Maracujá: variedades, planta e seus Benefícios na Saúde

O maracujá é um fruto tropical proveniente de diversas espécies de plantas do género Passiflora. Consome-se pela sua polpa, que é sumarenta, doce e um pouco ácida, com a qual se pode preparar gelados, sorvetes, sumos, etc. É um alimento rico em vitaminas e minerais, fornece fibra e é baixo em calorias.

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O maracujá é um fruto tropical carnudo, obtido de diversas espécies do género Passiflora, como o maracujá púrpura, o maracujá amarelo, a granadilla doce, a badea, a cholupa e a curuba.

O tamanho do fruto varia entre os 4cm do fruto púrpura e os 26cm da badea, e a cor pode ser amarela, laranja, verde, castanha ou vermelha, segundo a espécie e a variedade.

O nome de fruto da paixão ou maracujá deve-se aos missionários jesuítas do século XVI, que viram na sua flor as marcas da paixão de Cristo.

Este fruto consome-se em fresco com uma colher ou em saladas de fruta. Também é utilizado para dar sabor a cocktails e ponches e em sumos, batidos, sorvetes, cremes e gelados. É muito apreciado em confeitaria e pastelaria. A casca do fruto desidratada é usada como suplemento alimentício de animais.

variedade de maracujá tipo roxo da Austrália

É um alimento baixo em calorias e com muita fibra, pelo que é indicado para pessoas que querem emagrecer. Além disso fornece quantidades importantes de vitaminas e minerais.

Benefícios do maracujá para a saúde

Tal como muitos outros frutos o maracujá é uma excelente fonte de fibra, vitaminas e minerais. As vitaminas presentes são a vitamina A, vitamina B1, vitamina B2, vitamina B3 e vitamina C.

As vitaminas são essenciais para o nosso organismo, pois actuam fundamentalmente como coenzimas com função catalítica, tal como acontece com a vitamina B3, que participa na síntese e degradação dos hidratos de carbono, ácidos gordos e aminoácidos.

O maracujá é uma boa fonte de potassio, calcio, fosforo, magnésio, ferro, manganês, selenio e zinco. O selénio toma parte do sistema antioxidante celular, o qual é responsável pela manutenção da estrutura e das funções das membranas celulares.

Atua com a vitamina E, evitando desta maneira os danos provocados pela oxidação dos radicais livres.

Usos como remédio caseiro

Os maracujás possuem efeitos sedativos e relaxantes, estando indicados nos casos de ansiedade ou insónia.

Eles são ricos em flavonoides e alcaloides que têm efeitos positivos no tratamento de disturbios com o sono.

Existem à venda no mercado pastilhas com extractos de maracujá.

Tipos e variedades de maracujá

Com o nome de maracujá conhecem-se diversas espécies de frutos comestíveis do género Passiflora. As espécies diferenciam-se pelo tipo de fruto que dão, existindo frutos com diversos tamanhos, cores e sabores. As espécies mais importantes são o maracujá púrpura, o maracujá amarelo, a granadilla doce, a badea, a cholupa e a curuba.

Sob o termo genérico de maracujá existem numerosas plantas do género Passiflora que dão frutos comestíveis. Entre elas estão as seguintes:

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Maracujá púrpura ou granadilha: pertence à espécie Passiflora edulis edulis. É a mais conhecida na Europa. O fruto tem a forma e tamanho de um ovo arredondado, com um diâmetro entre 4-8cm e um peso de 40g.

A pele é dura e grossa e enruga-se ao amadurecer. A cor varia entre o púrpura escuro e o violeta. A polpa é alaranjada ou esverdeada, com várias sementes comestíveis, é gelatinosa, sumarenta, refrescante e de sabor agridoce.

Um copo de suco de maracujá

Maracujá amarelo: o seu nome científico é Passiflora edulis flavicarpa e é o mais conhecido a nível mundial. O fruto é igual ao da espécie anterior, diferenciando-se pela cor da casca, que neste caso é amarelada, e pelo tamanho, já que esta espécie alcança os 90g.

