O que é VDRL?
Do inglês Venereal Disease Research Laboratory, o VDRL nada mais é do que um exame usado — exclusivamente — no diagnóstico da sífilis, uma das muitas doenças sexualmente transmissíveis.
Nos casos em que o exame acusa o resultado negativo, isso significa que a pessoa examinada não foi exposta à Treponema pallidum, a bactéria responsável por causar a referida doença venérea.
Em caso positivo para a presença da bactéria, ainda restará a realização de outros exames que possam assegurar o diagnóstico final.
O VDRL consegue detectar se o organismo sintetizou anticorpos para eliminar a sífilis.
O diagnóstico prematuro da enfermidade é preponderante para evitar que ela evolua para órgãos e áreas vitais do corpo, como o cérebro e o sistema cardiovascular.
É importante notar que os anticorpos específicos mencionados permanecem no organismo pelo resto da vida do paciente.
No entanto, o volume dessas células de defesa será bem inferior após o término do tratamento.
Sabendo que a baixa da concentração de anticorpos indica a eliminação da infecção, os médicos realizam o VDRL depois do tratamento a fim de confirmar a eficácia dos procedimentos adotados.
Como é feito o VDRL
O VDRL é um exame sanguíneo simples. O agente de saúde, então, prepara o paciente para a coleta do sangue a partir de procedimentos padronizados, como atar uma borracha no braço o indivíduo.
Isso faz com que os vasos se dilatem, facilitando a extração do sangue.
Após o uso da agulha, o sangue é armazenado em um tubo apropriado.
Depois, é hora de usar um pedaço de algodão ou gaze sobre a veia com o intuito de conter o fluxo de sangue.
Outra forma de efetuar o exame consiste na extração de um pequeno volume do líquido cefalorraquidiano (que fica contido na medula espinhal).
Contudo, esse método precisa ser conduzido em ambiente hospitalar. Nesse caso, a agulha de coleta é injetada na parte de baixo da coluna vertebral.
Depois do VDRL, o paciente precisa descansar por cerca de 1 hora ou mais.
Preparação para o exame
Embora não seja uma obrigatoriedade, o VDRL costuma ser realizado após um jejum de aproximadamente 4 horas.
Se a coleta extraída for usada em outros exames, é possível que o laboratório responsável pelas análises emita algumas orientações mais específicas.
Normalmente, o resultado da análise é liberado depois de uma semana.
Quando deve ser feito
Como acontece em qualquer outra doença sintomática, o exame de sífilis costuma ser solicitado quando o paciente exibe sinais da patologia, como:
- Erupções cutâneas sem coceira;
- Lesões pequenas e indolores nas áreas genital ou da garganta;
- Alterações estranhas dos aspectos do órgão genital ou da garganta;
- Intumescimento dos linfonodos situados ao redor das lesões.
Em algumas situações, o exame é pedido pelo médico mesmo diante da ausência de sintomas da sífilis. Nestes casos, o exame é necessário se o paciente:
- For soropositivo para o HIV;
- Estiver em processo gestacional — o VDRL é um dos exames que compõem a bateria de exames do período pré-natal;
- Mantiver relações sexuais com uma ou mais pessoas portadoras da bactéria da sífilis;
- Estiver tratando alguma outra doença sexualmente transmissível.
VDRL na gravidez
Em mulheres grávidas, o VDRL precisa ser efetuado no início do período pré-natal. Independentemente do resultado desse primeiro exame, ele deve ser refeito no segundo trimestre da gravidez.
Todo esse cuidado se justifica pela existência de uma fase tão delicada como a gestação.
Os distúrbios neurológicos são uma das principais complicações que a sífilis pode causar durante o desenvolvimento do feto.
Se a mãe for portadora da bactéria Treponema pallidum, ela será submetida imediatamente a uma terapia de combate ao agente patogênico.
Caso o tratamento seja mal-sucedido ou realizado incorretamente, o risco de transmissão da bactéria para o feto é real.
A contaminação ocorre no decorrer do parto através da placenta — o canal da vagina também pode ser uma via de transmissão.
