Estrogênio: O que é, para que serve, sintomas e alimentos

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 08/09/24

O que é? Estrogênio é um hormônio sexual esteroide, principalmente feminino, produzido nos ovários, glândulas supra-renais e, na gravidez, pela placenta. Estradiol, estrona e estriol são alguns tipos de estrogênio. Ele é o mensageiro químico responsável ​​pela reprodução e desenvolvimento das características sexuais secundárias femininas, tais como, o crescimento dos seios, o aparecimento da menstruação e o alargamento dos quadris.

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A fase da puberdade e maturidade sexual nas mulheres começa quando a produção do hormônio aumenta, que estimula a maturação do útero, da vagina, do endométrio e das tubas uterinas. O nível de estrogênio permanece mais ou menos estável até a chegada da menopausa, onde há uma queda drástica desses hormônios.

Estrogênio, O Que é, Para Que Serve, Sintomas E Alimentos

Tipos de estrogênio

Existem três formas de estrogênio presentes no corpo humano que têm uma função endócrina. Esses hormônios atuam sobre o núcleo das células e regulam a síntese de proteínas, o que explica a sua importância tanto no desenvolvimento sexual e na reprodução, como em outros processos físicos e mentais do organismo. Os três tipos são:

Estradiol: A sua síntese é produzida a partir da testosterona e é o tipo de estrogênio que se encontra em maior quantidade no organismo feminino durante os anos de fertilidade.

Estriol: É sintetizado a partir da androsterona e é produzido em grandes quantidades durante a gravidez, chegando a aumentar até mil vezes os seus níveis na urina durante a gravidez. A medição dos níveis de estriol é um exame muito frequente para verificar o estado do feto e da placenta. Analisando a produção deste estrogênio é possível detetar problemas e complicações, como insuficiência placentária, que podem comprometer seriamente a vida do feto.

Estrona: É o menos abundante de todos os estrogênios. É sintetizado a partir de progesterona e a sua produção ocorre no ovário e tecido adiposo.

Além destes, existem também estrogênios semi-sintéticos ou sintéticos, como o etinilestradiol e mestranol, que podem ser encontrados em alguns contraceptivos orais.

Por fim, temos os estrogênios não esteroides, como os estilbenos, isoflavonas ou outros fitoestrógenos, de origem vegetal.

Função do estrogênio

Além de regular o ciclo reprodutivo e desenvolver as características sexuais secundárias, o estrogênio, pelo seu papel no processo de síntese de proteínas nas células, têm uma grande importância em muitas funções do organismo:

Melhora a aparência da pele: O estrogênio têm um papel importante na produção de colágeno e nos processos de regeneração da derme, de maneira que, a aparência da pele varia dependendo da produção desses hormônios. Além disso, ele é responsável ​​por estimular a pigmentação da pele na vulva, nas auréolas dos seios e mamilos. Além disso também influencia no estado das unhas e cabelo.

Fortalece o funcionamento do sistema cardiovascular: Participa no metabolismo das gorduras e ativa a produção de HDL ou colesterol bom. Desta forma, previne a formação de placas ateromatosas (resíduos de gorduras e outras substâncias que se acumulam nas paredes das artérias) e reduz o risco de sofrer doenças como a arteriosclerose.

Fortalece o sistema ósseo: Os estrogênios previnem a perda de cálcio e asseguram a sua correta mineralização adequada, evitando que os ossos se tornem frágeis, mantenham a consistência do esqueleto e evitem a osteoporose.

Contribuem para o funcionamento normal do sistema urinário: Ajudam a manter a frequência da função urinária.

Atuam de forma positiva sobre o cérebro e memória: Favorecem a chegada do fluxo sanguíneo e glicose ao cérebro, necessários para o desenvolvimento de neurônios e alguns neurotransmissores. Durante o ciclo menstrual, oscilações nos níveis de estrogênio podem produzir alguns distúrbios, como alterações de humor, insônia e irritabilidade.

