O que é? A maioria das doenças possui alguma nomenclatura popular. É o que acontece com as tradicionais “dores de cabeça”. O termo técnico para elas é cefaleia ou cefalgia.
Existem inúmeras causas de cefaleias, como algumas infecções. Em algumas situações, o problema decorre de um quadro mais complexo, culminando na temida enxaqueca.
As cefaleias consideradas agudas (enxaquecas) são classificadas como primárias. Já as secundárias abrangem todo o grupo de dores de cabeça ligado à presença de alguma doença.
Seja como for, as cefaleias são tão comuns que cerca de 90% de todas as pessoas do mundo já foram acometidas por algum tipo de dor de cabeça ou ainda o serão em algum momento da vida. Por ter múltipla origem, um caso de cefaleia exige uma análise cuidadosa por parte do médico.
Qual profissional devo procurar? Qual o diagnóstico?
De nome bem incomum e desconhecido pela maioria da população, a cefaliatria é a especialidade médica que trata os quadros de cefaleia. Os médicos que estudam essa especialidade são neurologistas.
Na hora de efetuar o diagnóstico, o cefaliatra deve considerar uma avaliação fisiopatológica das dores de cabeça. Para isso, é realizada uma entrevista, tendo em vista a observação do histórico clínico do paciente. Como complementos do diagnóstico, são efetuados exames neurológicos e físicos.
Conforme o caso (geralmente, envolve as cefaleias secundárias), pode ser necessária a realização de um conjunto de exames mais específicos, como:
- Biópsia da artéria que passa pela têmpora;
- Eletroencefalograma;
- Tomografia computadorizada;
- Raios-x da coluna vertebral;
- Ressonância magnética;
- Análise laboratorial de amostras sanguíneas e de liquor.
Como identificar? Quais são os sintomas?
As cefaleias podem ser repentinas, com a possibilidade de serem agudas ou crônicas. Os fatores que podem levar à cefaleia são variados, como o consumo exagerado de bebidas alcoólicas.
Outros tipos de bebidas, como café e vinho, e certas variedades alimentícias, como alguns queijos, também podem culminar em uma dor de cabeça. Nesses casos, o que se tem é um quadro de enxaqueca.
Além disso, existem algumas dores de cabeça que são antecedidas por sintomas específicos. Um deles é o aparecimento de pontos brilhantes no campo visual, quadro denominado aura visual. Essas luzes também ser os chamados escotomas cintilantes. Outros sinais que podem antecipar uma dor de cabeça lancinante são:
- Nervosismo exacerbado, causado por uma situação muito estressante;
- Perda de apetite — não raro, a escassez nutricional também provoca cefaleias;
- Perda da força física (astenia);
- Quadros depressivos.
Com relação às variações dos tipos de dor, elas podem:
- Ocorrer em salvas — essas cefaleias são caracterizadas pela concentração da dor em somente uma das laterais da cabeça, sendo constantemente acompanhadas de lacrimejamento e inflamação das vias nasais;
- Ser de intensidade agonizante;
- Causar ardência;
- Ser latejantes;
- Causar uma sensação pulsátil;
- Causar uma sensação de compressão;
Quanto à região, as dores podem se manifestar apenas em uma das partes da cabeça, nas duas laterais, ou ainda compreender toda a área craniana (cefaleia holocraniana). Mais especificamente, em alguns casos a cefaleia surge nas regiões occipital, frontal ou atrás dos olhos. Há ainda a cefaleia que se irradia de acordo com a disposição do nervo trigêmeo — um par de nervos cranianos.
Além da congestão nasal e do lacrimejamento dos olhos, a cefaleia também pode estar ligada a uma congestão sanguínea na região dos olhos.
Outras possíveis causas são uma hipersensibilidade sonora e à iluminação. Pelo lado sistêmico, a cefaleia tende a se associar a sensações de desconforto generalizadas, exaustão física, emagrecimento e quadros de febre.
Quais os tipos de Cefaleia e suas causas?