Granadilla doce (Passiflora ligularis): esta fruto apresenta uma forma oval e mede 11cm, sendo a extremidade pontiaguda. A pele é amarelada ou alaranjada. A polpa tem uma cor pálida ou acinzentada, com um sabor menos ácido.

Badea, parcha ou granadilla real: o seu nome científico é Passiflora quadrangularis. O fruto é largo e alongado, alcançando 26cm de comprimento. A pele é grossa e possui múltiplas protuberâncias. O sabor desta espécie é mais insípido do que o das outras.

Cholupa, chulupa ou gulupa: esta espécie é a Passiflora pinnatistipula. É uma espécie muito semelhante ao maracujá amarelo. A pele é verde-amarelada ou vermelho-acastanhada, e a polpa é amarelada com muitas sementes.

Curuba, tacso ou tumbo serrano (Passiflora mollisima): este fruto é ovado e alongado, e mede cerca de 10cm. A pele é amarela ou vermelha, dependendo a variedade. A polpa é amarela ou alaranjada, com um sabor suave e ligeiramente ácido.

Vinho, ou SICAR, feito a partir do maracujá, numa adega em Israel

A planta do maracujá

O maracujazeiro engloba diferentes espécies do género Passiflora. São plantas trepadoras e perenes, que dão frutos globosos que variam de tamanho e cor, dependendo da espécie.

Os frutos apresentam uma polpa de cor alaranjada ou esverdeada que contém várias sementes negras.

Existem várias espécies de maracujá. Estas plantas pertencem à família das Passifloráceas e são todas do género Passiflora.

A planta é trepadora, perene e tem o caule cilíndrico ou ligeiramente anguloso quando a planta é jovem, liso e de cor verde mais ou menos escura. Apresenta gavinhas, enroladas em forma de espiral, de 20 a 40cm de comprimento.

Planta

As folhas são verdes escuras, alternas, com a bordadura serrilhada e têm 8-16cm de comprimento. Apresentam três lóbulos marcados. As flores são vistosas e aparecem isoladas. Os frutos são bagas globosas ou ovóides de diferentes tamanhos, segundo a espécie.

A cor varia de amarelo a castanho, púrpura ou violeta. No interior do fruto existem numerosos grãos negros rodeados por uma substância amarela, alaranjada ou esverdeada que constitui a polpa.

Origem e produção do maracujá

O maracujá teve origem no Brasil, sendo já conhecido pelos Aztecas. Cultiva-se sobretudo na América do Sul (Brasil, Perú, Equador e Colômbia) e também na Austrália, no Hawai, etc, dependendo a espécie cultivada da zona de produção.

Os maracujás de cor púrpura e amarela são originários do Brasil. Já eram cultivados pelos Aztecas e os indígenas elaboravam refrescos e bebidas com o fruto. Chegou à Europa em 1629 graças aos missionários jesuítas espanhóis.

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Cultivam-se intensamente no Hawai, Austrália, África do Sul, Venezuela, Brasil, Perú, Equador e Colômbia.

A granadilla doce cultiva-se por toda a América do Sul, assim como no Hawai e Quénia. A baldea cultiva-se sobretudo na zona andina da América do Sul e um pouco na Tailândia, Indonésia e Malásia. A cholupa é cultivada na América do Sul. Por último, a curuba é colombiana, da zona andina.

flor Passiflora edulis

A Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) recolhe os dados agrupados de produção e exportação de diferentes frutas tropicais, entre as quais se encontram a carambola, anona, feijoa, goiaba, maracujá, etc.

O principal continente produtor de frutas tropicais é a Ásia, com 83% do total. Também a América do Sul tem alguma produção, enquanto no resto do mundo a produção é escassa.

  Continente  Toneladas  %
  África  406.270  3
  Ásia  12.736.173  83
Europa  25.000  –
  América do Norte  366.390  2
  América do Sul  1.766.650  12
  Oceânia  30.826  –
  Total  15.331.309  100

Frutas tropicais
Fonte: Anuário FAO de produção (2000)

Os principais países produtores são asiáticos: Índia, Filipinas, Indonésia e China. Também aparecem entre os 10 principais produtores alguns países da América do Sul.

