Conheça as Diferenças entre Alzheimer e Demência

Revisão Clínica: Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653). Atualizado: 08/09/24

Normalmente, a Demência e a Doença de Alzheimer são consideradas como sendo a mesma doença, mas ambas possuem características e diferenças bem notáveis. Conheça-as…

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Conheça As Diferenças Entre O Alzheimer E A Demência

Enquanto o mal de Alzheimer é uma forma de demência, a última é uma coleção de várias síndromes.

Os sintomas comuns às duas condições incluem a perda de memória, dificuldade na concentração e orientação, perda de controle sobre a fluência verbal e habilidades visuoespaciais, além da mudança de humor e comportamento.

Com o passar do tempo, a severidade e o número de sintomas aumenta.

Apesar do tratamento para ambas envolver a combinação de medicamentos, remédios alternativos e abordagens terapêuticas que diminuem o processo degenerativo, não existe cura para nenhuma das condições.

Com frequência, a Demência e o Alzheimer são termos usados indiferentemente. Contudo, é importante entender a diferença entre as duas para, se for o caso, buscar pelos tratamentos e estratégias adequadas.

O mal de Alzheimer é uma forma de Demência

A Demência não é apenas uma doença, mas sim, um termo abrangente, que reúne uma coletânea de sintomas.

De modo geral, ela se refere a um declínio na habilidade mental que é severo o bastante para prejudicar e interferir com o dia a dia do indivíduo.

Por outro lado, o mal de Alzheimer é uma forma de demência, sendo considerado como o tipo mais comum da doença. (1)

30% das pessoas acima dos 85 anos sofre de Demência

Acredita-se que entre 6 e 10 por cento das pessoas acima dos 65 anos de idade nos EUA sofrem de demência.

A porcentagem ainda aumenta com a idade, e nos indivíduos acima de 85 anos, essa estatística passa para 30% ou mais.

Entre todos os casos de demência, estudos estimam que pelo menos 75% possuem o mal de Alzheimer. (2)

Os sintomas iniciais são similares

Ambas as doenças progridem gradualmente durante longos períodos de tempo e são caracterizadas pela perda de memória, problemas em pensar e controlar a fluência verbal, além de mudanças no humor e comportamento.

Os sinais iniciais são moderados e normalmente passam despercebidos. Os sintomas se tornam progressivamente mais severos com o tempo e começam a afetar as atividades diárias.

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Os sintomas iniciais de ambas as condições são caracterizados por:

Perda de memória

Lembrar eventos recentes se torna difícil. Pequenas coisas, como lembrar onde as chaves estão ou sobre o que foi uma conversa recente se tornam tarefas difíceis.

As memórias de eventos mais antigos se mantêm inalteradas nos estágios iniciais, razão pela qual os lapsos de curto prazo são considerados apenas parte do processo de envelhecimento.

Adicionalmente, se perder em caminhos conhecidos, esquecer nomes e compromissos são algo mais típico do mal de Alzheimer.

Dificuldade na concentração

Concentrar-se, planejar-se ou organizar uma sequência de ações, como cozinhar uma refeição, se torna muito difícil.

Perda da fluência verbal

Encontrar a palavra certa ou seguir uma conversa usual acaba sendo complicado. Por vezes, os pacientes se repetem frequentemente.

Problemas de orientação

0s pacientes esquecem onde estão e tem problemas em lembrar a data ou dia da semana.

Dificuldade em julgar objetos ou distâncias

Os pacientes enfrentam problemas em julgar distâncias e objetos em três dimensões, ou seja, eles perdem suas habilidades visuoespaciais. Por exemplo, subir as escadas se torna algo complicado de fazer.

Mudanças de humor e comportamento

Os pacientes ficam irritadiços, frustrados, se estressando facilmente, deprimindo-se facilmente, ficam apáticos, reclusos ou ansiosos.

Além disso, eles ainda perdem o interesse em hobbies e outras atividades que costumavam adorar. (3) (4)

Conforme a Demência progride, os pacientes desenvolvem distúrbios comportamentais e, em alguns casos, se tornam agressivos.

Outras características específicas à demência podem incluir a inabilidade de levar a cabo funções motoras, independentemente de possuir as habilidades adequadas à função, e de reconhecer e identificar objetos comuns.

As habilidades sociais também podem diminuir e um comportamento preocupante pode se tornar um traço comum.

Conforme a demência progride, os sintomas pioram, apesar da severidade variar de pessoa para pessoa.

Um paciente pode desenvolver traços comportamentais que são preocupantes para o resto da família, como, por exemplo, se tornarem inquietos ou agitados, além de perguntarem a mesma coisa repetidas vezes.

Também podem surgir alguns sintomas físicos, como a perda de peso, fraqueza muscular, mudança no apetite e padrões do sono.

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Conforme o Alzheimer progride, os pacientes têm ilusões e alucinações.

