Porque ás Vezes Treme Partes do Corpo? Espasmos Frequentes? O que Pode Ser?

Revisão Clínica: Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653). Atualizado: 09/09/24

Braços, ombros, músculos das pernas, dedos, peito, cabeça, olhos, nariz, virilha, barriga, bumbum, tremendo de forma frequente? Pode ser sintoma de nervosismo com ansiedade ou algum outro problema de saúde.

Continua depois da Publicidade

Porque Por Vezes Treme Partes Do Corpo

Certamente, você já sentiu partes do seu corpo tremerem involuntariamente em algum momento da sua vida, certo?

Por mais normal que pareça, é preciso ficar atento a esses tremores. Espasmos frequentes podem ser mais perigosos do que aparentam. Dores e dificuldades de realizar tarefas do dia a dia podem ser sinais de espasticidade.

O que é espasticidade (Porque treme algumas partes do corpo)?

A espasticidade é um distúrbio capaz de alterar o tônus da musculatura esquelética. Para compreender melhor, a musculatura esquelética é a que recobre integralmente o nosso esqueleto.

Pessoas que apresentam essa condição se encontram com os músculos rígidos em grande parte do tempo. Geralmente, a doença se manifesta em quem já sofreu disfunções no sistema neurológico, podendo apresentar diferentes intensidades:

Grau 1: quase imperceptível, proporcionando leves contrações musculares no indivíduo.

Grau 2: já não mais tão imperceptível assim, o portador começa a se queixar devido ao aumento da intensidade das contrações musculares, além de apresentar resistência a certos movimentos.

Grau 3: as dificuldades em realizar pequenos movimentos evoluem para a incapacidade de dobrar os membros.

Grau 4: nesse grau adiantado, os músculos ficam extremamente rígidos, impossibilitando qualquer tipo de movimento. Em casos mais graves – como esse – é comum se deparar com um indivíduo que tombe a cabeça para o lado, fique com os braços dobrados, além das pernas e pés esticados.

Qual o grupo de risco afetado pela doença?

Tremores No Corpo, O Que Pode Ser

Como a espasticidade limita a função motora, não é muito difícil apontar as possíveis causas que favorecem essa condição. São elas:

Acidente vascular cerebral (AVC)

Pode ser classificado como Isquêmico ou Hemorrágico. Independentemente da categoria, as células cerebrais são lesionadas devido aos problemas na irrigação de sangue para os tecidos cerebrais.

Adrenoleucodistrofia (doença de Lorenzo)

Doença hereditária recessiva ligada ao sistema nervoso central e às glândulas suprarrenais. Essa doença restringe a produção de hormônios importantes ao organismo, fazendo com que o paciente perca a capacidade de falar, alimentar-se e realizar movimentos.

Paralisia cerebral

Por ser uma doença que surge na infância, ela afeta diretamente o desenvolvimento das habilidades motoras da criança. Logo, problemas de má coordenação motora dificultam os movimentos e a locomoção dessa criança, podendo ou não ocasionar atrasos mentais.

Continua depois da Publicidade

Lesão medular

É resultado de algum trauma, como acidentes, quedas ou, até mesmo, lesões esportivas. Uma pessoa que apresenta lesões na medula pode perder sua força e a capacidade de reconhecer estímulos sensoriais.

Esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença autoimune, caracterizada pela destruição da bainha de mielina que compõe os neurônios. Conforme o seu grau e gravidade, ela pode causar comprometimento da coordenação motora, dores, fadiga e perda de visão.

Esclerose lateral amiotrófica (ELA)

Pouco se sabe ainda sobre as causas que levam ao seu aparecimento. Porém, se tem ciência de que é uma doença neurodegenerativa que inibe a atividade motora dos neurônios, responsáveis por transmitir os impulsos nervosos.

A pessoa portadora dessa doença apresenta fraqueza muscular. Com o agravamento da doença, é comum haver perda dos movimentos.

Fenilcetonúria

Para, essa doença genética é caracterizada pelo acúmulo de fenilalanina no organismo. Se não for descoberta cedo, o indivíduo terá problemas no seu desenvolvimento intelectual, além de apresentar convulsões, hiperatividade e odor corporal.

