Dores de Estômago

Revisão Clínica: Drª Adriely Silva (Nutricionista - CRN-6 Nº 25902). Atualizado: 08/09/24

Dores de Estômago – O que fazer quando nos dói o estômago.

Um terço da população, na sua maioria mulheres, sofre regularmente de dores de estômago. Estas perturbações, a maior parte das vezes, não têm gravidade. Mas não hesite em consultar um especialista se os sintomas persistirem.

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Leia: Tratamento Caseiro para Dor de Estômago

Perturbações do comportamento alimentar favorecem os refluxos

As pessoas que têm problemas alimentares ligados ao stress ou a perturbações psicológicas graves são frequentemente afectadas por regurgitações ácidas. Assim, a bulimia é amiúde acompanhada de pirose. «Estas disfunções digestivas são frequentemente negligenciadas», na opinião do Dr. Philipe Serog, nutricionista.

O médico deve identificá-las, porque os pacientes não as referem espontaneamente. Uma vez identificadas, é fácil tratá-las.

Refeições muito pesadas ou ingeridas rapidamente, pressão profissional, preocupações familiares, problemas financeiros. Inúmeras circunstâncias podem influenciar a digestão e desencadear perturbações estomacais.

Geralmente, este órgão contrai-se apenas o necessário para formar o bolo alimentar, que é, em seguida, alterado pelo suco gástrico. Uma etapa essencial que permite a absorção posterior dos alimentos pelo intestino delgado.

Segregado diariamente, o suco gástrico compõe-se de uma mistura de enzimas digestivas e ácido clorídrico. Portanto, o conteúdo do estômago é ácido. Mas a natureza previu dois meios de protecção: uma camada de muco isola a mucosa do estômago e a sua parte superior está munida de uma pequena válvula anti-refluxo que impede as regurgitações de ácido para a boca.

Infelizmente, esta bela organização pode ser perturbada pelos maus hábitos alimentares ou pela tensão acumulada. Aparece, então, todo um cortejo de perturbações mais ou menos incómodas que não devem ser negligenciadas, sob pena de vir a transformar-se em verdadeira doença.

Aliviar a acidez do estômago

Os ácidos são geralmente o sinal de refluxo gastroesofágico. Esta disfunção digestiva é uma das mais frequentemente observadas e perto de 40 por cento da população sofre deste mal, nem que seja de forma episódica. É do domínio da automedicação. Mas convém dar-lhe atenção, porque algumas formas mais graves exigem cuidados especializados.

Origem da acidez estomacal

A subida do conteúdo do estômago para o esófago está ligada ao mau funcionamento do sistema anti-refluxo. Por razões ainda mal elucidadas – muitas vezes devido a uma fragilidade individual – o esfíncter inferior do esófago distende-se, de forma transitória ou prolongada, e deixa de assegurar a separação eficaz das duas cavidades.

Frequentemente esta deficiência é acompanhada por uma disfunção da motricidade digestiva e por uma hipersensibilidade da mucosa esofágica. O refluxo pode igualmente estar associado a uma hérnia do hiato esofágico, ou seja, à ruptura da parte superior do estômago no tórax.

Sinais de alarme

Em 70 por cento dos casos, o refluxo manifesta-se por regurgitações ácidas mais ou menos dolorosas. Desencadeiam-se ao dobrar-se para a frente ou produzem-se após as refeições. Mas também podem ocorrer outros sinais menos específicos.

Leve-os em consideração na presença de náuseas, perturbações sem explicação de origem otorrinolaringológica (rouquidão, dores de ouvido ou garganta), pulmonar (dificuldade respiratória, tosse nocturna) ou cardíaca (dor localizada por detrás do esterno).

A importância das regurgitações não traduz a gravidade do refluxo. Mas se for negligenciada, pode conduzir, a longo prazo, a uma verdadeira inflamação do esófago, nomeadamente, à presença de uma hérnia do hiato esofágico. Na maior parte dos casos, a descrição dos sintomas permite ao médico efectuar o diagnóstico e solicitar exames complementares em caso de dúvida ou de suspeita de outras complicações.

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Então faz-se uma endoscopia (exploração do estômago através de um tubo introduzido no seu interior) e/ou um registo da acidez do esófago (pHmetria).

Tratamentos eficazes

Entre os conselhos higieno diatéticos, um grupo de especialistas preconizou recentemente não ir para a cama logo a seguir às refeições e subir a cabeceira da cama. Também é aconselhado diminuir o consumo de tabaco e de álcool, perder peso se necessário, consumir menos gorduras e alimentos que desencadeiem a acidez do estômago.

Se os sintomas forem transitórios, é possível curar-se sozinha. Produtos antiácidos ou da classe dos alginat os são de venda livre, em farmácias. Estes últimos formam uma espécie de camada protectora por cima do líquido gástrico e sobem em primeiro lugar em caso de refluxo.

