Nos seres humanos, os olhos são como a lente de uma câmera fotográfica e ficam no interior de cavidades específicas do rosto, que têm aproximadamente 25 mm, chamadas órbitas. Embora a estrutura por trás do funcionamento dos olhos humanos aparente ser bem singela, os mecanismos envolvidos carregam consigo uma complexidade considerável.
Em comparação com as câmeras fotográficas mais avançadas do mundo, os olhos humanos se mostram incrivelmente mais potentes e eficazes.
Em perfeitas condições, esse órgão espetacular está apto a captar as mais diferentes oscilações luminosas, além de detectar as variadas mudanças nas tonalidades das cores, mudar o foco conforme necessário (ou desejado) e capturar os objetos tridimensionalmente.
Toda essa complexidade de funcionamento é ininterrupta, pois os olhos jamais param de se movimentar (com uma frequência próxima das 40 vezes a cada segundo) e de apreender novas imagens. Não é necessário que alguém esteja olhando fixamente para um objeto, para que tudo isso aconteça.
Esse dinamismo invejável se deve ao trabalho constante dos músculos ligados à esclera (região clara do globo ocular). São eles:
- Reto lateral;
- Reto superior;
- Reto inferior;
- Reto medial;
- Oblíquo superior;
- Oblíquo inferior.
Já a função de manter os olhos sempre bem umidificados é atribuída às glândulas lacrimais. Elas geram lágrimas que se distribuem pelo globo ocular após as piscadas — isso acontece cerca de 25 vezes por minuto.
Naturalmente, essa complexidade sistêmica é subdividida em algumas áreas. Eis as mais relevantes:
Córnea
Parte mais externa do globo ocular, a córnea é uma camada transparente que tem o papel de focar a luminosidade que entra nos olhos. Outra tarefa dessa cobertura consiste em criar uma barreira protetora, evitando que o globo ocular seja contaminado por agentes externos.
Esclera
Área branca do globo ocular, a esclera (ou esclerótica) está atrelada à córnea. Toda a movimentação dos olhos provém da atuação dos chamados músculos extraoculares, que estão por sua vez conectados à esclera. Além de também fornecer proteção aos olhos, a esclerótica é encarregada de preservar o formato abaulado deles.
Conjuntiva
A parte que envolve a esclera é denominada conjuntiva. Essa pequena membrana protetora recebe duas denominações diferentes, conforme a região de cobertura:
- Conjuntiva tarsal — reveste a área interna das pálpebras;
- Conjuntiva bulbar — reveste a esclera.
Íris
A íris, localizada logo atrás da córnea, é a parte que mais chama a atenção, uma vez que ela é quem dá cor aos olhos. No centro da íris está a pupila, um orifício que varia de 1,5 mm a 8 mm. É composta majoritariamente por epitélio simples na superfície anterior, um conjunto de fibras musculares e dupla camada de células epiteliais pigmentadas na superfície posterior.
Como se pode deduzir, a pupila é responsável controlar a intensidade de luz que chega dentro do olho. O tamanho da pupila é determinado pela contração e relaxamento dos músculos da íris e varia conforme a intensidade da luz. Logo, as pupilas nada mais são do que o diafragma natural dos olhos. Enquanto o aumento de luz estimula a contração, a redução acarreta a dilatação.
Com relação às tonalidades de cores da íris, elas dependem da herança genética de cada indivíduo. Assim, os olhos podem exibir tons esverdeados, azulados ou castanhos, dependendo da quantidade de melanina presente nessa estrutura. Sobre isso, vale mencionar que, segundo um estudo de 2008, feito pela Universidade de Copenhagen, as íris azuis advêm de uma mutação registrada 10 milhões de anos atrás, aproximadamente.
Corpo ciliar
Tecido interno dos olhos, o corpo ciliar está situado posteriormente à íris. O corpo ciliar possui três funções: produção do humor aquoso (líquido que preenche a parte anterior do globo ocular), produção e manutenção das zônulas do cristalino e acomodação, que é mudança de foco devido a alterações na forma do cristalino.
Humor aquoso
Esse fluido nutricional é responsável por repor os compostos essenciais (aminoácidos, oxigênio e glicose são os principais) aos tecidos dos olhos.
Humor vítreo
O humor vítreo (ou corpo vítreo) é um composto translúcido que possui uma textura viscosa. Presente na maior área dos olhos, o humor vítreo também ajuda na preservação do aspecto arredondado do globo ocular. Essa estrutura se situa no espaço que separa a retina do cristalino, o qual será abordado na sequência.
