidratação
Desidratação isotônica
As soluções isotônicas são temas das aulas de biologia. Para uma solução ser considerada isotônica, ela precisa manter um equilíbrio entre as moléculas que a compõem.
A desidratação isotônica segue quase o mesmo princípio. Nesse caso, o corpo eliminará quantidades desiguais de solvente e soluto – água e sais minerais, além de outros compostos orgânicos – através de vômitos e diarreias. Segundo especialistas, essa é a forma de desidratação mais comum, principalmente entre as crianças.
Desidratação hipotônica
Esse tipo de desidratação ocorre quando a perda de sais minerais supera a de água. Dificilmente, a condição em questão se manifesta em adultos ou idosos. O alvo mais comum são as crianças. Aproximadamente, 10 a 15% dos casos se iniciam a partir de uma desidratação simples, mas que, com o aumento da diarreia, torna-se uma desidratação hipotônica.
Desidratação hipertônica
Diferente das demais, a desidratação hipertônica se caracteriza pela perda excessiva de água em relação aos sais minerais. Essa ocorrência é muito frequente entre os diabéticos. Geralmente, quadros prolongados de febre alta, suor intenso e pouca ingestão de água culminam em um quadro de desidratação hipertônica. Quanto às crianças, a frequência também é expressiva. Essa condição representa de 10 a 20% dos casos de desidratação infantil.
Causas da desidratação
Ao longo do dia, nós perdemos água e sais minerais de diversas formas – um processo natural do corpo. Isso acontece por meio da urina, das fezes, da respiração, do suor e, até mesmo, das lágrimas.
O fato é que esse líquido precisa ser reposto, para continuarmos exercendo nossas atividades vitais da melhor maneira possível.
A falta de atenção é a oportunidade perfeita para a desidratação se instalar de vez no corpo. Fique atento aos hábitos destacados a seguir.
Pouca ingestão de líquidos
Por mais curioso que pareça ser, muitas pessoas se esquecem de beber água, ou não têm condições de realizar essa ação, que parece tão simples de ser executada. É o caso de idosos e crianças. Esses grupos necessitam de atenção especial, por serem sensíveis a certas condições. Deve-se incentivá-los e auxiliá-los – se preciso – a ingerir líquidos durante o dia.
Suor excessivo
Apesar de incômodo, o suor é muito importante, pois a temperatura corporal é resfriada graças a ele. Dependendo do nível de calor, o suor pode ser intenso ou não. Quanto mais altas forem as temperaturas altas, maior será a produção de suor.
Em geral, como se elimina uma grande quantidade de água e sais minerais por meio do suor, é necessário repor esses componentes sempre que possível – principalmente após as atividades físicas ou um longo dia de calor.
No mercado, além da água, você consegue encontrar um produto chamado isotônico. De absorção rápida, o isotônico contém concentrações de sais parecidas com a do corpo humano, podendo repor tudo o que foi mandado embora pelo suor.
Entretanto, o seu uso é recomendado apenas às pessoas que praticam atividades físicas intensas.
Diarreia
A diarreia é, de longe, o fator que mais leva as pessoas a sofrerem de desidratação. De modo geral, o desarranjo intestinal costuma passar sozinho em poucos dias. Também é normal a utilização de medicamentos para cessá-lo.
Porém, quando a situação foge à regra, é sinal de que algo não vai bem e precisa ser investigado. Quadros de diarreia duradoura podem indicar doenças sérias, bem como o que chamamos de desidratação.
A diarreia provoca uma eliminação excessiva de água e sais minerais através das fezes. Como não é uma condição normal do corpo, é compreensível que a pessoa se sinta fragilizada durante o processo.
Ao passo que a situação sai de controle, a primeira providência consiste em procurar por um atendimento de emergência.
Para evitar o risco de agravamento do quadro, o ideal é que o indivíduo se mantenha hidratado. Alguns médicos também indicam o uso de isotônicos para determinados casos de diarreia.
Vômitos
Assim como em um quadro de desarranjo intestinal, os vômitos também causam uma perda significativa de líquidos e sais minerais.
O grupo que mais sofre com a desidratação causada por vômitos sucessivos são as crianças, principalmente por não terem a capacidade de se levantar e buscar um copo de água a todo o momento.
Se as crises de vômito perdurarem, deve-se levar a criança ao pediatra para uma análise mais completa. Em alguns casos, a medicação à base de soro se faz necessária.
