O ovário torcido (torção anexial) refere-se à rotação do ovário, ou seja, quando este se desloca e fica torcido em torno dos tecidos que o suportam.
Por vezes, a trompa de falópio também pode sofrer uma torção. Este problema tende a revelar-se doloroso e corta o fornecimento de sangue para os órgãos afetados. Quando não tratada com urgência, a torção ovariana pode resultar na perda do ovário.
Não se sabe ao certo o que contribui para a ocorrência deste distúrbio, mas os especialistas acreditam que é um problema de natureza rara.
Os Cistos ovarianos podem aumentar consideravelmente as probabilidades de ocorrência de torções ovarianas, uma vez que levam ao inchaço do ovário.
Este risco pode ser reduzido através da utilização de contraceptivos hormonais, bem como de outros medicamentos que contribuam para a redução do tamanho do cisto.
Quais são os sintomas?
– Dores severas e repentinas na região inferior abdominal
– Cólicas
– Náusea
– Vómitos
Estes sintomas costumam manifestar-se repentinamente, sem aviso prévio. Em alguns casos, dores e cólicas na região inferior abdominal podem ir e vir durante diversas semanas. Isto acontece caso o ovário esteja a tentar regressar à sua posição correta.
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Este problema nunca ocorre sem a presença de dores. Caso os vómitos e as náuseas não se façam acompanhar também de dores, então o problema é outro. De qualquer das formas, é imperativo que procure aconselhamento médico com a maior brevidade possível.
Quais são as causas desta condição médica e quem está em risco de desenvolvimento da mesma?
A torção do ovário pode ocorrer devido a instabilidade ovariana. Por exemplo: tanto a presença de um cisto quanto de massa ovariana podem desequilibrar o ovário, causando assim a sua instabilidade.
Caso tenha os seguintes problemas também apresenta probabilidades maiores de vir a desenvolver uma torção
– Sofra de síndrome do ovário policístico
– Tenha um ligamento ovariano longo, que representa a haste fibrosa que liga o útero ao ovário
– Tenha sido submetida a uma laqueadura
– Faça tratamentos hormonais para a fertilidade, o que pode estimular os ovários
Ainda que isto possa acontecer a mulheres de qualquer idade, é mais comum durante os anos de reprodução.
Como é diagnosticado?
Se tem experienciado sintomas de um ovário torcido, aconselha-se que procure o mais rapidamente possível aconselhamento médico.
Quanto mais tempo levar para tratar o problema, maiores serão as probabilidades de vir a sofrer complicações mais sérias.
Depois de analisados os seus sintomas e historial médico, terá de se submeter a um exame pélvico, bem como a uma ultra-sonografia transvaginal para a visualização do ovário, trompa de falópio e fluxo sanguíneo.
O seu médico também utilizará exames de sangue e urina para descartar outros problemas, como é o caso de:
– Apendicite
Ainda que o seu médico possa fazer um diagnóstico preliminar com base nestes factores, só através de cirurgia correctiva será possível fazer um diagnóstico definitivo.
Que opções de tratamento estão disponíveis?
Será necessária a realização de uma cirurgia para a correcção da posição do ovário, bem como da trompa de falópio, caso se revele necessário.
Procedimentos cirúrgicos
O médico utilizará um ou dois procedimentos cirúrgicos para o tratamento deste problema:
Laparoscopia: O médico irá inserir um instrumento fino e iluminado numa pequena incisão no abdómen inferior, o que permitirá a visualização dos órgãos interiores.
Outra incisão será feita para permitir o acesso ao ovário. Assim que o ovário estiver acessível, o seu médico utilizará um pequeno instrumento cirúrgico para destorcê-lo.
Este procedimento requer anestesia geral, e no caso de grávidas, poderá ser necessária uma cirurgia.
Laparotomia: Neste procedimento será efetuada uma incisão ainda maior do que a do anterior, o que permitirá alcançar e destorcer o ovário manualmente, o que será feito sob anestesia geral. Será também necessário passar a noite no hospital.
Caso tenha passado muito tempo e a perda prolongada de fluxo sanguíneo tenha contribuído para a morte do tecido circundante, o seu médico poderá ter de removê-lo.
Ooforectomia: Caso o tecido do ovário esteja muito danificado, o médico recorrerá a um procedimento laparoscópico para a remoção do ovário.
Salpingo-Ooforectomia: Caso ambos os ovários e tecido das trompas de falópio estejam demasiado danificados, o médico procederá à sua remoção. Este procedimento poderá ser também recomendado a mulheres na pós-menopausa, como método de prevenção de recorrência do problema.
Tal como em qualquer cirurgia, existem alguns riscos associados, que neste caso podem incluir coagulação sanguínea, infecção e complicações resultantes da anestesia.
Medicação
O médico poderá recomendar-lhe alguns medicamentos não sujeitos a receita médica, para o alívio dos sintomas durante a recuperação.
– Paracetamol (Tylenol)
– Ibuprofeno (Advil)
– Naproxen (Aleve)
Caso experiencie dores mais severas, o seu médico poderá subscrever-lhe os seguintes medicamentos:
– Oxicodona (OxyContin)
– Oxicodona com acetaminofeno (Percocet)
Também é possível que o médico lhe subscreva pílulas contraceptivas, bem como outros contraceptivos hormonais, o que ajudará a prevenir a recorrência de torções ovarianas.
É possível haver complicações?
Quanto mais tempo o problema levar para ser diagnosticado, maiores serão os riscos para os tecidos dos ovários.
Quando ocorre o ovário fica torcido, o fornecimento de sangue para o ovário, e por vezes até para a trompa de falópio, sofre uma redução significativa.
O prolongamento desta situação pode originar necrose (morte do tecido) Caso isto aconteça, o seu médico procederá à remoção do ovário, bem como dos restantes tecidos afectados.
A única forma de evitar esta complicação é procurando acompanhamento médico assim que começar a experienciar sintomas mais preocupantes.
Caso perca um ovário na sequência da necrose, continuará a ser possível engravidar, uma vez que a torção ovariana não afeta a fertilidade de forma nenhuma.
Prognóstico
A torção ovariana é considerada uma emergência médica, sendo necessário submeter-se a cirurgia para a correcção da mesma.
Atrasos no diagnóstico e tratamentos podem conduzir ao aumento do risco de complicações, o que poderá resultar em cirurgias adicionais.
A partir do momento em que o ovário é reposicionado ou removido, o seu médico poderá aconselhá-la a iniciar a utilização de contraceptivos hormonais de modo a reduzir o risco de recorrência do problema.
A torção não afetará a sua capacidade de engravidar.
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Referências
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/
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https://www.uptodate.com/
https://www.saem.org/
https://www.mayoclinic.org/
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http://www.jpagonline.org/
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
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