Fístula Vesicovaginal: Principais Sintomas e como é Feito o Tratamento

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 09/09/24

A fístula vesicovaginal representa um dos problemas mais raros que envolve o aparelho urinário e reprodutor da mulher. Trata-se de um subtipo da fístula urogenital feminina. O problema ocorre quando surge uma ligação (canal) fora do comum entre a bexiga (vesico) e a vagina, que acaba por resultar na morte dos tecidos que circundam a região, já que essa conexão permite a descarga involuntária contínua da urina na cúpula vaginal. Consequentemente, um dos sintomas mais relatados pela maioria das pacientes é a incontinência urinária.

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Esta conexão anormal pode surgir devido a intervenções cirúrgicas realizadas recentemente, partos naturais realizados de forma traumática, infecções e, em casos raros, câncer. O tratamento geralmente é realizado por via cirúrgica, sendo sempre necessária intervenção médica para o tratamento da condição. Veja a imagem abaixo para entender onde está localizada a fístula vesicovaginal.

Fístula Vesicovaginal

Possíveis causas

Existem algumas causas recorrentes relacionadas com a fístula vesicovaginal. O menor índice de casos está ligado a causas congênitas (de nascimento), quando alguma malformação acomete os indivíduos de sexo feminino. Em boa parte das intercorrências, as fístulas são um efeito colateral de um procedimento cirúrgico invasivo (histerectomia, procedimentos usados no tratamento do câncer, radioterapia, conização do colo do útero, etc…). Partos traumáticos, por exemplo, em que o fórceps é utilizado, ou quando um parto prolongado pressiona o feto fortemente contra a pélvis, cortando o fluxo sanguíneo para a parede vesicovaginal. O tecido afetado pode necrosar (morrer), deixando um buraco que dá origem a uma fístula.

Principais sintomas

Os sintomas mais comuns em mulheres com uma fístula vesicovaginal são:

  • Febre;
  • Incômodo ou dor na região do abdômen;
  • Surgimento de glóbulos vermelhos na urina.

Além desses sintomas, algumas pacientes também costumam relatar incontinência urinária. Entenda que, os sintomas não têm que ocorrer necessariamente após uma cirurgia ou após o parto. Em alguns casos, a mulher relata os primeiros efeitos semanas ou mesmo meses após os procedimentos.

Nos casos mais graves de incontinência urinária, a mulher por vezes precisa adotar o uso de fraldas temporariamente para evitar inconvenientes – o que pode gerar odores ruins e até mesmo prejudicar a vida sexual da paciente, pois pode afetar a sua autoestima.

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico geralmente é realizado pelo ginecologista através de um exame físico, e avaliação do histórico médico da paciente. Em alguns casos, o ginecologista precisa recorre a exames de imagem, como a tomografia e a ultrassonografia. Para ajudar a confirmar o diagnóstico, é importante que o médico realize uma entrevista prévia para saber a que procedimentos recentes a paciente foi submetida.

Como é feito tratamento

Após constatada a fístula vesicovaginal, o tratamento geralmente é realizado através de uma cirurgia para a correção dos danos, em que a metodologia usada (via transvaginal, laparoscópica, abdominal ou laparotomia) varia de acordo com o estado dos órgãos e a localização da fístula – detalhes específicos que serão definidos pelo médico a fim de garantir o melhor método para a realização do procedimento. Embora a cirurgia seja a única forma eficaz de tratamento, podem ocorrer algumas complicações após o tratamento cirúrgico, que incluem:

  • Formação recorrente da fístulas
  • Lesão no ureter, intestino
  • Encurtamento vaginal

Possíveis prevenções

Como as causas são imprevisíveis, torna-se complicado adquirir medidas eficazes para evitar a ocorrência desta “conexão anormal”. Mesmo assim, e sabendo que alguns casos surgem após partos traumáticos, é importante conversar bem com o médico antes de realizar o procedimento e tentar um acompanhamento prévio que envolva exercícios de relaxamento e auxílio perinatal. Dessa forma, as chances de ter um “parto fácil” aumentam e minimizam os riscos de fístulas entre a bexiga evagina.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram

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Bibliografia
  • Wikipédia
    https://en.wikipedia.org/wiki/Vesicovaginal_fistula
  • Urology Care Foundation
    https://www.urologyhealth.org/urologic-conditions/bladder-fistula
  • Management of vesicovaginal fistulas (VVFs) in women following
    https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5321457/
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    Última atualização da página em 09/09/24