Cristalino
A constituição do cristalino (ou lente) é baseada em alguns minerais, proteína (35%) e água (65%). Além de exibir uma textura viscosa, o cristalino é elástico. Essa estrutura está diretamente ligada ao grau de nitidez dos objetos e à “acomodação”, processo que define os diferentes focos, que podem variar de acordo a distância entre a lente o objeto visualizado.
Durante a acomodação a forma da lente assume diferentes aspectos. Mas à medida que o corpo envelhece, o poder de focalização e a flexibilidade do cristalino já não são mais os mesmos.
Coroide
A coroide é uma membrana fina, situada entre a esclera e a retina, com muitos vasos sanguíneos, sendo responsável por controlar a concentração nutricional e de oxigênio presente na retina. A coroide ainda desempenha função imunológica, regulação térmica, trocas líquidas e metabólicas e manutenção da aderência retiniana.
Nervo óptico
Como qualquer outro nervo, o óptico estabelece a ligação entre o cérebro e o globo ocular. É através do nervo óptico que as imagens codificadas viajam até as regiões cerebrais em frações de milésimos.
Trata-se de uma rede neural composta de 20% de fibras pupilares. Os demais 80% são de fibras visuais, intrinsecamente vinculadas ao processo de transmissão dos estímulos nervosos entre cada neurônio.
Para garantir a eficácia de todo o conjunto da obra, a rede conta com cerca de 1 milhão de axônios, que são a região que, de fato, emite os sinais nervosos. Ao chegarem às sinapses, esses sinais podem, enfim, deslocarem-se para outro neurônio.
Aparelho lacrimal
O aparelho lacrimal é aquele incumbido de secretar a lágrima. Para isso, ele conta com uma infraestrutura formada pelas glândulas lacrimais e por dutos (lacrimais e o nasolacrimal). Após ser produzida, a lágrima escorre pelo duto nasolacrimal, algo essencial para que os globos oculares permaneçam bem hidratados.
Retina
Finalmente, temos a retina, uma membrana dotada de um elevado grau de sensibilidade. Ao receber a incidência dos raios luminosos, os fotorreceptores da retina os convertem em sinais nervosos, prontamente enviados ao cérebro.
Estruturalmente, a retina é bem complexa e conta com um tecido pigmentar, além de 9 camadas neurossensoriais:
- Fotorreceptores;
- Membrana limitante externa;
- Camada nuclear externa;
- Plexiforme externa;
- Camada nuclear interna;
- Plexiforme interna;
- Células ganglionares;
- Fibras nervosas;
- Membrana limitante interna.
Vale destacar que a camada fotorreceptora é composta por células desenvolvidas para trabalharem a percepção das cores e, a partir daí, determinar uma série de imagens.
Ao todo, uma única retina humana é capaz de suportar aproximadamente 105 milhões desses corpos celulares — que assumem formas de bastonetes ou cones.
Por fim, é importante mencionar que essas células são especializadas na captação de luz e geração de imagens em ambientes mal iluminados ou em situações de movimento.
Portanto, elas são bem atuantes naquelas situações em que os olhos precisam de alguns segundos para se adaptar a um local com pouca luz.
Oftalmologista - CRM 124715
O Dr Eduardo Pantaleao Sarraff é Oftalmologista, especialista em Cirurgia Refrativa e Catarata. Além disso possui:
- Graduação em Medicina - Universidade Federal de São Paulo, UNIFESP/EPM - 2006.
- Residência em Oftalmologia – Universidade Federal de São Paulo - 2010.
- Titulo de Especialista em Oftalmologia pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e Associação Médica Brasileira - 2010.
- Especialização de Catarata – Universidade Federal de São Paulo - 2011.
- Pós-Graduação Lato Sensu em Cirurgia Refrativa – Faculdade de Medicina do ABC - 2013.
Médico colaborador e orientador cirúrgico do setor de Catarata do Departamento de Oftalmologia da Unifesp.
Endereço: Alameda dos Maracatins,780 sala 904 Moema, São Paulo-SP - Tel: (11) 5051-2722 /(11) 957417800
Também pode encontrar o Dr Eduardo no Linkedin.
- https://www.brightfocus.org/macular-glaucoma/infographic/anatomy-eye
- https://www.provisu.ch/cgi/pt/anatomia.pl?pt+alp+H+A09.371.060.067.070
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