Paraplegias espásticas (hereditárias)

É uma doença rara que pode se manifestar em qualquer faixa etária. Apesar de se manifestar em diversas formas, todas causam a destruição dos caminhos nervosos que transmitem os sinais do cérebro à medula espinhal.

É muito comum uma pessoa portadora desse quadro clínico sentir dores, perder os movimentos e sofrer quedas sucessivas.

Doença de Krabbe (hereditária)

Letal ao sistema nervoso, a doença de Krabbe inibe a síntese de galactosilceramidase – substância necessária na configuração da bainha de mielina.

Pacientes com essa doença dificilmente ultrapassam os 2 anos de idade devido à morte das células cerebrais e a interferências nos impulsos nervosos.

Sintomas

Como você bem sabe, a espasticidade interfere nas tarefas do dia a dia, deixando-as insuportáveis. Uma simples caminhada ou, até mesmo, os simples movimentos realizados ao escovar os dentes, podem se tornar um tormento.

Fique alerta aos seguintes sintomas:

  • Rigidez muscular
  • Rigidez articular
  • Dificuldade ao falar
  • Fraqueza e debilidade
  • Alterações nos reflexos
  • Espasmos desenfreados
  • Encurtamento muscular
  • Movimentos bruscos e involuntários
  • Morosidade em realizar movimentos
  • Posicionamento anormal dos braços e ombros
  • Dores nas articulações e musculaturas afetadas
  • Postura comprometida devido à atrofia muscular
  • Contrações rápidas e repetitivas – conhecidas também por Clônus.
  • Cruzamento involuntário das pernas – comumente chamado de “tesoura”, por se assemelhar ao formato de uma delas.

Diagnóstico

Se o nível de desconforto e dor tem aumentado gradativamente com o passar dos dias, é hora de visitar um médico – podendo ser um clínico geral, ortopedista ou neurologista.

Como muitas perguntas sobre o quando clínico serão feitas, é importante não ocultar nenhum detalhe e otimizar o tempo de consulta. Listas com os sintomas que o paciente vem sentindo e seu histórico médico podem facilitar o diagnóstico e adiantar os possíveis cuidados a serem tomados.

Existe cura para estes tremores do corpo? Qual tratamento devo seguir?

Bem, infelizmente, não há cura para esse quadro clínico até o momento. Entretanto, com os avanços da medicina é possível adotar alguns tratamentos eficientes capazes de diminuir os transtornos causados por esse distúrbio.

O processo deve ser lento e gradual, buscando a reabilitação do paciente de forma terapêutica ou medicamentosa.

Continua depois da Publicidade

Após o diagnóstico, o profissional da área poderá indicar alguns dos seguintes tratamentos:

Métodos Terapêuticos

Crioterapia: essa técnica consiste em utilizar o frio — por meio de bolsas de gelo, aerossóis e imersão — como redutor da sensibilidade e do reflexo, aos quais os músculos estão propensos devido às contrações.

Calor: ao contrário da técnica citada acima, essa utiliza o calor como fonte terapêutica – como os banhos e compressas. Temperaturas entre 38,5 e 40ºC são consideradas eficientes no tratamento por relaxarem os músculos.

Cinesioterapia: utilizada em todas as fases do tratamento clínico, a cinesioterapia busca ensinar ao paciente formas de conviver com a dor por meio de exercícios ou órteses – dispositivos que modificam estruturas do sistema neuro-músculo-esquelético.

Estimulação Elétrica Funcional (FES): indicada aos pacientes que apresentam espasticidade leve ou moderada, esse método inibe as contrações musculares por meio de pequenos choques.

Terapia ocupacional: a terapia ocupacional é muito bem-vinda ao tratamento contra a espasticidade. Com ela, o paciente é capaz de alcançar sua independência, além de retomar e melhorar suas funções diárias.

Equoterapia e Hidroterapia: apesar do pouco aprofundamento nessas áreas, essas modalidades também têm oferecido aos pacientes resultados satisfatórios.

Remédios / Medicamentosos

Baclofen

É um potente relaxante muscular. Preferencialmente usado por pessoas que apresentam sequelas na medula, seu uso deve ser interrompido gradualmente, a fim de evitar episódios de confusão mental e quadros alucinatórios no usuário.