O médico pode também prescrever medicamentos para acelerar a digestão e reforçar a tonicidade da válvula do esófago (proquinéticos: Prépulsid e Motilium). No caso de haver inflamação do esófago, existem medicamentos que reduzem a fabricação de ácido pelo estômago (anti-secretórios: Tagamet ou Ulceridine).

Facilitam a cicatrização das lesões mas não tratam o refluxo. Por isso, as recidivas podem ser frequentes após o tratamento. Ler Também: Remédio Caseiro para o Estômago.

Uma questão de acidez

Durante a digestão, o estômago segrega um suco ácido, geralmente bem suportado. Quando a mucosa do estômago está doente ou a barreira anti-refluxo (o esfíncter do esófago) é ineficaz, podem ocorrer piroses ou contracções.

Acalmar as contracções

As contracções aliviadas pela alimentação anunciam, não raro, uma úlcera. As lesões mais frequentes encontram-se ao nível do duodeno, segmento do intestino delgado logo a seguir ao estômago. Mas seja qual for o seu local, é indispensável um tratamento médico de várias semanas.

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Origem

A úlcera é uma erosão da mucosa digestiva que, quando profunda, leva ao sangramento. A lesão é provocada pela associação de diversos factores. À presença, muito frequente, de uma bactéria chamada Helicobacter pylori, associam-se, conforme os casos, a tensão, o tabaco ou a hiperacidez do estômago. A administração de medicamentos anti-inflamatórios, nomeadamente, fora das refeições, é uma das causas mais correntes de úlceras.

Sinais de alarme

A úlcera é silenciosa à noite. É durante o dia que se manifesta. Na sua maioria, as dores na cavidade do estômago aparecem uma a duas horas após as refeições, na altura em que a acidez do estômago atinge o seu máximo, e acalmam com a ingestão de alimentos.

Mas a ocorrência de contracções sem relação com as refeições é igualmente possível. É, pois, indispensável, consultar o médico. Antes de qualquer tratamento anti-ulceroso, são necessários exames complementares para confirmar o diagnóstico.

O gastrenterologista realiza uma fibroscopia que permite, no imediato, precisar a localização da lesão e efectuar uma colheita destinada a identificar a bactéria responsável.

Tratamentos eficazes

Convém distinguir várias vertentes. O primeiro objectivo do médico será eliminar rapidamente a dor, prescrevendo antiácidos durante alguns dias. Seguidamente, o alívio será obtido com outros medicamentos (cujo efeito não é imediato).

São prescritos anti-secretórios destinados a reduzir a acidez do estômago, pelo menos durante dez semanas, seja um anti-H2 (Tagamet), seja um produto inibidor da bomba de protões gástrica (Mepraz). Se for confirmada a presença da bactéria pela colheita, o tratamento será completado com dois antibióticos diferentes, a tomar durante oito dias.

Acalmar a azia

A sensação repetida de calor no estômago pode revelar uma gastrite. Mais frequentes do que as úlceras, as gastrites são inflamações do estômago, agudas ou crónicas. As suas causas são diversas e por vezes difíceis de identificar.

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Origem da azia

As gastrites agudas manifestam-se por erosões superficiais da mucosa. Devem-se a uma deficiência local do revestimento, que deixa de proteger eficazmente da acidez. Certos medicamentos e o stress são por vezes incriminados. Mas também acontece a causa ser obscura.

As gastrites crónicas são frequentemente desencadeadas por factores irritantes (tabaco, álcool) ou fenómenos de auto-imunidade (o organismo fabrica anticorpos contra o estômago).

Sinais de alarme

A azia é característica da gastrite aguda, que pode igualmente ser assintomática e descoberta por ocasião de uma endoscopia. Uma gastrite crónica pode provocar perda de apetite ou uma anemia devido a pequenas hemorragias persistentes (gastrite de Biermer).

 Tratamento para a azia

Em primeiro lugar, há que aliviar a dor. Com pensos gástricos e um regime que evite os elementos irritantes (álcool, tabaco, especiarias, fritos), a gastrite aguda sara rapidamente. As formas crónicas levam mais tempo a tratar. A gastrite de Biermer trata-se com injecções de vitamina B12.

Uso de antiácidos

Tecnicamente, os antiácidos removem ou neutralizam ácido do conteúdo gástrico evitando, desta forma, a dor.

Os antiácidos podem ser absorvidos e o grau de absorção justifica a sua classificação em sistémicos e não sistémicos. Os sistémicos podem produzir alterações do equilíbrio ácido-base por absorção de catiões. Os antiácidos não-sistémicos dão origem, no intestino, a compostos básicos insolúveis, não absorvíveis.