Conforme comentado anteriormente, existem diversas vertentes de cefaleia. Para simplificar, elas são separadas em dois conjuntos, os quais serão abordados a seguir.
Cefaleia primária
As cefaleias primárias são crônicas e costumam apontar para alguma enxaqueca. Nesse tipo de dor de cabeça, as dores também tendem a ocorrer em salvas ou possuírem um aspecto tensional.
Cefaleia secundária
A série de doenças que podem gerar uma cefaleia secundária é vasta. Nessa lista, pode-se destacar os tumores e aneurismas cerebrais, além da clássica sinusite. Assim como acontece com inúmeros outros casos associados a doenças, a cefaleia some a partir do momento em que a causa (patológica) é eliminada.
Em relação ao desenvolvimento das doenças em si, os fatores são múltiplos, como os aspectos ambientais e as próprias modificações internas de cada organismo afetado.
Confira uma lista mais estendida com as possíveis origens de uma cefaleia secundária:
- Traumatismos cranianos ou que incidam na coluna cervical (pescoço);
- Patologias que provocam alterações na pressão intracraniana;
- Isquemias, trombose, arterite e aneurismas relacionados a veias e artérias que cruzam o cérebro;
- Anomalias nas estruturas que constituem as áreas nasal, ocular, facial seios faciais) dentária (área da atm) e cervical;
- Meningite bacteriana;
- Abscessos — na área cerebral ou em qualquer outra região corporal, levando a quadros de otite ou mastoidite;
- Meningite crônica;
- Consumo exagerado de medicamentos com função analgésica;
- Desbalanceamento das concentrações hormonais;
- Desequilíbrio da concentração de oxigênio;
- Alterações na pressão arterial.
As dores de cabeça repentinas e agudas podem ser consequência de uma doença presente no interior do crânio — pode ser uma encefalite, um problema vascular, ou uma hemorragia, por exemplo. As cefaleias também resultam de punções lombares, necessárias para se diagnosticar problemas neurológicos.
A realização de certos movimentos fisiológicos (como aqueles característicos das atividades físicas de alta intensidade e do ato sexual) pode amplificar a pressão dentro do abdômen, o que pode repercutir na região interna do crânio.
Há as cefaleias classificadas como subagudas. Nessa condição, a enfermidade resulta de processos inflamatórios que atingem o tecido conjuntivo (a arterite de células gigantes é um bom exemplo).
Outras causas são os tumores e possíveis metástases, o excesso de sangue na cavidade entre a massa cerebral e o osso craniano, uma anomalia no trigêmeo (nervo encarregado de transmitir a sensibilidade da região facial para o cérebro), e um profundo problema de pressão alta.
Os tipos de Cefaleias
Enxaqueca
É muito comum que dores intensas de cabeça sejam confundidas com enxaquecas. Na verdade, esse tipo de cefaleia é caracterizado por uma dor de cabeça pulsátil. A dor pode tanto ser unilateral como bilateral. As enxaquecas também são acompanhadas de uma alta suscetibilidade sonora ou óptica. Algumas pessoas também sentem fortes náuseas — podem ou não serem seguidas de vômitos.
Um ponto curioso se refere à durabilidade de uma crise de enxaqueca. As dores podem persistir por até 72 horas. Nas crianças, esse período tende a ser inferior. Outra curiosidade diz respeito às reais causas do distúrbio.
A única coisa que se sabe é a relação da enxaqueca com algumas modificações que acometem o cérebro. Some-se a isso o fato de a doença ser repassada a outras gerações pela via genética.
Em termos estatísticos, a enxaqueca um número consideravelmente superior de mulheres. Entre elas, o índice de incidência fica entre 5 e 25%. Entre os homens, a porcentagem não ultrapassa os 10%, aproximadamente.
Apesar de a taxa de pessoas com enxaqueca cair depois dos 50 anos de idade (incluindo as mulheres), essa cefaleia se mostra bem presente na faixa que vai dos 25 aos 45 anos de idade.
Enquanto isso, nas crianças o problema costuma surgir no período que antecede a puberdade. De uma forma geral (abrangendo meninos e meninas), o índice de incidência fica entre 3 e 10%. Depois da puberdade, as meninas passam a ser um alvo bem mais frequente.
