A hemorragia subaracnóidea é uma espécie de apoplexia. O nome aracnoidea ou aracnóide tem a ver com uma das três camadas que cobrem o cérebro, as meninges.
Estas são as membranas que formam uma vedação para o cérebro e a medula espinal. As ramificações principais das artérias que fornecem o sangue ao cérebro encontram-se na área por baixo da aracnóide e esse espaço também contém o líquido cérebro-espinal em que se banham o cérebro e a espinal medula.
A hemorragia subaracnóidea desencadeia-se a partir de uma destas artérias no espaço da subaracnóide. Esta situação raramente acontece antes do começo da idade adulta e surge, mais frequentemente, nas pessoas com idades entre os 35 e os 65 anos. A sintomatologia é sempre grave e a taxa de mortalidade elevada.
Em cada ano cerca de 8.000 pessoas na Grã Bretanha têm uma hemorragia subaracnóide. A hemorragia normalmente ocorre a partir de uma pequena imperfeição protuberante na confluência da artéria chamada de aneurisma. Cerca de uma pessoa em 100 é portadora desta imperfeição, mas somente uma pequena parte deles sangram.
Meninges
O cérebro está rodeado por estas três membranas chamadas meninges. A mais profunda é uma delicada camada que envolve profundamente o cérebro penetrando as irregularidades da superfície. É designada de pia mater. O fluido aquoso cérebro-espinal que banha o cérebro permanece fora da pia mater, mas por baixo da próxima camada exterior, a aracnóide mater.
Deste modo, as ligações da aracnóide atravessam as ranhuras do cérebro e o líquido cérebro-espinal encontra-se na área por baixo daquele, conhecido por espaço subaracnóide. Muitas das artérias cerebrais importantes ficam neste espaço. Se uma delas sangrar, existe o perigo de ocorrer uma situação de hemorragia subaracnóidea.
A membrana exterior é a resistente e fibrosa dura mater que está contiguamente anexada ao interior da caixa craniana e ao canal de ossos na espinha onde se encontra a espinal medula. Na base do cérebro fica um importante circuito de artérias sustentado por quatro grandes artérias que sobem pelo pescoço.
As ramificações deste circuito, conhecido por polígono de Willis, em conjunto com as ramificações das artérias que o compõem, abastecem o cérebro com o necessário fornecimento de sangue.
Quatro espécies de apoplexia
A hemorragia subaracnóidea é a quarta forma de apoplexia mais frequente. As três espécies mais frequentes são, principalmente, o resultado da vulgar doença arterial arterioesclerose que causa o bloqueio arterial por trombose, embolia e hemorragia cerebral pelo enfraquecimento das artérias. A hemorragia subaracnóidea raramente acontece antes do começo da idade adulta. Surge, mais frequentemente, nas pessoas com idades entre os 35 e os 65 anos. As pequenas artérias cerebrais têm três membranas, de entre as quais a que se encontra no meio, a média, é a mais espessa. Se houver uma fragilidade localizada nesta membrana, a pressão normal do sangue pode, gradualmente, empurrar a camada interior da artéria na direcção da zona defeituosa e, por isso, incha para o exterior, produzindo uma bolha que aumenta gradualmente e pode rebentar.
Aneurismas
Os aneurismas têm um diâmetro entre 2 e 30 mm (3 cm) com um diâmetro em média de cerca de 7.5 mm. Aqueles que rebentam têm normalmente, no mínimo, 10 mm de diâmetro. Apesar de todos serem chamados de aneurismas variam consideravelmente na sua configuração. Alguns têm uma base pequena e estreita, outros têm uma base larga e alguns são cilíndricos. Infelizmente, nas pessoas que sobrevivem a um primeiro episódio de hemorragia subaracnóide há uma probabilidade razoavelmente elevada que mais tarde possa ocorrer uma hemorragia no mesmo local.
Morbilidade
De entre um total de 100 pessoas com uma hemorragia subaracnóidea que chegam ao hospital vivas, cerca de 20 estarão em coma ou pré-coma e 80 evidenciarão os primeiros sinais de recuperação. Cerca de 6 meses mais tarde, 8 das 100 terão morrido da hemorragia inicial e 60 terão tido uma hemorragia posterior. De entre estas 40 terão morrido. Dos aproximadamente 52 sobreviventes, 36 terão uma recuperação total e voltarão a ter uma vida normal. Cerca de 12 ficarão parcialmente inválidos e 4 estarão gravemente incapacitados. Alguns daqueles que recuperam totalmente, contudo, têm uma susceptibilidade maior do que o normal de ter uma hemorragia no futuro. Cerca de 2% voltam a sangrar dentro do espaço de 10 dias e cerca de 1% nos 10 dias seguintes.
Causas da hemorragia subaracnóidea
A causa mais comum de hemorragia subaracnóidea é a ruptura de um pré-existente aneurisma numa das artérias ou de uma espécie de tumor maligno com malformação numa artéria e isto, normalmente, acontece espontaneamente sem haver lesão. Devido à pressão arterial, o sangue transborda e passa para a superfície do cérebro. Outra causa é uma malformação congénita (presente desde o nascimento) da artéria cerebral. Indiscutivelmente, a causa mais comum de hemorragia subaracnóide é a rotura de um pré-existente aneurisma numa das artérias. Uma causa menos comum é a rotura de um tumor emaranhado numa massa chamada de malformação arteriovenosa que liga as artérias e veias. Isto não é um tumor, mas uma anormalidade que, normalmente, aumenta com o tempo. A hemorragia subaracnóide decorrente de um aneurisma é dez vezes mais comum do que se fosse causada por uma malformação arteriovenosa. Estas malformações tendem, mais cedo ou mais tarde, a sangrar. Mas em 90% dos casos a hemorragia pára espontaneamente e a pessoa em causa sobrevive.
