Esporotricose: Fotos, como identificar e complicações da infecção

Revisão Clínica: Dr Pedro Secchin (Dermatologista CRM-SP 195965). Atualizado: 08/09/24

A esporotricose é uma infecção fúngica da pele, granulomatosa e indolor, produzida pelo fungo schenb Sporothrix dimorphic, cujo reservatório são plantas onde se desenvolve como uma saprófita. Também conhecido como “doença do jardineiro ou tratador de rosas“, o fungo pode ser encontrado não apenas em plantas como também no solo circundante. A forma cutânea da infecção geralmente manifesta-se nos membros superiores (braços, mãos e dedos), formando uma lesão nodular ou inchaço na pele, que pode variar de vermelho, rosa ou roxo.

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Embora seja uma ocorrência rara e geralmente não apresente risco de vida, a infecção pode levar a complicações sérias quando deixada sem tratamento.

Fotos de esporotricose

Foto De Esporotricose No Braço

Foto De Esporotricose No Dedo

Foto De Esporotricose Facial

Quais são os sintomas

Os sintomas da infecção geralmente começam leves nas primeiras semanas de exposição.

O paciente geralmente experimenta um pequeno inchaço que pode ser vermelho, rosa ou roxo. Este inchaço aparece no local da exposição, geralmente no braço ou na mão, e pode ou não ser doloroso ao toque.

Pode levar de 1 a 12 semanas antes que a esporotricose apresente qualquer sintoma. À medida que a infecção progride, o inchaço pode se transformar numa úlcera.

O paciente pode desenvolver uma erupção cutânea grave ao redor da área afetada, bem como novos inchaços. Por vezes, a erupção pode afetar os olhos e até causar conjuntivite.

O que causa a infecção

A esporotricose é causada pelo fungo Sporothrix. Este tipo de fungo é prevalente em todas as regiões do mundo, sendo mais comum na América Central e América do Sul.

De acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, o fungo pode ser encontrado em roseiras, feno e musgo.

As pessoas que manuseiam qualquer uma dessas plantas ou o seu solo circundante regularmente, podem estar em risco de exposição ao fungo. Ainda assim, a exposição não significa automaticamente que o indivíduo irá desenvolver a infecção fúngica.

Esporotricose cutânea

Ter um corte ou ferimento aberto na pele pode colocar qualquer pessoa em risco de esporotricose cutânea. Isso significa que o fungo entra através da pele.

Algumas pessoas são infectadas após serem cortadas por uma planta que contém o fungo – dai os espinhos de rosa serem os principais ​​culpados pela transmissão do fungo.

Esporotricose pulmonar

Em casos raros, o fungo entra através dos pulmões depois do indivíduo respirar os esporos presentes no ar. Este subtipo é chamado de esporotricose pulmonar. Pode causar dificuldades respiratórias, dor no peito, tosse, febre, fadiga e perda de peso involuntária.

A esporotricose também pode ser transmitida para o ser humano pelo contato com animais infectados (especialmente gatos), através de arranhões e ou mordidas. Felizmente, a doença não pode ser transmitida entre pessoas.

Segundo o BMJ Case Reports, as taxas mais altas de infecção tendem a ocorrer em pessoas com idades entre os 16 e 30 anos.

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Como identificar?

Para diagnosticar corretamente a esporotricose, o indivíduo precisa consultar o dermatologista para a realização de exames. Durante os exames são retiradas amostras de pele (biópsia) e enviadas para laboratório, onde são avaliadas.

Quando o médico suspeita de esporotricose pulmonar, geralmente pede para o paciente realizar um exame de sangue.

Os exames de sangue também podem ajudar a identificar formas graves de esporotricose cutânea. O tratamento realizado vai depender dos resultados destes testes.

Como tratar a esporotricose

Infecções fúngicas como a esporotricose dependem de tratamentos médicos para eliminar o fungo do corpo. No entanto, existem alguns tratamentos caseiros que podem ajudar a reduzir a propagação da infecção.

Para infecções da pele, é importante o paciente ter a certeza de que a ferida é mantida limpa e enfaixada. Este simples ato pode ajudar a evitar que a erupção piore. O paciente deve também evitar coçar a área.

Antifúngicos, tratamento intravenoso e cirurgia

As infecções de pele causadas por este tipo de fungo são tratadas com antifúngicos, como o itraconazol oral (Sporanox) e o iodeto de potássio supersaturado. A medicação deve ser tomada durante vários meses até que a infecção tenha sido totalmente curada.

Os casos mais graves de esporotricose podem necessitar de tratamentos intravenosos (IV), como a anfotericina B.

De acordo com o CDC, pode ser necessário o paciente tomar itraconazol por até um ano após a conclusão do tratamento intravenoso. Este tempo ajuda a garantir que o fungo esteja completamente fora do corpo.

Quando a infecção se originou nos pulmões, o indivíduo pode precisar de cirurgia. O processo cirúrgico envolve cortar e eliminar o tecido pulmonar infectado.

A esporotricose pode causar complicações?

Na maioria dos casos a infecção não é mortal. No entanto, se o paciente não a tratar, poderá ter os inchaços e feridas durante muitos anos – Que em alguns casos podem se tornar permanentes.

Quando não tratada, este tipo de infecção pode evoluir para esporotricose disseminada – levando a infecção fúngica a expandir para outras regiões do corpo.

Algumas dessas regiões incluem os ossos ou o sistema nervoso central, levando o paciente a experimentar:

  • dor nas articulações
  • dores de cabeça severas
  • confusão
  • convulsões

Um sistema imunológico enfraquecido pode colocar qualquer pessoa em risco, especialmente em pacientes com HIV. No caso das mulheres grávida, os medicamentos antifúngicos podem prejudicar o bebê. Neste caso, certifique-se de discutir a possibilidade de gravidez com o seu médico antes de tomar qualquer antifúngico recomendado.

Qual é a perspectiva da doença?

No geral, o risco de ser infectado pela esporotricose é raro.

Segundo o CDC, a maioria dos casos não apresenta risco de vida. Ainda assim, dados os sintomas e as possíveis complicações, não vale a pena arriscar quando se trabalha ao ar livre.

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Use sempre luvas quando estiver trabalhando com plantas e árvores. O uso de mangas compridas e calças também oferece alguma proteção e ajudar a diminuir o risco de transmissão.

Em caso de ferida, certifique-se de que ela esteja bem enfaixada e coberta com roupas antes de manusear qualquer planta.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Dr Pedro Secchin (Dermatologista CRM-SP 195965)

Dermatologista - CRM-SP 195965 / RQE 73850

Consultar > Currículo Lattes.

O Dr. Pedro Secchin é Graduado em Medicina pela Universidade Gama Filho (UGF) – 2011. É Mestrado em Medicina pela Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). Além disso o Dr. também possui:

- Especialização em Dermatologia no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (HUCFF/UFRJ) - 2018.

- Título de especialista em Dermatologia pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e Associação Médica Brasileira (AMB).

- É membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Endereço: Rua Inglês de Sousa, 449. CEP: 01546-010 - Jardim da Glória São Paulo - São Paulo Telefone: ‪(11) ‬4301-9931

Também pode encontrar o Dr. Pedro no Linkedin e Instagram.


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    Última atualização da página em 08/09/24