O que é a glândula de Skene? Trata-se de uma glândula do corpo feminino. Localiza-se bem abaixo da uretra, perto da abertura da vagina. É cercada por tecidos que podem fazer parte do clitóris. Quando uma mulher fica sexualmente excitada, esses tecidos se enchem de sangue. Fato interessante: esta glândula feminina equivale à próstata masculina. Por causa disso, muitas vezes recebe o nome de “próstata da mulher”.
Quais são as suas funções
Como tudo em nosso corpo, a glândula de Skene desempenha algumas funções. Uma delas é a secreção pela uretra de um líquido (viscoso, esbranquiçado e incolor), durante o clímax da relação sexual. E, embora haja alguma controvérsia sobre o assunto, essa secreção é compreendida como a ejaculação feminina.
Outras funções desempenhadas pela glândula de Skene são as seguintes: o líquido secretado é composto por propriedades antimicrobianas, cuja finalidade é a de proteger o trato urinário contra infecções. Há também a secreção de uma proteína ejaculada, conhecida como antígeno específico da próstata, a qual é encontrada nos machos. Por fim, a glândula também tem a capacidade de decompor algumas proteínas pesadas em polipeptídeos.
É importante referir que o líquido secretado pela glândula de Skene não deve ser confundido com a lubrificação vaginal – esta precede o orgasmo e é produzida por outra glândula, a glândula de Bartholin.
Inflamação da glândula de Skene
Quando os dutos ou canais das glândulas são bloqueados, ocorre o acúmulo de fluido nelas ao invés do processo normal de liberação desse líquido. O evento provoca o inchaço da glândula e a formação de um cisto – ficando conhecido como “cisto da glândula de Skene”.
A manifestação em geral é assintomática, porém pode dar origem a um abscesso (acúmulo excessivo de pus numa cavidade, produzida por algum tipo de inflamação) doloroso após a infecção da glândula.
Embora os cistos em geral sejam pequenos, eles também podem se manifestar como caroços maiores no interior da vagina. Essa ocorrência, associada à infecção, provoca eventualmente febre e complicações urinárias, além de desconforto na mulher – enquanto caminha, durante a prática sexual, ou quando se senta, por exemplo.
Clique para ver a foto de um cisto da glândula de Skene (inchaço no centro esquerdo) na vagina.
Como é feito o diagnóstico?
Anamnese: O primeiro passo para confirmar a presença de um cisto é através de uma anamnese (histórico e sintomas relatados pela paciente). Normalmente, o exame físico da área genital é o suficiente para realizar o diagnóstico.
Aspiração de fluidos para análise: Como o cisto é flutuante (devido ao acúmulo de líquido), quando é necessário recolher uma amostra de líquido do interior do cisto para posterior análise patológica, recorre-se a uma agulha fina.
Biópsia da massa: Trata-se de um procedimento pelo qual se retira uma amostra de tecido para análise. A excisão e remoção completa da lesão pode ajudar neste processo, e ser uma forma de tratar a doença. A biópsia completa do cisto pode ser recomendada em mulheres com mais de 40 anos, para verificar a presença de células cancerosas.
Tratamento para cisto na glândula de Skene
Em mulheres diagnosticadas com o cisto da glândula de Skene, cujo tumor seja de pequenas dimensões e não demonstre sintomas, por vezes não é necessário tratamento. Ou seja, a necessidade e o tipo de tratamento depende de três fatores – o tamanho do cisto, o grau de desconforto sentido pela mulher, e se o cisto está infeccionado (o que resulta na formação de um abscesso na glândula).
A primeira atitude a tomar é consultar o ginecologista: profissional habilitado para o diagnóstico e tratamento destes casos. O tratamento inicial normalmente é feito com a administração de analgésicos e anti-inflamatórios, (Ibuprofeno ou paracetamol são dois exemplos) para aliviar as dores e o inchaço.
Os principais métodos de tratamento incluem:
1) Na eventualidade do cisto estar infeccionado devido à presença de bactérias, pode ser ministrado o uso de antibióticos, como a amoxicilina por exemplo.
2) Banho de assento. Trata-se de um tratamento caseiro que consiste simplesmente em a mulher se sentar numa banheira de água quente durante 15 a 20 minutos. A água deve estar quente, mas não quente o suficiente para causar queimaduras ou desconforto. Quando realizado durante um período de 3 a 4 dias seguidos, o procedimento pode levar ao rompimento do cisto e ao eventual escorrimento do fluido por conta própria. No entanto, não é uma terapia eficaz em todas as pessoas.
3) Drenagem cirúrgica. O procedimento é indicado em cistos grandes: basta uma pequena incisão para permitir que o líquido e pus contido no seu interior seja drenado.
4) Procedimento cirúrgico de marsupialização. Marsupialização é um procedimento que consiste em realizar uma fenda no interior do abscesso ou cisto, de forma a permitir que o líquido nele contido drene: isso se dá costurando as bordas mas deixando uma pequena abertura, por meio da qual se insere um cateter para a drenagem do fluido.
5) Remoção da glândula: Nos casos críticos, em que não é possível amenizar o desconforto do cisto apenas com uso de medicação, o ginecologista pode indicar a realização de cirurgia para retirar a glândula de Skene.
Em geral é uma condição que atinge as mulheres adultas – faixa etária que vai das (mulheres jovens, de meia-idade ou mais velhas). Embora existam registos de casos (muito raros) em crianças.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
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.- Davì G, Asta G, Lagalla R, Midiri M, Mercadante G (1999). “Skene’s gland pseudocysts. An occasional finding with computed tomography and ultrasound”. La Radiologia Medica. 98 (4): 314–16. PMID 10615378.
- Radiology images of the Skene’s gland
- Jones N (3 July 2002). “Bigger is better when it comes to the G spot”. New Scientist.
- Geddes L (20 February 2008). “Ultrasound nails location of the elusive G spot”. New Scientist.
- Gravina GL, Brandetti F, Martini P, Carosa E, Di Stasi SM, Morano S, Lenzi A, Jannini EA (March 2008). “Measurement of the thickness of the urethrovaginal space in women with or without vaginal orgasm” (PDF). J Sex Med. 5 (3): 610–18. doi:10.1111/j.1743-6109.2007.00739.x. PMID 18221286.
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