Porém, tenha presente que o uso prolongado e não controlado destes medicamentos pode acabar por apresentar efeitos indesejáveis significativos. Entre eles, destacam-se as alterações de trânsito intestinal: por exemplo, os sais de magnésio podem provocar diarreia, os de alumínio obstipação, e o carbonato de cálcio uma ou outra.

Entre as substâncias que costumam compor esta classe de fármacos contam-se o carbonato de cálcio, óxido de magnésio, beladona, hidróxido de alumínio, hidróxido de magnésio e saliciato de alumínio, conhecidos, no nosso País, sob os nomes comerciais Servetinal, Gastroplex, Maalox ou Riopan.

3 perguntas a Ana Cavaleiro, Especialista de Clínica Geral

Tomar antiácidos pode minorar os efeitos de uma úlcera?

Embora os mecanismos precisos de formação das úlceras continuem a não ser conhecidos na totalidade, o processo parece envolver a relação entre a produção de ácido, a secreção de pepsina e os mecanismos de defesa da mucosa.

O excesso de produção de ácido é a base da patologia da úlcera duodenal.

Para além de outros fármacos, os antiácidos continuam a desempenhar um papel muito importante na terapêutica da úlcera péptica porque são eficazes, económicos e seguros. As preparações preferidas são as que contêm hidróxido de alumínio ou hidróxido de magnésio ou uma combinação das duas.

As preparações que contêm carbonato de cálcio têm uma acção neutralizante do ácido, mas por sua vez originam uma hipersecreção de ácido em ricochete estimulada pelo cálcio e podem originar hipercalcémia.

Estes preparados, quando administrados quatro vezes por dia, demonstraram endoscopicamente ter uma eficácia superior ao placebo e comparável à dos bloqueadores H2, e sucralfate na promoção da cicatrização das úlceras duodenais. A sua eficácia na úlcera gástrica e na prevenção das recorrências das úlceras gástrica e duodenal, está menos bem determinada.

Todos os doentes com Doença de Refluxo Gastro Esofágico (DRGE) podem ser curados?

Uma grande parte dos doentes que apresentam sintomas ligeiros de refluxo não recorrem ao médico e automedicam-se. Em relação aos restantes, o tratamento depende da gravidade dos sintomas e da gravidade da esofagite.

O tratamento da DRGE inclui vários passos: medidas de carácter geral (elevação da cabeceira da cama, perda de excesso ponderal, cessação de hábitos alcoólicos e tabágicos), recomendações dietéticas (realização de pequenas refeições) e terapêutica farmacológica.

Muitos doentes não se curam, por vezes, por não obedecerem às recomendações dadas pelo médico. Outras vezes, porque as lesões já existentes a nível do esófago (esofagite grave) o não permitem.

Após cicatrização das lesões, os doentes poderão ficar sem fazer qualquer tratamento ou recorrer a ele de modo intermitente, ou fazer tratamento de manutenção. Esta última situação é a mais frequente.

Em casos de DRGE refractária à terapêutica médica, deve-se encarar a hipótese de terapêutica cirúrgica.

A partir de que altura é que a DRGE se torna uma situação grave?

Existem duas complicações graves da DRGE que são o esófago de Barrett e a estenose péptica do esófago. A primeira situação pode originar doença maligna, daí a importância de um diagnóstico precoce. A vigilância apertada através de endoscopia desta patologia é obrigatória.

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A estenose (aperto) do esófago é uma situação difícil de prevenir. Os objectivos do tratamento são melhorar a disfagia (dificuldade em deglutir) e evitar a progressão continuada de agressão à mucosa esofágica. Os únicos meios disponíveis são a dilatação e a cirurgia.

Chá para dor de estômago – Receita Natural

Foto de hortelã pimenta

Um bom remédio para curar a dor no estômago é através de chás naturais, em particular, um chá de hortelã (ou chá de menta) isto porque o mentol da planta age diretamente nas bolhas que causam os gases no estômago. Para o Chá de Hortelã Pimenta vai precisar de: 1 xícara de água, 1 colher de sobremesa de folhas de hortelã picadas.

Modo de Preparação: Ferva a água e, após desligar o fogo, coloque as folhas de hortelã. Deixe abafado por dez minutos e então coe.

Posologia: Tome o chá de hortelã três vezes ao dia, logo após as refeições.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Adriely Silva (Nutricionista - CRN-6 Nº 25902)

Nutricionista - CRN-6 Nº 25902

A Drª Adriely da Silva Vicente é Graduada em Nutrição pela Faculdade Estácio do Rio Grande do Norte no ano de 2018. Com registro no Conselho Regional de Nutricionistas CRN-6 Nº 25902.

Atualmente trabalha com Home Care e atende em clínica particular no Brasil.

Contato para marcação de consultas: (84) 99175-5907

Também pode encontrar a Drª Adriely no Linkedin.

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    Última atualização da página em 08/09/24