Toda mulher plenamente saudável deve menstruar uma vez ao longo de um determinado ciclo menstrual. Em certo momento desse ciclo, há uma liberação de sangue, decorrente da descamação do tecido endometrial, o qual envolve a parte interna do útero. Esse sangramento, derivado do período menstrual, é denominado menstruação.
Não existe uma idade exata para a ocorrência da primeira menstruação (conhecida como menarca). No entanto, espera-se que se manifeste até os 15 anos, aproximadamente.
Embora seja incomum, o evento também pode ocorrer por volta dos 9 anos, recebendo nestes casos a designação de menarca precoce.
De todo o modo, o mais comum é que o momento seja registrado pela primeira vez entre os 12 e 13 anos.
O término da menstruação coincide com a entrada da mulher na menopausa, período próximo dos 50 anos.
A menstruação deriva de um contínuo processo de produção e eliminação ovular. Ao longo de toda a sua vida fértil, a mulher (saudável) libera um óvulo, local de fecundação do embrião que dará origem à concepção.
Caso nenhum espermatozoide consiga penetrar o óvulo, a mulher segue sem engravidar. O resultado é o sangramento, o que acontece cerca de 14 dias depois da ovulação. Este ciclo se repete todos os meses.
Quanto tempo dura a menstruação?
Em geral, a menstruação dura entre 4 e 7 dias. Em alguns casos, o sangramento característico da fase menstrual pode chegar a 8 dias, o que aponta para uma menstruação prolongada.
Por outro lado, vale destacar que os sangramentos que permanecem por um período inferior a 2 dias não são tratados como menstruação. Nessas situações, normalmente a mulher está liberando o chamado sangramento de escape.
O período que intercala as menstruações pode chegar a 45 dias. No entanto, a média é de 28 dias. Logo, é perceptível que pode haver uma variação bem significativa de uma mulher para outra. Isso acontece porque a menstruação sofre influência de uma série de aspectos, como:
- desenvolvimento de patologias;
- mudanças das concentrações de determinados hormônios;
- níveis de estresse elevados.
Para calcular o ciclo menstrual, basta que a mulher reúna as informações solicitadas por algumas calculadoras, disponibilizadas por alguns sites (TuaSaúde e Evax, por exemplo). As informações solicitadas são:
- data (dia, mês e ano) da menstruação anterior;
- duração da menstruação;
- tempo de permanência do ciclo.
Depois, é só clicar em calcular e aguardar o resultado.
É normal menstruar 2 vezes no mesmo mês?
Algumas mulheres menstruam 2 vezes no mesmo ciclo menstrual. Isso acontece quando o intervalo entre o início e o término de cada ciclo é mais curto do que o normal.
Geralmente é mais comum durante as primeiras menstruações, quando o organismo da menina ainda se está adaptando ao ciclo, normalizando com o tempo, há medida que os níveis hormonais se adaptam a esta nova fase.
Essa mesma irregularidade no ciclo menstrual também pode se manifestar nos primeiros ciclos após o parto normal.
Em mulheres adultas mais velhas, os fatores responsáveis pela presença de 2 períodos menstruais no mesmo mês são:
- existência de um tumor maligno;
- desenvolvimento de tumores benignos no útero, como o mioma;
- procedimentos cirúrgicos efetuados nos ovários;
- realização de laqueadura;
- aparecimento de cistos nos ovários;
- estresse em demasia;
- reflexo do uso de determinados medicamentos;
- transformações hormonais;
- crises emocionais;
- síndrome dos ovários policísticos.
Caso o transtorno se repita com frequência, a mulher deve comunicar o fato em consulta ginecológica. Para facilitar o diagnóstico, também é importante a mulher indicar os dias exatos em que teve sangramentos.
A coloração
O sangramento menstrual pode adquirir cores ou tons diferentes, dependendo do volume de fluxo e do dia do período. Abaixo deciframos o significado de cada cor de sangramento:
- Vermelho pálido: sangramento leve, geralmente presente no início da menstruação.
- Vermelho alaranjado: Está associado a uma possível infecção.
- Vermelho brilhante: Está relacionado a uma hemorragia intensa.
- Vermelho escuro: Geralmente é sangue velho dos últimos dias do período.
- Tipo borra de café ou muito escuro: Normalmente ocorre pela presença de vestígios de tecido endometrial no sangue.
O que pode significar a menstruação atrasada?
Tenha uma atividade sexual intensa ou não, a mulher rapidamente desconfia quando a menstruação atrasa, já que esse é um forte indício do início de uma possível gravidez. Porém, nem sempre é motivo de alarme, já que existem outras razões por trás desse atraso, como:
- péssima dieta alimentar;
- doenças que acometem a região uterina;
- distúrbios psicológicos;
- aumento excesso da taxa de estresse;
- desenvolvimento de cistos nos ovários;
- crises de ansiedade;
- depressão;
- anemias.
Todos os aspectos citados podem levar ao atraso da menstruação. E, tal como no caso anterior (presença de 2 menstruações em um único ciclo), a ocorrência frequente deste atraso também deve ser investigada atentamente por um ginecologista.
Entenda o que pode provocar a falta ou atraso da menstruação.
O que pode causar menstruação irregular?
É comum que a irregularidade da menstruação se estenda até 2 anos — logo após o primeiro ciclo (menarca). Esse tempo, prolongado, é necessário para que organismo, ainda juvenil, consiga reequilibrar as taxas hormonais. Geralmente, esse equilíbrio é adquirido a partir dos 15 anos de idade.