Febres
A febre faz com que o aumento da temperatura corporal atinja proporções que extrapolam os limites do corpo. Conforme a transpiração se eleva para tentar amenizar o calor, ocorre a eliminação de uma quantidade extra de água e sais minerais para fora das células.
Em um dado momento, a perda desses componentes é tão desfavorável ao corpo que as proteínas também começam a se desnaturar. Imagine que o corpo é uma grande caldeira, a todo vapor, a qual precisa ser resfriada.
Com a ausência do resfriamento, o organismo deixa de cumprir suas funções e entra em falência. Por isso, controlar a temperatura de um indivíduo que apresenta um quadro febril e lhe dar de beber é essencial para evitar que problemas mais graves venham a ocorrer.
Urinar em excesso
Aproximadamente 95% da urina é composta por água, enquanto nos 5% restante estão a ureia, o fosfato, o magnésio, o cálcio, o ácido úrico, o sódio, potássio e a creatina.
Ao urinar excessivamente, o corpo não encontra meios para repor esses componentes de forma rápida – sobretudo a água, que é a substância liberada em maior quantidade.
Os diabéticos e as pessoas que fazem uso de diuréticos tendem a urinar mais. Para essas pessoas, o cuidado deve ser redobrado!
Bebida alcoólica em demasia
É necessário ter prudência ao consumir bebidas alcóolicas. No corpo, o álcool é capaz de agir como um diurético, além de desencadear outras reações, como o vômito. Para diminuir as chances de desidratação, o recomendado é intercalar a bebida alcóolica com a água.
Café
Assim como o álcool, o café também é um diurético. No entanto, não é preciso sacrificar totalmente o consumo diário da bebida. Em excesso, o café pode provocar diversos efeitos colaterais — a diurese é um deles.
No entanto, dificilmente uma xícara de café (consumida pela manhã, por exemplo) causará algum transtorno grave.
De qualquer modo, é importante ficar atento aos sinais que demonstrados pelo corpo. Se você acha que tem urinado em demasia, comece a prestar atenção à quantidade de café ingerida ao longo do dia, para tentar chegar a alguma conclusão.
Quem pode ser afetado pela desidratação?
Todas as pessoas são suscetíveis à desidratação, mas existem indivíduos que precisam ficar mais atentos, pois eles estão no chamado grupo de risco, composto por:
- Idosos;
- Crianças;
- Diabéticos;
- Portadores de imunodeficiência;
Idosos
Com o passar dos anos, é natural que o nosso corpo não desempenhe suas funções com a mesma qualidade. Infelizmente, muitas pessoas perdem o hábito de se hidratarem ao longo do dia. A supervisão é essencial nesses casos, uma vez que idosos apresentam uma tendência a perderem mais líquidos do que as pessoas mais novas.
Crianças
Outro grupo propenso a sofrer com a desidratação é o das crianças. Por se encontrarem em uma fase de descobertas e brincadeiras, é normal que muitas nem se lembrem de beber água durante as atividades cotidianas. Já outras são muito novinhas para desempenhar essa função.
Independentemente do motivo, cabe aos pais supervisioná-las e auxiliá-las nesse processo. É necessário que, além de adquirir o hábito de beber água, elas entendam a importância de se manterem hidratadas.
Diabéticos
A desidratação é muito comum entre os portadores de diabetes, uma doença crônica ocasionada pela falta de insulina e/ou pela incapacidade desse hormônio em exercer – de forma eficiente – a diminuição dos níveis de açúcar presente no sangue.
Devido à alta taxa de glicose no sangue, o rim precisa trabalhar dobrado para eliminá-la por meio da urina. Normalmente, o corpo dispõe de um grande volume de água para eliminar a glicose. O excesso de glicose somado à falta de água no organismo pode culminar em um quadro de desidratação hipertônica.
Portadores de imunodeficiências
Com o sistema imune deficiente, os portadores de imunodeficiências estão mais suscetíveis a infecções, sejam severas ou não. Muitas dessas infecções se refletem no sistema gastrointestinal. Por esse motivo, não é à toa que quem apresente as células de defesa fragilizadas manifeste crises constantes de diarreia.
O problema é que a diarreia costuma ser acompanhada da desidratação. Sendo assim, além do acompanhamento médico é imprescindível que haja um monitoramento na ingestão de líquidos.
Atletas
As atividades de resistência são o maior desafio imposto ao corpo. Para executar tarefas como essa, o organismo converte carboidratos e lipídios em combustível. Contudo, muita água é eliminada durante o processo.
