Dor no pé da barriga: O que pode ser e como tratar

Existem diversas causas que podem desencadear a sensação de dor no pé da barriga. Na maioria das vezes, o incômodo está relacionado a problemas que surgem na região uterina, intestinal e até na bexiga. Além disso, é comum que a dor tenha origem em outra região do corpo e posteriormente se alastre para a região abdominal.

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Assim como em muitas outras condições médicas, a precisão do diagnóstico é fundamental para que a paciente inicie o tratamento que melhor se adapte à sua situação.

A seguir, serão apresentadas 12 causas possíveis da dor no pé da barriga. Boa leitura!

Dor No Pé Da Barriga

1. Alterações no trânsito intestinal

Com frequência, problemas de funcionamento no intestino levam ao desenvolvimento de dores abdominais. Essas dores, por sua vez, são motivadas por quadros de flatulência, constipação intestinal ou mesmo diarreia.

As causas dessas complicações estão ligadas a muitos fatores, como o excesso no consumo de fontes alimentares que favorecem os gases — couve-flor, repolho, ervilha, alcachofra, etc. Pessoas intolerantes ao glúten ou à lactose também costumam manifestar problemas de gases. Além disso, a atuação momentânea de viroses também pode acarretar o mesmo desconforto.

Como tratar

Para se curar da diarreia, recomenda-se o consumo de chá de camomila ou preto. Além disso, é vital a retirada de alimentos ricos em gordura, como os ovos por exemplo. O uso de probióticos também está recomendado nestes casos, sendo o Floratil ou o Repoflor 2 bons exemplos.

No caso da constipação intestinal, recomenda-se priorizar um cardápio generoso em fibras. Simultaneamente, deve-se aumentar a ingestão de líquidos, sobretudo de água.

Some-se a isso a necessidade de diminuir o consumo de fontes altamente concentradas em carboidratos. Isso significa que o paciente deve evitar os tradicionais arroz e pães, por exemplo.

Além das mudanças na dieta, existem outras medidas que podem ajudar. Nesse sentido, recomenda-se a realização de massagens na região situada entre o umbigo e o início da região pubiana. A massagem abdominal deve ser feita da direita para a esquerda.

Outra dica para acelerar o processo de eliminação dos gases é consumir chá de funcho. Tomar chá de camomila com erva doce (ou capim cidreira) durante o dia também ajuda bastante. No mesmo sentido, o chá de cardamomo ou alcaravia.

2. Má digestão

Quando os alimentos não são digeridos corretamente, essa falha também pode gerar gases, além daquele típico inchaço no abdômen. O mal-estar pode ou não ser seguido de:

  • náuseas;
  • diarreia;
  • constipação intestinal;
  • azia.

Como tratar

A melhor forma de reduzir a dor é através de uma readequação alimentar. Aqui, o foco é eliminar aquela dieta com opções que dificultam o processo digestivo, além de prejudicar o estômago. Sucos naturais e gelatinas podem ajudar. No entanto, os líquidos devem ser ingeridos apenas após o término das refeições, e não durante elas.

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Simultaneamente, o uso de alguns medicamentos pode ser igualmente útil — o leite de magnésia e o Gaviscon são opções muito eficientes. Com relação às soluções caseiras, o destaque fica para as infusões feitas com erva-doce e boldo.

3. Infecção urinária

A ITU (infecção do trato urinário) ocorre a partir do deslocamento de bactérias da região intestinal para o trato urinário. Como, na mulher, a distância entre a uretra e o ânus é menor do que no homem, ela é mais vulnerável a sofrer esse tipo de infecção.

No que diz respeito ao quadro sintomático inicial, ele é caracterizado por dores sentidas durante a micção. Caso não haja o tratamento apropriado, o quadro pode se agravar. Nesse caso, as bactérias podem alcançar a bexiga. A partir daí, começam a surgir vestígios de sangue na urina, que também passa a exalar um odor desagradável. Outros sintomas relacionados são a sensação de inchaço da bexiga e as dores sentidas na região abdominal.

Vale ressaltar que o ponto mais crítico da infecção urinária é marcado pela abrangência dos rins. Isso porque as bactérias podem se espalhar para o restante do organismo através da corrente sanguínea. Dessa forma, existe o risco de uma infecção generalizada, que pode levar o indivíduo à morte.

Como tratar

Como a causa do problema se deve à atuação de determinadas bactérias, a cura depende da prescrição de antibióticos — a amoxicilina é uma das mais receitadas pelos médicos. Simultaneamente e com a intenção de aliviar as dores, também são indicados alguns analgésicos. Qualquer um desses remédios (antibióticos e analgésicos) deve ser prescrito pelo médico responsável pelo tratamento.

4. Pedra no rim

Extremamente dolorosos para muitas pessoas, os cálculos renais são normalmente eliminados pela urina. Se isso não acontecer, essas pedras obstruem os canais de excreção urinária. Esse quadro é o responsável pelas dores profundas relatadas pelos pacientes. Ocasionalmente, alguns cálculos renais podem liberar sangue juntamente com a urina. A dor, em si, pode ser sentida na parte inferior das costas, mas a região da virilha e do abdômen inferior também podem ser focos de dor.

