Existem muitas bactérias que podem habitar os órgãos íntimos da mulher. A Gardnerella vaginalis é um desses micro-
A Vaginite de Gardnerella ou vaginose bacteriana possui alguns sintomas típicos, como um cheiro desconfortável e um corrimento vaginal amarelado. O tratamento não é difícil e muito menos prolongado. A maioria dos casos é realizado com terapia antibiótica, que pode incluir metronidazol e clindamicina, em forma de gel/creme, oral ou vaginal.
Importante: Vale ressaltar que apenas um médico poderá indicar e prescrever esta medicação, sendo fundamental consultar o ginecologista sempre que for percebida alguma alteração.
9 Principais sintomas
Os sintomas característicos que acometem cerca de 50% das mulheres com uma infecção provocada pela Gardnerella vaginalis incluem: corrimento amarelado ou de cor cinza, o cheiro desagradável que exala das regiões íntimas, semelhante a peixe podre, coceiras excessivas, inflamação, irritação e ardência na vagina, e a dor o e desconforto que por vezes ocorre durante as relações íntimas.
A Gardnerella vaginalis, assim como outras bactérias patogênicas, são as responsáveis pelo cheiro típico de odor fétido do corrimento vaginal em mulheres que sofrem de vaginose bacteriana.
Em casos menos frequentes, a paciente também pode relatar sangramento vaginal, principalmente após a relação. Consequentemente, o sangue pode contribuir para o aumento do odor desagradável. Vale ressaltar que o uso de preservativo é essencial nas relações sexuais, principalmente quando existem sintomas atípicos de infecção bacteriana.
Portanto, sempre que a mulher apresente sintomas incomuns, é importante agendar uma consulta ginecológica para que possa ser avaliada a sua saúde íntima e despistar eventuais doenças – as mais sérias como o câncer, ou a tricomoníase, gonorreia e Candida albicans, que embora tenham manifestações semelhantes, necessitam de terapias diferentes. O simples teste de Papanicolau é capaz de identificar muitas das infecções que envolvem o aparelho reprodutor, daí a importância de ser realizá-lo periodicamente.
Gardnerella vaginalis no homem
A bactéria Gardnerella vaginalis, anteriormente conhecida como Haemophilus vaginalis, ao contrário do que se pensa, não acomete apenas as mulheres. No homem, a bactéria pode manifestar também alguns sintomas, sobretudo inchaço na glande do pênis, desconforto ou dor durante a micção e coceira no pênis. O contágio ocorre quando a mulher possui a infecção e continua a manter relações desprotegidas com o parceiro, já que o seu habitat natural é a vagina humana.
Sempre que o homem perceba alterações no pênis, deve-se dirigir imediatamente ao médico, neste caso, o urologista. Lembrando que, nesses casos, é necessário que os dois parceiros realizem o tratamento, sob o risco de reincidência da infecção.
Como se pega
Não existe apenas um, mas sim, vários fatores associados ao surgimento da infecção por Gardnerella vaginalis. No entanto, algumas pesquisas mostram que manter diversos parceiros sexuais, juntamente à lavagem excessiva da vagina e ao hábito do cigarro, contribuem em muito para a proliferação da bactéria.
A infecção por Gardnerella vaginalis não entra na subclassificação das doenças que se transmitem sexualmente, pois pode ocorrer até em indivíduos que nunca tiveram contato sexual. Trata-se de uma bactéria já presente na flora vaginal. O desenvolvimento dela está muitas vezes relacionado a sistemas imunológicos enfraquecidos, normalmente associados a doenças pré-existentes que atacam o sistema imune como a AIDS ou até mesmo terapias agressivas, usadas no tratamento do câncer.
A fim de tentar evitar a infecção, é importante a mulher utilizar roupas confortáveis, manter a higiene adequada – não excessiva – e utilizar preservativo em todas as relações íntimas.
Como é feito o tratamento
Após confirmado o diagnóstico pelo médico ginecologista (no caso das mulheres) ou urologista (no caso dos homens) dá-se início à terapia. O tratamento normalmente inclui a aministração de antibióticos comuns, como o Metronidazol, a Clindamicina e a Ampicilina, geralmente no período de 5 a 7 dias, sob via oral ou com a aplicação de cremes vaginais. Para pacientes gestantes o médico geralmente recomenda o uso de comprimidos por via oral. Saiba mais sobre o tratamento.
Após o período de tratamento indicado pelo médico, caso os sintomas persistam, é fundamental informar o especialista para que sejam evitadas complicações mais severas como por exemplo uma infecção do útero, sistema urinário ou até mesmo das trompas de Falópio, que podem levar à infertilidade, gravidez ectópica e doença inflamatória pélvica crônica.
É importante realizar sempre o tratamento de acordo com as indicações médicas e a fim de se evitar reincidências ou complicações futuras, já que o micro-organismo está associado a infecções recorrentes do trato urinário.
Remédios caseiros
Como complemento ao tratamento médico podem ser consideradas as seguintes estratégias, algumas delas preventivas:
Vinagre de maçã: O vinagre de maçã é um produto fermentado que pode ajudar a equilibrar o pH vaginal. Enxaguar a vulva em uma solução de 2 colheres de sopa de vinagre de maçã e 1 xícara de água duas vezes por dia pode ajudar a aliviar os sintomas.
Alho: Algumas pesquisas mostram que o alho é um antibacteriano natural. A adição do alho na dieta ou a ingestão de um suplemento de alho pode ajudar a reduzir o risco de vaginose bacteriana. Importante: É absolutamente proibido colocar o alho diretamente na vagina, pois queimará a pele mais sensível e agravará o quadro de infecção.
Iogurte natural (sem açúcar): O iogurte é um probiótico natural maravilhoso, pois carrega muitas bactérias saudáveis. De acordo com a Mayo Clinic, a ingestão regular de iogurte pode ajudar a aumentar a população de bactérias boas no organismo, ajudando a manter o ambiente vaginal equilibrado e combater as bactérias ruins. Recomenda-se a ingestão de, pelo menos, uma dose de iogurte natural por dia.
Evite as duchas vaginais: Muitas mulheres acreditam que as duchas vaginais tornam o órgão íntimo melhor higienizado. Na verdade, esta prática perturba o equilíbrio natural das bactérias presentes na vagina e aumenta a possibilidade de infecção. De acordo com a Clínica Mayo, a vagina da mulher é autolimpante. As duchas vaginais oferecem efeitos colaterais porque removem o seu ambiente e equilibrio naturais.
8 passos para restaurar a ecologia microbiana vaginal
- Pratique uma boa higiene íntima;
- Pratique relações seguras;
- Use roupa interior de algodão respirável;
- Evite o vestuário íntimo muito apertado;
- Equilibre os níveis de açúcar no sangue reduzindo o seu consumo;
- Tome um probiótico de alta qualidade diariamente;
- Durante o período menstrual, troque o absorvente/penso higiênico com maior frequência;
- Tome antibióticos apenas quando necessário.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
.- Harvard Health
https://www.health.harvard.edu/a_to_z/bacterial-vaginosis-gardnerella-vaginitis-a-to-z - CDC
https://www.cdc.gov/std/tg2015/bv.htm - Wikipedia
https://en.wikipedia.org/wiki/Gardnerella_vaginalis - American Family Physician
https://www.aafp.org/afp/2011/0401/p807.html
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