O que é? A laranja é um fruto redondo, cor de laranja, consumido sobretudo no Inverno. A polpa é também alaranjada e é formada por pequenas vesículas cheias de sumo.
Este fruto utiliza-se para consumo em fresco e para a indústria, principalmente para fabricar sumo. Em conjunto com a banana e a maçã, a laranja é um dos frutos mais consumidos no mundo.
A laranja é um citrino de forma arredondada ou oval e a sua casca e polpa são alaranjadas, excepto nas variedades de polpa vermelha. São também usadas para realizar compotas, marmeladas e para consumo como fruta desidratada, etc. Desta, também se extraem os óleos essenciais, muito utilizados em perfumaria e cosmética.
O consumo de laranjas em países em vias de desenvolvimento aumentou mais rapidamente do que nos países ricos. O mercado norte-americano é responsável por metade do consumo de laranjas nos países desenvolvidos, sobretudo sob a forma de sumo.
Em países como o Japão as laranjas consomem-se em fresco e são de produção própria, ou seja não há necessidade de importar laranjas. O consumo médio mundial é de 12 kg por pessoa e ano, embora este valor varie segundo os países.
Os países desenvolvidos consomem uma média de 28 kg/pessoa/ano, enquanto que nos países em vias de desenvolvimento esse valor é de 6 kg/pessoa/ano.
O maior consumo de laranjas dá-se nos Estados Unidos, com 60 kg, enquanto na Europa Ocidental é de 40 kg. Estes valores são claramente superiores aos dos Países do Leste, 5 kg por pessoa.
No Hemisfério Norte, a laranja é um fruto consumido sobretudo durante o Inverno, mas que se pode encontrar fora da época invernal graças a países produtores como Argentina, Brasil, Estados Unidos, Espanha, etc. De acordo com Fresh Produce Desk Book de 2001, a disponibilidade de laranjas no mercado inglês está assegurada praticamente todo o ano.
Para o Hemisfério Norte, desde Janeiro a Março são fornecedores a República Dominicana, Egipto, Israel, Turquia e Tunísia; entre Abril e Maio vêm diferentes variedades do Egipto e dos Estados Unidos; durante os meses estivais são os países como Brasil, Cuba, Chile, Argentina, Peru e Zimbabwe que fornecem os mercados.
A Espanha é o primeiro país exportador de laranjas do mundo e fornece este citrino ao Reino Unido praticamente durante todos os meses do ano.
Existe uma grande quantidade de variedades de laranja que se diferenciam pela forma, tamanho, cor da polpa (laranja ou vermelha), pelo sabor (mais doce ou mais ácido), pela época de maturação e pela existência ou ausência de sementes. A época de colheita da laranja, no Hemisfério Norte, vai desde princípios de Outubro até meados de Junho em função das variedades.
Uma vez que a maturação interna e externa das laranjas se rege por mecanismos diferentes e, por isso, muitas vezes um fruto alcança a maturação para ser comercializado mas a casca permanece verde, é necessário submeter os frutos a coramento artificial ou ‘desverdização’. O coramento efectua-se em câmaras especiais, nas quais se introduz etileno.
A conservação das laranjas em câmaras frigoríficas a uma temperatura ligeiramente superior ao seu ponto de congelação, prolonga a qualidade organoléptica do fruto e reduz o ataque de fungos.
Benefícios da Laranja para a Saúde
As laranjas frescas são pobres em calorias e são uma boa fonte de fibra, de potássio e de vitamina C. Esta é necessária para manter saudáveis as gengivas, dentes e ossos e para cicatrizar feridas.
A vitamina C é um potente antioxidante; intensifica a acção da vitamina E, ajuda na absorção de ferro e nas funções imunológicas.
As laranjas também contêm quantidades importantes de folato, uma vitamina do complexo B que proporciona um efeito protetor útil durante a gravidez.
Além disso, as laranjas (e outros frutos relacionados) são uma fonte primária de betacriptoxantina na dieta. A betacriptoxantina é um carotenóide, diferente da provitamina A, com propriedades antioxidantes.
Este ajuda a diminuir o risco de contrair cancro e doenças cardiovasculares. Todos os citrinos contêm o flavonóide taxifolin, um fitoquímico com propriedades antioxidantes.
Tradições Populares
As laranjas são muito ricas em sais minerais, potássio, cálcio e fósforo e em vitaminas A, C e B. Auxiliam a resistir à fatiga, são desinfectantes e favorecem a fixação do cálcio. Atuam contra doenças como o reumatismo, a gota, a obesidade e os estados gripais.
A laranja é muito pobre em calorias, apenas 44 calorias por 100 gramas, o que a torna recomendável para as pessoas em dieta.
As laranjas são digestivas e as tisanas feitas com flores e folhas são úteis para a tosse seca, os nervos, as dores de estômago e a insónia. A laranja é uma das frutas e hortaliças mais rica em vitamina B; a primeira posição é ocupada pelo tomate, a que se segue o limão.
A vitamina B protege os nervos, abre o apetite e estimula as secreções digestivas, regula as oxidações que se produzem nas nossas células e regula a absorção dos alimentos, especialmente os hidratos de carbono e as gorduras.
Outra vitamina de enorme importância encontrada na laranja é a vitamina C, também chamada anti-escorbútica porque a carência desta vitamina na alimentação provoca escorbuto.