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Estimula o desejo sexual: Eles estimulam a libido, o que melhora a vida sexual da mulher.

Níveis de estrogênio

Como já indicamos, a síntese de estrogênio inicia com a puberdade das meninas, quando os ovários começam a funcionar. A partir deste momento, o nível do hormônio permanece mais ou menos estável durante os próximos 25 anos, isto é, no estágio fértil da mulher.

Quando a menopausa chega, o nível do hormônio sofre uma queda drástica, levando o corpo da mulher a passar por várias mudanças, como ondas de calor e secura vaginal.

Os valores normais de estradiol em uma mulher fértil estão entre 27 e 161 pg/ml aproximadamente. No caso dos homens, o valor normal do estrogênio é entre 10 e 37 pg/ml.

Alguns distúrbios de fertilidade, como irregularidades no ciclo menstrual ou dificuldade para engravidar, estão relacionados a alterações hormonais. Por esta razão, o exame de sangue para determinar os níveis de estrogênio é um teste comum no estudo da fertilidade feminina e masculina.

No caso das mulheres, o exame de sangue deve ser feito no início do ciclo menstrual, entre 3 ou 5 dias após a chegada do período. Em seguida, vamos interpretar o que os resultados (altos ou baixos) significam.

Estrogênio baixo

As razões pelas quais uma pessoa pode ter níveis baixos são as seguintes:

  • Menopausa precoce
  • Insuficiência ovariana prematura
  • Síndrome de Turner
  • Síndrome do Ovário Policístico (SOP)
  • Transtornos alimentares, como anorexia nervosa

Em relação ao nível de estriol durante a gravidez, um valor baixo pode indicar que algo não está bem ou que o feto tem um defeito congênito, sendo necessário nestes casos fazer mais exames médicos.

Estrogênio alto

Por outro lado, níveis de estrogênio muito elevados podem ser sinal de algum dos seguintes distúrbios:

  • Tumor nos ovários, glândulas supra-renais ou testículos
  • Cirrose
  • Puberdade precoce em meninas
  • Puberdade tardia em crianças

Níveis mais elevados de estriol durante a gravidez são um sinal de que o parto começará em breve.

Medicamentos com estrogênio

A terapia de reposição estrogênica tem várias indicações – desde a contracepção hormonal até ao tratamento da menopausa.

Normalmente, os medicamentos com estrogênio são tomados na forma de comprimidos ou adesivos transdérmicos, embora também seja possível encontrá-los em creme ou gel. Em seguida, mostramos algumas das indicações para o tratamento com estrogênio:

  • Falência ovariana precoce
  • Hipogonadismo hipogonadotrófico
  • Hiperprolactinemia
  • Alterações da menstruação
  • Puberdade tardia
  • Tratamento da acne
  • Diminuição dos sintomas de câncer de mama ou próstata
  • Prevenção da osteoporose

Além disso, os fármacos com estrogênio também podem ser usados em outros processos, como os seguintes:

Em reprodução medicamente assistida

Uma das funções deste hormônio durante a primeira metade do ciclo menstrual é promover o crescimento do endométrio para que ele tenha a espessura adequada e permita o implante embrionário.

Por esta razão, as mulheres submetidas ao tratamento de fertilização in vitro (FIV) também precisarão de medicamentos com estrogênio para atingir a espessura endometrial ideal e poder engravidar. Para conhecer as indicações da FIV, consulte o guia O que é e como é feita a Fertilização In Vitro (Passo a passo).

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Em particular, os adesivos de estradiol são utilizados durante o tratamento de preparação endometrial para transferir embriões congelados ou no decurso de uma doação de oócitos.

Na menopausa

Durante o tratamento dos sintomas da menopausa, são muitas vezes usados medicamentos combinados de estrogênio e progesterona, ou estrogênios conjugados. E é o que se conhece como terapia de reposição hormonal (TRH).

