Espondilose/Artrose Cervical, Dorsal e Lombar: o que é, quais os sintomas e como tratar

O termo espondilose se refere à degeneração do disco e artrose à degeneração do componente ósseo.

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Com o passar dos anos, o envelhecimento do corpo é algo inevitável e traz consigo uma série problemas. Independentemente dos cuidados de cada pessoa com o próprio organismo, ele tende a apresentar uma ou mais deficiências ao longo da vida. Não se trata de uma novidade ou surpresa, e sim do corpo humano e do ciclo natural desenvolvido por ele.

Muitos desses problemas decorrentes da idade estão atrelados à coluna vertebral.

Algumas pessoas são vítimas da chamada espondilose, transtorno caracterizado pelo surgimento de imperfeições na coluna. Tais imperfeições podem comprometer a funcionalidade da área atingida. Com isso, o restante da coluna sofre uma sobrecarga, que por sua vez debilita a estrutura vertebral.

Continue a leitura e conheça as principais características da artrose na coluna!

Espondilose Lombar, Dorsal, Cervical,

O que é Espondilose e quais são os seus tipos

Tudo começa devido à deterioração dos discos vertebrais, que separam uma vértebra da outra. Assim, elas passam a ficar cada vez mais próximas.

Em resposta à degeneração dos discos, as bordas das vértebras ficam mais espessadas e surgem os osteófitos (ou “bicos de papagaio”), que são protuberâncias ósseas vistas no raio-x. Na maioria das pessoas, o bico de papagaio é apenas um achado no raio-x, e não causa sintomas.

É importante notar que a espondilose é uma condição médica comum, de caráter degenerativo e crônico.  Em muitas pessoas a espondilose é assintomática, mas em outras ela pode causar sintomas e piorar ao longo da vida.

A espondilose pode ser classificada de acordo com a área da coluna que ela acomete: se afetar a região do pescoço (cervical), é chamada de espondilose cervical; já a espondilose na região do tronco (tórax) é chamada de espondilose dorsal ou torácica; e por fim, a espondilose na base da coluna (região lombar) é chamada de espondilose lombar..

As vértebras na coluna podem ser numeradas para facilitar a localização das lesões. Na coluna cervical há 7 vértebras (numeradas, de cima para baixo, de C1 a C7); na coluna dorsal/torácica, há 12 (D1-D12 ou T1-T12); e na coluna lombar, há 5 (L1 a L5).

No fim da coluna há o sacro, que é um osso triangular, e que fica em contato também com a bacia. A primeira porção do sacro, que se comunica com a coluna, se chama S1.

Espondilose Cervical

A espondilose cervical costuma incidir sobre as vértebras e os discos de C4, C5,C6 e C7.

Espondilose Lombar

A Espondilose lombar atinge com frequência a região de L4, L5 e S1. Esta é a região da base da coluna, e portanto a mais exposta ao peso do corpo.

Espondilose Dorsal ou Torácica

Esse tipo de espondilose é a menos frequente. Ela costuma ser assintomática devido a uma menor amplitude da movimentação nas articulações.

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Quais as causas da doença?

As modificações sofridas pela coluna vertebral e que podem levar à espondilose são ocasionadas por diferentes fatores. Entre os principais, podemos mencionar os movimentos repetitivos que exijam a movimentação da coluna, o excesso de peso e a idade avançada. Na sequência, serão apresentados outros fatores.

Desidratação dos discos

As vértebras da coluna são separadas por discos, que contêm uma espécie de substância gelatinosa. Desse modo, é possível amortecer possíveis torções ou choques. No entanto, o ressecamento dessa substância compromete a flexibilidade vertebral, o que pode resultar no desenvolvimento de dores.

Excesso de crescimento dos ossos

A debilidade da coluna faz com que haja um crescimento exagerado dos ossos, que é uma resposta do próprio corpo na tentativa de fortalecer a coluna. As complicações decorrem das regiões onde esse crescimento ósseo acontece. A região neural e a medula espinhal são áreas críticas. Logo, qualquer alteração anatômica nessas regiões tende a provocar dores.