A laranja é uma boa fonte de fibra. A fibra da laranja provoca uma descida moderada dos níveis de colesterol, como se demonstrou num estudo realizado sobre vários humanos em que se administrou uma dieta enriquecida em fibra (45,1 g/dia) e se comparou com uma dieta normal (21,2 g/dia) que serviu de controlo.
As fibras cítricas têm a característica de reter água, pelo que são muito utilizadas na indústria para elaborar uma larga gama de alimentos , como produtos à base de carne, molhos e espessantes para iogurtes e gelados. Podem mesmo chegar a substituir alguns ingredientes como farinha, gorduras ou óleos.
A laranja também é rica em flavonóides (metabolitos secundários das plantas) que possuem diversas propriedades, nomeadamente actividade anti-alérgica e anti-inflamatória. Alguns flavonóides têm actividade anticarcinogénica, dado que mantêm a integridade celular e protegem da degeneração celular.
Outra propriedade muito importante dos flavonóides é o seu carácter antioxidante.
Em geral, os compostos antioxidantes exercem um efeito protector mediante a inibição das reacções de oxidação, reacções essas que se produzem diariamente nas nossas células em resultado da sua actividade fisiológica.
Os processos de oxidação podem produzir danos nas paredes vasculares dos vasos sanguíneos, pelo que podem acelerar o aparecimento de doenças e provocar trombose.
Convém recordar que as laranjas não se devem espremer com antecedência, uma vez que em contacto com o ar a vitamina C oxida-se e perde as suas propriedades.
Se a casca vai ser utilizada para enfeitar ou confeccionar algum prato, é conveniente lavar as laranjas com água quente e esfregá-las com cuidado para eliminar pequenas doses de substâncias protectoras que são aplicadas pelos produtores.
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Tipos e Variedades de laranja
Existem três grupos principais de variedades: o grupo dos frutos de umbigo (‘Navel’) que se caracterizam pela presença de umbigo nos frutos e pela sua aptidão ao consumo em fresco; o grupo de frutos normais (‘Brancas’) que não têm umbigo e são muito utilizados na indústria de sumo; o grupo dos frutos sanguíneos (‘Sanguíneas’) que se distinguem das restantes pela característica coloração avermelhada da polpa e da casca. Dentro das laranjeiras distinguem-se duas espécies: a laranjeira doce e a laranjeira azeda.
Os frutos de laranjeira azeda não têm muita importância comercial para consumo em fresco, pelo que apenas se mencionam as diferentes variedades de laranjeira doce.
Variedades de umbigo (‘Navel’)
A Navel é a melhor laranja para consumo em fresco, mas o seu uso na indústria está restringido. Por exemplo, não se usa na transformação para sumo já que dá pouca quantidade e ao fim de pouco tempo desenvolve um sabor amargo devido a um composto, que se encontra em muito pequena quantidade, chamado limonina, e que se desprende apenas quando se espreme a laranja.
Esta variedade de laranja caracteriza-se por ter um pequeno fruto rudimentar dentro do fruto principal na zona oposta à união do fruto ao ramo. Tem um aspecto semelhante a um umbigo e daí o nome do grupo, pois navel em inglês significa umbigo.
As laranjas ‘Navel’ são de maturação precoce e dão frutos sem sementes e de grande tamanho, devido a degenerações diversas (pólen, saco embrionário, etc.). A casca é laranja intenso, pela-se com facilidade e tem um sabor doce e agradável.
Apesar de ter mais restrições climáticas, representa grande parte da produção citrícola de Espanha, Marrocos, Turquia, África do Sul, Califórnia, Austrália, Uruguai e Argentina. As variedades mais importantes deste grupo são:
– Navelina: Originária da Califórnia, chegou a Espanha em 1933 quando a Universidade da Califórnia a forneceu ao Instituto Valenciano de Investigações Agrárias (IVIA), onde se deu o nome de ‘Navelina’.
– Washington Navel: Tem uma origem incerta embora sempre se tenha pensado que é uma mutação que veio do Brasil.
– Newhall: É uma mutação da ‘Washington Navel’ que teve origem na Califórnia. As características da árvore e do fruto são praticamente iguais às da ‘Navelina’, excepto a sua época de maturação que é ligeiramente mais precoce.
– Navelate: Originária de Espanha, é uma mutação da ‘Washington Navel’.
– Lane late: Procedente da Austrália, resulta de uma mutação da variedade ‘Washington Navel’.
Variedades de frutos normais (‘Brancas’)
Foi dado o nome de ‘Brancas’ para diferenciar estas variedades de fruto normal das variedades Navel (frutos de umbigo) e das de frutos sanguíneos.
Tem como principais características a inexistência de umbigo nos frutos, uma acidez inferior à dos outros grupos de variedades e a ausência de sabor amargo no sumo. As variedades mais importantes do grupo são:
– Salustiana: Surgiu por mutação espontânea da variedade Comuna, em finais dos anos 40, em Enova, província de Valência, Espanha. É a segunda variedade mais cultivada do grupo das ‘brancas’ em Espanha, ocupando uma área aproximada de 4000 ha., o que representa 6% da superfície dedicada à cultura da laranja.
– Valência Late: Tem uma origem um pouco confusa. Teve-se conhecimento dela pela primeira vez nos Açores, em finais do século XIX. Daí foi levada para a Florida e depois para a Califórnia pelos ingleses, e importada finalmente para Espanha.
