O que é? A degeneração macular relacionada à idade (DMRI) é uma doença que provoca a perda gradual da visão devido ao desfoque ou perda da visão no centro do campo visual. O evento ocorre como resultado da deterioração da mácula (a estrutura pigmentada amarela localizada na parte de trás do olho, responsável pela visão detalhada das cores).
O que é a Macula?
A mácula é composta por milhões de células sensíveis à luz que proporcionam uma visão central nítida. É a parte mais sensível da retina, localizada na parte de trás do olho. A retina transforma a luz em sinais elétricos e, em seguida, envia esses sinais elétricos através do nervo óptico para o cérebro, onde eles são traduzidos para as imagens que vemos. Quando a mácula está danificada, o centro do nosso campo de visão pode ficar embaçado, distorcido ou escuro.
A gravidade da doença depende de cada paciente e da rapidez com que é detectada. A degeneração macular relacionada à idade é uma doença crônica (não pode ser curada) e, em muitos doentes, a visão não consegue ser restaurada após a perda. No entanto, algumas formas da doença podem ser tratadas.
A detecção precoce é um fator de grande importância para impedir a disseminação da doença e proteger a visão do paciente.
A DMRI é a principal causa de perda de visão na faixa etária acima dos 50 anos.
Existem duas formas de DMRI, precoce e tardia.
Nos estágios iniciais, os sinais de que a retina está sendo danificada só são visíveis e detectados pelo oftalmologista – ou porque o dano nesta fase não afeta a visão ou porque o indivíduo desconhece totalmente a condição.
Este fator destaca a importância da realização de exames oftalmológicos regulares para detectar a patologia nos seus estágios iniciais.
Em algumas pessoas a doença progride desde o início até o final, onde a condição causa perda de visão.
Existem duas formas de DMRI tardia – seca e úmida.
A forma úmida é a mais severa, degenerando a visão mais rapidamente, porém é a forma menos comum. Neste tipo de DMRI os vasos sanguíneos anormais crescem sob a mácula. sangrando e vazando fluido, o que faz com que a visão no centro do campo visual fique danificada ou distorcida.
Este evento recebe o nome de neovascularização coroideia (NVC).
A forma seca é mais comum (cerca de 85% das pessoas com DMRI desenvolvem a forma seca), no entanto, é menos grave e a visão degenera durante um período mais longo.
A DMRI seca é causada quando se formam depósitos amarelos, chamados de drusas ou drusen, na mácula.
Embora a perda da visão causada pela DMRI possa causar dificuldades em tarefas diárias, como dirigir, ler e assistir TV, ela raramente causa cegueira total.
Quais são os sintomas da degeneração macular relacionada à idade?
Os principais sintomas iniciais da DMRI incluem um desfoque da visão no centro do campo visual e a visualização de linhas retas aparecendo distorcidas (por exemplo, estruturas de portas e degraus).
Atividades cotidianas como dirigir, assistir TV e até reconhecer rostos podem ser seriamente afetadas com o tempo.
É importante visitar o oftalmologista a cada dois anos para a realização de exames oftalmológicos.
É muito importante consultar o médico imediatamente após a presença de qualquer alteração na visão, especialmente visão desfocada.
Atualmente, através da optometria, já é podem fotografar a parte de trás do olho para detectar possíveis irregularidades.
Um teste simples que pode realizar em sua casa é com a tela de Amsler.
Como é detectada a doença?
Os estágios iniciais e intermediários geralmente começam sem sintomas. Apenas um exame detalhado do olho pode detetar a doença. Alguns desses exames oftalmológicos incluem:
Teste de acuidade visual. Este diagrama de olho mede quão bem você vê à distância.
Dilatação da pupila. Para a realização do exame o oftalmologista coloca algumas gotas nos olhos do paciente para ampliar ou dilatar as pupilas. Esta acção proporciona uma visão melhor da parte de trás do olho.
Tela de Amsler. O oftalmologista pode pedir que o paciente olhe para uma tela de Amsler. Alterações na visão central podem fazer com que as linhas da tela usada no teste desapareçam ou pareçam onduladas – um sinal da doença.
Angiograma com fluoresceína. Neste teste realizado por um oftalmologista, é injetado um corante fluorescente no braço. As imagem são tiradas quando o corante passa pelos vasos sanguíneos do olho. Em casos raros, ocorrem complicações da injeção, desde náuseas a reações alérgicas mais graves.
Tomografia de coerência óptica. Provavelmente já ouviu falar de ultra-som, que usa ondas sonoras para capturar imagens de tecidos vivos. A OCT é semelhante, exceto que usa ondas de luz e pode obter imagens de alta resolução de quaisquer tecidos que possam ser penetrados pela luz – como os olhos.
Como testar a visão com a tela de Amsler?
Segure e mantenha a tela na distância de leitura, a cerca de 30 cm de distância do seu rosto. Se você usa óculos de leitura, use-os como habitual. No entanto, não realize o teste enquanto estiver usando óculos com lentes multifocais ou varifocais ou de ver à distância.
Cubra um olho e, com o olho descoberto foque-se no ponto central da tela.
Certifique-se de que consegue ver todos os quatro cantos da tela.
Se as linhas parecerem onduladas, distorcidas, ou quebradas, entre em contato com seu oftalmologista imediatamente, uma vez que estes são possíveis sinais de desenvolvimento de DMRI.
Lembre-se, o teste com a tela de Amsler não serve de substituto para os exames / testes oftalmológicos, que devem ocorrer pelo menos uma vez a cada dois anos.
Qual é a causa da degeneração macular relacionada à idade?
A causa exata da doença ainda é desconhecida, no entanto, nos últimos 20 anos, foram descobertos muitos fatores de risco.
