Luxação: o que é, tipos, causas, tratamentos e como prevenir

Revisão Clínica: Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692). Atualizado: 08/09/24

O que é a Luxação? Ao ser objeto da ação de uma força externa, uma ou mais articulações do corpo podem sofrer a chamada luxação, caracterizada pelo movimento de saída (deslocamento) de um dos ossos da região articulatória correspondente.

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Vale lembrar também que, em condições normais, esses ossos ficam conectados via cartilagem. Por isso, a luxação é tida como uma perda de contato de uma parte do sistema ósseo articular. (Clique para Ver a Imagem)

Também é importante ressaltar que essa perda de contato pode ser parcial ou total. No primeiro caso, uma área óssea ainda mantém contato com outra, quadro que leva à denominação subluxação.

Como em algumas situações esse deslocamento tende a estar vinculada a uma fratura óssea, pode haver erro de diagnóstico inicial, já que o problema pode ser confundido com uma mera contusão ou até mesmo com uma entorse. Na verdade, cada um desses quadros equivale a transtornos específicos:

  • Entorse — é causada por excesso de atividade articulatória;
  • Contusão — trata-se de um traumatismo em alguma área corporal;
  • Luxação — para que haja uma luxação, os ossos precisam obrigatoriamente, deslocarem-se de uma das regiões articulatórias do corpo.

Luxação Do Dedo Polegar

Tipos de Luxação

Como já descrito anteriormente, existem dois tipos de luxação: parcial e total. Essas variações também são denominadas luxação completa e incompleta.

Luxação Completa

Como a própria nomenclatura sugere, aqui os ossos que formam a articulação atingida pela luxação ficam completamente separados.

Luxação Incompleta

Também chamada de subluxação, a luxação incompleta é caracterizada pela manutenção de um contato entre os ossos formadores da articulação. No entanto, esse contato é mínimo.

A depender de cada caso, a ponta óssea que se solta pode tanto permanecer na parte interna da região articular quanto na área externa. Na primeira situação, tem-se a chamada luxação intracapsular. Na segunda, temos a luxação extracapsular.

Articulações mais comuns de sofrerem Luxação

Qualquer uma das articulações do corpo está sujeita a sofrer uma luxação. Porém, o problema incide com mais frequência nas articulações das seguintes regiões:

  • Cotovelo;
  • Joelho;
  • Dedos;
  • Ombro;
  • Tornozelo;
  • Quadril;
  • Fêmur.

Apesar de haver poucas estatísticas sobre a proporção exata de incidência da luxação, sabe-se que o problema é mais recorrente nas articulações dos ombros. Nessa área, os índices chegam aos 7% em atletas. Já as demais pessoas respondem por cerca de 1,5% e 2% dos casos.

Quais são os grupos de risco

Evidentemente, a luxação é um transtorno que pode acometer qualquer indivíduo. Contudo, como em qualquer outra condição médica, existem sempre algumas pessoas mais predispostas a sofrerem o problema. Elas dão origem aos seguintes grupos de risco:

  • Praticantes assíduos de atividades físicas (sejam atletas profissionais ou amadores);
  • Bebês;
  • Crianças;
  • Pessoas da terceira idade;
  • Indivíduos que apresentem artrite reumatoide;
  • Indivíduos que tenham anomalias congênitas, como a síndrome de Down.

As causas da Luxação

Existem diversos episódios que podem acarretar o problema. Eis os principais deles:

  • Fratura;
  • Traumas;
  • Relaxamento de músculos ou ligamentos em decorrência de alguma patologia crônica;
  • Tombos;
  • Doenças congênitas.

Seja qual for a origem do deslocamento, ela pode provocar efeitos em outras regiões do organismo. Um exemplo é a ruptura de tendões. Conforme a avaliação do quadro, pode ser necessário um acompanhamento fisioterápico.

Os principais sintomas da Luxação

Por se tratar de um problema bem marcante, o deslocamento ósseo dentro da articulação pode facilmente ser notado. Afinal, esse desencaixe é seguido de uma forte dor na região atingida. Além desse quadro dolorido, vale a pena observar outros sinais:

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  • Dores durante a execução de movimentos da articulação afetada;
  • Sensação de dormência no mesmo local ou adjacências;
  • Redução acentuada da movimentação dos membros dependentes da mesma articulação;
  • Formigamento.

Qual o diagnóstico

Geralmente, a avaliação clínica já é o bastante para que a luxação seja diagnosticada. No entanto, um exame radiológico é necessário para que o médico saiba exatamente qual é a área atingida. O exame de raio-X também é útil para determinar se houve uma fratura óssea simultaneamente ao deslocamento.

Em se tratando de luxações resultantes de patologias congênitas, o diagnóstico deve ser efetuado após o parto. No caso de bebês que nascem com a luxação no quadril, há duas manobras médicas a se considerar:

  • Manobra de Barlow — baseada no deslocamento contínuo do fêmur, essa manobra é extremamente importante para descobrir se há alguma inconsistência nos quadris do bebê;
  • Manobra de Ortlani — por meio de movimentos que estimulam a flexão dos quadris e joelhos, o médico realiza a separação das coxas com o intuito de sentir uma possível anomalia.

Em alguns casos, é comum que essas manobras sejam seguidas de exames de tomografia e ressonância magnética. O objetivo consiste na busca de possíveis danos infligidos aos ligamentos ou massas musculares.

Como é o tratamento para a Luxação

Embora muitas pessoas não costumem dar a devida atenção, a luxação é um problema que precisa, sim, de tratamento médico. Extremamente doloroso, o principal procedimento da terapia consiste na recolocação óssea na cartilagem (de onde o osso nunca deveria ter saído). Devido à dor intensa inerente ao processo, é comum a aplicação de substâncias anestésicas ou analgésicas na área afetada.

