Pneumotórax

Revisão Clínica: Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653). Atualizado: 09/09/24

Considerado um problema de saúde razoavelmente comum, o pneumotórax é definido pelo acúmulo de ar no tórax, consequência de alguma lesão que tenha sido imposta à membrana (pleura) que reveste os pulmões. Embora o Pneumotórax possa ocorrer de maneira espontânea em indivíduos com boas condições de saúde, os casos mais frequentes envolvem lesões no tórax, pessoas adeptas do tabagismo, ou aquelas que possuam doenças vinculadas aos pulmões.

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PNEUMOTORAX

Extremamente grave, a vertente hipertensiva do pneumotórax pode ser fatal. Caso ela não seja devidamente diagnosticada pelos médicos, o paciente corre o risco de vir a falecer no decurso de poucas horas.

A seguir, serão apresentados alguns detalhes sobre a pleura, quais são as circunstâncias favoráveis ao surgimento do pneumotórax, os sintomas relacionados a ele, além de uma abordagem sobre o chamado pneumotórax hipertensivo.

Definição de pleura

A pleura é a fina película que reveste os pulmões, que estão situados no interior da caixa torácica. Essa camada protetora tem como função principal evitar o contato direto dos pulmões com as partes que constituem a infraestrutura torácica.

Separada em duas partes, existe a pleura visceral, localizada na parte interna, e a pleura parietal, correspondente à película externa. É interessante observar que não há aderência entre as pleuras. Contudo, isso só é possível devido à presença de um líquido, que em quantidade super-reduzida atua como uma espécie de gel lubrificante.

Uma das principais características dos pulmões é o permanente estado insuflado, que é mantido mesmo no decorrer do intervalo de expiração. Assim, ao contrário do que algumas pessoas imaginam, esses órgãos não têm ação similar a de um balão que murcha e infla de acordo com os movimentos respiratórios. Esse aspecto insuflado é ostentado pelos pulmões por conta da pressão negativa existente no interior do tórax.

O que causa o pneumotórax

Nos casos em que a pleura tenha sofrido uma lesão, o ar, que antes era totalmente retido pelos pulmões, inicia um processo de dispersão por toda a caixa torácica. A esse acúmulo de ar no tórax se dá o nome de pneumotórax.

Lembrando que os pulmões sempre estão insuflados em razão da pressão exercida pelo tórax, o escoamento do ar para a cavidade torácica acaba ampliando a pressão sobre os órgãos, que ficam propensos a ficarem comprimidos.

Devido ao excesso de ar alojado na cavidade torácica, a expansão dos pulmões acaba sendo comprometida, uma vez que a pressão antes exercida pelo tórax deixa de existir. Nessa condição, os pulmões se tornam incapazes de reter o ar oriundo da traqueia, que entra através deles e passa diretamente à cavidade torácica.

Características do pneumotórax espontâneo

Esse tipo de pneumotórax recebe essa designação devido ao fato de ele ocorrer sem algum motivo aparente. Geralmente, o pneumotórax espontâneo acontece de forma repentina.

O pneumotórax espontâneo ocorre com mais frequência entre pessoas do sexo masculino, indivíduos que possuam elevada estatura e sejam magros, além de também acometer os fumantes. Dentre esses indivíduos, os que possuem mais chances de desenvolver o pneumotórax espontâneo possuem idades entre 20 e 30 anos. Já aqueles que já tenham ultrapassado os 40 anos estão menos propensos a apresentar essa vertente da doença.

Apesar de ainda não se conhecer ao certo o motivo, os pulmões de quem tem o pneumotórax espontâneo detém elevada tendência a gerar bolhas na extremidade superior dos referidos órgãos. E embora a formação dessas bolhas não seja a manifestação de nenhuma outra doença, elas são preocupantes. Isso porque uma possível ruptura delas pode acarretar furos na pleura, piorando o quadro do pneumotórax. Neste caso, tem-se uma intensificação do volume de ar que será acumulado na caixa torácica.

Como o hábito de fumar provoca a inflamação das vias aéreas, ele contribui bastante para o processo de ruptura da pleura, seja diretamente ou estimulando o desenvolvimento das bolhas. Por esse motivo, o cigarro é considerado o maior fator de risco causador desse tipo de pneumotórax.

Além do cigarro, é importante ressaltar que o hábito de fumar maconha também colabora para a ocorrência do pneumotórax espontâneo. O risco cresce à medida que o usuário da erva inale uma imensa quantidade de fumaça e a solte de maneira lenta, mantendo os lábios semicerrados. Essa maneira de fumar faz com que a fumaça fique retida nos pulmões por um período mais longo.

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Caso o indivíduo já possua bolhas sobre a pleura dos pulmões, existem determinadas atividades que podem igualmente incitar o surgimento do pneumotórax. Viajar de avião, realizar práticas de montanhismo ou mergulho, e efetuar exercícios de musculação são algumas delas.

As mulheres pertencem ao grupo de pessoas com menor fator de risco quanto ao desenvolvimento do pneumotórax espontâneo. Todavia, caso elas venham a ter endometriose nos pulmões, existe uma possibilidade remota de apresentarem pneumotórax.

