O que é? A erisipela é um tipo de infecção cutânea que pode ser identificada pelo surgimento de ferimentos vermelhos e inflamações. Geralmente, o problema se manifesta abaixo da cintura, atingindo os pés e as pernas.
O nome incomum da doença chega a assustar, mas a erisipela é apenas uma dermatose infecciosa.
Além disso, a doença costuma ser reconhecida por algumas nomenclaturas diferentes, como esipra, maldapraia, zipla e zipra. Esses são os nomes populares da erisipela em determinadas regiões do Brasil.
Essa infecção de pele não apresenta uma regularidade muito exata. Isso significa que ela pode aparecer e se manter pelo resto da vida do indivíduo.
Em outros casos, a incidência tende a ser esporádica, com algumas manifestações ao longo do ano.
O problema é que, caso seja negligenciado, o quadro dessa infecção epidérmica pode evoluir e culminar no desenvolvimento de bolhas.
Nesses casos, tem-se a chamada erisipela bolhosa, uma vertente que pode conter bolhas com aproximadamente 10 cm de extensão.
O líquido do interior dessas bolhas pode ser translúcido ou conter uma tonalidade amarelada ou marrom.
Na presença de surtos recorrentes, a erisipela pode se transformar na elefantíase nostra.
Além disso, a infecção é constantemente confundida com a celulite infecciosa. Diferentemente da celulite “clássica”, marcada por irregularidades que se formam ao longo da epiderme, a celulite infecciosa pode provocar graves complicações de saúde.
A confusão existente entre essa celulite infecciosa e a erisipela decorre da semelhança dos sintomas de ambas.
A principal diferença entre elas é o foco de ação da infecção. Enquanto a erisipela é uma infecção superficial, a celulite infecciosa é profunda.
O que causa a Erisipela?
A erisipela costuma ser uma infecção bacteriana, provocada pela ação das bactérias Haemophilus influenzae e Streptcoccus pyogenes.
Ambas as bactérias entram no corpo através dos orifícios gerados por feridas na pele — até mesmo as unhas encravadas podem facilitar a penetração desses agentes infecciosos.
Uma vez dentro do organismo, as bactérias se espalham via sistema linfático.
No que diz respeito à possibilidade de evitar o contato com essas bactérias, essa é uma medida praticamente impossível, haja vista que elas são quase onipresentes.
É bem provável que, nesse momento, elas estejam na sua pele, por exemplo.
Quanto aos fatores que causam a infecção cutânea, vale a pena observar os seguintes:
- Incisões realizadas em cirurgias;
- Úlceras cutâneas;
- Uso de heroína;
- Típicas picadas de insetos;
- Intumescimento das pernas — o diabetes é uma das doenças que ocasionam esse inchaço;
- Psoríase ou outras enfermidades epidérmicas.
Como mencionado anteriormente, na maior parte das vezes a erisipela acomete os pés e as pernas.
No entanto, em cerca de 25% dos casos o problema atinge o rosto, quadros que possuem uma ligação com a manifestação com a dermatite seborreica.
Quais são os grupos de maior risco para contrair a doença?
Em relação às pessoas mais vulneráveis a contrair a doença, vale destacar:
- Pessoas situadas na faixa etária que vai dos 2 aos 6 anos de idade;
- Indivíduos idosos com idade superior a 60 anos;
- Indivíduos com histórico de doenças cardíacas ou que atingem os rins e que podem levar ao inchaço dos membros inferiores;
- Indivíduos com peso acima do ideal;
- Diabéticos com índices de glicemia descontrolados;
- Indivíduos com um sistema imunológico fragilizado;
- Pessoas com patologias crônicas que enfraquecem a imunidade do organismo;
- Indivíduos com problemas de circulação sanguínea nos pés e nas pernas;
- Pessoas com comprometimento dos vasos linfáticos.
Diante desses sintomas, é altamente recomendável que se faça uma consulta médica.
Os sintomas da Erisipela
Como principais sintomas, é possível destacar:
- Febre;
- Arrepios;
- Formação de bolhas na pele;
- Sensação de náusea acompanhada de vômito;
- Ferimentos com coloração avermelhada.
Nos membros inferiores, a região da virilha pode apresentar as chamadas ínguas, que são caroços subcutâneos doloridos.
A temperatura dessa área também pode se elevar.
Como posso me prevenir da Erisipela?
A prevenção, propriamente dita, não existe. Contudo, é perfeitamente possível reduzir as chances de incidência dessa infecção ao se adotar certas medidas, como:
- Evitar caminhar pelo chão com os pés descalços;
- Priorizar o uso de meias de algodão;
- Lavar bem as mãos com regularidade — o hábito reduz a produção bacteriana;
- Tratar corretamente outras possíveis infecções cutâneas, como os eczemas e a psoríase;
- Manter a pele bem hidratada, evitando que ela fique ressecada;
- Tratar adequadamente os ferimentos que possam acometer a pele;
- Evitar coçar a pele constantemente.
O diagnóstico da Erisipela
Assim como em qualquer outra doença cutânea, a erisipela é diagnosticada e tratada por um médico dermatologista.
