Hímen: o que é, para que serve e que tipos existem

Revisão Clínica: Drª Camille Rocha Risegato. Atualizado: 09/09/24

O que é? O hímen é uma membrana fina e elástica que cobre parte da entrada da vagina. Está presente na maioria das mulheres desde o nascimento e possui uma pequena abertura para permitir a passagem do fluxo menstrual. Ele não é visto a olho nu. Para vê-lo, a mulher precisa separar os pequenos lábios da vagina.

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Durante o desenvolvimento do feto ele não está presente, pois não existe abertura vaginal, sendo produzido antes do nascimento.

A forma e o tamanho do hímen difere muito em cada mulher. O mais comum é não estar completamente fechado. No entanto, a mulher pode nascer com ele completamente fechado e assim permanecer até a primeira relação vaginal. Nessas circunstâncias, a mulher pode ter complicações, uma vez que a menstruação não se desenvolve da mesma forma e, como consequência pode causar dores na mulher até que, em alguns casos, seja necessária uma intervenção cirúrgica para corrigir a situação.

Esta situação é rara e ocorre apenas em 0,1% dos recém-nascidos. Por vezes só é descoberto durante a puberdade, quando o sangue menstrual não sai e fica retido na vagina.

Embora a ruptura do hímen esteja associada à primeira relação sexual, a verdade é que há mulheres que nascem sem o hímen e há casos em que ele se quebra acidentalmente ou durante a prática alguns desportos (equitação, ciclismo, ginástica). É por isso que ele não deve ter nenhuma relação com a “virgindade”.

Trata-se de um tecido muito fino e frágil que, a simples introdução ou remoção de tampões ou através da masturbação pode causar a sua ruptura.

Ao contrário do que geralmente se acredita, apenas metade das mulheres que fazem sexo vaginal sangram na primeira relação.

Depois existe aquele hímen elástico, que resiste à penetração (seja do pênis ou de outros objetos) e não rompe até o momento do parto. Portanto, tudo isso nos mostra que a integridade do hímen está supervalorizada em algumas culturas.

Hímen, O Que é, Para Que Serve E Quais Os Tipos

Curiosidades

1. Não tem função: Não tem uma função definida, no entanto, se não estiver no estado correto, pode impedir a saída do fluxo menstrual e originar problemas de saúde importantes.

2. Algumas mulheres não o possuem: Há mulheres que nascem sem ele, embora existam poucos casos. Isso geralmente acontece devido a alterações nos cromossomos e à falta de desenvolvimento de outros órgãos, como a vagina e o útero.

3. Não é um sinal de virgindade: Pode ser quebrado por muitas razões, seja exercitando-se ou andando de bicicleta, e não necessariamente pelo sexo. 44% das mulheres não sangram durante a primeira relação.

4. Não protege contra infecções: Algumas pessoas acreditam que a textura da membrana pode funcionar como uma barreira protetora contra infecções vaginais, mas é um possível benefício que ainda não foi comprovado.

5. Muda com o tempo: Nos bebês, ele é espesso e proeminente, mas com o tempo torna-se mais fino e frágil.

6. Forma-se durante a gravidez: Tal como os genitais, ele é formado da quarta à sétima semana de vida embrionária.

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7. O consumo de drogas: Um estudo publicado pela Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, explica que o consumo de drogas na gravidez, favorece o bebê a nascer sem a membrana.

8. Nem sempre rompe: Este evento ocorre no chamado hímen complacente, uma membrana mais larga e elástica que permite que ele fique intacto mesmo após manipulação ou trauma.

Tipos de hímen

Tipos De Hímen

Podemos encontrar quatro tipos e alguns subtipos desta membrana:

Normal

O orifício no centro geralmente está localizado acima ou na linha do meio. No hímen considerado normal, podemos encontrar vários tipos:

Anular: Aqui o orifício está localizado no centro e é rodeado por uma membrana que geralmente tem uma largura semelhante.

Semilunar: O buraco está localizado na parte superior. Recebe este nome porque abaixo da cavidade há uma membrana com a forma de meia lua.

Labial: Na linha média do hímen há uma lacuna alongada. De cada lado há uma membrana que simula a aparência de um lábio.

Anormal ou atípico

Estes são os que mostram maiores diferenças. Os mais frequentes são:

Biperforado: Esta membrana é caracterizada por uma divisão que divide o buraco em dois.

Imperfurado: Não tem orifício e, portanto, exige que a mulher seja submetida a uma cirurgia para corrigir a malformação que afeta aproximadamente 0,1% dos recém-nascidos. Falamos sobre ele mais abaixo.

Coraliforme: Neste caso a membrana tem uma série de extensões que se localizam de maneira assemelhante às pétalas de uma flor.

Ferradura obturada.

Hipertrofiado: Nestes casos, o hímen tem um tamanho maior do que o normal.

Trifoliado: Tem três dobras.

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Multifoliado: É formado por várias dobras.

Hímen complacente ou elástico

Também conhecido como hímen dilatável ou flexível é aquele cujo orifício tem dimensões maiores que permite a entrada do pênis ou a introdução dos dedos sem romper. O aumento do tamanho deve-se ao fato de que, neste tipo, o hímen possui uma capacidade elástica que lhe confere grande flexibilidade permitindo alargar e em seguida, voltar à sua posição normal quando o elemento externo sair da vagina.

Hímen com orifício dilatado

Nestes casos, a membrana mantém-se e o orifício é ainda maior que o normal. Esta situação pode ocorrer devido a uma malformação congênita ou porque vai adquirindo dilatação com o passar do tempo.

Hímen imperfurado

Quando a membrana cobre toda a abertura da vagina e não possui nenhum orifício que facilite, por exemplo, a menstruação, ele recebe o nome de “imperfurado”. Geralmente é o tipo mais comum de obstrução na vagina. A imperfuração pode ocorrer desde o nascimento, e atualmente não se conhece a origem que possa causar a malformação.

A identificação de que o hímen não contém buraco geralmente ocorre no nascimento, durante o primeiro exame físico que a criança recebe. Quando não é detectado na primeira infância, geralmente é diagnosticado após a menina ter o primeiro período, uma vez que o fluxo sanguíneo fica retido e pode causar dor nas costas, dor de estômago e / ou problemas urinários na mulher. O ultrassom realizado na pelve é geralmente o exame usado pelo médico para diagnosticar a malformação.

Quando o diagnóstico ocorre enquanto bebê, o tratamento geralmente é atrasado até a menina ser mais crescida, antes do primeiro período. A cirurgia realizada é a himenectomia. É simples, e tem como objetivo perfurar o hímen que não se rompeu. O mesmo procedimento será realizado em mulheres diagnosticadas posteriormente. A recuperação após a cirurgia é rápida.

Reconstrução do Hímen

A himenoplastia ou himenorrafia é a cirurgia íntima que envolve a reconstrução e reparação da membrana fina que cobre a entrada da vagina. As razões pelas quais a mulher solicita a cirurgia é geralmente por costumes religiosos, étnicos, sociais ou porque a paciente quer recuperar a sua virgindade. O procedimento é realizado através de pontos nos tecidos, tem a duração de 45-60 minutos e geralmente é feita sobre anestesia local. Normalmente não é necessária internação. O preço do procedimento varia entre € 1.500 a € 3.500, havendo duas opções, a cirúrgica e a não cirúrgica, geralmente realizada através de laser CO2.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Camille Rocha Risegato

Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093

Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.

> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)

Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.

Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.

Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.

Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram

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    Última atualização da página em 09/09/24