A escoliose é caracterizada pela formação de uma curvatura na coluna vertebral, também conhecida como espinha dorsal. Esse efeito pode ou não ser seguido da chamada “giba”, quando ocorre rotação das vértebras.
Dentre os variados tipos de escoliose, vale a pena destacar aquelas que ocorrem com mais frequência: a escoliose neuromuscular, a escoliose idiopática, e a escoliose congênita (provinda de herança genética). Todas essas variantes da doença detêm um comportamento peculiar quanto à sua evolução.
Causas da escoliose
Cada tipo de escoliose possui causas específicas. Assim, no caso da escoliose congênita, por exemplo, ela pode ser consequência de uma má formação dos ossos da coluna vertebral. Entretanto, também existe a possibilidade de que o problema tenha sido gerado a partir da fusão das vértebras, o que pode ter origem desde o período de desenvolvimento do bebê recém-nascido, já que existe a chance de as costelas terem se fundido em algum momento da vida do feto.
Já a escoliose neuromuscular ocorre em virtude de transtornos neurológicos, como a encefalopatia crônica não progressiva (paralisia cerebral) ou a paralisia muscular, que debilitam as massas musculares, ausência de controle pleno sobre os movimentos musculares, ou demais paralisias que resultem de outas doenças, tais como poliomielite, espinha bífida, e distrofia muscular.
Infelizmente, ainda não se sabe quais são as possíveis causas que motivam o desenvolvimento da escoliose idiopática.
Fatores de risco associados à escoliose idiopática
De fato, existem pessoas que estão mais propensas a sofrerem um encurvamento em sua coluna vertebral. No que tange à escoliose, há determinados fatores de risco que merecem menção.
O primeiro fator é a idade, uma vez que os sintomas do problema costumam se manifestar com mais intensidade durante a época de desenvolvimento do ser humano, período definido como antecessor ao da puberdade, ou seja, entre os 9 e os 15 anos.
O segundo fator de risco da escoliose idiopática se refere ao sexo. Afinal, sabe-se que apesar da doença comprometer a coluna de meninos e meninas, elas possuem maior propensão para desenvolver esse tipo de problema.
Por fim, também pesa o herança familiar, já que a curvatura da coluna é bem mais comum entre membros de uma mesma linhagem que possuam parentes que sofreram com o problema no passado.
Sintomas da escoliose
Um dos indícios mais evidentes da escoliose pode ser observado quando os ombros de um mesmo indivíduo ficam emparelhados, mas um deles se apresenta de um modo mais inclinado para o alto. O mesmo raciocínio pode ser adotado com relação à pélvis.
Em um primeiro momento, essas disparidades tendem a não serem notadas por um olhar que não seja clínico, principalmente quando a escoliose ainda está em sua fase inicial. Porém, quando o indivíduo que possui a curvatura na coluna estira o tronco à frente, a dissimetria apresentada pela espinha dorsal se torna mais nítida.
De uma maneira geral, os sintomas mais corriqueiros da escoliose são o encurvamento da espinha dorsal (que pende para uma das laterais do corpo), e uma aparente assimetria notada entre a região dos quadris ou nos ombros. Ocasionalmente, também surge um certo incômodo nas massas musculares.
Em se tratando de crianças que possuam escoliose, ressalte-se que não é comum que elas sintam dores. Caso a dor persista, é imperativo que os pais, ou responsáveis legais, realizem uma consulta minuciosa com o intuito de descobrir se as dores estão sendo motivadas por alguma doença mais grave, e letal.
Quando se deve realizar uma consulta médica
Sempre que uma criança começar a reclamar de dores constantes na coluna, é recomendável que se observe a possibilidade de escoliose, que pode ser dolorida nos casos em que a curvatura da coluna se mostra extremamente acentuada já durante a infância.
Por outro lado, a escoliose mais comum evolui gradativamente, apresentando níveis baixos de curvatura e sem provocar desconforto.
Durante a consulta médica
Normalmente, a escoliose é identificada pelos médicos durante uma simples consulta, ou através dos demais exames rotineiros. Muitas vezes, o problema é percebido pelo profissional logo ao examinar a coluna.
Os pais, ou responsáveis, precisam descrever com riqueza de detalhes todos os sintomas sentidos pela criança. Caso ela já possua idade para falar por conta própria, permita que se estabeleça um diálogo aberto entre ela e o médico. Afinal, ninguém melhor do que a própria vítima de uma enfermidade para prestar esclarecimentos a respeito dela.
Nesse meio tempo, provavelmente o médico também realizará alguns questionamento que são de suma importância. As perguntas visam descobrir quando foi a primeira vez em que os pais notaram o problema, se a criança têm reclamado de dores, se ela está respirando normalmente, se existe histórico familiar correlacionado à ocorrência de escoliose, e como foi o crescimento da criança no último semestre.