Para ser crônica, a enxaqueca precisa se manifestar por 15 ou mais dias no decorrer de um mês e perdurar por mais de 90 dias. Do total, pelo menos 8 dias devem apresentar uma crise bem característica da enxaqueca — desde que não haja excesso quanto ao consumo de algum remédio.
De uma forma resumida, esses são os principais fatores que podem desencadear uma crise de enxaqueca:
- Consumo desregulado de remédios;
- Excesso de episódios estressantes;
- Alta sensibilidade a ruídos, à luminosidade e a perfumes;
- Falta de nutrientes suficientes no organismo;
- Atividade física intensa;
- Sono irregular;
- Alterações súbitas de temperaturas.
Algumas mulheres sofrem de enxaqueca durante o período menstrual. É possível que essa enxaqueca menstrual desapareça somente depois da menopausa. Quanto aos sintomas, a enxaqueca pode gerar bocejos, dificuldade de concentração, excesso de irritabilidade, tonturas, problemas na hora de se expressar e fadiga. Saiba mais sobre os tipos de cefaleia aqui.
Cefaleia em salvas
Embora seja uma dor de cabeça bem insólita, a cefaleia em salvas é frequentemente confundida com a enxaqueca. O fato é que a primeira produz muito mais acentuada, se comparada com a segunda.
Para ter uma ideia mais clara quanto às diferenças entre elas, acompanhe os principais aspectos que caracterizam a cefaleia em salvas:
- As crises não são seguidas de fortes náuseas;
- Não há uma hipersensibilidade à luz ou ao som;
- Impossibilidade de amenizar a dor;
- O indivíduo tende a apresentar surtos, levando-o a derrubar móveis e a atirar objetos contra a parede e o chão — reflexo de uma atitude de puro desespero;
- Tendência ao isolamento devido às consequências físicas causadas pelas crises.
Durante as crises de cefaleia em salvas, o quadro é o seguinte — somente no lado do corpo acometido pelas dores:
- Coriza acompanhada de congestão nasal;
- Transpiração excessiva;
- Inchaço e deformação da fisionomia;
- Olhos avermelhados, inchados, ligeiramente fechados e lacrimejantes;
- Dores bem acentuadas, ao ponto de deixar a pessoa desnorteada — em algumas situações, as dores podem se manifestar em ambos os lados da cabeça.
Outra diferença entre a cefaleia em salvas e a enxaqueca é a duração das crises. Enquanto o período de uma crise de enxaqueca pode ir de 4 horas a 3 dias, o da cefaleia em salvas persiste por no mínimo 30 minutos, e no máximo 2 horas.
No entanto, uma crise de cefaleia em salvas de 40 minutos equivale a, aproximadamente, 3 dias de uma profunda crise de enxaqueca.
Além disso, vale salientar que o mesmo indivíduo pode ser acometido por até 5 crises de cefaleia em salvas em um intervalo de 24 horas. Portanto, não há comparação quanto à gravidade deste tipo de dor de cabeça — bem mais preocupante do que uma enxaqueca, por pior que essa seja.
Por ser um episódio extremamente marcante, as pessoas que sofrem de cefaleia em salvas também conseguem apontar o momento exato do dia em que ele aconteceu. Por sinal, uma dessas crises tende a ocorrer cerca de 2 horas após a pessoa adormecer.
Para complicar ainda mais a situação, é comum que, uma vez dissipada uma dessas crises, a cabeça se mantenha dolorida até se iniciar a crise seguinte.
Ao longo de um intervalo que pode se estender de poucas semanas a meses, as crises mantêm uma propensão diária. Em um dia qualquer, as dores de cabeça lancinantes desaparecem sem deixar vestígios. Todo esse intervalo é denominado episódio de salvas e, geralmente, manifesta-se no mesmo período do ano — considerando a mesma pessoa.
