Dieta Pobre em Proteína (O guia completo)

Revisão Clínica: Drª Adriely Silva (Nutricionista - CRN-6 Nº 25902). Atualizado: 09/09/24

As dietas pobres em proteína geralmente estão associadas ao tratamento de algumas condições de saúde. A insuficiência da função hepática, a doença renal ou os distúrbios que interferem no metabolismo das proteínas são algumas das condições que podem exigir uma dieta baixa em proteínas.

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Algumas pesquisas indicam também que as dietas pobres em proteína podem prolongar a longevidade e oferecer proteção contra algumas doenças crônicas.

Neste artigo analisamos os prós e contras de uma dieta com baixo teor de proteínas e se você deve realmente começar a reduzir a sua ingestão de proteína.

O Guia Completo Para Uma Dieta Baixa Em Proteína

O que é uma dieta pobre em proteína?

Trata-se de uma dieta que exige que o usuário restrinja a quantidade de proteína que consome, normalmente para que ela represente apenas 4-8% das suas calorias diárias, o que se traduz em algo entre os 20 e os 50 gramas de proteína por dia, dependendo de quantas calorias o indivíduo consome.

Geralmente recomenda-se que uma pessoa média consuma pelo menos 10 a 15% de suas calorias diárias de proteína. Quantidade essa que pode aumentar para atletas, idosos e pessoas com alguns problemas de saúde (1).

Apesar de ser vital, a redução do seu consumo pode beneficiar todos aqueles com a função renal ou hepática diminuída. Também podem ser necessária essa redução em indivíduos com distúrbios que afetam o metabolismo das proteínas, como a homocistinúria e a fenilcetonúria.

No entanto, trata-se de um plano que requer um planejamento cuidadoso para evitar problemas de saúde e deficiências nutricionais. Além de existirem outros riscos e desvantagens a considerar antes da iniciar.

Benefícios para a saúde

Os benefícios da dieta com baixo teor proteico aplicam-se principalmente a pessoas com condições de saúde ou doenças específicas, e não em pessoas saudáveis.

O excesso de proteína é geralmente decomposto pelo fígado, produzindo um produto residual chamado uréia, que é excretado pelos rins (2).

A redução do consumo de proteínas pode aliviar a carga de trabalho do fígado e dos rins, o que pode ser benéfico em pessoas com doença hepática ou insuficiência renal, ajudando a melhorar o metabolismo das proteínas e impedir o acúmulo de uréia na corrente sanguínea.

Altos níveis de ureia no sangue causam sintomas como fadiga, perda de apetite, perda de peso e alterações no estado mental (3). Podendo também estar associados a um maior risco de diabetes tipo 2 e morte em pessoas com insuficiência cardíaca (456).

Também é necessário reduzir o consumo de proteína em pessoas com distúrbios genéticos que afetam o metabolismo de proteínas, como a homocistinúria e a fenilcetonúria pelo excesso de fenilalanina (Conheça a dieta pobre em fenilalanina). Ambos prejudicam a degradação de aminoácidos específicos, portanto, a redução da ingestão de proteínas pode ajudar a minimizar alguns sintomas (78).

Algumas pesquisas indicam também que esta redução pode estar associadas a vários benefícios para a saúde da população em geral. De acordo com um estudo realizado, a restritação de proteínas em adultos de meia-idade está associado ao aumento da expectativa de vida e à redução do risco de doenças crônicas como o câncer, doenças cardíacas e diabetes (9). No entanto, são necessários mais estudos para avaliar os potenciais benefícios ou perigos a longo prazo.

Efeitos colaterais

A proteína é um nutriente essencial e crucial para o crescimento e desenvolvimento. O organismo utiliza-a para formar a base da nossa musculatura, pele e ossos, produzir enzimas e hormônios importantes, além de construir e reparar tecidos (10).

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Estudos mostram que a deficiência protéica pode ter efeitos prejudiciais na saúde, incluindo o comprometimento da função imunológica, perda muscular e redução do crescimento em crianças (111213).

Outros possíveis sintomas de deficiência de proteínas incluem inchaço, anemia, doença hepática gorduros, perda de cabelo e redução da densidade óssea (101415).

Além dos possíveis riscos envolvidos na saúde, reduzir a sua ingestão também pode ser desafiador para algumas pessoas. Não apenas exige alguma criatividade, como um planejamento cuidadoso para garantir que atende às suas outras necessidades nutricionais.

As proteínas contém muitos micronutrientes essenciais. A carne bovina por exemplo, ela é rica em vitaminas do complexo B, ferro e zinco, enquanto o feijão é uma boa fonte de magnésio, fósforo e potássio (1617).

Ao seguir uma dieta pobre em  proteína, é importante garantir que recebe esses nutrientes de outras fontes para evitar deficiências nutricionais.

Nota: Devido aos potenciais riscos que pode trazer para a saúde, ela não é recomendada, a menos que o indivíduio tenha uma condição de saúde subjacente e esteja sob supervisão médica.