Alguns autores consideram que tem origem portuguesa, existindo outros que indicam que se trata de uma variedade trazida do Oriente pelos portugueses.
Possui qualidades extraordinárias que a tornam a variedade mais importante do mundo nos dias de hoje, sendo a variedade líder em muitos países produtores como Argentina, Austrália, Califórnia, Florida, Marrocos, Uruguai, etc.
Variedades de frutos sanguíneos
Antigamente pensava-se que os frutos deste grupo tiveram origem na zona mediterrânea, mas recentemente descobriu-se que são originários da China. As laranjas deste grupo são muito semelhantes às ‘Brancas’, mas diferenciam-se se forem cultivadas em condições que favoreçam a síntese de pigmentos vermelhos na polpa e no sumo e, por vezes, na casca.
Para que isto ocorra são necessárias baixas temperaturas nocturnas e podendo o fruto adquirir o tom avermelhado durante o Outono ou Inverno no Hemisfério Norte.
As laranjas desta variedade não são aptas para a indústria, porque os pigmentos podem dar uma cor escura ao sumo. No entanto, em Itália, produz-se um sumo de laranjas sanguíneas muito atractivo e refrescante que lembra o sumo de tomate.
Em Espanha o cultivo desta variedade encontra-se em recessão não alcançando 1% da produção total de laranjas. Algumas das variedades sanguíneas mais apreciadas são a ‘Doblefina’, a ‘Entrefina’ e a ‘Sanguinelli’. Os ‘Citrinos do Algarve’, Indicação Geográfica Protegida, produzem, principalmente, das variedades: Dalmau (Navelina), Newhall e Valencia Late.
Algumas variedades de laranjas:
Navelina
Esta variedade de laranja é uma cor vermelho intenso, de tamanho médio e de forma ovada na zona do umbigo. É uma laranja de maturação precoce, podendo-se iniciar a colheita em finais de Outubro. A árvore adulta nunca alcança um grande tamanho. As folhas são grandes e são de um verde muito escuro.
Washington Navel
O fruto é de tamanho médio a grande, redondo ou ligeiramente oval, de casca um pouco rugosa, grossa e fácil de pelar. Os gomos separam-se com facilidade e contêm uma polpa firme, com muito sumo, de sabor agradável e um equilibrado teor em ácidos.
A árvore é de bom tamanho e vigor. Adapta-se mal a condições climáticas extremas, como tempo seco e quente durante a floração.
Esta pode ser abundante. É uma variedade temporã ou de meia-estação, embora actualmente a colheita tenha sido transferida para os meados do Inverno por causa da existência de tangerinas e da variedade Navelina mais precoce.
Navelate
O fruto é de tamanho médio a grande, ainda que mais pequeno que o da Washington, e é amarelo-avermelhado. É de casca fina e tem uma forma alongada ou arredondada.
A polpa é fina, com um elevado teor em sumo de sabor muito agradável e equilibrado no teor em ácidos. Todas estas características tornam-a a variedade de melhor qualidade cultivada em Espanha. A sua maturação ocorre depois da ‘Washington Navel’ e pode-se manter o fruto na árvore durante pelo menos três meses, sem perda de qualidade.
A sua colheita pode começar em finais de Dezembro, princípio de Janeiro. A árvore é parecida com a da variedade Washington Navel, embora tenha maior quantidade de espinhos, fortes e afiados, nos seu ramos e lançamentos. A sua produtividade é baixa.
Lane late
O fruto assemelha-se ao da ‘Washington Navel’, mas tem a casca mais fina e o umbigo menos pronunciado. O sumo contém menos princípios amargos. É uma árvore vigorosa, de intensa folhagem e folhas de cor verde escuro, possuindo espinhos nas axilas das folhas.
Uma característica importante é a lenta maturação dos seus frutos, já que estes se podem manter na árvore até ao mês de Maio, embora em climas quentes possam perder sumo o que limita a sua época de colheita.
Salustiana
O fruto amadurece no mês de Dezembro no Hemisfério Norte, mas não alcança a maturação óptima antes do final de Janeiro, podendo permanecer na árvore até Maio sem sofrer perdas de qualidade.
É de tamanho médio a grande, tem uma cor pouco intensa, não tem sementes e a casca é ligeiramente rugosa. É uma árvore vigorosa, de tamanho médio a grande, com tendência à formação de ramos verticais que permite a sua distinção das outras variedades.
Valência Late
O fruto é de tamanho médio a grande, esférico ou ligeiramente alongado. A cor pode ser intensa ou um pouco pálida e a casca é fina mas rugosa.
Não tem praticamente sementes e a polpa tem um alto teor em sumo, que tem uma cor atractiva e é, por vezes, ligeiramente ácido. É uma árvore vigorosa, com um bom desenvolvimento, com tendência à verticalidade e que se adapta muito bem a diversos climas e solos. É a variedade mais tardia de todas as de laranjeira doce.
Colhe-se em Março, embora possa permanecer na árvore durante vários meses sem perda de qualidade. No entanto com o aumento das temperaturas tende a reverdecer (torna a ficar verde).
Também deve-se ter em atenção que se os frutos são colhidos tarde menor irá ser a colheita do próximo ano, devido à influência do fruto na floração do ano seguinte.