Benzodiazepínicos

Assim como o Baclofen, é comumente utilizado por pessoas que sofreram danos em sua medula. Apesar de ser um sedativo, seu uso deve ser extremamente controlado, já que pode provocar amnésia e fadiga.

Dantrolene sódico

Esse medicamento é capaz de atuar perifericamente no músculo, atenuando as contrações. É prescrito, normalmente, para pessoas que apresentem espasticidade supraespinhal.

Ao contrário do Baclofen e do Diazepam, seu uso não provoca sedação e depressão central. Entretanto, em doses excessivas, é comum o paciente apresentar cefaleia, diarreia, vômitos e tonturas.

Tizanidina

Também utilizada para amenizar os sintomas provenientes da espasticidade medular, relaxando os músculos e diminuindo a frequência com que os espasmos acontecem. Em doses elevadas, pode causar náuseas, sonolência, tontura, alucinação, astenia e outros efeitos colaterais.

Neurólise com fenol

Esse procedimento interrompe a condução nervosa e o arco reflexo, suavizando o quadro de rigidez muscular. O procedimento pode se repetir conforme houve necessidade. Tonturas, náuseas, vômitos e fraqueza muscular são os efeitos colaterais mais comuns.

Neurólise com botox

Para esse tratamento, é utilizada a toxina botulínica tipo A. A toxina é injetada diretamente no músculo doente, diminuindo a intensidade das contrações. Seu efeito dura em torno de 2 a 6 meses e seu uso é indicado, principalmente, para crianças vítimas do Zika vírus.

 Os medicamentos são de grande ajuda no tratamento contra a espasticidade. Porém, ao ministrá-los é necessária muita perícia.

Ao observar efeitos colaterais intensos ou anormais, é recomendável procurar por um médico. Suspender o uso desses medicamentos por conta própria pode ser perigoso e agravar o quadro.

Em casos mais sérios, quando os demais métodos não se mostraram suficientes para amenizar os sintomas e proporcionar qualidade de vida ao paciente, são aconselháveis procedimentos cirúrgicos – realizados sobre o Sistema Nervoso Central, Sistema Nervoso Periférico ou Sistema Músculo Esquelético.

Apesar não haver cura e prevenção, alguns cuidados – associados ao tratamento – podem abrandar os reflexos dessa doença. Ter uma boa noite de sono, preferir roupas largas e evitar esforços desnecessários são ações primordiais para o controle dos sintomas.

Nota: Este conteúdo, desenvolvido com a colaboração de profissionais médicos licenciados e colaboradores externos, é de natureza geral e apenas para fins informativos e não constitui aconselhamento médico. Este Conteúdo não pretende substituir o aconselhamento médico profissional, diagnóstico ou tratamento. Consulte sempre o seu médico ou outro profissional de saúde qualificado sobre a sua condição, procedimento ou tratamento, seja um medicamento prescrito, de venda livre, vitamina, suplemento ou alternativa à base de ervas.
Autores
Drª Raquel Pires (Nutricionista - CRN-6 nº 23653)

Nutricionista Clínica - CRN-6 nº 23653

A Drª Raquel Pires é Nutricionista, Health Coach e Personal Diet, com grande experiência em atendimento em consultório e Idealizadora do Projeto ESD (Emagrecimento sem Dor).

Formação Acadêmica

- Graduada pela Universidade Santa Úrsula. - Pós Graduada em Nutrição Clínica. - Pós Graduada em Prescrição de Fitoterápicos e suplementação Nutricional Clínica e Esportiva. - Pós Graduada em Nutrição Aplicada ao Emagrecimento e Estética.

Também pode encontrar a Drª Raquel no Linkedin, Facebook e Youtube

Marcação de consultas 85-99992-2120

A informação foi útil? Sim / Não

Ajude-nos a melhorar a informação do Educar Saúde.

Encontrou um erro? Está faltando a informação que está procurando? Se ficou com alguma dúvida ou encontrou algum erro escreva-nos para que possamos verificar e melhorar o conteúdo. Não lhe iremos responder diretamente. Se pretende uma resposta use a nossa página de Contato.


    Nota: O Educar Saúde não é um prestador de cuidados de saúde. Não podemos responder a questões sobre a sua saúde ou aconselhá-lo/a nesse sentido.
    Última atualização da página em 09/09/24