Então, se uma pessoa é atacada pelas crises em abril, ela tem grandes chances de ter o mesmo problema no mesmo mês do ano seguinte. E ainda existe o risco de haver outros episódios de salvas em outros meses. Seja como for, a tendência é que haja um ciclo de crises nos próximos anos.
Também existem, é verdade, os casos de pessoas que possuem crises em épocas irregulares. Porém, elas formam uma minoria. Essas exceções complicam a situação, pois elas dificultam a previsão das crises, que podem ocorrer quando menos se espera, nos momentos mais inoportunos.
Vale ainda acrescentar que, no decurso de um episódio de salvas, o indivíduo não deve, sob hipótese alguma, consumir uma gota sequer de álcool. Essa precaução precisa ser adotada para evitar cefaleias extras e generalizadas. Contanto que não esteja nessa espécie de fase de crises, o indivíduo está liberado para consumir bebidas alcoólicas sem levar sustos.
Por fim, também vale dizer que a cefaleia em salvas é bem mais frequente nas mulheres.
Cefaleia tensional
Já a enxaqueca é uma dor de cabeça diretamente associada ao aumento da tensão das massas musculares presentes nas regiões do couro cabeludo, ombros, rosto e coluna cervical.
Extremamente comum, a cefaleia tensional não chega a debilitar a vítima. Isso faz com que as pessoas afetadas não busquem auxílio médico com a mesma urgência de quem tem uma enxaqueca, por exemplo.
De qualquer forma, a cefaleia tensional não é ocasionada por um fator específico. Uma mera contração muscular involuntária na porção posterior da coluna cervical, por exemplo, basta para que essa dor de cabeça surja. Dentre as possíveis causas estão:
- Ansiedade em excesso;
- Má postura corporal;
- Cansaço físico;
- Falta de um sono reconfortante;
- Prática exagerada de atividades físicas;
- Intenso estresse emocional;
- Estafa mental;
- Depressão;
- Escassez nutricional no organismo.
Na maioria dos casos, as cefaleias tensionais são ocasionadas por um episódio estressante externo. Tanto o estresse acumulado ou apenas um evento estressante podem provocar esse tipo de dor de cabeça.
Evidentemente, pessoas que vivenciam cotidianos dominados por situações repletas de estresse se tornam mais propensas a desenvolverem essa variante de cefaleia.
Entre os aspectos correlacionados à cefaleia tensional estão:
- Resfriado corporal;
- Gripe;
- Excesso de cigarro;
- Fadiga visual;
- Cansaço;
- Congestão das vias nasais;
- Sinusite;
- Bruxismo — ou outras complicações odontológicas;
- Abstinência de bebidas alcoólicas ou com cafeína;
- Consumo excessivo de bebidas alcoólicas e com cafeína.
Caso seja apenas episódica, a cefaleia tensional tende a se manifestar em menos da metade dos dias do mês. Por outro lado, crises superiores a 15 dias a transformam em uma cefaleia crônica.
A profundidade da dor da cefaleia tensional crônica oscila no decorrer do dia. De todo modo, essa dor é persistente. Vale lembrar que a vertente aguda pode se modificar para o tipo crônico.
A Cefaleia tem cura? Qual é o tratamento?
A terapia a ser adotada varia conforme o diagnóstico, que por sua vez identificará os fatores ligados à cefaleia em questão. A cura também dependerá desses mesmos fatores.
Em se tratando de um tratamento medicamentoso, são consideradas as seguintes opções:
- Substâncias anticonvulsivas — divalproato de sódio, fenitoína, topiramato, gabapentina e pregabalina;
- Compostos analgésicos comuns — ibuprofeno, dipirona e paracetamol;
- Drogas que relaxam os músculos — paracetamol com carisoprodol, diclofenaco sódico e cafeína;
- Medicamentos específicos para tratar enxaqueca — paracetamol com cafeína, cloridrato de metoclopramida e mesilato de di-hidroergotamina.
Essas substâncias são as mais usadas, mas é bom lembrar que há uma ampla diversidade de fármacos disponíveis no mercado para as mais variadas cefaleias. Isso não deve servir, todavia, como qualquer incentivo à automedicação.