Hérnia de disco

Devido ao aparecimento de algumas aberturas, aquela substância gelatinosa dos discos vertebrais pode extravasar. O resultado é o aumento da pressão sobre aquelas áreas delicadas. O resultado disso é o surgimento de formigamento nos braços e complicações no chamado nervo ciático.

Lesões na coluna

Caso a coluna sofra alguma lesão, isso acelerará o envelhecimento da estrutura vertebral. Consequentemente, o indivíduo ficará propenso a sofrer uma ou mais complicações.

Uso excessivo da coluna

A execução de trabalhos que exigem muito esforço físico devido ao levantamento de objetos muito pesados, por exemplo, prejudica a coluna como um todo. Isso acontece porque, com o passar do tempo, a repetição dessas atividades ampliam, gradativamente, a pressão exercida sobre a coluna. Essa pressão gera sucessivos desgastes.

Quais os principais sintomas

A Espondilose Cervical é Um Tipo De Artrite E Causa Sintomas Como Dor E Rigidez.

Muitos pacientes com espondilose são assintomáticos. Após os 70 anos, praticamente todas as pessoas que fizerem algum exame da coluna terão sinais de espondilose, mas isso não significa que ela seja a causa da dor nesta região do corpo.

Alguns sintomas que podem estar associados com esta degeneração:

  • Fraqueza muscular;
  • Dormência nas mãos, braços e pernas;
  • Dor de cabeça (cefaleia), mais na região posterior;
  • Dor na região do pescoço, do tronco ou na região lombar ao realizar movimentos;
  • Dor lombar irradiada para as pernas, por vezes passando pelas nádegas (bumbum);
  • Vertigem e zumbido (na espondilose cervical grave).

Como é feito o diagnóstico

O diagnóstico é feito por um médico, após uma entrevista (para saber os sintomas) e um exame físico detalhado (avaliar força, reflexos e manobras específicas).

Às vezes, pode ser necessário um exame complementar, como exames de sangue, raio-x, tomografia computadorizada ou ressonância magnética.

As especialidades médicas especializadas em diagnosticar e tratar a espondilose são: medicina de família, reumatologia, fisiatria, medicina do esporte, neurocirurgia e ortopedia/traumatologia.

É importante a consulta com o médico pois nem sempre os sintomas do paciente são causados pela espondilose. As dores, por exemplo, podem ser de causa muscular, postural, ou de outros órgãos (garganta, vasos sanguíneos, coração, etc.).

Como é feito o tratamento?

A dor aguda deve ser aliviada com analgésicos comuns, como paracetamol e dipirona. Formulações com relaxantes musculares, como ciclobenzaprina e carisoprodol, também ajudam no alívio da dor.

Anti-inflamatórios (como ibuprofeno, naproxeno, prednisona, etc) também podem ser usados para alívio da dor, mas seu uso deve ser feito apenas por poucos dias e idealmente sob supervisão de um médico.

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Pacientes com dores mais fortes podem precisar de opioides, como codeína, tramadol e morfina. Estes medicamentos são controlados e vendidos apenas com retenção da receita médica.

O repouso absoluto não deve durar mais do que 24h. Quanto antes o paciente voltar para as suas atividades, melhor. O repouso relativo (evitar levantar peso e fazer muito esforço) pode ser mais prolongado, como por 7 dias.

A dor crônica (aquela que persiste por mais de 30 dias) pode ser tratada com a ajuda de medicamentos antidepressivos (como duloxetina, amitriptilina, etc) ou anticonvulsivantes (pregabalina, gabapentina, etc). Estes medicamentos também são controlados e vendidos apenas com retenção da receita médica.

A dor neuropática (dor do tipo “choque” ou em “dormência”, causada pela compressão dos nervos), também pode ser amenizada com o uso de antidepressivos e anticonvulsivantes.