Diagnóstico da escoliose
No início, o médico tende a questionar quanto ao crescimento do paciente nos últimos meses, além de efetuar um histórico clínico rico em detalhes. Finalizada essa etapa, o médico prosseguirá com o diagnóstico, realizando uma análise cuidadosa do corpo do paciente à procura de evidências que apontem para a escoliose.
Em um exame de diagnóstico mais completo, é comum que também seja solicitado um exame neurológico. O objetivo é constatar se existe algum nível de fragilidade dos músculos, e se o paciente apresenta falhas nos reflexos.
Dentre os principais exames solicitados pelo médico também estão inclusos radiografias, ressonância magnética, e tomografia computadorizada.
Tratamento para escoliose
Para que o paciente receba um tratamento apropriado, é preciso estabelecer o tipo de escoliose, a causa motivadora do problema, a extensão da curvatura, além de cálculos quanto às previsões de crescimento do paciente.
A maior parte das escolioses idiopáticas que surgem na adolescência possuem curvaturas inferiores a 20º. Logo, o melhor tratamento a ser feito são as observações, uma vez que o crescimento do paciente precisa ser acompanhado juntamente com a possível evolução do quadro. Assim, o paciente deve passar por reavaliações, que podem ou não serem acompanhadas de exames periódicos de radiografia.
Uso do colete
Porém, existem circunstâncias mais preocupantes, sinalizadas por crianças que ainda estejam em fase de crescimento, mas que possuam escoliose com curvatura da coluna superior a 25º, por exemplo. Nestes casos, normalmente é aconselhada a utilização de órteses, que têm a finalidade de deter a progressão da doença.
Dentre os tipos de órteses mais usados estão os chamados coletes de Boston, de Charleston, de Milwaukee, e o de Wilmington. Os nomes são uma referência clara aos locais onde foram projetados.
O design de cada colete possui suas particularidades, com maneiras específicas de uso. Isso acontece porque todos foram desenvolvidos para atender variações específicas de curvaturas da coluna. Dessa forma, é essencial que o paciente receba um diagnóstico correto para que, assim, possa utilizar o colete mais apropriado ao seu caso.
É importante ressaltar que essas órteses não têm a função de realinhar a coluna vertebral, e sim a de inibir o avanço da curvatura, o que é obtido mediante mecanismos que buscam forçar a espinha dorsal a assumir determinado posicionamento.
Finalmente, o usuário do colete precisa readequá-lo conforme o crescimento do seu corpo. Além disso, essas órteses não apresentam resultados significativos para tratar as escolioses congênita ou muscular.
Intervenção cirúrgica
Com frequência, pacientes que são diagnosticados com escoliose recebem a notícia de que devem passar por uma intervenção cirúrgica para corrigir o problema.
No entanto, a decisão sobre o melhor momento para efetuar a cirurgia é algo extremamente delicado. Via de regra, o ideal é que a cirurgia seja realizada quando o crescimento dos ossos chegar ao nível máximo. Mas, infelizmente, nem sempre é possível aguardar por esse processo. Nos casos em que a curvatura estiver igual ou acima de 40º, a cirurgia é inevitável, por mais que a criança ainda esteja em fase de desenvolvimento ósseo.
Basicamente, o procedimento cirúrgico busca realinhar a espinha dorsal, realocando a posição dos ossos ao longo dela. Para que isso aconteça, os ossos são forçados a permanecerem no local correto devido à inserção de hastes metálicas, que são fixadas com parafusos e ganchos. Elas são mantidas até que o osso esteja totalmente restaurado.
Ocasionalmente, a cirurgia ocorre por meio de uma incisão realizada na região abdominal, na parte inferior das costelas, ou nas costas. Finalizado o ato cirúrgico, o paciente pode ter de usar um colete a fim de estabilizar a coluna. Saiba mais sobre o tratamento da escoliose.
Prognóstico
Primeiramente, é preciso entender que não existe nenhum exercício fisioterápico que consiga inibir o avanço da escoliose. Por outro lado, eles são primordiais para que a coluna vertebral se consolide. Em razão disso, os médicos orientam os pacientes a se realizar atividades físicas moderadas.
O suporte de psicólogos é igualmente indispensável, principalmente em se tratando de pacientes adolescentes, haja vista que os tratamentos existentes para tratar a escoliose afetam a autoconfiança dos jovens.
Possíveis complicações da escoliose
Dentre as principais complicações causadas pela escoliose, ou pelo tratamento, está a queda da autoestima, substancialmente quando o paciente está passando pela adolescência e precisar utilizar a órtese.