  País  Toneladas
  Índia  3.700.000
  Filipinas  3.600.000
  Indonésia  2.000.000
  China  1.675.192
  Colômbia  1.120.000
  Tailândia  704.000
  Paquistão  468.500
  Brasil  335.000
  Bangladesh  267.000
  Perú  253.179

Frutas tropicais
Fonte: Anuário FAO de produção (2000)

O principal país produtor é a Malásia, seguida dos Estados Unidos e Quénia. No quadro seguinte encontram-se os 10 principais países exportadores de frutas tropicais:

  País  Toneladas
  Malásia  52.412
  Estados Unidos  28.269
  Quénia  10.592
  Tailândia  5.542
  Indonésia  4.794
  Egipto  4.081
  Madagáscar  3.642
  Iémen  2.953
  China  2.914
  Austrália  2.897

Frutas tropicais
Fonte: Anuário FAO de Comércio (2000)

Mês de colheita – disponibilidade nos mercados
O maracujá encontra-se disponível nos mercados durante todo o ano. Os principais países produtores, geralmente da América do Sul, África e Ásia, exportam o fruto para o resto do mundo.

O maracujá encontra-se à venda todo o ano, embora a melhor temporada vá de Maio a Setembro. No quadro seguinte encontram-se os países fornecedores do mercado do Reino Unido, os meses da disponibilidade deste produto e o peso das embalagens.

  País de origem  Disponibilidade  Peso das embalagens
  Austrália  Maio-Junho  10kg
  Brasil  Janeiro-Julho  4kg
  Colômbia  Todo o ano  2kg (48 unidades)
  Costa Rica  Segundo as necessidades do mercado  Vários
  Índia  Maio-Novembro  Vários
  Quénia  Todo o ano  2/6kg
  Nova Zelândia  Fevereiro-Abril  2,25kg (25-42 peças)
  Nigéria  Todo o ano  2kg
  Filipinas  Segundo as necessidades do mercado  7kg
  África do Sul  Julho-Agosto  2kg
  Uganda  Outubro-Maio  Vários
  Estados Unidos  Março-Julho  2kg
  Zâmbia  Todo o ano  2kg
  Zimbabwe  Todo o ano  2kg

Fonte: Fresh Produz Desk Book (1998)

Normas de qualidade europeias
Não existe uma norma de qualidade europeia específica para o maracujá, no entanto pode-se aplicar a norma genérica que é o Regulamento (CE) nº 2200/96 do Conselho de 28 de Outubro de 1996, pelo qual se estabeleceu a organização comum de mercado no sector das frutas e hortaliças.
Diário Oficial n° L 297 de 21/11/1996 P. 0001 – 0028
( http://europa.eu.int/eur-lex/é/lif/dat/1996/é_396R2200.html )

A norma de qualidade para frutas e hortaliças do Ministério de Agricultura espanhol indica que os frutos devem-se apresentar sãos, inteiros, frescos e sem cheiros ou sabores estranhos.

Classificam-se em três categorias, Extra, I e II, segundo a sua qualidade. Na embalagem deve constar a origem, variedade, calibre e categoria do produto.

O maracujá não tem uma norma específica para a qualidade. No entanto o Ministério de Agricultura espanhol dispõe de uma norma geral de qualidade para frutas e hortaliças.

Segundo esta norma, o maracujá deve apresentar-se inteiro, com aspecto fresco, são e limpo. O grau de desenvolvimento deve ser suficiente para a sua comercialização, e não deve ter humidade exterior anormal nem cheiros ou sabores estranhos. Não são permitidas feridas sem cicatrizar.

Os maracujás classificam-se em três categorias, segundo a sua qualidade.

Categoria Extra: estes frutos são de qualidade superior. Devem estar isentos de defeitos, embora possam ter ligeiras alterações superficiais.

Categoria I: estes frutos podem apresentar ligeiros defeitos desde que não afectem a qualidade, a conservação, nem o aspecto do fruto.