Somente esse especialista é capaz de efetuar um diagnóstico preciso e, desse modo, propor uma abordagem terapêutica realmente eficaz para cada quadro infeccioso.
Geralmente, o dermatologista baseia o diagnóstico somente na observação clínica. Todavia, alguns médicos podem solicitar um exame sanguíneo.
Em algumas situações, até uma biópsia é considerada, a fim de precisar a espécie de bactéria responsável por aquele quadro de infecção.
Tratamentos para Erisipela
Existem 3 abordagens terapêuticas para tratar a erisipela:
- Tratamento caseiro;
- Tratamento medicamentoso;
- Tratamento cirúrgico
Tratamento caseiro
Nesse caso, o tratamento consiste em alguns cuidados a serem tomados, como:
- Ingerir muito líquido;
- Não realizar muito esforço físico;
- Manter as pernas e pés suspensos;
- Aplicar compressas frias nas regiões infectadas;
- Efetuar pequenas caminhadas — no interior de casa mesmo, sem exageros.
Benefície do óleo de amêndoa
O óleo de amêndoa é considerado um agente nutritivo e suavizante para a pele. Ele pode ser usado para combater infecções da pele e as bactérias que causam a inflamação e o inchaço.
Para melhores resultados aplique o óleo de amêndoa de forma regular nas regiões afetadas duas vezes ao dia.
Para conhecer alguns remédios caseiros suportados pela ciência acesse a matéria Remédios Caseiros para Tratamento da Erisipela.
Medicamentos
No caso do tratamento medicamentoso, os remédios receitados são usados durante cerca de 7 dias. Esses são os medicamentos mais comuns:
- Cefradina;
- Cefalexina;
- Penicilina — em caso de alergia, pode-se substituí-la pela clindamicina, claritromicina, ou eritrominica;
- Ciprofloxacino;
- Ampicilina;
- Amoxicilina.
Vale notar que a erisipela bolhosa costuma ser tratada com a aplicação da medicação por via intravenosa — procedimento feito em ambientes hospitalar.
Como alternativa, pode-se recorrer ao uso de cremes antimicrobianos (o ácido fusídico a 2% é um bom exemplo).
Cirurgia
A intervenção cirúrgica ocorre somente em casos de erisipela que sejam extremamente graves, quando há a necessidade de uma medida de urgência.
Esse quadro avançado e preocupante é caracterizado pelo desenvolvimento acelerado da patologia, provocando a morte de diversos tecidos do organismo.
Dessa forma, o objetivo da cirurgia reside na remoção do tecido comprometido com o fim de evitar a proliferação da infecção para outras partes do corpo.
Caso o tratamento não seja feito, existe alguma complicação?
Uma vez que haja o diagnóstico de alguma patologia, ela precisa receber o tratamento adequado. Caso contrário, o indivíduo fica sujeito a sofrer as mais variadas complicações.
Em se tratando da erisipela, as possíveis complicações são seguintes:
- Desenvolvimento de quadros infecciosos nos ossos e nas regiões articulares;
- Desenvolvimento de abscessos;
- Risco de a infecção atingir o cérebro — desde que a erisipela acometa o rosto e esteja próxima da região ocular;
- Formação de coágulos sanguíneos;
- Infecções nas válvulas sanguíneas;
- Morte tecidual;
- Contaminação do sangue — quando as bactérias atingem a circulação do sangue.
Como em qualquer outra situação que envolva a saúde do organismo, a erisipela precisa ser tratada o mais rapidamente possível.
Portanto, em caso de suspeita da doença, não deixe de buscar auxílio médico especializado.
Dermatologista - CRM: 46.608 / RQE: 32.368
O Dr. Daniel Seixas Dourado é Graduado em Medicina pela Universidade Severino Sombra – RJ – 2007. Para além disso possui:
- Especialização em Dermatologia: Hospital Eduardo de Meneses (FHEMIG) – 2009.
- Pós-Graduação Lato-Sensu em Medicina e Cirurgia Aplicada a Estética: CEMEPE – Belo Horizonte – 2010.
- Título de especialista em Dermatologia: Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e pela associação médica brasileira – AMB.
- Especialização em cirurgia da restauração capilar: Facultè de médecine Pierre et Marie de Curie de Paris / France – 2014.
- É membro titular da sociedade brasileira de dermatologia – SBD.
- Membro titular da sociedade brasileira de cirurgia Dermatológica (SBCD).
- Membro da associação brasileira de cirurgia e restauração capilar- ABCRC.
Endereço: Rua Bernardo Guimarães, 2717, sala 903 - Santo Agostinho, Belo Horizonte – MG
Email: atendimento@drdanieldourado.com.br
Telefone: (31) 9 9446 2446
Também pode encontrar o Dr. Daniel no Linkedin, Facebook e Instagram. Pode consultar o Currículo Lattes Aqui.
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http://www.sbd.org.br/
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https://www.healthline.com/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
https://rarediseases.org/
http://www.bad.org.uk/
https://bestpractice.bmj.com/
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
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