Ginecomastia (crescimento de mamas em homens)

Revisão Clínica: Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692). Atualizado: 08/09/24

Ginecomastia é um termo originário da língua grega e que significa mama feminina. Dentro da medicina, ele é adotado para designar a ampliação efêmera, definitiva, ou benigna, das mamas masculinas, o que ocorre em virtude da expansão da glândula mamária. Acompanhe as fotos antes e depois.

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Assim como a mama feminina, a masculina é igualmente constituída pelo tecido adiposo, e pela glândula mamária. Porém, no corpo masculino não existe o incentivo dos hormônios necessário ao desenvolvimento da respectiva glândula, fator presente na vida das mulheres já durante a puberdade.

Por essa razão, considera-se saudável que a mama masculina seja composta majoritariamente por tecido adiposo, sendo levemente acrescida de uma glândula mamária que não sai do seu estágio inicial. Entretanto, devido a algumas causas que serão expostas mais à frente, a ginecomastia, ou seja, quando as mamas se expandem, afeta cerca de 34% dos homens. Mais da metade dos casos ocorrem durante a adolescência, e aproximadamente 50% acometem os idosos.

Além do crescimento da glândula mamária, a ginecomastia também pode ser classificada como mista, ou seja, estar igualmente atrelada ao desenvolvimento exagerado do tecido adiposo. Outra possibilidade é o aumento das mamas estar vinculado exclusivamente ao tecido adiposo, o que confere ao problema a denominação pseudoginecomastia.

O referido problema tem suas causas ancoradas em razões fisiológicas, farmacológicas (consumo de determinados remédios, ou drogas ilícitas), patológicas (como consequência de outras enfermidades), ou ainda idiopáticas (quando não se consegue estabelecer vínculo entre um problema de saúde e uma causa plausível).

Seja como for, em todos os casos de ginecomastia é detectada uma elevação dos níveis de hormônios femininos na corrente sanguínea em detrimento dos masculinos.

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Como a ginecomastia reúne uma série de possíveis causas, é normal que a consulta médica seja feita de um modo bem detalhista. O objetivo é descobrir a causa exata do problema para, posteriormente, aplicar um tratamento apropriado a cada caso. Contudo, não é um hábito solicitar exames laboratoriais.

Através do exame físico é notado um aumento das mamas em virtude do desenvolvimento da glândula mamária. Ao apalpar, esse crescimento exibe uma aparência de disco situado na parte anterior da aréola, além de apresentar uma textura rígida, maleável, e flexível. Um detalhe importante é que esse crescimento destoante pode ocorrer em somente uma das mamas. Ademais, cerca de 15% dos homens sentem dores durante o exame de apalpação.

Quem possui ginecomastia não está vulnerável ao aparecimento do câncer de mama. Portanto, tratar o problema é uma opção totalmente subjetiva e com forte apelo estético, já que as mamas masculinas podem causar problemas de convívio social para o paciente.

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Quando a causa da ginecomastia é fisiológica, ela possui três classificações: neonatal, puberal, e relacionada à andropausa. Os próprios nomes são bem sugestivos. Tecnicamente, na ginecomastia fisiológica neonatal o feto masculino acaba absorvendo hormônios da gestante, que são transmitidos por meio da placenta. Este é considerado o tipo que ocasiona menos desconforto, uma vez que o volume extra adquirido pelas mamas é efêmero, dissipando-se no decurso de algumas semanas ou meses. Por esses motivos, a ginecomastia neonatal não costuma ser tratada.

Já a ginecomastia puberal é aquela que ocorre durante a adolescência, mais precisamente quando o jovem atinge a puberdade. Analisando as taxas porcentuais, mais de 60% dos jovens detêm ginecomastia, que se manifesta em diferentes níveis. Contudo, normalmente o volume acrescido às mamas tende a retornar ao tamanho natural de forma espontânea após alguns meses, às vezes anos.

Numericamente, pouco menos de 8% desses jovens continuam a apresentar ginecomastia depois de completarem 17 anos. É por isso que os médicos hesitam ao máximo sugerir ou incentivar a realização de um procedimento cirúrgico, que pode ser totalmente desnecessário. Mesmo após a idade citada acima, o ideal é que o paciente fique em observação durante um bom tempo a fim de se confirmar que o volume das mamas realmente não irá regredir espontaneamente. Porém, o aspecto emocional também exerce um peso considerável sobre a adoção da cirurgia.

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Ao chegar à andropausa, 1 em cada 2 homens apresenta algum nível de ginecomastia. Ela é mais comum nessa fase da vida devido à perda do volume da concentração habitual de testosterona, que ocorre concomitantemente a uma ligeira elevação das taxas dos hormônios femininos.

Enquanto isso, nas chamadas ginecomastias medicamentosas, e patológicas, o tratamento pode ser mais simples, já que a suspensão do remédio, ou a eliminação da doença, que estejam provocando o aumento do volume mamário tende a ser o bastante para que o problema seja suplantado. Contudo, cabe enfatizar que a chance de sucesso é reduzida se a ginecomastia já estiver estabelecida por mais de um ano.

Existe uma corrente de estudiosos que defende o uso de remédios para tratar a ginecomastia. No entanto, é fato que esse método só surte algum efeito quando a ginecomastia é acompanhada de dores. Além disso, o nível de eficácia das medicações existentes até o momento ainda não alcança 100% de satisfação, tampouco esses remédios garantem que o problema não terá reincidência após o paciente suspender a ingestão das drogas.

Em se tratando de ginecomastia, a alternativa cirúrgica continua sendo opcional.  Caso a cirurgia seja efetuada, é necessário definir a técnica a ser usada de acordo com o volume atingido pelas mamas e se existe pele sobressalente. O tamanho das cicatrizes resultantes do procedimento cirúrgico será diretamente proporcional ao tamanho das mamas e à quantidade de pele excedida.

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Principais fatores associados à ginecomastia

Existe uma série de fatores que pode desencadear a ginecomastia, tais como: causas fisiológicas (sem vinculação dom outras doenças), câncer de testículos, tumores suprarrenais, insuficiência renal ou suprarrenal, estresse psicológico, hipogonadismo (mau funcionamento dos testículos), cirrose, alcoolismo, hermafroditismo, e AIDS.

Principais medicamentos e drogas ilícitas associados à ginecomastia

Dentre os principais remédios e drogas ilícitas que podem atuar como agentes catalisadores da ginecomastia temos: medicamentos quimioterápicos, estrogênios, digoxina, androgênios, maconha, anfetamina, heroína, remédios com função anti-hipertensiva (nifedipina, verapamil, metildopa, captopril, dentre outros), remédios para tratar tuberculose, amiodarona, espironolactona, omeprazol, e metoclopramida.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692)

Enfermeiro - Coren nº 491692

O Reinaldo Rodrigues formou-se em agosto de 2016, pela Universidade Padre Anchieta, em Jundiai. Fez curso de especialização em APH (Atendimento Pré-Hospitalar), pela escola 22Brasil Treinamentos, em Barueri, curso de 200 horas práticas, com foco em acidentes de trânsito.

Trabalha como Cuidador de Idosos há 5 anos, e possui experiência em aspiração de vias aéreas, banho de aspersão, curativos, tratamento e prevenção de Lesão por Pressão, gerenciamento de Equipe de cuidadores com elaboração de escalas. Treinamento e acompanhamento de cuidadores nas casas dos pacientes.

Também pode encontrar o Reinaldo no Linkedin.

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    Última atualização da página em 08/09/24