Alimentos para comer

As refeições devem ser focadas em alimentos de baixo valor proteico, como grãos, vegetais ou frutas. Pode incluir proteínas à base de carne e vegetais na dieta, mas deve usá-las como acompanhamento e apenas em pequenas quantidades.

Deve também aumentar a ingestão de gorduras saudáveis, que ajudam fornecer calorias extras que ajudam a atender às suas necessidades diárias.

Alguns alimentos saudáveis ​​com baixo teor de proteína incluem:

  • Frutas: Maçãs, bananas, pêras, pêssegos, bagas, toranja, etc.
  • Legumes: Tomate, espargos, pimentão, brócolis, verduras, etc.
  • Grãos: Arroz, aveia, pão, macarrão, cevada, etc.
  • Gorduras saudáveis: inclui abacate, azeite e óleo de coco

Alimentos a Evitar

A proteína ainda continua a ser uma parte necessária na dieta. Portanto, não a evite completamente.

Alimentos ricos em proteínas a limitar ou evitar:

  • Carnes como frango, peru, carne bovina e suína
  • Peixe e marisco
  • Ovos
  • Legumes, incluindo feijões, ervilhas e lentilhas
  • Laticínios como leite, queijo e iogurte
  • Produtos de soja como tofu, tempeh e natto
  • Nozes como nozes, amêndoas e pistaches
  • Sementes como sementes de chia, sementes de linhaça e sementes de cânhamo

Menu de amostra de 3 dias

Aqui está um menu de exemplo de três dias para começar.

Dia 1

  • Café da manhã: 1 ovo cozido com 2 panquecas de canela.
  • Lanche: 1 maçã média com 1 colher de sopa (16 gramas) de manteiga de amendoim.
  • Almoço: 1 xícara (140 gramas) de espaguete cozido com legumes à bolonhesa e 1/2 xícara (67 gramas) de aspargos assados.
  • Snack: 1 xícara (76 gramas) de morangos com 1 onça (28 gramas) de chocolate amargo.
  • Jantar: Envoltório de tortilla com 1 onça (28 gramas) de atum enlatado e 1/2 abacate. Decore com tomates, alface e cebola.
  • Snack: 1 xícara (148 gramas) de blueberries congelados.

Dia 2

  • Café da manhã: 1 xícara (28 gramas) de cereal com 1/2 xícara (119 ml) de leite de amêndoa e 1 laranja grande.
  • Snack: 1 banana média.
  • Almoço: sanduíche com 1 onça (28 gramas) de carne deli e 1/2 xícara (55 gramas) de feijão verde. Decore com alface, tomate e maionese.
  • Snack: 5 bolachas com queijo cheddar de 28 gramas (1 onça).
  • Jantar: 2 onças (57 gramas) de frango grelhado com 1/2 xícara (90 gramas) de arroz branco cozido e 1/2 xícara (78 gramas) de brócolis cozido no vapor.
  • Snack: 1 xícara (245 gramas) de iogurte de coco com 1/2 xícara (72 gramas) de amoras.

Dia 3

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  • Café da manhã: 2 fatias de torrada com 1 onça (28 gramas) de cream cheese e 1 maçã média.
  • Lanche: 1 xícara (151 gramas) de uvas congeladas.
  • Almoço: Hamburguer de couve – flor e 1 pequena batata-doce assada coberta com 1 colher de sopa (14 gramas) de azeite.
  • Lanche: 1/2 xícara (70 gramas) baby cenouras com 2 colheres de sopa (30 gramas) de guacamole.
  • Jantar: salada grega com 2 xícaras (60 gramas) de espinafre e 1 onça (28 gramas) de queijo feta. Adicione pepinos, tomates, azeitonas e cebolas a gosto, cubra com 1 colher de sopa (14 gramas) de azeite. Sirva com 1 fatia de pão pita.
  • Snack: 3 xícaras de pipoca.

Devo usar uma dieta pobre em proteína?

Quando existe a presença de uma condição que afeta o fígado, os rins ou interfere com o metabolismo das proteínas, ela pode ser uma ajuda necessária para a redução dos sintomas. No entanto, em indivíduos saudáveis, desconhece-se que ela traga benefícios para a saúde.

Além disso, trata-se de um regime que requer um planejamento cuidadoso para minimizar riscos e deficiências nutricionais, devendo ser realizada apenas sob supervisão médica.

É crucial consultar um médico ou nutricionista antes de iniciar a dieta, para determinar se é realmente uma boa opção para você, ou para receber orientações que garantam que ela seja saudável e equilibrada.

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Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Adriely Silva (Nutricionista - CRN-6 Nº 25902)

Nutricionista - CRN-6 Nº 25902

A Drª Adriely da Silva Vicente é Graduada em Nutrição pela Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte no ano de 2018. Com registro no Conselho Regional de Nutricionistas CRN-6 Nº 25902.

Atualmente trabalha com Home Care e atende em clínica particular no Brasil.

Contato para marcação de consultas: (84) 99175-5907

Também pode encontrar a Drª Adriely no Linkedin.

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    Última atualização da página em 09/09/24