Como tratar

Essas dores podem ser amenizadas com a administração de medicamentos analgésicos. Paracetamol, Buscopan ou Tramadol são alguns exemplos. Ao mesmo tempo, é importante que o paciente aumente o consumo de água. Descansar o corpo e diminuir a quantidade de sal usada na hora de preparar as refeições também são medidas cruciais para reduzir as dores.

Em relação à eliminação das pedras nos rins, o remédio caseiro mais simples de preparar consiste em beneficiar do chá de quebra-pedra. No entanto, os casos mais graves exigem intervenções cirúrgicas. No último caso, as abordagens serão o laser ou a emissão de ondas de choque.

5. Cólicas menstruais

Essas cólicas provocam dores bem conhecidas pelas mulheres. Afinal, elas tendem a se repetir ciclo após ciclo menstrual. As dores irradiam tanto nas costas quanto no pé da barriga.

O nível de intensidade varia de uma mulher para outra. Algumas mulheres relatam, inclusive, que não sentem dor alguma. Mas esses são casos realmente isolados. O mais esperado é que a paciente seja acometida por um profundo incômodo. Às vezes, o mal-estar é capaz de impedi-la de realizar suas atividades habituais, sejam estudantis ou profissionais.

Apesar do fato de as cólicas menstruais representarem um fenômeno comum, é necessário que o ginecologista avalie cada caso. O objetivo é assegurar que a origem das dores não está vinculada a problemas internos do organismo.

Como tratar

A redução dessas cólicas costuma ser feita mediante o consumo de analgésicos, como o Buscopan. Em alguns caso também estão recomendados anti-inflamatórios. O Paracetamol ou o Ibuprofeno são dois exemplos. Outra solução eficaz para combater as dores é a prática de exercícios específicos. Um deles consiste em a mulher se deitar de costas e erguer os joelhos em direção aos seios. Ao chegarem lá, as pernas devem ser mantidas nessa posição por algum tempo.

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Para algumas mulheres, a prática de atividade física, em si, também traz bons resultados. O mesmo pode ser dito em relação à aplicação de compressas ou bolsas de água (a água deve estar a uma temperatura morna) sobre a região abdominal.

Aplicação De Compressas Ou Bolsas De água Morna Sobre A Região Abdominal

6. Endometriose

O endométrio é a camada que envolve o interior do útero. Devido a uma disfunção, esse tecido pode se expandir para a área externa do referido órgão. Um dos resultados são as profundas dores sentidas na região do abdômen, o que tende a se repetir a cada novo período menstrual. Como o tecido pode se estender gradativamente, o agravamento das dores pode acompanhar esse mesmo ritmo.

A endometriose pode chegar aos ovários e até as tubas uterinas — um dos principais motivos de infertilidade nestes casos. Infelizmente, o diagnóstico costuma ser complicado e tardio.

Como tratar

O tratamento reside na adoção dos seguintes métodos:

  • ingestão de pílulas anticoncepcionais;
  • reposição hormonal (Zoladex por exemplo);
  • implantação de um dispositivo no interior do útero (Dispositivo Intra-Uterino, DIU);
  • intervenção cirúrgica — remoção dos órgãos afetados pela doença. Esse procedimento só é recomendado para as mulheres que não queiram engravidar no futuro.

7. Cistos no ovário

Esses cistos são formações de invólucros que retêm secreções. Eles podem aparecer ao redor dos ovários ou na parte interna desses órgãos. O risco de dificultarem a gestação da mulher é considerável, mas não é uma certeza. A presença desses cistos também é uma das causas de dores manifestadas pelas mulheres no decorrer do ato sexual. Além disso, o problema pode acarretar essas consequências:

  • náuseas e vômitos;
  • desequilíbrio do ciclo menstrual;
  • profunda indisposição física.

Como tratar

A terapia pode ser simples ou complexa. Tudo dependerá do tipo de cisto e da localização dele no organismo. Um tratamento simples consiste na substituição da pílula anticoncepcional da paciente. No entanto, a gravidade do problema pode exigir uma intervenção cirúrgica. Entenda Como identificar e tratar o Cisto no Ovário.

8. Gravidez

A expansão do abdômen associada às cólicas corresponde a um dos sinais iniciais da gestação. Isso acontece por conta da ampliação do fluxo de sangue na área da pélvis. Outro sintoma típico da gravidez é o endurecimento da região imediatamente abaixo do umbigo. Esse sintoma aparece após cerca de 1 mês e meio do início da gravidez.

Como tratar

Se o incômodo doloroso sentido na região abdominal decorrer da gestação, a mulher deve:

  • beber bastante água;
  • realizar refeições mais moderadas;
  • priorizar fontes alimentares que facilitem a digestão;
  • diminuir o consumo de alimentos com excesso de fibras (leguminosas, cereais, etc.).

Sempre que a intensidade da dor aumentar, a mulher deve ir ao ginecologista o mais rapidamente possível.

