O que é? O dispositivo intra-uterino (DIU) é um método contraceptivo em forma de T ou âncora que se coloca na cavidade uterina através da abertura do colo do útero com o objetivo de prevenir a gravidez. É durável, reversível e um dos métodos anticoncepcionais mais eficazes disponíveis. Normalmente é colocado no útero pelo ginecologista, e dependendo do tipo de implante, a sua duração pode variar entre 3 e 12 anos. Existe um DIU feito de cobre que pode ser efetivo durante 14 anos.
O DIU provoca uma reação inflamatória no endométrio que intervém no transporte de espermatozoides e na implantação do embrião caso a fecundação ocorra.
Que tipos existem
Os mais conhecidos incluem o ParaGard, Mirena, Kyleena, Liletta e Skyla. O ParaGard é feito de cobre, e os restantes são hormonais (Mirena, Kyleena, Liletta e Skyla). O DIU ParaGard não tem hormônios. Ele é coberto por um fio de cobre fino e protege contra a gravidez durante até 12 anos.
Os dispositivos intrauterinos Mirena, Kyleena, Liletta e Skyla usam o hormônio sintético progestina para evitar a gravidez. A progestina é muito semelhante ao hormônio progesterona, que o corpo produz naturalmente.
- O Mirena dura até 7 anos.
- O Kyleena tem uma eficácia de até 5 anos.
- O Liletta tem uma eficácia de até 7 anos e,
- o Skyla tem uma eficácia de até 3 anos.
DIUs liberadores de progestina (mirena): são baseados em hormônios e geralmente duram entre 5 e 7 anos. Além da reação inflamatória no endométrio, produzem uma transformação hormonal atrofiante e alteram a secreção do muco cervical, tornando-o menos permeável ao espermatozoide. A principal vantagem desta categoria em relação ao cobre é que este contraceptivo reduz o sangramento menstrual e as mulheres que o usam não apresentam riscos de hemorragia. A eficácia deste dispositivo é de aproximadamente 99,9%, e pode ser adquirido em farmácias ou consulta ginecológica através de prescrição médica.
DIU de cobre: O cobre começou a ser usado como material contraceptivo eficaz como espermicida. Este tipo tem uma duração inferior aos liberadores de progestogênio, já que a sua eficácia permanece entre 5 a 7 anos. Os DIU de cobre atuam da mesma forma que os hormonais. A sua eficácia está dependente da quantidade de cobre que o dispositivo carrega. Assim, os que têm maiores quantidade são aqueles que têm maior eficiência e menor taxa de gravidez apresentam, de 0 a 0,5%. Em termos gerais, pode-se dizer que os DIU de cobre têm uma eficácia de aproximadamente 99,7% .
Como funciona
Ambos os tipos, sejam de cobre ou hormonais, impedem a gravidez ao mudar a forma como se move o sêmen, não o deixando chegar ao óvulo. Se o espermatozoide não atingir o óvulo, a gravidez não ocorre.
O DIU ParaGard usa cobre para evitar a gravidez. O sêmen não gosta de cobre, de modo que, usando o ParaGard é praticamente impossível que o espermatozoide chegue ao óvulo.
Os DIU hormonais (Mirena, Kyleena, Liletta e Skyla) previnem a gravidez de duas maneiras:
1) Engrossando o muco cervical, que bloqueia e prende o espermatozoide.
2) Os hormônios por vezes também impedem que o óvulo deixe o ovário (processo chamado de “ovulação”), levando a que não exista ovo para fertilizar. Sem ovo, não há gravidez.
Um dos benefícios destes implantes é que eles duram anos, mas não são permanentes. Se a mulher decidir engravidar ou simplesmente não quiser mais usar o DIU, o ginecologista poderá removê-lo facilmente, e a mulher pode engravidar imediatamente.
Vantagens e desvantagens
Qual é o melhor? Na sequência descrevemos as vantagens e desvantagens dos diferentes métodos.
Vantagens
A principal vantagem destes dispositivos é o seu grau elevado de eficácia em comparação com outros métodos contraceptivos, como preservativos, e a longa duração do dispositivo: entre 5 a 14 anos, na melhor das hipóteses.
Outro ponto a favor é a fácil implantação e remoção do dispositivo (ele pode ser removido em qualquer lugar) bem como a rápida adaptação da mulher ao seu uso. Além disso, é altamente esterilizado para que a possibilidade de contrair uma infecção seja mínima.