Sinais e sintomas
A hemorragia subaracnóidea causa dores de cabeça repentinas muito fortes, frequentemente na parte traseira da cabeça e vómitos. Normalmente, isto é seguido rapidamente de perda da consciência ou outros sinais de lesão neurológica. Pode haver paralisia do movimento do olho, pupila dilatada de um dos lados, pálpebra do olho caída, rigidez do pescoço, vómitos ou qualquer dos sinais e sintomas de apoplexia. Estes são sinais relevantes de risco necessitando de encaminhamento urgente a um neurologista.
Diagnóstico – Como se Diagnostica:
O estado pode ser, muitas vezes, reconhecido pelos seus efeitos, mas a confirmação do diagnóstico é mais correcta através de Tomografia Computorizada TAC ou TC. Será evidenciado o sangue no espaço subaracnóide em, pelo menos, 90% dos casos. Mostrará que, praticamente em todos os casos, o sangue é suficientemente abundante para causar perda de consciência. A angiografia evidenciará a existência de aneurisma, em cerca de 85% dos casos. A punção lombar também é um teste importante. A amostra do líquido cérebro-espinal (LCE) obtida, desta forma, conservará sangue por 30 minutos após a colheita.
Prevenção – Cuidados a ter:
Quando há a rotura de um aneurisma, o sangue a alta pressão entra no espaço subaracnóide. O sangue que preenche este espaço aumenta a pressão no interior do cérebro a um nível variável que pode atingir quase o valor da pressão sanguínea. O resultado é que as pequenas artérias que aportam o sangue ao cérebro são comprimidas. Isto pode causar:
Uma forte e dolorosa dor de cabeça
Vómitos
Por vezes repentina perda de consciência com coma profundo
Convulsões
Respiração irregular
Rigidez do pescoço
Certamente, esta é uma situação desesperadamente grave e aproximadamente metade das pessoas com hemorragia subaracnóide morrem antes de chegar ao hospital. Nos casos menos graves há dor de cabeça contínua, sonolência, confusão, perda de memória e rigidez do pescoço. Nas pessoas que sobrevivem, estes efeitos podem continuar por vários dias, por vezes pelo período de duas semanas. Durante esse tempo, normalmente 3 a 12 dias após a rotura, muitas das artérias que abastecem o cérebro podem incorrer numa espasmo, com deficit de irrigação. Isto pode causar a paralisia de um dos lados do corpo ou outros efeitos de maior relevância.
Riscos e Complicações:
O volume líquido de sangue tende a diminuir significativamente depois de uma hemorragia subaracnóidea. Isto tem os seus próprios riscos e é importante que o volume suba. Isto é assegurado bebendo líquidos e controlando os níveis de sódio no sangue e a pressão numa veia central. O tratamento tem a intenção de prevenir que os vasos sanguíneos entrem em espasmo que é uma das complicações mais perigosa e prevenir que se dissolva a formação do coágulo no aneurisma. Nos casos menos violentos ou moderados, a cirurgia pode ser intentada no espaço de 48 horas seguida dos primeiros sintomas, após localização exacta da sua origem por exame imagiológico e angiografia.
Tratamentos da hemorragia subaracnóidea
O tratamento tem dois objectivos isolar o aneurisma e prevenir a ocorrência de espasmo em volta dos vasos sanguíneos que poderia deixar de alimentar o cérebro de oxigénio. O primeiro dos que foi mencionado necessita de uma cirurgia para isolar o aneurisma e o segundo pode ser alcançado através de uma terapia medicamentosa. A pessoa afectada é tratada por meio de repouso absoluto, muitas vezes num quarto escuro. São tomadas medidas para evitar qualquer fadiga ou esforço e são ministrados medicamentos para manter a pressão do sangue razoavelmente baixa, para controlar qualquer tendência a ataques e atenuar a dor de cabeça.
Os resultados da cirurgia têm melhorado com os avanços da técnica e dos instrumentos utilizados. A microcirurgia é o procedimento standard e em mãos experimentadas a taxa de mortalidade durante a cirurgia tem sido reduzida para menos de 3%. O procedimento preferido é por contacto directo que remove todo o aneurisma. Nos casos em que o cirurgião não pode chegar ao aneurisma, uma alternativa possível é alcançar o local do sangramento por meio de cateteres especiais orientáveis movidos ao longo das artérias até ao aneurisma.
As malformações arteriovenosas são, normalmente, tratadas pela sua remoção completa durante a cirurgia. Isto pode ser assistido injectando, em primeiro lugar, uma substância plástica de rápida aplicação através do cateter para dentro de um vaso de alimentação (uma parte da malformação que transfere o sangue de ou para aquele). Infelizmente, a maioria destas malformações têm vários vasos de alimentação.
Foto de tomografia que mostra hemorragia subaracnóide:
Enfermeiro - Coren nº 491692
O Reinaldo Rodrigues formou-se em agosto de 2016, pela Universidade Padre Anchieta, em Jundiai. Fez curso de especialização em APH (Atendimento Pré-Hospitalar), pela escola 22Brasil Treinamentos, em Barueri, curso de 200 horas práticas, com foco em acidentes de trânsito.
Trabalha como Cuidador de Idosos há 5 anos, e possui experiência em aspiração de vias aéreas, banho de aspersão, curativos, tratamento e prevenção de Lesão por Pressão, gerenciamento de Equipe de cuidadores com elaboração de escalas. Treinamento e acompanhamento de cuidadores nas casas dos pacientes.
Também pode encontrar o Reinaldo no Linkedin.
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