Atualmente sabe-se que alguns genes podem causar a DMRI, no entanto, ainda não se conhece o que desencadeia o gene.
A doença pode ser herdada de pais para filhos, e o estilo de vida seguido podem agravar a progressão da doença.
Os indivíduos em risco de desenvolver a DMRI são pessoas com 50 anos de idade ou mais (daí a denominação de degeneração macular relacionada à idade), indivíduos com histórico familiar da doença, fumantes, indivíduos obesos ou que seguem uma má alimentação.
Outros fatores incluem o indivíduo ter pele clara e olhos claros e ter histórico de catarata.
Alguns estudos sugerem que as mulheres são mais propensas a desenvolver alguns tipos de DMRI, no entanto, fatores como a idade, tabagismo, raça e histórico familiar são muito mais importantes.
Independentemente dos fatores contribuintes, todos podemos tomar medidas ao longo da vida adulta para evitar o aparecimento da doença nos anos posteriores.
Abaixo listamos alguns passos que o/a vão ajudar a manter a visão saudável.
- Realize uma dieta equilibrada e rica em vegetais e peixe,
- Faça exercício de forma regular
- Mantenha a pressão arterial e o colesterol em níveis normais
- Use óculos de sol de boa qualidade
- Pare de fumar.
Como tratar a degeneração macular relacionada à idade, tem cura?
Infelizmente a doença ainda não tem cura! Quando existe suspeita do problema, é necessário visitar o oftalmologista.
Em alguns países é possível marcar a consulta diretamente, enquanto em outros é necessário consultar primeiro o Médico de Clínica Geral, médico de família, ou Optometrista.
Existem algumas mudanças no estilo de vida que ajudarão a retardar a progressão da DMRI, como parar de fumar, seguir uma dieta saudável, ou o uso de suplementos vitamínicos recomendados pelo médico.
Pesquisadores descobriram que a ingestão diária de algumas vitaminas e minerais em altas doses pode retardar a progressão da doença em pessoas com DMRI intermediária e naquelas com DMRI tardia em um olho.
O primeiro ensaio do AREDS mostrou que a combinação de vitamina C, vitamina E, beta-caroteno, zinco e cobre pode reduzir o risco de DMRI tardia em 25%.
O ensaio AREDS2 testou se a formulação poderia ser melhorada através da adição de luteína, zeaxantina ou ácidos graxos ômega-3.
Os ácidos graxos ômega-3 são nutrientes enriquecidos em óleos de peixe. A luteína, a zeaxantina e o beta-caroteno pertencem todos à mesma família de vitaminas e são abundantes em vegetais de folhas verdes.
O estudo AREDS2 descobriu que a adição de luteína e zeaxantina ou dos ácidos graxos ômega-3 à formulação original (com beta-caroteno) não teve efeito global sobre o risco de DMRI tardia. No entanto, o estudo descobriu que a substituição do beta-caroteno por uma mistura de 5 para 1 de luteína e zeaxantina pode ajudar a reduzir ainda mais o risco de DMRI tardia.
Abaixo listamos os ingredientes baseados na pesquisa AREDS e AREDS2:
- 500 miligramas (mg) de vitamina C
- 400 UI (unidades internacionais) de vitamina E
- 80 mg de zinco, como óxido de zinco
- 2 mg de cobre, como óxido cúprico
- 10 mg de luteína e 2 mg de zeaxantina.
Quando existe suspeita da doença, pode ser necessária a realização de uma Angiografia com Fluorescência. Trata-se de um teste realizado através da administração de um corante especial (na veia), que será transportado pela corrente sanguínea.
O corante administrado, ao passar pelos vasos sanguíneos do olho, ajuda o oftalmologista a detectar a gravidade do vazamento e sangramento.
Em pacientes com a forma úmida da doença, recomenda-se o tratamento através de terapia anti-VEGF (Fator de Crescimento do Endotélio Vascular), que trata os vasos sanguíneos do olho danificados. O sucesso da terapia depende da detecção e tratamento precoces, antes da ocorrência de cicatrizes e danos irreversíveis.
Embora se conheçam alguns dos fatores de risco que podem levar à doença, os pesquisadores investigam atualmente o possível papel do sistema imunológico na progressão da doença.
Também estão a ser estudadas melhores formas de administrar a medicação nos olhos através de métodos menos invasivos que os atuais.
Outra área importante da pesquisa tem sido procurar formas de prevenir os estágios iniciais da degeneração macular, quando os resíduos naturais das células se acumulam na retina.
Esse é o evento que leva à formação de substâncias tóxicas, que causam a morte das células da retina.
Atualmente estão em teste algumas drogas que podem ajudar a retardar o acúmulo de toxinas e fármacos neuroprotetores que podem ajudar a proteger as células da retina.
Outros tratamentos:
Terapia fotodinâmica: Esta técnica envolve o tratamento de áreas selecionadas da retina a laser.
Cirurgia a laser: Alguns casos de DMRI neovascular são tratados através de cirurgia a laser, embora seja um processo menos comum que outros tratamentos.
Para as pessoas que vivem com a doença, os exames oftalmológicos são extremamente importantes, uma vez que esses indivíduos correm o risco de desenvolver outros problemas oculares que podem ser tratáveis quando detectados precocemente.
Oftalmologista - CRM-SP 124621 / RQE 35595
Consultar > Currículo Lattes.
O Dr. Iuuki Takasaka é Graduado em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas – UNICAMP em 2006.
Realizou Residência Médica em Oftalmologia no Hospital das Clinicas da UNICAMP entre 2008 e 2010.
Fellow em Retina Clínica e Cirúrgica no Hospital da Clinicas da UNICAMP em 2011.
Mestre em Oftalmologia pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP em 2012.
Atendimento:
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Também pode encontrar o Dr. Iuuki Takasaka no Linkedin.
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