O que é? A epididimite é a inflamação da estrutura (epidídimo) encontrada no dorso do testículo que liga o testículo aos canais deferentes. O epidídimo é um pequeno tubo em forma de espiral que se localiza atrás do testículo. Esse tubo possui como função o armazenamento e o transporte do esperma. Quando esse tubo é acometido por alguma inflamação, nomeamo-la como Epididimite – provocando sintomas característicos como inchaço doloroso de um ou ambos os epidídimos, inchaço no testículo, desconforto ao urinar, sangue no sêmen, entre outros…
A doença não possui um maior índice de incidência sobre os homens mais velhos, como é o caso da prostatite, por isso homens de todas as faixas etárias estão sujeitos a contrai-la. É, geralmente, causada por meio da proliferação de bactérias no epidídimo, que podem, inclusive, ser contraídas a partir da manifestação de Gonorreia ou Clamídia, doenças sexualmente transmissíveis. Veja para que serve o Epidídimo: o que é, função, anatomia e doenças comuns.
Como consequência desta doença, também o testículo pode ser infectado, originando um tipo novo de Epididimite conhecido como epidídimo-orquite.
Quais são as causas
Diversos fatores podem ocasionar o surgimento de uma inflamação no epidídimo. Alguns são mais recorrentes que outros, no entanto, é importante estar atento para evitar todas as causas que possam contribuir para o surgimento desta lesão.
As principais causas incluem: As doenças sexualmente transmissíveis figuram como as principais causas de epididimite nos mais jovens. Gonorreia e Clamídia podem levar à infecção do epidídimo. Além disso, algumas infecções bacterianas advindas do trato urinário e da próstata podem se espalhar até o epidídimo, provocando uma inflamação.
As causas secundárias incluem: Alguns fármacos utilizados para tratar doenças cardíacas podem possuir como efeito colateral a inflamação do epidídimo. Da mesma forma, a presença de urina no epidídimo, proporcionada a partir de deformações genéticas, pode contribuir para a epididimite. Traumas locais na região também figuram entre as causas raras para essa doença, juntamente à tuberculose.
Quais são os sintomas
Os sintomas de epididimite podem se assemelhar aos sintomas de outras doenças que acometem a próstata e o sistema reprodutor, por isso é fundamental procurar um especialista (urologista) para um diagnóstico completo.
Principais sintomas: O principal sintoma relatado é a dor no testículo, geralmente unilateral e severa. Também é muito frequente a presença de dor ou desconforto ao urinar ou ejacular e a micção persistente, com a sensação de bexiga sempre cheia. Pacientes também relatam vermelhidão e inchaço no saco escrotal e desconforto na região próxima à pélvis.
Sintomas menos frequentes: Menos relatados nos consultórios, mas ainda presentes são a presença de nódulos no testículo e de gânglios linfáticos aumentados na virilha. Também é pouco comum a presença de secreções ou mesmo de sangue no sêmen. As temperaturas elevadas também são raras, sendo pouco relatadas.
Os sintomas da inflamação tendem a desaparecer em até seis semanas. Quando isso não acontece, ela passa a ser considerada uma epididimite crônica, e, por vezes, a sua causa não consegue ser esclarecida.
Como é feito o diagnóstico
Para conseguir identificar um diagnóstico de epididimite, o médico deverá ouvir os sintomas descritos pelo paciente e, em seguida, iniciar um exame físico. O exame funciona para verificar se os gânglios linfáticos da virilha estão aumentados e se o testículo se encontra dilatado. Após, ainda no que diz respeito à anamnese, o médico poderá realizar um toque retal para avaliar a próstata do paciente.
Depois desses exames iniciais, o médico poderá solicitar também algumas análises laboratoriais, como por exemplo, testes para doenças sexualmente transmissíveis, exames de urina e exames de sangue. Se os resultados não forem decisivos, o especialista também deve requisitar um exame de imagem (Ultrassom).
Como é feito o tratamento
Tanto a epididimite quando a Epidídimo-orquite são tratadas, principalmente, à base de antibióticos (que podem incluir: Doxiciclina, Ciprofloxacino e Ceftriaxona). Se a doença for causada por uma DST, o tratamento também deverá ser oferecido ao parceiro sexual, para que seja erradicado definitivamente o problema.
Os sintomas devem persistir por algumas semanas após o início do tratamento, sendo amenizados com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios (exemplo: Ibuprofeno ou Paracetamol) e compressas de gelo locais como tratamento caseiro.
Após algumas semanas, o especialista determinará o retorno do paciente para constatar que a infecção foi erradicada. Em caso de persistência, mais antibióticos serão prescritos. O tratamento dura em média três meses, na maioria dos casos.
Em casos mais graves, quando um abscesso é gerado, o paciente deve ser submetido a uma cirurgia para drenar o pus. São raros os casos, mas a depender dos níveis de infecção, o epidídimo pode necessitar ser removido durante esse procedimento.
Possíveis complicações
Se o paciente ignorar os sintomas iniciais e não comparecer a uma consulta para avaliação, a epididimite poderá se tornar crônica, exigindo um nível maior de atenção. Algumas complicações menos frequentes incluem a presença de pus no saco escrotal, a irradiação da infecção para os testículos e, em casos mais raros, a redução da fertilidade.