Grupo dos frutos sanguíneos
O fruto é de tamanho médio a pequeno, de forma alongada ou arredondada, casca fina e elevado teor em sumo. Possuem a polpa, o sumo e a casca de cor vermelha, devido a uns pigmentos chamados antocianinas, o que as distingue das outras variedades.
O seu sabor lembra o das framboesas ou cerejas, e esta característica é mais acentuada nas variedades de polpa com uma coloração mais intensa.
As árvores são pequenas, de folhas espessas, claras e com descolorações irregulares. A sua baixa produtividade, o seu pequeno tamanho e o desenvolvimento de variedades de umbigo de melhor qualidade, conduziram à perda da sua importância comercial.
Dentro deste grupo destacam-se as variedades Doble fina, Maltaise Sanguine, Moro, Sanguinelli, Tarocco, Tomango, Washington Sanguina, etc.
Larangeira – A Árvore da Laranja
As laranjas crescem em árvores de porte pequeno e folha perene. A laranjeira é uma árvore muito sensível às baixas temperaturas e requer muita luz e água para a maturação dos frutos.
As suas flores são brancas e muito aromáticas. A laranjeira doce e a laranjeira azeda, são da família das Rutáceas, género Citrus e , respectivamente, da espécie Citrus sinensis e Citrus aurantium.
Em plantações comerciais, as árvores são de porte reduzido e têm um só tronco com três ramificações principais que saem de uma altura entre 50 e 80cm.
As folhas têm o limbo grande, pecíolos alados e espinhos não muito evidentes. No mês de Março no Hemisfério Norte, coincidindo com o aumento das temperaturas, inicia-se a rebentação e a floração.
As flores, também chamadas ‘azahar’, são muito conhecidas pelo seu agradável aroma e encontram-se grupadas, com ou sem folhas. Os lançamentos com folhas e flores provenientes de gomos mistos hibernantes são os que dão melhores frutos.
O fruto da laranjeira é um subtipo de baga denominado hesperídeo, que se forma por crescimento do ovário da flor. O interior do fruto está dividido em aproximadamente dez pequenos lóculos unidos entre si e no seu interior crescem as sementes e os sacos de sumo. O fruto é composto por pericarpo e sementes.
O pericarpo divide-se em três zonas, a mais externa é o epicarpo que possui na epiderme umas câmaras secretórias cheias de óleos essenciais, usados em colónias, aromatizantes, etc.
A camada seguinte é o mesocarpo ou albedo de aspecto esponjoso e cor branca. Por último encontra-se o endocarpo ou polpa, onde se encontram os sacos de sumo e as sementes.
Os sacos de sumo ou vesículas são estruturas alongadas que nascem no endocarpo e se alongam para o interior do fruto até o preencher por completo. Estas vesículas contêm ácidos orgânicos e açúcares que em conjunto com água constituem o sumo.
As células do epicarpo contêm cloroplastos, pelo que os frutos imaturos são verdes.
Durante a maturação perde-se a clorofila e tornam-se visíveis outros pigmentos corados, principalmente os carotenóides que são os responsáveis pela cor alaranjada do fruto. O teor destes pigmentos aumenta ao longo da maturação.
A laranja é uma espécie subtropical e por isso não tolera as geadas e se estas ocorrem produzem-se estragos tanto nas flores e nos frutos, como na vegetação. Abaixo dos 3-5ºC negativos a planta morre.
É uma árvore que necessita de importantes quantidades de água e quando a chuva não é suficiente é necessário regar. Necessita de luz para os processos de floração e frutificação, que se produzem principalmente na parte exterior da copa e faldas da árvore.
A laranjeira é muito sensível ao vento e à salinidade, tendo preferência por solos arenosos ou franco-arenosos, profundos e sem calcário. O processo de propagação das plantas mais utilizado é a enxertia. Os porta-enxertos mais utilizados são:
– Citranjeira Carrizo e Troyer: a Citranjeira Troyer é vigorosa, produtiva e tolerante à tristeza, que é uma doença provocada por vírus. Mais tarde foi introduzida a Citranjeira Carrizo que é mais produtiva e resistente ao calcário e a mais doenças.
– Tangerineira Cleópatra: apenas se utiliza em zonas com elevados níveis de limo ou com problemas de salinidade. As plantações com este porta-enxerto mostram um comportamento regular e imprevisível e em alguns casos as árvores têm um desenvolvimento deficiente nos primeiros anos.
– Citrumeleiro Swingle CPB 4475: possui um bom vigor e produtividade, entrada em produção rápida, com frutos de excelente qualidade com uma maturação um pouco tardia. Apesar destas boas qualidades é muito sensível a solos calcários.
– Laranjeira azeda: um porta-enxerto com boas propriedades agronómicas, resistente ao frio, mas muito sensível à tristeza pelo que a sua utilização foi proibida em alguns países a partir de 1972, excepto para enxertar limoeiro.
– Citrus volkameriana: muito expandido nos últimos anos devido ao vigor e à boa produtividade.
Origem e Produção
A laranjeira é de origem incerta, se bem que certos autores a localizam na China e no Japão. Em Espanha a laranjeira foi difundida pelos árabes.
O Brasil e os Estados Unidos são os dois principais países produtores, dedicando a quase totalidade da produção ao fabrico de sumo. A Espanha é maior exportador de citrinos em fresco.