Um bom atleta não deve apenas se preocupar em ganhar todas provas. Cabe a ele, além disso, cuidar de sua saúde e se manter hidratado para as demais provas que virão. Combinar a água com o isotônico é uma ótima forma de garantir o equilíbrio do organismo e de suas funções vitais.
Fatores de risco
Além das causas mais comuns já citadas anteriormente, existem alguns fatores de risco que podem pôr em risco a sua saúde. São eles:
Frio
No verão, o nosso corpo pede mais líquido do que o normal. É por esse mesmo motivo que existem campanhas voltadas para incentivar o consumo de água nessa época do ano. Mas a hidratação é um hábito que deve ser mantido durante as épocas mais frias, mesmo que o corpo não cobre isso com a mesma intensidade que costuma acontecer nos meses mais quentes.
Embora a sede seja inferior no inverno, o metabolismo continua funcionando normalmente. Logo, a água e os sais minerais continuam sendo perdidos através da urina e, consequentemente, precisam ser restituídos.
Esforços e atividades realizadas em clima quente e úmido
Ao estar em um ambiente quente e úmido, o corpo tende a ampliar a eliminação de água sob a forma de suor. Com a umidade presente no local, a velocidade de evaporação do suor é mais lenta.
Sendo assim, nosso corpo entende que precisa perder mais água para equilibrar a temperatura corporal. Caso essa água não seja suprida, tem-se o estado de desidratação.
Altitudes elevadas
As partidas de futebol realizadas em locais de altitude elevada – no Chile e Peru, por exemplo –, os jogadores costumam manifestar um mal estar com mais frequência. O clima seco e frio de regiões montanhosas, bem como a diminuição da pressão atmosférica, leva à chamada hiperventilação.
Com a baixa concentração de oxigênio, a respiração do indivíduo ganha um aspecto pesado. As inspirações se tornam mais rápidas e profundas e, consequentemente, a quantidade de água perdida para o ar seco se eleva. Além do enjoo causado pela altitude elevada, se não tomadas as medidas primordiais o sujeito pode sofrer um quadro de desidratação.
Sintomas
A desidratação se divide em três tipos diferentes e para cada tipo existem seus respectivos sintomas e tratamentos. Os sintomas que aparecem com maior periodicidade são relatados a seguir.
Desidratação leve
Para que haja uma desidratação leve, é necessário uma perda de 1 a 3% do peso corporal pela falta de líquidos no corpo. Nesse caso, o indivíduo poderá vir a manifestar:
Tontura — a sensação de fraqueza e tontura é muito recorrente a quem não tem o hábito de se hidratar.
Cansaço — com a pouca quantidade de água no organismo, a velocidade com que o nosso metabolismo trabalha também sofre alterações.
Pouca vontade de urinar — sem a hidratação, o corpo não tem água suficiente para dispor na urina. O pouco que resta é poupado para ser utilizado em outros processos metabólicos. Dessa forma, a escassez de urina pode ser um princípio de desidratação.
Urina escura — além da pouca vontade de urinar, também é comum que a coloração do xixi se altere em casos de desidratação. Conforme se reduz a quantidade de água no corpo, menos água é eliminada na urina. Assim, a urina ganha uma coloração escura e se torna mais densa, já que seus compostos – que se encontram em altas concentrações – não são diluídos totalmente na água.
Mau hálito— o mau hálito é causado por vários fatores, entre eles a proliferação de bactérias na cavidade bucal. A saliva é essencial para manter a saúde da boca em equilíbrio. Ao ingerir pouca água, o corpo deixa de produzir saliva em quantidade abundante e, com isso, a taxa de bactérias tende a crescer.
Sede — sentir sede é algo normal. Porém, acompanhada de outros sintomas ela pode indicar o início de um quadro de desidratação. Não é recomendável ignorar esse tipo de sinal corporal.
Câimbras — a desidratação não se limita apenas à falta de água, mas também de outros compostos muito famosos: os sais minerais. O sódio e o potássio são os sais minerais essenciais para o mecanismo da contração muscular. Quando em quantidades insuficientes, as chances de ocorrerem câimbras são maiores.
Vontade excessiva de doces — desprovido de água, o corpo encontrará dificuldades para transportar as moléculas de glicogênio — reserva energética — que mais tarde se converterão em glicose. Como o corpo pede mais glicose para ser degradada e armazenada, surge a vontade de consumir alimentos mais doces.