De acordo com cada caso, a mulher pode tentar acelerar esse processo de adaptação do organismo com o uso de alguns remédios caseiros. Contudo, é importante a mulher não permanecer muito tempo com a menstruação irregular de forma intensa e contínua, já que pode prejudicar a ovulação e, consequentemente, levar uma gravidez desejada.
Outros fatores que podem também estar na origem dessas irregularidades incluem:
- estresse excessivo;
- desenvolvimento de cistos;
- instabilidade das concentrações hormonais;
- surgimento de tumores.
Para solucionar o problema e reequilibrar a quantidade do fluxo menstrual, é necessário a mulher realizar um tratamento medicamentoso que consiste em promover o retorno da estabilidade da síntese hormonal.
É possível ter menstruação durante a gravidez?
O início da gestação por vezes é marcado pela ocorrência de pequenos sangramentos, geralmente nos 3 primeiros meses. Como os hormônios femininos não cessam suas funções normais imediatamente, a mulher continua menstruando mesmo após o começo da gravidez, o que por vezes causa alguns medos e desconfianças sobre a gravidez.
Além disso, o sangramento que ocorre durante a gestação contempla muitas possíveis causas, como:
- penetração peniana com excesso de força;
- quadro infeccioso na região vaginal ou uterina;
- adesão ovular às extremidades uterinas;
- desenvolvimento de miomas;
- consumo de remédios com função anticoagulante;
- submissão ao exame de toque vaginal ou à ultrassonografia transvaginal.
Caso a mulher apresente alguma dessas causas, deverá ser orientada a permanecer em repouso durante algum tempo. Durante esse período, a mulher não deve manter nenhuma atividade sexual.
Em algumas mulheres, a quantidade de sangue liberada pela menstruação pode ser bem elevada. Se a hemorragia excessiva for acompanhada por cólicas menstruais, existe o risco de que a mulher tenha sofrido um aborto espontâneo. Trata-se de um caso de extrema urgência, que precisa ser tratado o mais rapidamente possível.
Como é a menstruação no pós-parto?
Nessa fase, o período menstrual pode variar dependendo do processo de amamentação, se a mãe amamenta ou não.
Quando a mulher amamenta, por vezes fica um longo período sem menstruar, período que se pode estender até 1 ano. Em contrapartida, a não amamentação faz com que os períodos menstruais sejam normalizados 30 dias após o nascimento da criança.
Ao voltar, espera-se que a menstruação permaneça instável, seja em relação ao intervalo de incidência do sangramento, seja quanto à duplicidade em apenas 1 ciclo. Esses ciclos anormais podem se repetir durante os próximos 4 meses, em média, posteriores ao parto. Finalizado esse período, a menstruação deve retomar a regularidade.
O que pode significar a menstruação escura?
Outro acontecimento bem comum é o sangramento com coloração amarronzada. Essa mudança do tom do líquido se deve aos seguintes fatores:
- desenvolvimento de DSTs;
- mudanças dos índices de hormônios — em virtude da utilização de determinados remédios;
- possibilidade de gravidez;
- substituição da pílula anticoncepcional;
- crescimento das taxas de estresse;
- transtornos psicológicos;
- endometriose.
Em algumas mulheres, o sangue liberado durante o ciclo menstrual ganha um tom mais escuro no fim do período. Muitas mulheres até se acostumam a ligar essa mudança de cor ao término do sangramento, deve acontecer cerca de 2 dias depois.
Menstruação com coágulos é normal?
Outra condição relativamente frequente é a formação de coágulos durante a menstruação. Geralmente ocorre quando o fluxo sanguíneo liberado é excessivo. Como é muito sangue e ele não consegue sair todo de uma só vez, ele coagula dentro do organismo.
Apesar da normalidade desse quadro, a ocorrência de muitos coágulos ou o aparecimento de coágulos com tamanhos muito fora do comum preocupa bastante a mulher. No caso do sintoma persistir é importante a mulher consultar o ginecologista a fim de identificar a causa do problema.
O que significa menstruação fraca ou muito escura?
Existem dois extremos:
- sangramentos menstruais de baixo volume e ralos;
- sangramentos mais intensos, que apresentam uma textura similar a da borra de café.
Ambos os casos exigem uma análise médica criteriosa, pois apontam para um provável desequilíbrio das concentrações de hormônios.
A menstruação faz bem para a saúde?
Como mencionado anteriormente, a menstruação regular é sinal de um organismo feminino saudável. Ela deve ocorrer normalmente enquanto a mulher estiver no período fértil.
Um dos problemas da menstruação são alguns dos sintomas que a acompanham. As cólicas são um exemplo, podendo ser tão fortes, ao ponto de deixar a mulher impossibilitada de realizar qualquer atividade.
Apesar de alguns desconfortos, desde que em condições normais, a menstruação não causa nenhum mal à saúde da mulher. Mas não significa que a mulher não esteja livre de sofrer complicações.
Os desequilíbrios relacionados ao aumento do volume de fluxo menstrual, por exemplo, pode provocar quadros de anemia grave. Por esse motivo, alguns ginecologistas tendem a receitar o uso da pílula anticoncepcional de uso contínuo.
O objetivo da medicação é o de justamente suspender o sangramento gerado pelo ciclo menstrual. Trata-se de uma medida drástica para controlar a menstruação e evitar que a paciente fique exposta a problemas mais sérios.
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
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