A origem da laranjeira azeda divide a opinião dos especialistas. Alguns autores afirmam que a laranjeira azeda passou da Líbia à Europa; outros, que os árabes a trouxeram da Índia no século X e a expandiram a todos os países; outros autores referem que em 1150 adornava os jardins de Sicília.
Segundo um outro autor, a laranjeira azeda procede das regiões orientais das Índias. A primeira descrição da laranjeira azeda conhecida é a de Alberto Magno.
A proveniência da laranjeira doce é também pouco clara. Uns dizem que passou da Arábia à Grécia e da Grécia a Itália, a Espanha, a França, a Portugal, etc. Para outros parece claro que a laranjeira doce é oriunda da China meridional, Birmânia e regiões da Índia ao Sul dos Himalaias.
Foram os árabes que difundiram os citrinos em Espanha, propagando-os por jardins, parques e ruas e utilizando as suas flores em muitas celebrações religiosas.
Segundo o Fresh Produce Desk Book de 2001, calcula-se que a produção mundial de laranjas alcançou as 61.879.000 toneladas, e a produção europeia as 5.796.000 toneladas, o que significa que cerca de 9% da produção mundial corresponde à União Europeia.
Desta produção 2.403.000 toneladas correspondem a Espanha, ou seja 41% do total europeu.
Os Estados Unidos eram o líder mundial da produção, mas o Brasil é neste momento o maior produtor. A produção destes dois países representa 42% da produção mundial.
A maioria da colheita de laranjas nestes países, 52% no Brasil e 66% nos Estados Unidos, destina-se a sumo concentrado congelado. Países como a Espanha, Marrocos, Israel, Cuba e África do Sul exportam grande parte das suas colheitas para escoar as suas produções.
A produção dos países mediterrâneos destina-se, em grande parte, a abastecer o comércio em fresco do Hemisfério Norte, mais concretamente da Europa Ocidental.
A produção dos Estados Unidos tem como destino o Canadá e o Extremo Oriente, em particular o Japão e Hong-Kong. O principal exportador do Hemisfério Sul é a África do Sul. A produção mundial de laranjas encontra-se no seguinte quadro:
País | Produção (milhares de toneladas) | % | |
1998 | 1999 | ||
África | 4.846 | 4.740 | 8 |
Ásia | 11.624 | 12.241 | 20 |
Europa | 5.456 | 5.796 | 9 |
América do Norte | 17.194 | 13.246 | 21 |
Oceânia | 455 | 483 | 1 |
América do Sul | 23.563 | 25.373 | 41 |
TOTAL | 63.138 | 61.879 | 100 |
Os principais países produtores, assim como a evolução da sua produção nos últimos anos, podem ser observados no quadro em baixo:
País | Produção (milhares de toneladas) | |||
1989-91 | 1996 | 1997 | 1998 | |
Brasil | 18.061 | 21.865 | 22.961 | 22.987 |
EstadosUnidos | 7.421 | 10.366 | 11.500 | 12.571 |
México | 2.321 | 3.598 | 3.918 | 4.005 |
China | 1.468 | 2.234 | 2.684 | 2.804 |
Espanha | 2.653 | 2.212 | 2.729 | 2.403 |
Índia | 1.940 | 2.000 | 2.000 | 2.000 |
Itália | 1.890 | 1.771 | 1.996 | 1.921 |
Irão | 1.312 | 1.670 | 1.706 | 1.800 |
Egipto | 1.532 | 1.613 | 1.522 | 1.525 |
Marrocos | 965 | 1.032 | 804 | 1.104 |
Como se pode verificar a colheita do Brasil ultrapassa um terço da produção mundial, e em conjunto com a dos Estados Unidos representa mais de metade da produção global.
Nestes países grande parte da produção é destinada à industrialização. No Mediterrâneo as variedades cultivadas destinam-se principalmente ao consumo em fresco. Em Espanha, a principal zona produtora é a de Valência.
No quadro seguinte encontra-se a superfície cultivada de laranjeiras em 1989, expressa em hectares, detalhada para as 8 principais províncias:
Província | Superfície (ha) |
Valência | 63.250 |
Alicante | 17.505 |
Castellón | 13.656 |
Sevilla | 8.475 |
Murcia | 8.091 |
Huelva | 5.908 |
Málaga | 4.847 |
Almeria | 4.197 |
TOTAL (toda a Espanha) | 135.579 |
A produção de laranja na China tem sido tradicionalmente baixa, pois a de tangerina foi sempre preferida. No entanto, devido a uma mudança de política nos anos 60, a produção de laranjeira sofreu um notável aumento até aos 2,8 milhões de toneladas em 1998.
A produção destina-se ao consumo interno. Em relação às exportações, os 10 principais exportadores de laranjas são:
País | Exportações | |
toneladas 1998 | milhares de $ 1998 | |
Espanha | 2.455.558 | 1.396.137 |
Estados Unidos | 663.623 | 388.634 |
Marrocos | 515.886 | 249.561 |
África do Sul | 496.000 | 172.373 |
Grécia | 330.208 | 107.300 |
Egipto | 217.716 | 60.822 |
Holanda | 208.891 | 125.504 |
Turquia | 182.966 | 78.949 |
Israel | 174.000 | 84.049 |
Itália | 172.885 | 81.904 |
Pode-se observar a enorme diferença entre a quantidade exportada por Espanha e a dos restantes principais países exportadores.