9. Gravidez ectópica

Uma das razões para a mulher se preocupar com as dores muito fortes na área abdominal é o risco de gravidez ectópica. Essa variedade de gravidez problemática é caracterizada pelo desenvolvimento do feto na parte externa do útero. Além das dores insuportáveis, há probabilidade de intumescimento do abdômen e liberação de urina misturada com a urina. Saiba qual a origem da gravidez ectópica.

Como tratar

Uma das formas de se tratar a gravidez ectópica é através de terapias medicamentosas que levem ao aborto. Porém, esse tipo de alternativa é viável somente em alguns casos e conforme o lugar do feto no organismo. Outra solução é remover o feto por meio de procedimento cirúrgico, ato seguido da reestruturação das tubas uterinas.

10. Doença inflamatória pélvica

A DIP (doença inflamatória pélvica) é uma condição marcada por um processo infeccioso que surge no colo do útero ou na área vaginal. De acordo com o avanço do quadro, a patologia acomete outros órgãos, como as tubas uterinas, os ovários e o próprio endométrio. Nos casos mais simples, a inflamação da DIP desaparece após alguns dias. Contudo, a vertente crônica pode se prolongar por alguns anos. Além de dor no pé da barriga, a doença também exibe outros sintomas, como:

  • corrimento vaginal de tonalidade amarelada ou esbranquiçada;
  • saída de sangue através da vagina;
  • dores resultantes da penetração do pênis durante o ato sexual.

Como tratar

A terapia é feita com base em remédios antibióticos. Nesse tipo de tratamento, o sucesso depende diretamente da disciplina da paciente quanto ao período de consumo dos medicamentos. Geralmente, o tratamento medicamentoso não ultrapassa 2 semanas. Nesse intervalo, a mulher é orientada a não praticar nenhuma relação sexual. Além disso, se for usuária de DIU ela deverá remover o dispositivo.

11. Hérnia inguinal

Esta é uma patologia mais comum nos indivíduos do sexo masculino. Trata-se do extravasamento de uma porção intestinal através de uma área fragilizada da parede abdominal. Além de provocar uma proeminência no entorno da virilha, a hérnia inguinal é acompanhada de dores. O incômodo se manifesta após o indivíduo realizar gestos simples e corriqueiros, como virar o quadril ou se levantar.

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Como tratar

Infelizmente, é uma condição médica que precisa de tratamento cirúrgico. O procedimento é feito com o objetivo de recolocar o intestino no seu lugar de origem. Em seguida, o cirurgião também providencia o fortalecimento de toda a região do abdômen. A boa notícia é que a cirurgia é de baixo risco. Além disso, o período de convalescença do paciente é relativamente rápido.

12. Torção testicular

Outra complicação masculina, a torção testicular costuma incidir indivíduos mais jovens. Essa torção ocorre ao redor do funículo espermático. Isso compromete a fluidez sanguínea. A diminuição do aporte de sangue, por sua vez, prejudica a quantidade de nutrientes enviada aos testículos, o que pode resultar em danos muito graves.

Como tratar

Diante das consequências, o indivíduo precisa tratar o problema o quanto antes. O procedimento também é cirúrgico e visa desfazer a torção. Dessa forma, a circulação sanguínea volta ao normal, essencial para tentar salvar o testículo.

Como é possível notar, existem muitas causas de dor no pé da barriga. Cada uma delas encerra tratamentos específicos, sendo que algumas vezes é necessária a realização de cirurgias. Como algumas causas são graves, o ideal é que as pessoas se consultem rapidamente com um médico para descobrir a verdadeira origem do problema.

Para mais informações leia o artigo: Descubra a Causa de Dor abdominal com Base na Sua Localização.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Dr. Marcelo Amarante (Médico de família e comunidade - CRM-RS: 42408 - RQE Nº 29881)

Identificação profissional: CRM-RS: 42408

- Médico do trabalho - RQE Nº: 29800

- Médico do tráfego - RQE Nº: 29858

- Médico de família e comunidade - RQE Nº: 29881

Consultar > Currículo Lattes.

O Dr. Marcelo Henrique Oliveira Amarante é um Médico graduado pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS (FCMMG), uma instituição da FUNDAÇÃO EDUCACIONAL LUCAS MACHADO (FELUMA).

Especializando em Psiquiatria pelo Centro de Estudos Cyro Martins (CCYM), especialização acreditada pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina do Trabalho, aplicada pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Tráfego, aplicada pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Aprovado em prova para obtenção de Título de Especialista em Medicina de Família e Comunidade, aplicada pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC), entidade filiada à Associação Médica Brasileira (AMB).

Possui especialização em Higiene Ocupacional pela FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS. Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Especialização Master of Business Administration (MBA) em Auditoria em Saúde. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Medicina de Família e Comunidade, Clínica Médica, Auditoria/Regulação em Saúde, Perícias Médicas, Higiene Ocupacional, Ergonomia, Medicina do Trabalho e Medicina de Tráfego.

Atuação Profissional:

- Médico da LATAM Airlines;

- Médico da GOL Linhas Aéreas Inteligentes;

- Médico da Proforte, uma empresa do Grupo Protege;

- Superintendente Regulador/Auditor do SUS.

Também pode encontrar o Dr. Marcelo no Linkedin.

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    Última atualização da página em 08/09/24