Características do pneumotórax secundário

Essa versão de pneumotórax acomete as pessoas que tenham histórico clínico atrelado a doenças pulmonares, como tuberculose, pneumonia, asma, enfisema, câncer de pulmão, e fibrose cística.

Os pacientes que estejam internados em um centro de terapia intensiva (CTI) e respirando com a ajuda de aparelhos também podem ser vítimas do pneumotórax secundário.

Características do pneumotórax traumático

Esse tipo de pneumotórax decorre de traumas, geralmente ocasionados por acidentes, que afetem a área ocupada pela cavidade torácica. Desse modo, o pneumotórax pode surgir após o tórax sofrer lesões profundas geradas por armas de fogo, acidentes envolvendo automóveis ou motocicletas, rompimento de costelas, facadas, dentre outras situações análogas.

Sintomas e sinais do pneumotórax

O sinal mais evidente do pneumotórax é a conjunção entre uma repentina dificuldade para respirar e uma incrível dor sentida na região do tórax. Crises de ansiedade pioram o quadro, uma vez que o processo de inspiração intensifica as dores, causando uma notável sensação de incômodo.

Sentir dores ao respirar também pode indicar a presença do chamado pneumotórax pequeno. Neste caso, o volume de ar deslocado dos pulmões para a caixa torácica é bem inferior em comparação com o pneumotórax comum.

Por outro lado, quando o pneumotórax atinge níveis maiores, os pulmões podem acabar sofrendo grande compressão. Situações graves como esta impactam no pleno funcionamento dos pulmões e amplificam as dores do paciente, que também passa a exibir uma respiração bem debilitada.

O pneumotórax hipertensivo

Vertente mais preocupante e que exige tratamento médico de urgência, o pneumotórax hipertensivo acarreta uma parada repentina de todo o sistema circulatório. Caso os médicos não realizem o diagnóstico correto, o paciente pode falecer logo após o início da parada cardiorrespiratória (PCR).

Existem situações nas quais o pneumotórax é caracterizado pela evasão de ar dos pulmões para a cavidade torácica, mas sem permitir o trajeto de retorno. Com isso, o ar fica detido no tórax. Aos poucos, o paciente terá uma quantidade de ar tão elevada e confinada na região ocupada pelo tórax que a pressão no interior da caixa torácica ficará insustentável, gerando a compressão de outros órgãos, como o coração.

Como é feito o diagnóstico do pneumotórax

Visando realizar o diagnóstico correto do pneumotórax, primeiramente o médico recorre ao histórico clínico do paciente, associando-os aos sintomas e sinais reclamados.

Contudo, cabe salientar que um pneumotórax de grande volume é identificado somente através de um exame físico minucioso. A qualidade da técnica adotada para examinação do paciente é extremamente necessária para os casos em que o indivíduo sofra ruptura da pleura devido a algum acidente grave. Nestes casos, o médico realiza uma célere auscultação para já dar andamento ao protocolo seguido durante emergências. O objetivo é descomprimir os pulmões o mais rapidamente possível.

Por fim, pneumotórax de pequeno porte não costumam ser diagnosticados apenas por meio de avaliação física. Nestas circunstâncias, é quase certo que o médico deverá valer-se de outros exames, como a tomografia computadorizada (efetuada na região do tórax), ou a radiografia (executada sobre os pulmões).

Como tratar o pneumotórax

Caso o pneumotórax detenha pequenas dimensões, algo em torno de 2 cm, e o quadro clínico não apresente nenhuma instabilidade, o problema pode ser tratado apenas com base na observação da evolução do paciente. Com o tempo, o pneumotórax tende a retroceder por conta própria.

Em contrapartida, quando o volume do pneumotórax atinge níveis bem extensos, uma das medidas adotadas é a instalação de um tubo a partir do tórax, a fim de aprimorar a qualidade da respiração e ajudar os pulmões a voltarem ao estado normal. Esse tubo é mantido temporariamente no paciente, sendo removido após o processo de cicatrização da pleura.

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Em se tratando do pneumotórax hipertensivo, repete-se o procedimento de posicionamento do tubo. Contudo, a colocação deve ser concretizada imediatamente. Nos casos em que esse tubo não esteja disponível, a drenagem do ar detido no tórax deve ser realizada mediante uma perfuração do tórax, procedimento de emergência realizado com o auxílio de uma agulha calibrosa, que por sua vez providenciará um canal de saída para o ar.

O procedimento realizado com a agulha não soluciona totalmente o problema vinculado ao pneumotórax. Entretanto, ele deixa de ser um pneumotórax do tipo hipertensivo. Como foi criada uma vazão para o ar por meio da agulha, a pressão da cavidade torácica começa a regredir, evitando que órgãos como o coração sejam comprimidos. Dessa forma, a vida do paciente pode ser preservada até que ele seja transportado a um hospital e receba o tratamento adequado.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653)

Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653

A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).

Formação Acadêmica

- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.

Também pode encontrar a Drª Raquel no Linkedin, Facebook e Youtube

Marcação de consultas 85-99992-2120

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    Última atualização da página em 09/09/24