A Espanha exporta quase mais 1.800.000 toneladas que o segundo país exportador que é os Estados Unidos e supera o total de toneladas exportadas pelos Estados Unidos, em conjunto com Marrocos, África do Sul, Grécia, Egipto e Holanda.
Mês de colheita e Disponibilidade no mercado
A laranja é um fruto disponível ao longo de todo o ano, embora o seu consumo no Hemisfério Norte seja mais abundante durante os meses invernais.
As laranjas encontram-se nos mercados durante todo o ano, variando o país de origem e as variedades, ainda que a sua colheita se faça nos meses outono-invernais.
Tomando como exemplo o mercado de frutas e hortaliças do Reino Unido, mostra-se no quadro seguinte a disponibilidade de algumas variedades importadas de diferentes países.
Origem e variedade | Meses de disponibilidade no Reino Unido |
ARGENTINA | |
Navel | Junho-Agosto |
Valência Late | Agosto-Outubro |
AUSTRÁLIA | |
Navel | Maio-Agosto |
Valência Late | Outubro-Fevereiro |
BRASIL | |
Benny Valência | Maio-Setembro |
Hamlin | Maio-Setembro |
Navel | Maio-Setembro |
Pera | Maio-Setembro |
Valência | Maio-Setembro |
CHILE | |
Navel | Junho-Setembro |
Thompson | Junho-Setembro |
Valência Late | Novembro-Fevereiro |
Washington | Junho-Setembro |
CUBA | |
Criolla | Novembro-Janeiro |
Valência | Junho |
CHIPRE | |
Navel | Janeiro-Março |
Oval | Dezembro-Março |
Valência Late | Fevereiro-Junho |
EGIPTO | |
Baladi | Outubro-Março |
Navel | Novembro-Abril |
Shamouti | Janeiro-Março |
Valência | Março-Maio |
GRÉCIA | |
Navel | Novembro-Abril |
Navelina | Novembro |
Valência Late | Março-Junho |
ISRAEL | |
:Navel | Dezembro-Janeiro |
Shamouti | Janeiro-Abril |
Valência | Março-Junho |
ITÁLIA | |
Blood | Novembro-Junho |
Moro | Dezembro-Março |
JAMAICA | |
Parson Brown | Setembro-finais Junho |
Valência | Setembro-finais Junho |
MARROCOS | |
Maroc Late | Março-Julho |
Navel | Novembro-Fevereiro |
Salustiana | Janeiro-Março |
Washington Sanquine | Fevereiro-Março |
PERÚ | |
Valência | Julho-Setembro |
Washington Navel | Maio-Agosto |
ÁFRICA DO SUL | |
Delta Sedles | Julho-Novembro |
Late Navel | Agosto-Outubro |
Midknight Seedless | Julho-Novembro |
Navel | Finais Maio-Agosto |
Navelate | Julho-Setembro |
Proteus | Julho-Setembro |
Seville | Finais Setembro-Outubro |
Shamouti | Finais Junho-finais Setembro |
Tomago | Meio Junho-meio Setembro |
Valência Late | Agosto-Dezembro |
Valentine | Meio Julho-meio Agosto |
ESPANHA | |
Blood | – |
Seville bitter | – |
Lane Late | Fevereiro-Março |
Navel | Finais Novembro-Abril |
Navelate | Janeiro-Junho |
Navelina | Outubro-finais Fevereiro |
Salustiana | Janeiro-finais Abril |
Sanguina | Fevereiro-meio Maio |
Valência Late | Maio-Setembro |
Verna | Finais Março-princípios de Julho |
TURQUIA | |
Oval | Dezembro-Março |
Shamouti | Dezembro-Junho |
Valência | Dezembro-Junho |
Washington Navel | Novembro-Março |
ESTADOS UNIDOS | |
Navel | Abril-Maio |
Valência Late | Maio-princípios de Julho |
Embalagens
As laranjas podem-se apresentar em múltiplas embalagens. Geralmente nos supermercados encontram-se em bolsas ou sacos de rede com menos de 3 kg e também em caixas até 15 kg para a livre escolha do consumidor.
São usuais os tabuleiros de poliestireno expandido de 6 unidades. Quando as laranjas não estão pré-embaladas, a loja pode-as receber em embalagens de 7 kg até 20 kg.
Também se podem encontrar as laranjas expostas nos mostradores da fruta em caixas de 2, 2.5, 3, 10 e 15 kg, com os frutos encaixados e ordenados em várias camadas, esteticamente bem distribuídos para a livre escolha do consumidor. Muitas das laranjas destas caixas estão embrulhadas em papel e mostram a etiqueta da marca comercial como forma de publicidade.
Em alguns hipermercados são frequentes as embalagens de 60 e 180 kg, grandes caixas cuja base é um prisma e onde se encontram depositados sacos de rede de 1,5 ou 2 kg.
Em numerosos centros comerciais podem-se encontrar as laranjas sobre tabuleiros de 6 unidades, de poliestireno expandido coberto com filme plástico, com a intenção de economizar espaço na despensa do consumidor.
Também existem bandejas com misturas de laranjas, maçãs e bananas para facilitar a compra ao consumidor, já que estes são os frutos mais comprados.
Regulamentos de comercialização
As laranjas comercializadas devem estar inteiras, sãs, sem podridões ou outras alterações que as tornem impróprias para o consumo. Em função do tipo de defeitos que apresentem as laranjas dividem-se em quatro categorias: Extra, I, II, e III.