O mais recomendável, como em qualquer outra situação similar, é se consultar com um médico. É ele quem deve indicar a medicação ideal para cada tipo de organismo e de cefaleia — principalmente em se tratando de mulheres grávidas, que devem ser extremamente cautelosas antes de ingerir qualquer medicamento.
Além disso, existem outros casos igualmente delicados. Um bom exemplo são as hemorragias que podem ocorrer no interior do crânio, exigindo uma internação do paciente e intervenção cirúrgica. Os quadros que envolvam encefalites também podem necessitar de cirurgia.
Como alternativa aos tratamentos medicamentosos convencionais, os chás, produzidos a partir de algumas ervas e raízes, mostram-se como excelentes terapias caseiras, pois ajudam a amenizar as dores. Contudo, não se deve ingerir os chás sem o aval de um médico.
Algumas das ervas e raízes indicadas são:
- Dente-de-leão;
- Cavalinha;
- Alfazema;
- Gengibre;
- Chapéu-de-couro.
Tratamentos naturais
Durma Adequadamente
A privação do sono pode ser prejudicial à sua saúde de várias maneiras, podendo causar dores de cabeça em algumas pessoas.
Um estudo comparou a frequência e gravidade da dor de cabeça em indivíduos que dormiram menos de seis horas por noite e indivíduos que dormiram mais. Constatou-se que os que dormiam menos tinham dores de cabeça mais frequentes e severas ( 11 ).
No entanto, dormir muito também mostrou desencadear o sintoma ( 12 ).
Para o máximo de benefícios, encontre o “ponto ideal” – entre sete a nove horas de sono por noite ( 13 ).
Evite alimentos ricos em histamina
A histamina é uma substância química encontrada naturalmente no corpo que desempenha um papel nos sistemas imunológico, digestivo e nervoso ( 14 ).
Também é encontrada em alguns alimentos como queijos envelhecidos, alimentos fermentados, cerveja, vinho, peixe defumado e carnes curadas.
Alguns estudos sugerem que consumir histamina pode causar enxaquecas em pessoas sensíveis à substância.
Alguns indivíduos não são capazes de excretar a histamina adequadamente devido a um desequilíbrio das enzimas responsáveis pela sua quebra ( 15 ).
Reduzir a ingestão de alimentos ricos em histamina pode ser uma estratégia útil em pessoas com dores de cabeça frequentes ( 16 ).
Use Óleos Essenciais
Os óleos essenciais são líquidos altamente concentrados que contêm compostos aromáticos de uma variedade de plantas.
Eles têm muitos benefícios terapêuticos e são mais frequentemente usados topicamente, embora alguns possam ser ingeridos.
Os óleos essenciais de hortelã e lavanda são especialmente úteis no alivio da dor de cabeça.
Um estudo mostrou que a aplicação de óleo essencial de hortelã-pimenta nas têmporas ajuda a reduzir os sintomas de dores de cabeça tensionais ( 17 ).
Enquanto isso, o óleo de lavanda é igualmente eficaz quando aplicado no lábio superior e inalado ( 18 ).
Consuma Vitaminas do Complexo B
As vitaminas do complexo B são um grupo de micronutrientes solúveis em água que desempenham muitos papéis importantes no organismo. Elas contribuem para a síntese dos neurotransmissores e ajudam a transformar alimentos em energia ( 19 ).
Algumas vitaminas do complexo B mostram ter um efeito protetor contra as dores de cabeça.
Vários estudos mostram que os suplementos vitamínicos do complexo B: riboflavina (B2), ácido fólico, vitamina B12 e a piridoxina (B6), ajudam a reduzir os sintomas da dor de cabeça ( 20 , 21 , 22 ).
Os suplementos vitamínicos do complexo B contêm todas as oito vitaminas B e são uma maneira segura e econômica de tratar naturalmente os sintomas de cefaleia.
Elas são consideradas seguras para uso regular, uma vez que são solúveis em água – e qualquer excesso é eliminado pela urina ( 23 ).