Um dos primeiros sinais do mal de Alzheimer é a perda de memória. Contudo, os efeitos da doença se tornam severos o bastante para afetar o trabalho, relacionamentos e, eventualmente, atividades diárias. (5)

Com o passar do tempo, os pacientes com Alzheimer desenvolvem as mesmas características comportamentais que os indivíduos com demência exibem.

Outros sintomas que podem ocorrer são ilusões e alucinações, além de outras desordens neurológicas, como repentinas contrações musculares e problemas no andar.

Gradualmente, os pacientes perdem a habilidade de reconhecer os eventos ao seu redor, se tornando frágeis precisando de auxílio nas atividades diárias.

Além disso, desenvolvem certos sintomas neuropsiquiátricos, como depressão, agressividade, agitação, apatia, problemas do sono e psicose.

Esses sintomas ocorrem em vários graus diferentes entre as pessoas e possuem efeitos diversos durante o curso da doença. (6)

Assim como a demência, o mal de Alzheimer progride e afeta cada paciente de uma maneira única. Os sintomas que ocorrem em todo estágio do Alzheimer ainda estão sendo estudados.

Em geral, os pacientes podem viver mais de uma década depois de diagnosticados com Alzheimer, o que faz da condição a maior causa de debilidade na velhice.

Causas da Demência vs. Alzheimer

Algumas causas de Demência são reversíveis.

A Demência é resultado de células cerebrais que estão ou morrendo ou danificadas, e ocorre comumente com o passar da idade.

Os sintomas variam, dependendo de qual parte do cérebro está sendo afetado pela doença.

Podendo ser ativada por uma variedade de condições, algumas causas da demência são reversíveis. Contudo, isso apenas foi reportado em 9 por cento dos casos.

Algumas das causas reversíveis de demência incluem:

  • Deficiências vitamínicas
  • Tireoide disfuncional
  • O acúmulo de fluído cérebro espinhal, o que aumenta a pressão dentro do cérebro.

Nesses casos, se as deficiências e disfunções forem identificadas e tratadas, os sintomas que causam a demência podem ser revertidos e até mesmo curados.

O Alzheimer é uma causa irreversível de Demência

Outras causas e tipos mais sérios, e irreversíveis, de Demência incluem:

Mal de Alzheimer

Esta é a causa mais comum de demência e seu primeiro efeito reconhecível é a perda de memória.

Demência vascular

Este é o segundo tipo mais comum de demência. Ele ocorre quando existe uma interrupção no suprimento sanguíneo para o cérebro, o que pode acontecer durante um derrame.

Os atos de planejar e pensar se tornam difíceis com o aparecimento da condição.

Demência com corpos de Lewy (DCL)

Pequenas estruturas esféricas, chamadas de corpos de Lewy, se desenvolvem dentro das células nervosas, levando a essa condição. Alucinações e problemas com movimentos são sintomas típicos dessa condição.

Demência frontotemporal

Assim como o nome diz, as partes laterais e frontal do cérebro são as primeiras porções danificadas por essa condição. Nesse caso, mudanças comportamentais e de personalidade são os primeiros sintomas a se desenvolverem.

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Doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ)

Agentes infecciosos, conhecidos como príons, atacam o sistema nervoso central e o cérebro, levando à demência. Essa condição é bastante rara.

Demência precoce

Essa condição aflige pessoas abaixo dos 65 anos e seus problemas, de certa forma, são diferentes daqueles enfrentados pelos pacientes mais velhos com demência.

Comprometimento Cognitivo Leve (CCL)

Essa é uma forma, como o nome implica, mais leve de demência, onde ocorrem alguns problemas menores com o pensamento e a memória.

Outras causas

Infecções como HIV e AIDS, além de problemas crônicos com álcool e drogas, também podem levar aos sintomas típicos de demência. (7)

O Alzheimer é causado por danos nas células cerebrais

O Alzheimer é um tipo neurodegenerativo de demência, que começa leve e progressivamente piora. O conhecimento sobre a progressão e histórico da doença aumentou no decorrer dos anos, mas tanto a causa inicial quanto uma cura se mantêm fora de alcance.

Assim como a demência, o mal de Alzheimer é ativado através de células cerebrais danificadas.

Os neurônios localizados no hipocampo, o centro do cérebro responsável pelo aprendizado e memória, normalmente são as primeiras células a serem danificadas.

Esta é a razão pela qual a perda de memória, tipicamente, é o primeiro sinal visível da doença.

Conforme a doença progride, estruturas ricas em proteínas, chamadas “placas” e “fibrilhas” se acumulam no cérebro.

Essas estruturas fazem com que as células nervosas percam conexão umas com as outras, levando a morte das mesmas e, consequentemente, perda de tecido cerebral.

Certos compostos químicos também são dificilmente encontrados no cérebro, o que afeta o sinal de transmissão entre os neurônios. (8)

Ambas as doenças podem ser herdadas em alguns casos

Existem muitas pesquisas investigando essa mesma questão. Em alguns raros casos, um único gene é claramente responsável pelo mal de Alzheimer, levando à demência.