Os principais benefícios desta terapia em mulheres na menopausa são os seguintes:

  • Alívio de ondas de calor
  • Melhoria da secura vaginal e, como consequência, reduz a dor nas relações sexuais e infecções urinárias
  • Aumentar o colesterol bom (HDL) e reduzir o mau (LDL)
  • Melhora a qualidade do sono

Quais são os efeitos colaterais do uso de estrogênio?

O uso prolongado pode causar alguns efeitos adversos no indivíduo, como dor de cabeça, desconforto nos seios, tontura e vômito, distúrbios gastrintestinais, gases, crescimento de pelos, alterações no desejo sexual, etc.

Nos casos mais graves, os medicamentos com estrogênio podem causar perda de apetite, fraqueza, urticária, inchaço abdominal, dor nas articulações, etc.

Por esta razão, o tratamento baseado neste hormônio deve ser sempre aplicado sob prescrição médica.

Estrogênios e menopausa

A chegada da menopausa resulta em uma queda acentuada na produção de estrogênios. Devido à importância destas hormonas em muitos processos do organismo, a redução dos seus níveis tem um impacto negativo, levando a complicações e transtornos, tais como alterações de humor, ansiedade, fadiga, secura vaginal, desenvolvimento de osteoporose ou o aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Em alguns casos é necessário realizar um tratamento com estrogênio produzido em laboratório, especialmente em alguns casos de menopausa, distúrbios menstruais, osteoporose e outros problemas menores, como secura, ardor e prurido vaginal.

Os estrogênios influenciam no humor?

Sim, eles influenciam o estado de humor porque atuam a nível do hipotálamo e nos centros reguladores do humor da mulher, produzindo estados de euforia e depressão. Essas mudanças de humor ocorrem durante alguns dias do período menstrual ou quando a mulher passa por períodos de estresse que causam alterações hormonais.

Por que os níveis de estrogênio caem e que ação devemos tomar?

A redução dos níveis do hormônio pode ocorrer na fase da menopausa ocasionada por um esgotamento do ovário. Nestas situações recomenda-se o uso de estrogênio natural presente em alguns alimentos conhecidos como fitoestrógenos, ou através de terapia de reposição hormonal, que restauram os níveis perdidos.

Também podem ser tomadas algumas medidas, tais como, controlar o peso, praticar exercícios ao ar livre, realizar passeios de bicicleta, natação, etc, que cuidam dos ossos e articulações, especialmente na coluna vertebral.

Como posso saber se estou perdendo estrogênio?

Todas as mulheres que perdem estrogênio sobrem alterações em muitos dos seus sistemas e órgãos, desencadeando sintomas como afrontamentos, suores, pele seca constante, ansiedade, distúrbios do sono, diminuição da libido. Nesses casos, o melhor conselho é a mulher visitar o ginecologista para serem realizados exames hormonais, um diagnóstico e tratamento adequados.

Alimentos com funções semelhantes ao estrogênio

Alguns alimentos contêm estrogênios na forma de fitoestrógenos. Alguns desses alimentos incluem a soja, alfafa, maçã, castanha, nozes em geral, lentilhas, mamão, e algas marinhas. Os fitoestrógenos presentes nesses alimentos unem-se aos receptores estrogênicos ovarianos perdidos ou diminuídos. Essa ação é atribuída às isoflavonas que contêm, uma das quais é genisteína. Com o consumo destes alimentos, previnem-se fundamentalmente problemas cardiovasculares e a osteoporose. Outros alimentos, como a linhaça por exemplo, contêm ácidos graxos ômega 3, que também contribuem para a saúde e bem-estar da mulher.

Quando ir ao ginecologista?

Os exames ginecológicos são importantes em todos os estágios vitais da mulher. Sempre que notar sinais de redução ou aumento do hormônio, é importante consultar o ginecologista para receber o diagnóstico e iniciar a terapia adequada.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram

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    Última atualização da página em 08/09/24