A reabilitação (fisioterapia) também é fundamental para o tratamento da dor aguda e para a prevenção das dores. A fisioterapia ajuda no alívio dos sintomas agudos e no fortalecimento dos grupos musculares, ajudando na estabilidade da coluna. Alongamentos também são importantes.

A reeducação postural global (RPG) é um método terapêutico muito importante para correção de problemas da postura da coluna vertebral. Corrigir os vícios da postura ajuda no controle da dor na coluna.

Em casos específicos (como sintomas agudos graves ou sintomas crônicos sem melhora com o tratamento conservador), pode ser indicado o tratamento cirúrgico.

Dentre as opções do tratamento cirúrgico, encontram-se:

  • osteotomia — cirurgia voltada à eliminação dos chamados “bicos de papagaio”;
  • foraminotomia — procedimento efetuado para proporcionar uma abertura, aliviando os espaços ocupados pelos nervos e vasos que passam pelos ossos;
  • laminectomia — esse é o nome da cirurgia usada para remover as lâminas vertebrais;
  • flavectomia — já esse procedimento é o responsável por remover o ligamento amarelo, situado na parte posterior da coluna.

Opções de tratamento em casa

  • Dores leves podem ser tratadas com analgésicos comuns, anti-inflamatórios e relaxantes musculares.
  • Use uma almofada de aquecimento para aliviar a dor nos músculos doloridos.
  • Exercite-se regularmente para ajudá-lo a recuperar mais rapidamente.
  • Em caso de dor no pescoço, use um colar cervical macio para obter alívio temporário. No entanto, não se deve usar o colar cervical por longos períodos de tempo, pois o uso prolongado pode tornar os músculos mais fracos.
  • Massagear  as áreas afetadas pode ajudar a soltar os músculos e tornar mais fácil e confortável mover o  corpo

É possível evitar a degeneração da coluna vertebral? 

Não existe um medicamento realmente efetivo para prevenir esta degeneração. Porém, algumas ações ajudam a manter a coluna saudável por um tempo mais prolongado.

Dentre essas medidas preventivas, a mais relevante consiste em preservar a coluna contra traumas ou pressões, como aqueles causados pelo levantamento constante de pesos excessivos.

Exercícios físicos regulares de fortalecimento também são essenciais para manter a saúde da coluna. Os melhores exemplos são a musculação e o pilates.

Medicamentos via oral utilizados no tratamento da artrose em outras regiões do corpo, como glucosamina e condroitína, talvez tenham algum benefício na prevenção da artrose da coluna, mas isto ainda é controverso entre os especialistas.

Como você pode notar, a espondilose é um problema que costuma passar despercebido, sendo até negligenciado pela maioria das pessoas. O ideal é que a patologia seja descoberta com antecedência, para que os tratamentos de correção, quando possíveis, possam ser iniciados.

Partilhe o conteúdo com seus amigos e familiares. Quando mais a população conhecer sobre esta patologia, melhor será sua prevenção!

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Dr. Hugo Rossoni (Reumatologista - CRM-TO 3873 / RQE Nº: 1688)

Dr. Hugo Rossoni - Reumatologista - CRM-TO 3873 - RQE Nº: 1688

Dr. Hugo Rossoni é graduado em medicina pela Escola Superior de Ciências da Saúde do Distrito Federal - 2009.

Consultar » Currículo Lattes.

É especialista em clínica médica pelo Hospital de Base do Distrito Federal - 2013

Especialista em reumatologia pelo Hospital Geral de Fortaleza - 2015

Presidente da Sociedade de Reumatologia do Tocantins

Preceptor do internato e residência de clínica médica do Hospital Geral de Palmas - TO

Preceptor da residência de reumatologia do Hospital Geral de Palmas - TO

Pode encontrar o Dr. Hugo Rossoni Facebook, LinkedIn ou Buscar no Google.


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    Última atualização da página em 09/09/24