Após o tratamento, a gestante também será submetida ao VDRL mensalmente até que a eliminação da sífilis seja realmente constatada.
Como interpretar os resultados do exame de VDRL
É importante frisar que o nível de eficácia do exame varia conforme a fase de progresso da sífilis. A confiabilidade do VDRL é bem maior no decorrer da segunda fase da doença.
Nas fases latente ou primária, a capacidade de o teste identificar a sífilis é inferior. Esse problema tende a colaborar para a obtenção de resultados ilusórios.
Felizmente, o exame FTA-ABS é mais preciso para o diagnóstico da sífilis.
Como esse exame é capaz de detectar a doença já nas primeiras manifestações do sistema imune, o diagnóstico se torna mais efetivo. Consequentemente, o índice de resultados equivocados é menor.
VDRL não reativo
Os resultados negativos de sífilis são chamados de “não reagentes”. Nas situações em que o indivíduo já foi portador da sífilis, esse mesmo resultado indica que o tratamento foi bem-sucedido.
VDRL positivo ou reagente
Os resultados positivos para a doença não denominados “reagentes”.
Assim, cabe ao médico responsável pelo caso a solicitação de algum outro teste, a fim de atestar o resultado apontado pelo VDRL. Caso seja necessário, o indivíduo iniciará um tratamento medicamentoso.
VDRL reagente ½
O VDRL é um exame que aponta diluições.
Os resultados surgem em titulações (1/64, por exemplo). Elas indicam qual é o volume de anticorpos presentes no organismo para combater o patógeno causador da sífilis.
Assim, os olhos devem se voltar para o denominador da expressão do título, pois é ele quem aponta para a concentração de antígenos.
No exemplo 1/64, o índice de antígenos se mostra bem mais elevado do que em um resultado de 1/2. Os algarismos 64 e 2 se referem à quantidade de diluições sanguíneas necessárias para os anticorpos.
O diagnóstico positivo só é considerado a partir da titulação 1/32.
Falso negativo: efeito prozona
O efeito prozona diz respeito a um falso negativo, ou seja, para os casos em que o indivíduo tem a doença, apesar do VDRL manifestar o contrário.
Esse tipo de equívoco decorre da fase latente da sífilis. Nesse estágio, a bactéria responsável pela doença se encontra mais diluída pelo organismo, o que compromete a precisão do diagnóstico.
Falso positivo
Em contrapartida, é possível que a pessoa não seja portadora da sífilis, embora o exame aponte o inverso.
Nesses casos, o mais provável é que o corpo tenha produzido antígenos para algumas dessas patologias:
- Hepatite A;
- Certas variações de pneumonia;
- Lúpus;
- Hanseníase;
- HIV;
- Malária;
- Mononucleose infecciosa.
Riscos e efeitos colaterais do exame
Com exceção do aparecimento de algum hematoma resultante do processo de extração sanguínea, o exame VDRL não oferece quaisquer problemas.
Os possíveis riscos associados ao procedimento são quase nulos.
Se a veia selecionada para o procedimento se inchar, basta aplicar uma compressa gelada por cerca de 15 minutos sobre o local ao longo dos dias subsequentes ao exame.
As pessoas usuárias de remédios com função anticoagulante ou que não consigam coagular o sangue normalmente são propensas a apresentar hemorragia depois do exame.
Portanto, é fundamental que o agente de saúde saiba dessa complicação para que ele possa providenciar os cuidados necessários.
Antigamente, a sífilis era quase mortal.
Atualmente, há tratamento, mas a negligência da doença pode provocar sérias complicações.
O exame VDRL é um exame muito prático e simples, o que facilita a vida de médicos e pacientes. Mesmo que haja a necessidade de um segundo exame, ele também pode ser realizado sem grandes problemas.
Assim, caso você apresente alguns dos sintomas mencionados, não deixe de realizar uma consulta médica e, se necessário, fazer o VDRL.
Referências
https://www.mayoclinic.org/
https://www.cdc.gov/
https://labtestsonline.org/
https://pt.wikipedia.org/
http://www.saude.pr.gov.br/
Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653
A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).
Formação Acadêmica
- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.
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