Dores de cabeça — o cérebro também sofre com a faltade água no corpo. O resultado são intensas dores de cabeça. Felizmente, esse é um problema que pode ser facilmente resolvido com água potável. Se as dores de cabeça insistirem em continuar, o ideal é agendar uma avaliação física.
Outros sintomas:
- sonolência
- boca seca
- menos produção de lágrimas
- pele seca
- Prisão de ventre
Desidratação moderada
Na desidratação moderada, os sintomas da desidratação leve não só persistem, como também se intensificam. São eles:
Olhos encovados — os olhos podem dizer muito sobre a saúde de uma pessoa. Nesse caso, os olhos encovados podem denunciar um quadro de desidratação moderada.
Boca e olhos secos — ocorrências simples como essas são sintomas muito comuns a quem sofre de desidratação moderada.
Moleza — além do cansaço – comum em casos de desidratação leve – é possível que o indivíduo sinta o corpo mole ao longo de suas tarefas diárias.
Pele seca — para se ter uma pele hidratada e saudável, não adianta apenas fazer uso de cremes caros. Visto que é impossível conservar a mesma quantidade de água ao longo do dia, proporcionar à pele a sua dose diária de água é extremamente importante.
Para descobrir se a pele anda mais ressecada do que o normal, pode fazer um teste repuxando a pele do dorso da mão.
Em níveis de hidratação ideais, o natural é que a pele volte quase que instantaneamente para o mesmo lugar. A demora nesse processo pode um ser um sinal de desidratação moderada.
Peso — o corpo humano comporta, aproximadamente, 50 a 70% de água para desempenhar seu trabalho vital. Conforme a quantidade de água no corpo se torne escassa, o peso corporal também diminuirá. Mudanças súbitas de peso podem indicar várias disfunções — uma delas é a desidratação.
Aumento da temperatura corporal — situações como essa são delicadas. A única forma possível (natural) do corpo lidar temperaturas elevadas é por meio do suor. Entretanto, em um quadro de desidratação o corpo não pode se dar ao luxo de ‘’desperdiçar‘’ água através do suor. Consequentemente, ocorre o aumento da temperatura corporal.
Taquicardia — o coração também é afetado pela desidratação. Devido à carência de líquido no corpo, o coração precisa executar seus movimentos de sístole e diástole com mais intensidade, para que o sangue consiga ser bombeado para todos os órgãos.
Afundamento da moleira dos bebês — a moleira bebê necessita de atenção especial durante os primeiros meses de vida. Por ser uma parte muito sensível, qualquer trauma na região pode dificultar o seu ‘’amadurecimento’’.
A falta de água é um fator ligado às alterações que a moleira pode vir a apresentar. Em circunstâncias como essa, ela poderá sofrer uma deformação, que a deixará com um aspecto afundado.
Desidratação grave ou severa
Nesse estágio grave ou severo, a desidratação apresenta novos sintomas, e os que já existiam se agravam. As complicações são as seguintes:
Confusão mental — a dor de cabeça adquirida pela desidratação leve se mantém, mas, agora, novos sintomas se manifestam devido à falta de água no cérebro. Além das dores, o indivíduo passará a apresentar quadros de confusão mental, que se caracterizam por delírios e crises nervosas.
Falta de lágrimas — o choro pode existir, porém com a ausência de lágrimas. Esse é um sinal muito comum apresentado por bebês em estado de desidratação grave.
Falta de suor — da mesma forma que as lágrimas deixam de ser produzidas para economizar o pouco de água que resta no corpo, a produção de suor também cessa. Consequentemente, o indivíduo passará a sentir mais calor do que as demais pessoas, o que pode culminar em um quadro de convulsão.
Queda da pressão arterial — com o coração trabalhando em dobro na tentativa de bombear sangue para todos os órgãos, chegará uma hora em que a pressão arterial sofrerá uma queda devido à falta de líquido no corpo.
Respiração acelerada — em estágios mais graves como esse, a desidratação pode provocar a hiperventilação. A respiração de uma pessoa normal tende a manter em equilíbrio a taxa de oxigênio inspirado e a taxa de dióxido de carbono expirado. Não é o que acontece com pessoas que apresentam desidratação severa. Nesse caso, o indivíduo passará a expirar mais e a inalar menos ar.