E, pessoas com síndrome de Down (Trissomia do cromossoma 21) possuem um risco maior de desenvolver Alzheimer.

Entretanto, na maioria das pessoas, uma combinação de genes herdados pode, ou não, levar a qualquer uma das condições.

Entender ambas as doenças e manter um estilo de vida ativo, tanto mental quanto fisicamente, pode reduzir as chances de desenvolver as condições. (9) (10)

Não existe um teste diagnóstico definitivo

Nem a Demência nem o Alzheimer são doenças fáceis de diagnosticar.

Inicialmente, os médicos irão eliminar quaisquer outros problemas antes de confirmar se os sinais e sintomas são severos o bastante para a condição ser classificada como um tipo de demência.

O diagnóstico é baseado no histórico do paciente, exame físico, teste neuropsicológico e exames laboratoriais.

Entretanto, não existe um diagnóstico definitivo para qualquer uma das doenças. (11)

O tratamento inclui medicamentos e terapia

Apenas os sintomas de demência podem ser tratados.

A maioria das causas de demência não pode ser tratada. A medicação visa apenas tratar os sintomas, não à causa.

Na verdade, a maioria dos profissionais de saúde provavelmente recomendará tratamentos sem drogas antes de iniciar qualquer prescrição.

Terapias conversacionais, como aconselhamento, podem ajudar o paciente a lidar com o diagnóstico.

A Terapia cognitivo-comportamental (TCC), terapia de estímulo cognitivo e a terapia de reabilitação cognitiva são maneiras de ajudar o paciente a lidar com a depressão, ficar mentalmente ativo e manter as habilidades necessárias para viver uma vida saudável.

Exercícios que estimulam o paciente a falar sobre suas experiências de vida e participação em atividades artísticas e musicais podem estimular as faculdades mentais, melhorando tanto o humor quanto a própria autoestima. (12)

Tratamento pode diminuir a progressão da doença.

Uma cura para o Alzheimer ainda não existe. Vários sintomas ligados ao Alzheimer podem ser tratados separadamente e com diferentes combinações de medicamentos, terapias são usadas para diminuir a progressão da doença.

Por agora, o objetivo é retardar esse progresso, tornando a vida do paciente e de sua família mais fácil pelo maior prazo de tempo possível.

Dentro desse esforço, os médicos com frequência prescrevem inibidores que retardam ou previnem o desaparecimento de neurotransmissores para reduzir o comprometimento cognitivo.

Problemas comportamentais, incluindo depressão, psicose e agitação são tratadas com antidepressivos, antipsicóticos e outras medicações psicotrópicas.

Preste atenção aos sintomas iniciais de Demência

Promover o conhecimento sobre demência é muito importante, uma vez que os sintomas iniciais são comumente ignorados.

Já que a maioria dos casos de demência ocorre em pacientes idosos, os sintomas iniciais são leves, comumente considerados como sinais da velhice.

Na verdade, os sinais iniciais de demência podem parecer como manias. Normalmente podem parecer como se a pessoa estivesse sendo deliberadamente mal-humorada.

Alguns desses sintomas iniciais incluem (13):

  • Depressão
  • Despreocupação
  • Fatiga
  • Falta de concentração
  • Perda de interesse nas coisas
  • Ansiedade
  • Agitação
  • Irritabilidade
  • Reclusão social

Na maioria dos casos, as pessoas mais velhas que demonstram comprometimento na função cognitiva são tidas apenas como senis.

Muitas pessoas ignoram até mesmo sintomas severos como parte do processo de envelhecimento e não procuram um médico.

Ignorar esses sintomas deixa as coisas piores para os pacientes sofrendo de uma doença mental crônica que potencialmente pode ser demência, e até mesmo tratável.

O tratamento para ambas pode ser desafiador

Tanto no Alzheimer quanto na Demência, quase todo paciente reage de forma diferente a cada medicamento. É por isso que o diagnóstico e tratamento podem ser tão complicados.

Um tratamento eficaz requer monitoramento dos sintomas, do comprometimento funcional e segurança, e uso de vários tipos de tratamento, como medicação, manejo comportamental, psicoterapias, tratamentos psicossociais, além de suporte e educação sobre a condição para os familiares.

Devido à natureza das mudanças comportamentais, que mudam conforme a doença progride, os pacientes precisam de reavaliações regulares e mudanças adequadas em seu tratamento.

Tanto a Demência quanto o Alzheimer podem ser frustrantes, não apenas para o paciente, mas para o atendente e membros familiares.

O cuidado de longo prazo provido pelos membros da família e atendentes se torna o fator mais importante para o paciente.

Essa é a razão pela qual educar e apoiar aqueles que lidam com o paciente diariamente é uma parte integral do tratamento.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653)

Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653

A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).

Formação Acadêmica

- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.

Também pode encontrar a Drª Raquel no Linkedin, Facebook e Youtube

Marcação de consultas 85-99992-2120

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    Última atualização da página em 08/09/24