Acalme a dor com uma compressa fria
O uso de compressas frias ajuda a reduzir os sintomas de dor.
A aplicação de compressas frias ou congeladas (no pescoço ou região da cabeça) diminui a inflamação, retarda a condução nervosa e contrai os vasos sanguíneos, o que ajuda a reduzir a dor de cabeça ( 24 ).
Um estudo realizado em 28 mulheres mostrou que a aplicação de compressas de gel frio na cabeça reduziu significativamente a dor provocada pela enxaqueca ( 25 ).
Para fazer a compressa, encha uma bolsa à prova d’água com gelo e envolva-a em uma toalha macia. Aplique a compressa na parte de trás do pescoço, cabeça ou têmporas – para aliviar a dor.
Considere tomar coenzima Q10
A coenzima Q10 (CoQ10) é uma substância produzida naturalmente pelo organismo que ajuda a transformar alimentos em energia, para além de funcionar como um poderoso antioxidante ( 26 ).
Alguns estudos demonstraram que tomar suplementos de CoQ10 pode ser uma maneira eficaz e natural de tratar a a dor. O estudo mostrou que tomar 100 mg de suplementos de CoQ10 por dia reduz a frequência, gravidade e duração da enxaqueca ( 27 ).
Faça uma dieta de eliminação
Vários estudos indicam que as intolerâncias alimentares também podem desencadear dores de cabeça em algumas pessoas.
Para descobrir o alimento que está causando o problema, pode tentar a dieta de eliminação, removendo os alimentos mais relacionados aos sintomas da dor de cabeça.
Queijos envelhecidos, álcool, chocolate, frutas cítricas e café estão entre os alimentos normalmente relacionados com a enxaqueca ( 29 ).
Beba chá ou café com cafeína
Ingerir bebidas que contenham cafeína, como o chá ou café, pode proporcionar também alguns alívio.
A cafeína melhora o humor, aumenta o estado de alerta e contrai os vasos sanguíneos, os quais podem ter um efeito positivo sobre os sintomas da dor de cabeça ( 31 ).
A cafeína ajuda também a aumentar a eficácia dos medicamentos normalmente usados no tratamento de cefaleias, como o ibuprofeno e o acetaminofeno ( 32 ).
No entanto, a abstinência de cafeína também pode causar dores de cabeça se a pessoa consumir regularmente grandes quantidades de cafeína e parar repentinamente.
Portanto – pessoas que tenham dores de cabeça frequentes devem ter em mente a sua ingestão de cafeína ( 33 ).
Beneficie da acupuntura
A acupuntura é uma técnica usada na medicina tradicional chinesa que envolve a inserção de agulhas finas na pele, para estimular pontos específicos do corpo ( 34 ).
Em vários estudos esta prática está associada a uma redução nos sintomas de dor de cabeça.
Uma revisão incluindo mais de 4.400 pessoas, descobriu que a acupuntura é tão eficaz quanto os medicamentos usados para tratar a enxaqueca ( 35 ).
Outro estudo mostra também que a acupuntura é também mais eficaz e mais segura que o topiramato, uma droga anticonvulsivante usada no tratamento de enxaquecas crônicas ( 36 ).
Para quem procura uma forma natural de tratar dores de cabeça crônicas, a acupuntura pode ser uma escolha interessante.
Evite Cheiros Fortes
Os odores fortes, como os de perfumes e produtos de limpeza, podem fazer com que algumas pessoas desenvolvam os sintomas.
Um estudo que envolveu 400 pessoas que experimentaram enxaqueca ou cefaléia tensional descobriu que os odores fortes, especialmente vindos de perfumes, muitas vezes desencadeam dores de cabeça ( 40 ).
Esta hipersensibilidade aos odores, denominada de osmofobia é um evento comum em indivíduos com enxaqueca crônica ( 41 ).
Se você acha que pode ser sensível a alguns odores, evitar perfumes, fumaça de cigarro e alimentos fortemente perfumados pode ajudar a diminuir sua chance de ter uma enxaqueca ( 42 ).
