O que é? O osteossarcoma constitui um crescimento descontrolado de células anormais no osso. Embora este seja o tipo mais comum de câncer ósseo é, ainda assim, raro.
De Nephron – Trabajo propio, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=7257436
O osteossarcoma surge tipicamente sob a forma de uma massa de osso anormal num braço ou numa perna, geralmente próximo do joelho ou do ombro. Menos frequentemente, o câncer desenvolve-se nos ossos da bacia, na mandíbula ou nas costelas, sendo raro nos dedos das mãos ou dos pés. Quando do diagnóstico, 10 a 20% dos osteossarcomas já se disseminaram (metastizaram) para outra parte do corpo, geralmente para os pulmões.
Mais de metade dos osteossarcomas desenvolve-se em pessoas com idade compreendida entre os 10 e os 20 anos, geralmente durante um período de crescimento ósseo rápido. Os jovens apresentam um risco mais elevado de desenvolvimento desta doença se tiverem tido um cancro ocular ou uma síndrome de Li-Fraumeni.
Cerca de um terço dos osteossarcomas atinge os adultos com idade compreendida entre os 40 e os 50 anos, sendo esta doença mais comum nos homens do que nas mulheres. Os adultos apresentam um risco mais elevado de terem um osteossarcoma se tiverem uma história de doença de Paget ou se tiverem sido submetidos a radioterapia para o cancro.
Sinais e sintomas de Osteossarcoma
Os sinais e sintomas incluem dores persistentes e aumento de volume num braço ou numa perna, especialmente próximo do joelho ou do ombro. As dores podem ocorrer em repouso e podem mesmo acordar a pessoa durante o sono, podendo ser inicialmente confundidas com uma distensão ou outra lesão desportiva, particularmente nos adolescentes activos.
Pode igualmente constatar-se a presença de uma massa de consistência firme num braço ou numa perna, que pode ser dolorosa à palpação.
Diagnóstico do Osteossarcoma
Atendendo a que o osteossarcoma é um câncer muito raro, o médico deverá avaliar os seus sinais/sintomas e excluir as causas comuns de dor e aumento de volume de um membro, tais como as lesões desportivas e as doenças reumáticas. Em seguida, ao examinar a área dolorosa, será necessário verificar se esta apresenta um aumento da temperatura, edema e dor à palpação, procurando igualmente identificar sinais de edema ou derrame articular.
A verdadeira causa dos seus sintomas pode não ser esclarecida até o médico pedir uma radiografia da área afectada, podendo igualmente ser pedidas análises de sangue. Na maior parte dos casos, as análises de sangue são normais, embora alguns doentes apresentem níveis elevados de determinadas enzimas. No entanto, a radiografia revela habitualmente anomalias características sugestivas de câncer.
Após ter sido encontrada evidência radiológica de um tumor ósseo, é fundamental referenciar o doente para um centro médico com instalações, pessoal e experiência no tratamento de cancros ósseos. Nessa instituição o doente poderá realizar uma ressonância magnética da zona afectada para determinar até que ponto o tumor invadiu os nervos, os vasos sanguíneos e as articulações situados na proximidade. Pode igualmente realizar TACs e uma cintigrafia óssea para verificar se o câncer se disseminou para os pulmões, para outros ossos e para outras zonas do corpo.
Após estes exames terem sido efectuados, o doente será submetido a uma biópsia para confirmar o diagnóstico. Neste procedimento é removido um pequeno fragmento de osso para que possa avaliar-se a presença de células cancerosas num laboratório.
Prevenção
O osteossarcoma não pode ser prevenido.
Tratamento
Na maior parte dos casos, um osteossarcoma é tratado através da utilização de uma abordagem em três etapas, incluindo a quimioterapia e a cirurgia:
• Em primeiro lugar, o doente é submetido a quimioterapia para destruir a maior quantidade de tumor possível antes da cirurgia.
• Em segundo lugar, o doente é submetido a uma intervenção cirúrgica. Sempre que possível, o médico remove o osso com doença sem amputar o membro. Os espaços criados quando o cancro é removido são preenchidos com um enxerto ósseo ou com uma prótese sintética permitindo assim manter a máxima função possível do membro. Se o cancro se tiver disseminado para o pulmão pode ser removido através de cirurgia.
• Finalmente, o doente é submetido a um segundo tratamento de quimioterapia depois da cirurgia.
Embora a maior parte dos doentes possa ser tratada com uma cirurgia conservadora do membro, esta abordagem nem sempre é possível. Se o tumor tiver invadido vasos sanguíneos essenciais ou parte de uma articulação adjacente, o membro pode ter de ser amputado.
Uma nova abordagem envolve a administração ao doente de uma combinação de radioterapia e de quimioterapia antes da cirurgia conservadora do membro. Este tratamento parece resultar numa redução mais acentuada do tamanho do tumor, tornando a cirurgia possivelmente mais eficaz.
Atendendo à raridade do osteossarcoma, é preferível procurar os cuidados de especialistas que tratam regularmente esta doença. É fundamental ser enviado a um centro de referência assim que se coloca a hipótese diagnóstica de sarcoma.
Quando contactar o seu médico
Contacte o seu médico se apresentar uma dor persistente ou inexplicada e aumento de volume de um osso ou articulação.
Prognóstico
Entre 70 e 90% dos osteossarcomas localizados nos membros podem ser tratados através de uma cirurgia conservadora do membro e de quimioterapia, não sendo necessária a amputação. Se o osteossarcoma afectar apenas um dos membros, até três quartos dos doentes têm uma vida longa. No entanto, menos de metade dos doentes sobrevivem a longo prazo se o cancro se tiver disseminado para os pulmões.
Informação adicional
Institutos de Oncologia em Portugal
http://www.ipolisboa.min-saude.pt/ (Lisboa)
http://www.ipoporto.min-saude.pt/ (Porto)
http://www.croc.min-saude.pt/ (Coimbra)
Liga Portuguesa Contra o Cancro
http://www.ligacontracancro.pt/
Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica
http://www.sobope.org.br/
Sociedade Europeia de Oncologia Pediátrica
http://www.siope.eu/
Instituto Americano do Cancro
http://www.cancer.gov/
Enfermeiro - Coren nº 491692
O Reinaldo Rodrigues formou-se em agosto de 2016, pela Universidade Padre Anchieta, em Jundiai. Fez curso de especialização em APH (Atendimento Pré-Hospitalar), pela escola 22Brasil Treinamentos, em Barueri, curso de 200 horas práticas, com foco em acidentes de trânsito.
Trabalha como Cuidador de Idosos há 5 anos, e possui experiência em aspiração de vias aéreas, banho de aspersão, curativos, tratamento e prevenção de Lesão por Pressão, gerenciamento de Equipe de cuidadores com elaboração de escalas. Treinamento e acompanhamento de cuidadores nas casas dos pacientes.
Também pode encontrar o Reinaldo no Linkedin.
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