Fisicamente, também existe o risco de que não ocorra um ajuste perfeito dos ossos. Além disso, quando a curvatura possui um grau elevado o paciente fica sujeito a ter dificuldades para respirar, ou pode vir a sofrer uma lesão na medula espinhal. A última consequência também pode resultar de uma cirurgia mal sucedida. Outra complicação inerente à cirurgia é o desenvolvimento de uma infecção na espinha dorsal.
Já os adultos podem apresentar dores lombares, ou artrite.
Expectativas quanto aos resultados proporcionados pelos tratamentos
O nível dos resultados angariados pelo tratamento depende de inúmeros fatores, dentre os quais se destacam a definição da causa específica que deu origem à escoliose, e o grau de curvatura da coluna vertebral. Curvaturas muito acentuadas trazem consigo complicações graves após a fase em que os ossos interrompem seu crescimento. Quando, e se, a curvatura atingir cerca de 100º, por exemplo, existem grandes chances de o indivíduo desenvolver complicações no sistema respiratório. Nestes casos, é difícil prever um quadro de melhora significativa.
Já nos casos em que a escoliose atinge patamares mais modestos, em que o tratamento se limita ao uso de órteses, normalmente os resultados são mais satisfatórios. Quem tem escoliose nesse nível não apresenta problemas graves no futuro, a não ser uma sensação dolorida quando envelhecem.
Enquanto isso, aqueles que foram diagnosticados como portadores da escoliose idiopática e tiveram uma cirurgia bem sucedida apresentam uma ótima recuperação, podendo ter uma vida plenamente saudável e ativa.
A escoliose neuromuscular é um caso à parte, pois quando ela está associada à distrofia muscular, ou à encefalopatia crônica não progressiva, a meta do tratamento é conseguir promover o posicionamento correto da criança na cadeira de rodas.
Por último, a escoliose congênita também requer tratamento diferenciado, uma vez que os bebês que nascem com o problema também costumam apresentar uma série de deformações contíguas. Normalmente, a criança passa por mais de uma cirurgia a fim de amenizar os transtornos e efeitos negativos causados pela escoliose.
Prevenção da escoliose
O que pode ser prevenido é o avanço indiscriminado da doença. Nesse sentido, é fundamental que a escoliose seja identificada o quanto antes para que a criança já inicie o tratamento adequado.
Ortopedista e Traumatologista - CREMEC: 13177 TEOT(SBOT): 12704
O Dr. Davi Marinho de Araújo realizou a sua Graduação na Universidade Federal de Campina Grande, terminando o curso em 26 de abril de 2008. R. Aprigio Veloso, 882-Bodocongó Campina Grande PB (83) 2101 1000
Residência Médica
Ortopedia e Traumatologia : Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Hospital Getúlio Vargas (2009,2010,2011) Av.Gen. San Martin-Cordeiro Recife-PE 50630-060.
Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) - TEOT: 12704
Membro titular da Associação Brasileira Ortopédica de Osteometabolismo (ABOOM), e do Comitê de Doenças Osteometabólicas da SBOT.
Treinamento em cirurgia de Pé e Tornozelo no serviço de Ortopedia e Traumatologia da Clínica Alemana de Santiago-CH, International intership program at Traumatology Department, ankle and foot Unit with MD Cristian Ortiz as tutor.
Treinamento na Especialidade
CURSO INTERNACIONAL AO-HASTES INTRAMEDULARES, realizado no Windsor Barra Hotel Rio de Janeiro RJ, 20 a 21 de maio de 2009.
AO PRINCIPLES OF FRACTURE TREATMENT COURSE, realizado em Fortaleza CE , de 4 a 6 de agosto de 2011.
CURSO AO TRAUMA PE E TORNOZELO, realizado em INDAIATUBA SP, de 24 a 26 de ABRIL de 2014.
CURSO AO TRAUMA AVANÇADO, realizado em RIBEIRAO PRETO SP , de 19 a 22 de AGOSTO de 2015.
Atividades laborais
Hospital Antonio Prudente, Fortaleza CE, atendimento clínico e procedimentos cirúrgicos, departamento de ortopedia e traumatologia, serviço de pé e tornozelo.
Membro titular do comitê de Ética Médica do Hospital Antonio Prudente, Fortaleza - CE, eleito para o atual biênio por processo eleitoral.
Hospital Gastroclinica, Fortaleza CE, atendimento clínico em emergência e procedimentos cirúrgicos.
Governo do Estado do Ceará , Policlínica Regional de Caucaia, médico ortopedista e traumatologista aprovado em concurso público.
Consultório Vittacura: Av Desembargador Moreira, 760 Meireles - Centurion Business Center - sala 809.
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