Tente algumas plantas medicinais
Algumas ervas medicinais, incluindo a matricária (Tanacetum parthenium), e o butterbur (Petasites hybridus) podem reduzir os sintomas da dor de cabeça.
A matricária é uma planta com propriedades anti-inflamatórias.
Alguns estudos sugerem que a ingestão de suplementos de matricária em doses de 50 a 150 mg por dia podem ajudar a reduzir a frequência das cefaleias. No entanto, outros estudos não encontraram qualquer benefício ( 43 ).
A raiz do Butterbur (petasites), um arbusto perene nativo da Alemanha, tal como a matricária, oferece efeitos anti-inflamatórios.
Vários estudos mostraram que tomar extrato de butterbur em doses de 50 a 150 mg reduz os sintomas de dor de cabeça em adultos e crianças ( 44 ).
A matricária é geralmente considerada uma planta segura se tomada nas quantidades recomendadas. Neste aspecto, o butterbur deve ser tratado com cautela, pois as formas não purificadas da raiz podem causar danos no fígado ( 45 , 46 ).
Beba chá de gengibre
A raiz de gengibre contém muitos compostos benéficos, incluindo antioxidantes e substâncias anti-inflamatórias ( 48 ).
Um estudo realizado em 100 pessoas com enxaqueca crônica descobriu que 250 mg de gengibre em pó são tão eficazes quanto o fármaco sumatriptano usado no tratamento da dor de cabeça e na redução da enxaqueca ( 49 ).
Além disso, o gengibre ajuda a reduzir a náusea e o vômito, sintomas comuns associados a dores de cabeça fortes ( 50 ).
Pode tomar o gengibre em pó em forma de cápsula ou fazer um chá com a raiz de gengibre fresco.
O exercício é importante
Uma das maneiras mais simples de reduzir a frequência e a gravidade da dor é envolver-se em atividades físicas.
Um estudo realizado em 91 pessoas verificou que 40 minutos de ciclismo indoor três vezes por semana é mais eficaz do que algumas técnicas de relaxamento ( 51 ).
Outro estudo, incluindo mais de 92.000 pessoas, mostra que os baixos níveis de atividade física estam claramente associados a um aumento do risco de dores de cabeça ( 52 ).
Existem muitas formas de aumentar o nível de atividade fisíca – um dos métodos mais fáceis é simplesmente aumentar a quantidade de etapas realizadas ao longo do dia.
Conclusão
Pelo fato de a cefaleia ser um problema de saúde relativamente corriqueiro, é comum que a automedicação se torne um hábito entre muitas pessoas. Mas como você pode perceber, algumas cefaleias são bem particulares e merecem máxima atenção.
Caso qualquer dor de cabeça esporádica se transforme em algo frequente, você deve se consultar com um médico para que se faça um diagnóstico preciso.
Neurologista - CRM-SP: 162853 - RQE Nº: 70569
O Dr. Nicolas de Oliveira Amui é graduado em medicina pela universidade federal de São Paulo (Unifesp/Epm) (2008-2013).
Além disso também possui:
- Residência médica em Neurologia pela universidade federal de São paulo (Unifesp/Epm) (2014-2017).
- Pós graduação em bloqueio neuromuscular e uso de toxina botulínica pelo Instituto de Medicina Física e Reabilitação (2018-2019) IMREA/Usp.
- Membro efetivo da Academia Brasileira de Neurologia.
- Médico militar na Força Aérea Brasileira.
- Membro do corpo clínico de hospitais de São Paulo (hospital israelita Albert einstein, hospital São Luiz, hospital São Camilo, hospital Leforte).
- Membro do corpo clínico do laboratório Senne liquor.
- Experiência em atendimentos de urgência e emergência clínicos e neurológicos; atendimento neurológico ambulatorial; coleta e análise de liquido cerebrospinal/liquor; infusão de quimioterapia intratecal.
Contato: (11)98654-3226
Consultar > Currículo Lattes.
Também pode encontrar o Dr. Nícolas de Oliveira Amui no Linkedin ou encontrar mais informações no Escavador.
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