Além disso, em alguns casos esse desencaixe do osso pode exigir a realização de uma cirurgia. De uma forma ou de outra, o mais importante é que não haja demora na recolocação do osso na cavidade articulatória. Caso contrário, pode haver prejuízos quanto à irrigação de sangue no local.

Feita a reabilitação do mecanismo articulatório, a área deve ser envolvida por uma faixa, que também ajuda no processo de imobilização local. O cuidado também previne a ocorrência de outras luxações, além de aprimorar as etapas de recuperação tecidual.

No decorrer da convalescência, a qual oscila conforme a gravidade da luxação em questão, a adoção de analgésicos e anti-inflamatórios é comum a fim de amenizar as dores. Entre as substâncias que cumprem essas funções estão o paracetamol, o diclofenaco, o naproxeno e o ibuprofeno.

Uma vez que o mecanismo articulatório esteja realmente reabilitado, o indivíduo deve se submeter a um tratamento complementar, o qual compreende algumas sessões fisioterápicas. A fisioterapia pode ser imprescindível para que os movimentos da articulação possam ser repetidos da mesma forma que antes da luxação.

Remédios caseiros para o tratamento da Luxação

Existem determinados medicamentos fitoterápicos que se mostram bem eficazes no tratamento da luxação. O mesmo se aplica a certos remédios homeopáticos. Porém, tanto em um como no outro caso o real efeito dessas medicações depende do quadro apresentado por cada paciente. Portanto, o uso de tais substâncias sempre deve passar pelo aval médico.

Fitoterapia para Luxação

No caso dos remédios fitoterápicos, recomenda-se a utilização da casca de janaúba, da infusão de mangaba (um tipo de fruto), da aplicação de compressas de arnica (tradicional planta com efeitos medicinais) e de gazes com látex de pinhão-manso.

Homeopatia para Luxação

A contribuição da homeopatia para o tratamento da luxação é bem-vinda com o uso do rhus toxicodendron 6 CH, da arnica Montana 6CH e da ruta graveolens 6CH.

Primeiros socorros para casos de deslocamento

O tratamento é medico, mas você deve conhecer alguns procedimentos de primeiros socorros. Eles podem ser bem úteis, enquanto o indivíduo que sofra a luxação espera pelo atendimento especializado. Pensando nisso, siga essas etapas:

  1. Em primeiro lugar, ligue para o serviço de atendimento médico de urgência;
  2. Certifique-se que a pessoa não realiza nenhum movimento com a articulação atingida pela luxação;
  3. Em todo o período de espera da ambulância, jamais tente reposicionar o osso deslocado no local de origem;
  4. Impeça a pessoa de comer — o procedimento de recolocação óssea tende a exigir aplicação de anestésicos, condição que necessita de jejum.

As complicações da Luxação

O grande problema por trás da reabilitação do movimento articulatório original reside no fato de que esse desencaixe do osso costuma estar ligado à ruptura óssea. Essa é a complicação mais frequente, pois o paciente também pode estar sujeito a sofrer:

  • Outras luxações — consequência da displicência do indivíduo quanto ao tratamento necessário a uma primeira luxação;
  • Osteoporose — decorrente de lesões que alcancem a parte exterior das articulações;
  • Danos nos nervos;
  • Lesões em determinados órgãos devido ao movimento de saída dos ossos;
  • Rigidez das articulações;
  • Problemas no sistema vascular.

Como prevenir da Luxação

Com a adoção de alguns hábitos, é possível diminuir consideravelmente a probabilidade de você vir a ter uma luxação. Confira as medidas de segurança recomendadas:

  • Tenha um kit de primeiros socorros no seu carro ou moto;
  • Quando existirem, utilize o apoio dos corrimões durante o uso de escadas;
  • Antes de praticar qualquer atividade física, esteja devidamente equipamento com os itens de segurança apropriados a cada uma delas — exemplos: joelheiras e cotoveleiras sempre são indicadas para a prática de patins ou skate;
  • Não suba em lugares desprovidos de estabilidades, como determinadas cadeiras ou superfícies similares — prefira o uso de uma escada firme;
  • Priorize o uso de tapetes com função antiderrapante — essencialmente em áreas propícias a acidentes, como banheiros ou áreas de serviço;
  • No caso de crianças ou pessoas mais velhas, certifique-se de oferecer ambientes adequados a elas, deixando-as menos vulneráveis a possíveis acidentes que possam causar uma luxação.

Como você pode notar, o deslocamento de um ou mais ossos é um problema bem comum e que pode acometer qualquer pessoa. Felizmente, existem boas formas de se evitar um transtorno que, conforme o quadro, pode gerar algumas complicações e dores severas. O cuidado mais importante prevalece, ou seja: jamais negligencie um problema de saúde!

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Reinaldo Rodrigues (Enfermeiro - Coren nº 491692)

Enfermeiro - Coren nº 491692

O Reinaldo Rodrigues formou-se em agosto de 2016, pela Universidade Padre Anchieta, em Jundiai. Fez curso de especialização em APH (Atendimento Pré-Hospitalar), pela escola 22Brasil Treinamentos, em Barueri, curso de 200 horas práticas, com foco em acidentes de trânsito.

Trabalha como Cuidador de Idosos há 5 anos, e possui experiência em aspiração de vias aéreas, banho de aspersão, curativos, tratamento e prevenção de Lesão por Pressão, gerenciamento de Equipe de cuidadores com elaboração de escalas. Treinamento e acompanhamento de cuidadores nas casas dos pacientes.

Também pode encontrar o Reinaldo no Linkedin.


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    Última atualização da página em 08/09/24