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Categoria II: estes produtos são os de pior qualidade, podendo apresentar defeitos de forma, desenvolvimento e coloração.

Diferença de tamanho do maracuja amarelo e roxo

Em relação às tolerâncias, admite-se que uma percentagem dos frutos de uma embalagem não cumpra os requisitos exigidos para a sua categoria.

No caso da categoria Extra este valor é de 5%, enquanto que nas outras duas é de 10%. No caso de frutos já calibrados, permite-se que 10% dos frutos não pertençam ao calibre indicado, sempre que se possam incluir no calibre imediatamente inferior ou superior.

Em cada embalagem ou lote o conteúdo deve ser homogéneo, com produtos da mesma origem, variedade, qualidade e calibre. A embalagem deve proteger convenientemente os frutos.

Os materiais usados devem ser limpos, novos e não devem alterar o produto. Deve estar indicado claramente no exterior o embalador, a variedade, o país de origem, o calibre e a categoria.

Esta norma é de 14 de Janeiro de 1981 e aparece no B.O.E. de 20/1/1981. Pode-se consultar na Internet em ( http://www.boe.es )

Criterios de qualidade

Gestão atmosferica pós colheita

Os maracujás devem-se conservar a temperaturas entre 7 e 10ºC quando não estão totalmente maduros, caso contrário a temperatura requerida é de 5-7ºC. A humidade relativa deve ser alta. Se os frutos são envolvidos em plástico perfurado a conservação é melhorada.

Estes frutos devem-se conservar a temperaturas entre 7ºC e 10ºC se estão parcialmente maduros, e entre 5ºC e 7ºC se estão totalmente maduros. Neste caso conservam-se no máximo uma semana. A humidade relativa deve ser de 90-95%.

A maturação pode ser acelerada se os frutos são expostos a uma atmosfera com 100ppm de etileno, durante 1-2 dias. Uma vez alcançada a maturação a aplicação de etileno é desnecessária já que os frutos produzem altas concentrações de etileno.

Flor da Paixão (Passiflora edulis)

A conservação pode ser melhorada se os frutos são envolvidos em películas plásticas perfuradas, o que reduz a perda de água.

Problemas pós colheita

Alguns problemas que ocorrem durante o armazenamento dos frutos são os danos causados pelo frio e o ataque dos fungos Alternaria passiflorae, Phytophthora nicotianae e Septoria passiflorae.

Durante o armazenamento podem ocorrer danos causados pelo frio, se os frutos forem colocados a temperaturas abaixo de 5ºC. Este problema causa acastanhamento interno e da pele, fendas, problemas de maturação e perda de sabor.

Entre as doenças que podem aparecer neste período contam-se as seguintes:

Alternaria passiflorae: este fungo causa manchas castanhas circulares nos frutos maduros. A incidência desta doença aumenta nos períodos quentes e húmidos.

Phytophthora nicotianae é um fungo que produz zonas verde escuras e aquosas no fruto.

Septoria passiflorae infecta os frutos que estão na planta e impede a sua maturação.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Caroline Vallinhos (Nutricionista Clínica e Estética - CRN-3 nº 37006)

Nutricionista Clínica e Estética - CRN-3 nº 37006

A Drª Caroline Vallinhos é graduada em ciências da nutrição pela Universidade de Guarulhos/SP. Possui 7 anos de experiência em Nutrição clínica e estética. Forte atuação em coaching de emagrecimento e qualidade de vida para pessoas em busca de melhoria alimentar e enfermos com necessidade de melhoria de quadro clínico.

Vasta experiência com consultoria para empresas do ramo alimentício, tais como grandes indústrias de alimentos, cozinhas experimentais e mercado de food service.

Com registro no Conselho Regional de Nutricionistas CRN-3 (Brasil) nº 37006

Também pode encontrar a Drª Caroline Vallinhos no Linkedin, Facebook: e Instagram.

Telefone: (11) 97670-1909 Atendimento em Guarulhos - SP (Região Jardim Maia)

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    Última atualização da página em 09/09/24