Outra vantagem é que, no momento em que a mulher remove o dispositivo do corpo, o ciclo normal é restaurado e ela pode engravidar. No caso em que a mulher tenha dado à luz, se ela usar um DIU de cobre, ela pode colocá-lo após quatro semanas do parto e mantê-lo no corpo durante a amamentação, pois não afeta o bebê.
Outras vantagens são:
- Não é abortivo.
- Não está contra-indicado com tratamentos farmacológicos.
- A mulher não precisa realizar um período de descanso como a pílula.
Desvantagens
A principal desvantagem deste dispositivo é que ele deve ser colocado no útero por um ginecologista e requer que sejam realizados exames de ultrassom anuais para monitorar a posição e o seu correto funcionamento.
No caso do DIU baseado em hormônios (como o mirena), está demonstrado que a abundância de sangramento menstrual é reduzida. No entanto, em muitos casos esta regra não é cumprida, podendo até aumentar e causar maior desconforto na mulher. Os especialistas recomendam um acompanhamento analítico dos níveis de hemoglobina e ferro para verificar se os níveis se mantêm nos valores ideais.
Quanto à possibilidade da mulher contrair doenças, com o uso do DIU o endométrio fica mais sensível e pode aumentar o risco de doenças sexualmente transmissíveis. Os especialistas não recomendam o seu uso em mulheres que tenham mais de um parceiro sexual.
Efeitos colaterais
Algumas mulheres sofrem efeitos colaterais que geralmente desaparecem em poucos meses. No entanto alguns são raros e podem ser sérios. Eles geralmente desaparecem num período de 3 a 6 meses, até o corpo se acostumar ao implante presente no útero. Alguns dos efeitos colaterais incluem:
- Dor leve a moderada após a colocação do implante
- Cólicas ou dores nas costas durante alguns dias após a colocação
- Pequenas saídas de sangue entre períodos
- Períodos menstruais irregulares (redução do fluxo menstrual ou ausência de menstruação)
- Períodos menstruais mais intensos e dores menstruais mais fortes (especialmente usando o implante de cobre)
- Desmaio;
- Corrimento vaginal
- Espinhas,
- Cefaleias,
- Dor e tensão mamária,
- Retenção de líquidos,
- Cistos do ovário
- Aumento de peso.
Os analgésicos podem ajudar a aliviar as contrações uterinas. Se o sangramento ou as cólicas piorarem deve consultar o médico.
Quanto custa
O DIU pode ser adquirido em qualquer farmácia por um valor que varia entre R$70,00 a R$100,00. O dispositivos baseados em hormônios (como o mirena) custam entre R$200,00 e R$700,00. O valor da sua colocação pode ir até R$600,00, dependendo da clínica ou ginecologista. Em Portugal, o implante hormonal custa cerca de €100 mas é comparticipado pelo estado, ficando em cerca de 30.
Mitos sobre o dispositivo
Muitas mulheres rejeitam este método contraceptivo por medo, ignorância ou falta de crença em alguns mitos que circulam em volta dele, mas são totalmente falsos.
O implante causa câncer uterino ou endometriose? Não está provado que o DIU é um gatilho para doenças como o câncer do útero ou endometriose. Estas patologias estão ligadas a causas genéticas ou hormonais.
Em caso de gravidez, o DIU pode causar danos ao bebê? Não. Em primeiro lugar, entenda que é muito pouco provável que ocorra uma gravidez durante a utilização do dispositivo. Em segundo lugar, se tal gravidez ocorrer, o dispositivo intra-uterino não poderia prejudicar o bebê, uma vez que estará protegido pela placenta e pela membrana placentária.
O DIU pode se mover para o estômago? Não. O implante não pode se mover para o estômago ou qualquer outro órgão interno fora do sistema reprodutivo, mesmo que ele tenha sido mal colocado.
Depois de remover o DIU e engravidar, o risco de aborto é mais elevado? Não. A função do dispositivo intra-uterino é prevenir a ocorrência de fertilização (fecundação) impedindo a mobilidade do espermatozoide, e assim impedir que ele alcance as trompas de Falópio. Esse efeito desaparece imediatamente assim que o implante é removido, portanto, a partir desse momento, a gravidez pode ser desenvolvida normalmente.
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Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
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