Desuria — se os níveis de água no corpo persistirem muito abaixo do ideal, os rins podem parar de produzir urina por completo. Em casos não tão graves – mas, ainda assim, perigosos – a coloração da urina escurece ainda mais e o odor se torna bem fétido.
Falência múltipla dos órgãos — sem água, o corpo não encontra meios de continuar desempenhando suas funções vitais. A desidratação severa costuma induzir o indivíduo ao coma e, devido às suas complicações, os órgãos começam a falhar. O passo seguinte, infelizmente, é a morte.
Como é realizado o diagnóstico?
Assim como ocorre com toda doença, a única forma de obter um diagnóstico preciso e objetivo é consultando um médico. O exame clínico, muitas vezes executado pelo clínico geral, é o bastante para identificar a desidratação.
Como você já deve ter percebido, os sintomas são bem característicos, ainda que variem de acordo com o grau de desidratação. Além dos sintomas apresentados, você deve informar ao médico a frequência com que tem se hidratado no decorrer dos dias.
Para consolidar de vez o diagnóstico, alguns exames (listados abaixo) costumam ser requisitados ao paciente.
Exame de urina
O exame de urina é fundamental para descobrir o que se passa no organismo do paciente. Conforme a cor, opacidade e as substancias presentes na urina, o exame é capaz de detectar não só as causas do problema, mas também o grau em que o paciente se insere.
Exame de sangue
O exame de sangue também consegue definir as causas e o grau de desidratação. O paciente tem a possibilidade de verificar a concentração de sais minerais presentes no corpo, além da glicose. Por meio do hemograma, também é possível detectar a presença dos agentes infecciosos causadores da desidratação.
Tratamento
Felizmente, a desidratação tem cura. Muitas vezes, o tratamento pode ser feito em casa. No entanto, quando assume o seu estágio mais severo, a desidratação deve ser combatida mediante cuidados especiais. Em síntese, o tratamento busca repor a água e os sais minerais eliminados pelo corpo.
Como tratar a desidratação leve e moderada
Os casos de desidratação leve e/ou moderada são facilmente revertidos em casa, por meio do soro caseiro.
Como se trata de um composto extremamente eficaz para tratar uma desidratação desse estágio, o soro costuma ser o suficiente para recuperar a saúde do indivíduo.
Rico em sais minerais e glicose, o soro pode ser consumido por indivíduos de qualquer faixa etária. Para prepará-lo, basta utilizar:
- 1 colher de chá rasa de sal;
- 2 colheres de sopa rasas de açúcar;
- 1 litro de água previamente fervida ou filtrada – caso opte por ferver a água, espere a solução esfriar para consumi-la.
Beba, calmamente, um volume suficiente para matar a sede. A quantidade de açúcar e sal presente no soro, assim como a de água, já é o bastante para repor todos os componentes perdidos ao longo dos dias. Mas o ideal é que você continue repetindo o processo até suprimir todos os demais sintomas.
Desidratação severa
Ao se tornar severa, a desidratação não pode ser tratada somente com a ingestão de soro caseiro e água por via oral.
Nessa circunstância, o indivíduo já se encontra debilitado o bastante, e qualquer demora para conseguir reverter o quadro põe em risco a sua vida.
É nesse momento que a reidratação do paciente precisa ser feita de forma rápida e efetiva. O único jeito de garantir sucesso no tratamento é submeter o paciente à reposição dos nutrientes perdidos por via intravenosa.
Medicamentos
O médico também pode prescrever soluções que o paciente deverá ministrar em conjunto com o soro caseiro. Essas soluções, assim como o soro caseiro, ajudam a recuperar tanto os sais minerais perdidos, como a água em si. Nas farmácias, é comum encontrar:
- Sindrat;
- Hidrafix;
- Rehidrat;
- Aquaben.
As soluções que são vendidas como compostos concentrados devem ser diluídas em água. Também é possível adquiri-las prontas, bastando consumi-las diretamente.
Independentemente da idade, crianças, adultos e idosos devem consumir água regularmente. O hábito de se manter hidratado evita não só a desidratação, mas inúmeras complicações que ela pode acarretar.
Remédios Caseiros
Grande parte do tratamento da desidratação pode ser feito em casa, através do soro. Porém, existem outros métodos que você pode adotar para impedir que a desidratação se instale no corpo. Pode repor a água, os sais minerais e a glicose adicionando os seguintes alimentos à sua dieta:
Frutas e vegetais
Frutas e vegetais compõem uma alimentação saudável. Dentre todos os benefícios que eles proporcionam ao corpo, a reposição de água, sais minerais e glicose são alguns deles.