As laranjas calibradas comercializam-se em embalagens corretamente marcadas e etiquetadas.
As normas de qualidade para as laranjas encontram-se no Regulamento (CEE) n.º 920/89, da Comissão de 10 de Abril de 1989, onde se estabelecem as normas de qualidade para as cenouras, os citrinos e as maçãs e peras de mesa.
Segundo este Regulamento as laranjas devem-se apresentar inteiras, sãs, sem podridões ou outras alterações que as tornem impróprias para o consumo, isentas de danos ou alterações causados por geadas, limpas, isentas de matéria estranha visível, isentas de humidade exterior anormal e isentas de cheiros e sabores estranhos.
As laranjas devem ser colhidas no seu estado de maturação óptimo, em função da variedade e da zona de produção.
O seu estado de maturação deve ser tal que lhes permita suportar o transporte e chegar ao local de destino em condições satisfatórias. Além disso, o estado de coloração deve ser tal que lhes permita atingir a coloração normal da variedade, quando chegam ao lugar de destino.
Se as laranjas alcançaram o nível de maturação adequado, mas não o de coloração, podem ser ‘desverdecidas’, sempre que não se afectem as características organolépticas e sob controlo das autoridades administrativas de cada país, em função das normas estabelecidas.
As laranjas devem estar isentas de início de dessecação interna devida a geadas e de ferimentos ou contusões cicatrizadas.
Em relação ao teor em sumo, o quadro em baixo mostra qual deve ser o teor mínimo, em percentagem:
Variedade | Teor em sumo (%) |
Thomson Navel e Tarocco | 30 |
Washington Navels | 33 |
Outras variedades | 35 |
A coloração será função da variedade e do período de colheita, e a coloração verde clara dos frutos não deve exceder 1/5 da sua superfície. As laranjas e os citrinos em geral classificam-se em quatro categorias:
Categoria Extra
As laranjas desta categoria devem ser de qualidade superior. A sua forma, aspeto, desenvolvimento e coloração devem apresentar as características da variedade a que pertencem. Devem estar isentos de defeitos, excepto aqueles que não afetam nem a qualidade, nem o aspeto geral.
Categoria I
As laranjas deste grupo devem ser de boa qualidade, apresentando as características típicas da variedade. Admitem-se certos defeitos desde que não afetem a aparência, nem a conservação.
Por exemplo, são admitidos ligeiros defeitos de forma, de coloração, defeitos na epiderme produzidos durante a formação do fruto, defeitos cicatrizados de origem mecânica tais como granizo, fricção, etc.
Categoria II
Esta categoria inclui as laranjas que não podem ser classificadas nas categorias superiores, mas que correspondem às características mínimas do produto.
Admitem-se defeitos de forma, coloração, casca rugosa, alterações epidérmicas superficiais cicatrizadas, separação ligeira e parcial do pericarpo, sempre e quando não afetem significativamente o aspeto geral e a conservação dos frutos.
Categoria III
Incluem-se neste grupo as laranjas que não se podem classificar nas categorias superiores, mas que apresentam as características previstas para a categoria II.
O calibre das laranjas é determinado pelo diâmetro máximo da secção equatorial, e tem como mínimo 53 mm. Quanto à homogeneidade, a apresentação das laranjas deve seguir uma série de critérios.
Cada lote de expedição a granel, ou cada embalagem, deve conter laranjas da mesma origem, variedade, qualidade, calibre e com um mesmo grau de maturação e desenvolvimento.
Para a categoria Extra exige-se a homogeneidade de coloração, enquanto que para a categoria III não se exige homogeneidade do grau de desenvolvimento e maturação.
As laranjas devem-se apresentar alinhadas em camadas regulares, em embalagem fechada ou aberta. Estas prescrições são obrigatórias para a categoria Extra e facultativas para as categorias I, II e III.
Também se podem apresentar não alinhadas em embalagem fechada ou aberta, ou a granel num meio de transporte, unicamente com a exigência do calibre mínimo.
No caso dos frutos que são embrulhados, o papel deve ser fino, seco, novo e inodoro. Os materiais do interior das embalagens devem ser novos, estar limpos e ter sido fabricados com materiais que não provoquem nenhuma alteração às laranjas.
A tinta e a cola usada na impressão ou rotulagem não podem ser tóxicas.
No caso de embalagens a granel, é permitido o aparecimento de pequenos ramos não lenhosos aderentes ao fruto, com algumas folhas verdes.
É proibido o uso de qualquer substância que modifique as características naturais dos citrinos, como o odor e o sabor. Cada embalagem de laranjas deverá ter de forma legível, indelével e visível: o expedidor, a natureza do produto, a origem, as características comerciais e uma marca oficial de controlo.
Criterios de Qualidade
Gestão atmosferica pós colheita
As laranjas que são colhidas com um bom índice de maturação interna mas que ainda mantêm a cor verde, podem ser ‘desverdecidas’ com etileno. A conservação em câmaras frigoríficas, em condições adequadas, ajuda a preservar as características organolépticas do fruto.
Após a colheita as laranjas são transportadas para armazéns hortofrutícolas, onde são submetidas a vários processos. Com a ajuda de cintas transportadoras as laranjas passam através de câmaras ultravioletas onde se detectam as áreas apodrecidas.
Posteriormente ocorre a lavagem em grandes balsas, utilizando cortinas de espuma e água.
