Constantemente, o corpo humano libera secreções durante suas atividades vitais. Embora incômodas, elas são indispensáveis ao equilíbrio do organismo. É o caso do fluxo vaginal nas mulheres.
Uma vagina seca não é uma vagina saudável. Por ser uma mucosa, ela precisa – e deve – manter-se sempre molhada (lubrificada). No entanto, grande parte das mulheres confunde fluxo vaginal com corrimento.
Buscando desmistificar essa ideia, esse artigo explicará as diferenças entre fluxo vaginal e corrimento, além de elucidar as suas possíveis causas e consequências da vagina molhada. Acompanhe!
Fluxo vaginal x Corrimento vaginal
O canal vaginal da mulher é uma área extremamente sensível aos fatores extrínsecos. Qualquer fator recorrente do dia a dia – seja o calor ou umidade – irá interferir no funcionamento desse canal e poderá deixá-lo a mercê de quadros infecciosos.
Ao buscar protegê-la de possíveis invasores e pontuar as fases da ovulação, a flora bacteriana presente nessa região é capaz de sintetizar um muco responsável por manter a vagina sempre lubrificada e longe de danos.
Também conhecido por fluxo vaginal, o muco é livre de odores e não causa irritações nas mucosas.
Oposto ao fluxo vaginal – que é natural, como você bem sabe – o corrimento é proveniente de infecções e demais patologias. Não é difícil notá-lo, uma vez que seus sintomas costumam ser bem perceptíveis.
Alterações na coloração das secreções, odores fétidos, incômodos ao se relacionar sexualmente e dificuldades ao urinar sinalizam que é hora de procurar um ginecologista.
Coloração
Que você já sabe que é normal as mucosas da vagina permanecerem lubrificadas ao longo do dia, não é novidade alguma. O muco é capaz de fornecer um panorama geral sobre a saúde da vagina. Portanto, fique atenta aos seguintes pigmentos que ele pode apresentar.
Corrimento Branco
Livre de odores e tons acinzentados, a secreção branca não é preocupante. Muito pelo contrário, ela é natural e primordial na manutenção das mucosas da vagina. Ao apresentar nuances de cinza e cheiro incomum, o fluxo vaginal se transforma em corrimento.
Nesse caso, suspeita-se que ele seja resultado de um quadro de candidíase. Para saber quando consultar o ginecologista consulte o artigo Saiba o que pode ser o Corrimento Branco.
Corrimento Marrom
Tons amarronzados evidenciam a presença de sangue coagulado que permanece após a menstruação, bem como sugere quadros infecciosos, traumas, implantação do embrião no útero e, até mesmo, gravidez ectópica.
Corrimento Amarelo
Infelizmente, a presença de pigmento amarelado no muco vaginal não sugere boas notícias. Acompanhado de cheiro forte e irritações, ele denuncia a presença de um possível agente infeccioso no trato ginecológico.
Em geral, esse tipo de corrimento sempre está ligado a tricomoníase, vaginose e clamídia. Para saber mais sobre corrimento amarelado consulte o artigo 6 Causas comuns de Corrimento Amarelado.
Fases do fluxo vaginal
Produzido pelas glândulas da parede vaginal e do colo do útero, além de salvaguardar a vagina de agentes infecciosos, o fluxo vaginal também auxilia no reconhecimento das fases pertinentes à ovulação. São elas:
Ovulação
Ao se aproximar do seu período fértil, a mulher tende a produzir mais muco do que o normal. Esse muco se assemelha à clara de ovo, em textura e coloração. Por ser mais viscoso, ele facilita a locomoção dos espermatozoides até o óvulo.
Pós-ovulação
Mesmo após a ovulação, a produção de secreção vaginal segue constante. Além de mais encorpada e pastosa, ela apresenta pequenos coágulos que nos remetem a grânulos de amido de milho molhado.
A consistência mais densa é capaz de inibir a fecundação, já que forma uma barreira espessa que impede o contato do espermatozoide com o óvulo. Essa fase se sucede após 10 dias do início do período ovulatório.
Pré-menstruação
Conforme se aproxima da menstruação, o corpo começa a dar os indícios de que você parou de ovular. Logo, o muco se torna mais fluido e pode exibir colorações que se aproximam do amarronzado.
Pós-menstruação
Nos primeiros dias após o final da menstruação, é comum que a produção de muco diminua e/ou cesse.
Assim como a mudança de fases da lua, a vida também se encontra em constante mutabilidade. As fases que permeiam a ovulação não são as únicas responsáveis pelas alterações na aparência e quantidade do fluxo vaginal.
Quando se é criança, os hormônios ainda não estão à flor da pele – como se costuma dizer – e, por isso, é raro a presença de muco ou qualquer outra secreção nas roupas íntimas e afins.
Com a menstruação, os hormônios — estrogênio e progesterona — começam a expressar suas funções, até baterem de frente com a menopausa, período em que o nível de hormônios se encontra em baixa, o que prejudica a produtividade das secreções lubrificantes da vagina.
Métodos contraceptivos – em especial, a pílula anticoncepcional – também alteram a produção dos fluidos corporais devido aos níveis de hormônios que se demonstram no período de uso desse medicamento.
Por fim, não poderíamos deixar de citar a fase de gestação. A preparação para o parto remodela totalmente o funcionamento do corpo da mulher. Com as mudanças de pH da vagina e da glândulas secretoras, o muco tende a ser expelido em maior abundância.
Diagnóstico e tratamento
Cada corpo tem suas especificidades, assim como os fluidos corporais. Dessa forma, não existe um único tratamento para a vagina molhada. Em um primeiro momento, caso a mulher se sinta incomodada ou desconfiada de que algo esteja ocorrendo, faz-se necessária uma visita ao médico.
Através de avaliações, o ginecologista será capaz de elucidar o quadro clínico e sugerir providências a serem tomadas.
Caso os resultados dos exames não apontem patologias, é sinal de que sua saúde vaginal está em perfeitas condições e não há com o que se preocupar!
Ginecologista e Obstetra - CRM SP-119093
Dra Camille Vitoria Rocha Risegato - CRM SP nº 119093 é formada há 14 anos pela Fundação Técnico Educacional Souza Marques, Rio de Janeiro.
> Consultar CRM (Fonte: https://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_medicos&Itemid=59)
Dra Camille mudou-se para São Paulo onde realizou e concluiu residência médica em Ginecologia e Obstetrícia (RQE nº 25978) no Centro de Referência de Saúde da Mulher no Hospital Pérola Byington em 2007.
Em 2008 se especializou em Patologia do Trato Genital Inferior nesse mesmo serviço. Ainda fez curso de ultrassonografia em ginecologia e obstetrícia na Escola Cetrus.
Trabalha em setor público e privado, atendendo atualmente em seu consultório médico particular situado na Avenida Leoncio de Magalhães 1192, no bairro do jardim São Paulo, zona norte de São Paulo.
Também pode encontrar a Dra Camille no Linkedin, Facebook e Instagram
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