A água de coco, o abacaxi, a melancia, o melão, o morango e o pepino são os alimentos que merecem um destaque especial. O tratamento pode ser feito pela ingestão do suco proveniente desses ingredientes — com exceção do pepino.
Banana
A banana não é rica em água, todavia a quantidade de sais minerais que ela apresenta já vale pelos dois. Recomenda-se a ingestão da fruta em casos de desidratação hipotônica, quando os níveis de sais no organismo estão muito abaixo do padrão.
Chá de cevada
Pouco se conhece ainda sobre os benefícios que o chá de cevada proporciona ao organismo. Contudo, o que se sabe é que ele é um ótimo aliado no combate a desidratação.
Possíveis Complicações
Pacientes vítimas de desidratação não costumam apresentar complicações, muito menos sequelas. No entanto, alguns casos raros demonstraram que é possível o indivíduo vir a sofrer com complicações decorrentes da falta de água no corpo. São elas:
Edema cerebral — se a reidratação for feita de maneira incorreta e sem os cuidados necessários, as chances das células cerebrais incharem e se romperem são maiores.
Convulsões — com a ausência de sais minerais no corpo, a comunicação elétrica do cérebro acaba por ser afetada. Consequentemente, os casos de convulsão são recorrentes.
Choque hipovolêmico — é importante recordar que, com baixos níveis de água no corpo, o coração trabalha dobrado para conseguir bombear a quantidade escassa de sangue para todos os órgãos. Isso pode levar o indivíduo a um estado de choque – o choque hipovolêmico.
Morte — pro fim, os danos causados pela desidratação ao funcionamento do metabolismo podem levar à morte.
Como prevenir a desidratação
Evite a exposição solar em horários de pico
Os raios de sol que circundam o céu durante as 10h da manhã até as 15h da tarde são os mais perigosos para o corpo. Evite ficar exposto ao ar livre nessa faixa de horário.
Beba bastante água
O consumo de água diário deve se manter em torno de 2 litros. Portanto, sempre tenha à mão uma garrafa de água e beba mesmo se estiver sem sede. Com certeza, esse hábito ajudará o corpo a preservar a concentração correta de líquido e sais minerais.
Mas tome cuidado! A água em excesso também pode ser prejudicial. Caso você tenha exagerado, opte por se alimentar de alguma fruta rica em sais minerais — em especial, a banana — ou algum alimento salgado.
Bebidas isotônicas
A função dos isotônicos é repor, de maneira rápida, os eletrólitos e os líquidos perdidos durante os exercícios físicos. Eles podem ser ingeridos antes, durante e após as atividades. Todavia, sem a prática de atividade física o consumo deve ser bem moderado.
Evite bebidas alcoólicas em dias quentes
A maioria das bebidas alcoólicas atua como um diurético. Em dias quentes, o corpo tende a perder mais água pela transpiração e pela urina. Sendo assim, a ingestão de álcool pode piorar a situação. Logo, o consumo de álcool em dias quentes deve ser acompanhado de um pouco de água em determinados intervalos.
Hidrate-se quando estiver doente
Quadros de diarreia e vômito exigem a reposição de todo o líquido eliminado do corpo. Por mais que você não sinta vontade de beber água ou alguma outra solução, é importante fazê-lo.
Essas são apenas algumas das inúmeras formas que você pode adotar para driblar a desidratação. Mesmo sendo um quadro de fácil reversão, ele é extremamente perigoso, principalmente para crianças e idosos.
Fique sempre atento a esses grupos de risco e aos sinais provocados pela deficiência de água no organismo.
Nutricionista - CRN-6 Nº 25902
A Drª Adriely da Silva Vicente é Graduada em Nutrição pela Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte no ano de 2018. Com registro no Conselho Regional de Nutricionistas CRN-6 Nº 25902.
Atualmente trabalha com Home Care e atende em clínica particular no Brasil.
Contato para marcação de consultas: (84) 99175-5907
Também pode encontrar a Drª Adriely no Linkedin.
Ajude-nos a melhorar a informação do Educar Saúde.
Encontrou um erro? Está faltando a informação que está procurando? Se ficou com alguma dúvida ou encontrou algum erro escreva-nos para que possamos verificar e melhorar o conteúdo. Não lhe iremos responder diretamente. Se pretende uma resposta use a nossa página de Contato.