Após uma pré-secagem, as laranjas são enceradas (sempre depois de serem desverdecidas), polidas e por último passam em túneis de ar quente onde se realiza a secagem final.
Após estes processos realiza-se a classificação comercial dos frutos por diâmetro e cor, utilizando calibradores mecânicos.
Como a maturação interna e externa do fruto rege-se por processos diferentes, nalgumas variedades de laranjas o índice de maturação óptimo (interno) para a sua comercialização alcança-se antes da mudança de cor (externo).
Nestes casos e com a intenção de antecipar a venda, os frutos são tratados com etileno em câmaras especiais para ficarem corados.
A este processo denomina-se ‘desverdização’, onde a presença de etileno degrada a clorofila da casca e favorece a formação de carotenóides que são os responsáveis pela cor alaranjada.
Com concentrações de etileno abaixo de 1 ppm (partes por milhão) produz-se um efeito apreciável na desverdização, mas não se recomenda ultrapassar os 10 ppm já que favorece o amolecimento do fruto.
Para um correcto processo de desverdização, a temperatura das câmaras deve rondar os 18-24ºC e a humidade relativa deve ser o mais alta possível, para evitar o aparecimento de alterações fisiológicas.
Ao mesmo tempo deve haver a circulação uniforme de ar na câmara, para evitar acumulações de CO2 que provocam o aparecimento de maus sabores no fruto. Um dos problemas chave da conservação das laranjas é a perda de água após a colheita.
As baixas temperaturas e a humidade relativa alta, à volta de 95%, reduzem a transpiração, retardam a senescência e reduzem o desenvolvimento de patogéneos, por isso ajudam a prolongar a vida útil do fruto.
As baixas temperaturas nas câmaras de conservação têm duas limitações: por um lado, a temperatura nunca deve alcançar a temperatura de congelação e, por outro lado, o fruto sofre algumas alterações fisiológicas sob baixas temperaturas.
A temperatura óptima ronda os 3-8ºC. Com a intenção de reduzir a sensibilidade dos frutos ao frio desenvolveram-se várias técnicas que se baseiam na modificação da atmosfera durante a conservação.
Uma dessas técnicas é o uso de atmosferas controladas, que consiste em reduzir a concentração de O2 a 2% e a aumentar o CO2 para 10%. No entanto este sistema não é muito utilizado na prática, devido ao seu elevado custo económico.
Pós colheita
As laranjas devem estar protegidas dos agentes atmosféricos, como chuva, sol, vento, etc., durante o seu transporte até ao local de consumo. Os camiões de transporte devem manter a temperatura do reboque a 0ºC e a humidade relativa à volta de 85-95%.
A carga nunca deve apoiar-se nas paredes, nem no tecto e deve existir um espaço adequado entre as embalagens para uma correcta circulação da corrente refrigerante.
Problemas pós colheita
Existem numerosas alterações que podem afectar o fruto e diversas doenças, pragas ou viroses que atacam a árvore. Entre as alterações sobre o fruto podemos destacar aglomerações, fendas e manchas castanhas. Alterações do fruto:
– Empolamento da casca ou ‘Creasing’
Presença de fendas ou ausência de casca em certas zonas devido a uma falha enzimática durante a formação do fruto.
– Fendilhamento da casca ou ‘Splitting’
Presença de fendas resultantes do crescimento diferencial da casca e da polpa. Se a polpa aumenta de tamanho muito depressa e a casca não pode acompanhar esse ritmo, ocorre a ruptura da casca. Isto acontece quando se rega abundantemente um pomar que atravessou um período de sede.
– Colapso da casca
Alteração muito frequente na variedade Navelate. Consiste no aparecimento de depressões sobre a superfície que evoluem dando manchas castanhas. Produzem-se quando o fruto é submetido a variações bruscas de humidade relativa.
Pragas
– Mosca do Mediterrâneo
É uma das pragas mais importantes. A mosca do Mediterrâneo ou Ceratitis capitata, é um díptero que deposita os ovos no interior do fruto. As larvas vão-se alimentando da polpa , descompondo-a até que a laranja cai da árvore.
Doenças
– Phytophthora
É um fungo que ataca o colo da planta e produz exsudações de goma. Se ataca os vasos condutores da árvore pode bloquear a absorção pelas raízes, provocando uma debilitação que conduz a árvore à morte. Os frutos ficam com um nítido cheiro a álcool.
– Fungos pós-colheita
Existem diversos fungos que aparecem após a colheita, como o Penicillium que provoca um bolor denso e azulado.
O seu melhor controlo consiste em aplicar fungicidas nos armazéns.
Nutricionista Clínica e Estética - CRN-3 nº 37006
A Drª Caroline Vallinhos é graduada em ciências da nutrição pela Universidade de Guarulhos/SP. Possui 7 anos de experiência em Nutrição clínica e estética. Forte atuação em coaching de emagrecimento e qualidade de vida para pessoas em busca de melhoria alimentar e enfermos com necessidade de melhoria de quadro clínico.
Vasta experiência com consultoria para empresas do ramo alimentício, tais como grandes indústrias de alimentos, cozinhas experimentais e mercado de food service.
Com registro no Conselho Regional de Nutricionistas CRN-3 (Brasil) nº 37006
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Telefone: (11) 97670-1909 Atendimento em Guarulhos - SP (Região Jardim Maia)
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