Convivendo/ Prognóstico
O tratamento da epididimite é relativamente simples e costuma terminar em até três meses. Quando a inflamação é gerada por DST’S, no entanto, o tratamento poderá ser mais demorado por envolver também o comprometimento de outras pessoas para o sucesso do mesmo.
Como Prevenir
Como a principal causa de epididimite é a contaminação através de doenças sexualmente transmissíveis, a prevenção passa maioritariamente pelo uso de preservativos em todas as relações sexuais. Para os pacientes que têm problemas frequentes no trato urinário, o que também é uma causa comum, a melhor prevenção deve ser discutida com o especialista que acompanha o caso.
Quem tem maior risco de ter epididimite
Há alguns fatores de risco que devem figurar como alerta às pessoas que se enquadrarem neles. São eles:
- A prática de sexo sem preservativos
- Antecedência de infecções do trato urinário ou da próstata
- Realização de procedimentos médicos no sistema reprodutor
- Anomalias genéticas
- Próstata aumentada
Epididimite tem cura?
Sim, de modo geral, o tratamento da Epidimite é simples e costuma ter sucesso após mais ou menos três meses. A causa do problema deverá indicar o tempo de duração do tratamento e, da mesma forma, as possíveis complicações no futuro.
Na consulta médica
Somente um médico pode diagnosticar a enfermidade. Neste caso, a epididimite poderá ser constatada por um Urologista ou por um Clínico Geral. É importante descrever ao médico todos os sintomas existentes e a duração mais fiel que conseguir apontar. Da mesma forma, durante a consulta, deverá informar doenças previamente existentes ou o uso de medicamentos.
É importante possuir um diálogo sólido com o médico, buscando saber quais são as causas possíveis da doença, como será realizado o tratamento e as possíveis restrições sexuais exigidas durante o uso da medicação. Um bom resultado depende exclusivamente da clareza com que o paciente entende as orientações do especialista.
Quando buscar ajuda médica
Nenhum sintoma do corpo deve ser ignorado, pois todos eles representam algum sinal que o organismo quer propiciar ao entendimento humano. Os sintomas de epididimite são frequentemente associados a outras doenças, por isso a presença de um especialista é fundamental para avaliar cada caso individualmente a fim de oferecer o melhor tratamento.
Também é válido manter uma relação sincera com o parceiro sexual, indicando a presença dos sintomas para que ele possa também avaliar se sente algum desconforto. Enquanto aguarda por uma consulta médica, é recomendado se abster de relações sexuais e procurar manter a completa higiene do aparelho reprodutor. Veja como realizar a Higiene Íntima Masculina corretamente.
Após a consulta, siga rigorosamente as orientações do médico, pelo período estipulado. A eficácia do tratamento depende disso!
Urologista - CRM-BA 22237
Consultar > Currículo Lattes.
O Dr. Nilo Jorge é Graduado em Medicina pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Publica- 2010. Além disso possui:
- Especialização em Urologia e Cirurgia Geral na Universidade de São Paulo – 2013/2015.
- Título de especialista em Especialização em Fellowship em UroOncologia, Laparoscopia e Cirurgia Robótica.
Fundação Antônio Prudente- AC Camargo Câncer Center, AC CAMARGO, Brasil.
Título: Cirurgias Laparoscópicas e Robótica em Urologia. - Orientador: Dr. Gustavo Cardoso Guimarães – 2017.
- Coordenador do Núcleo de Uro-Oncologia do Hospital Santo Antônio- Obras Sociais Irmã Dulce. Preceptor do núcleo de Urologia do Hospital São Rafael. Uro-oncologista do Grupo OncoClinicas do Brasil e sócio do grupo Uroclinica da Bahia.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia, cirurgião geral e urologista pela Universidade de São Paulo (USP- RP). Fellowship em Uro oncologia, laparoscopia e cirurgia robótica no AC Camargo Câncer Center.
Cirurgião robótico certificado pela Intuitive/Strattner. "International Member" da European Association of Urology (EAU) e da "American Urological Association" (AUA). Possui trabalhos publicados em congressos, periódicos e livros em Urologia.
Endereço: Rua Anita Garibaldi, 1815 CME Federação, Salvador/BA - Telefone: (70) 3235-0867 / 2626-3030
Também pode encontrar o Dr. Nilo Jorge na sua página www.nilojorge-leaobarretto.com, ou no Linkedin e Instagram.
- Mayo Clinic
https://www.mayoclinic.org/es-es/diseases-conditions/epididymitis/symptoms-causes/syc-20363853 - MedlinePlus
https://medlineplus.gov/spanish/ency/article/001279.htm - BMJ Best Practice
https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/186/diagnosis-approach - European Association of Urology (PDF)
https://uroweb.org/wp-content/uploads/Urological-Infections-2012-port.pdf - Associação Portuguesa de Urologia (PDF)
https://apurologia.pt/wp-content/uploads/2018/11/epididimite.pdf
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